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2 de março de 2011

LEO GORDON, BANDIDO DURO DE MORRER

“Sangue de Bárbaros” (The Conqueror) é famoso por ser “o melhor de todos os filmes ruins já produzidos com grandes astros" (John Wayne e Susan Hayward). Mas esse filme sobre Gengis Khan é ainda mais famoso pela lenda segundo a qual todos os atores e técnicos que participaram das filmagens teriam morrido de câncer. Produzido por Howard Hughes “Sangue de Bárbaros”  foi filmado em locação em St. George, Utah, local onde ocorreram diversos testes nucleares e que ficou comprovadamente contaminado pela radiatividade. E de fato, 91 pessoas envolvidas com as filmagens vieram a falecer vítimas de câncer, entre elas John Wayne, Susan Hayward, Pedro Armendáriz, Agnes Moorehead, John Hoyt, e o diretor Dick Powell. Porém a polêmica perdurou por muitos anos pois um certo ator recusava-se a morrer de câncer e comprovar a tese da contaminação. Esse ator era Leo Gordon, bastante conhecido dos fãs de Westerns pelo grande número de vezes em que como bandidão enfrentou os mocinhos do cinema. Foi assim desde seus primeiros trabalhos como ator em “Cidade do Mal” (City of Bad Men), com Rory Calhoun, em “Caminhos Ásperos” (Hondo) e em “Morro da Traição” (The Yellow Mountain), com Lex Barker. Vez por outra interpretava um bandido mais famoso, como em “Quantrill Raiders” (1958) em que protagonizou o pouco correto coronel confederado William Clarke Quantrill. Praticamente não houve série de TV em que Leo Gordon não interpretou o homem mau em algum episódio, quase sempre morrendo antes do final. Fez também, como não podia deixar de ser muitos papéis de facínora e mafioso em filmes policiais no cinema e na TV, entre eles John Dillinger no filme “O assassino Público N.º 1”, de Don Siegel, com Mickey Rooney como Baby Face Nelson. Em “Pistolas do Mal” (Hostile Guns), Leo Gordon era irmão de John Russell, numa dupla do mal que deu muito trabalho ao mocinho George Montgomery. Na fase dos Spaghetti-Westerns enfrentou Henry Fonda em “Meu Nome é Ninguém” (My Name is Nobody), de 1973. Já veterano apareceu como jogador de pôquer em “Maverick”, estrelado por James Garner e James Coburn. Depois de uma longa carreira de ator quase sempre como outlaw, Leo Gordon despediu-se das câmeras interpretando Wyatt Earp em “As Aventuras do Jovem Indiana Jones”, filme feito para a TV. Leo Gordon viria a falecer quase 50 anos depois de ter atuado no fatídico “Sangue de Bárbaros”. Nascido em 2/12/1922, o enorme e fortíssimo ator morreria de ataque cardíaco em 26/12/2000, portanto aos 78 anos. Leo Gordon foi um daqueles simpáticos vilões que sempre e carinhosamente lembramos cada vez que aparece na tela.

Um comentário:

  1. O brutamontes Leo Gordon era sempre o bandidão,
    sua aparencia era rude e assustadora, seu olhar era glacial. Qual não foi minha surpresa um dia ao deparar-me com sua biografia e descobrir que ele era um excelente roteirista e romancista.
    Autor inclusive do roteiro de Trobuk estrelado por Rock Hudson e um grande sucesso na época
    Leo trabalhou intensamente em westerner e deve
    ser conhecimento obrigatório de qualquer um que for um apreciador do genero. Seu trabalho era convincente e talentoso, nunca foi um vilão
    comum, ele fazia suas expressões e suas falas
    parecer realidade, e essas qualidades não se encontra em todos os atores. Sendo que dizem
    que fazer o vilão é mais dificil que fazer o mocinho. Outro lado interessante da vida de Leo
    é que foi casado durante 50 anos e seu casamento somente foi desfeito com sua morte.

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