UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

14 de março de 2011

HANK WORDEN, AMIGO DE JOHN FORD, AMIGO DE JOHN WAYNE E AMIGO DE CLINT EASTWOOD

O maior sucesso de bilheteria de Clint Eastwood, ao contrário do que se pode imaginar não foi com um western e nem como Dirty Harry. Seu filme mais visto até hoje foi a comédia rural “Doido para Brigar, Louco para Amar” (Every Which Way but Loose), de 1978. Essa deliciosa comédia foi produzida pela Malpaso, companhia produtora de Clint que, a exemplo de John Ford, costumava ter um grupo de atores e técnicos sempre presentes em seus filmes. Curiosamente, numa sequência de em “Doido para Brigar, Louco para Amar”, surge um idoso sentado numa cadeira de balanço. Mesmo bastante envelhecido é impossível não reconhecer Hank Worden, ator que fazia parte da Ford Stock Company (turma de John Ford). Magro, alto, um chapéu cobrindo a calvície e o mesmo ar idiotizado de Mose Harper, personagem inesquecível de “Rastros de Ódio", vivido por Hank Worden. Norton Earl Worden nasceu em 1901, graduou-se em Engenharia, mas gostava mesmo era de montar, tornando-se famoso cowboy de rodeio. Norton era tão bom laçando e montando que foi levado para Hollywood em 1936, passando a atuar em westerns com o nome artístico de Heber Snow, logo se tornando Hank, o sidekick de Tex Ritter. Além de atuar com Tex Ritter, Hank participou também de muitos B-Westerns de Bob Baker, Buck Jones, Johnny Mack Brown, Gene Autry e outros. Já com o nome Hank Worden, o desengonçado ator fez pequenas aparições em filmes importantes, entre eles “No Tempo das Diligências” (Stagecoach), mas não foi nesse clássico que passou a membro da Ford Stock Company. Quase sempre sem receber crédito nos letreiros, Hank pode ser visto em dezenas de filmes, sendo os mais famosos “Duelo ao Sol”, “O Anjo e o Bandido” e “Rio Vermelho”. Foram quase dez anos até se reencontrar com John Ford no Monument Valley em “Sangue de Heróis” (Fort Apache) e, daí para frente raramente deixava de ser chamado pelo 'Pappy', atuando em “O Céu Mandou Alguém”, “Caravana de Bravos”, “Rastros de Ódio”, “Marcha de Heróis” e “Audazes e Malditos”. John Wayne também gostava demais de Hank Worden, tanto que Hank atuou em 17 filmes estrelados por John Wayne, entre eles “O Álamo”. Hank foi novamente chamado por Clint Eastwood para uma participação em “Bronco Billy” e parecia que encerraria sua carreira como ator na Stock Company de Clint Eastwood, de quem ficara amigo. Não voltaria, no entanto a atuar com Clint, mas filmou praticamente até morrer, aos 90 anos, sempre irradiando simpatia interpretando velhinhos e roubando as cenas dos atores principais. Ficamos a imaginar quantas histórias Hank Worden tinha para contar aos mais jovens, lembrando dos mocinhos dos anos 30 e 40, lembrando de John Ford e claro, de John Wayne. Clint Eastwood sabia o que estava fazendo quando convidou Hank Worden para participar de “Doido para Brigar, Louco para amar” e de “Bronco Billy”. Clint estava mesmo era homenageando toda uma geração de atores que transformaram os westerns não só em principal diversão semanal, mas e principalmente em imortais obras de arte cinematográfica.

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