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7 de junho de 2011

RANDOLPH SCOTT-HENRY HATHAWAY, PARCEIROS EM INÍCIO DE CARREIRAS


Parcerias entre ator-diretor são famosas no cinema, especialmente no gênero western. Michael Curtiz dirigiu Errol Flynn em onze filmes, três deles westerns. James Stewart atuou sob as ordens de Anthony Mann por oito vezes, cinco delas em westerns. John Wayne fez apenas cinco filmes com Howard Hawks, mas quatro deles foram faroestes. Henry Hathaway também dirigiu John Wayne muitas vezes, seis ao todo e três desses filmes eram westerns. Quem mais dirigiu o Duke foi John Ford, num total de quatorze filmes sendo que nove deles foram westerns, quase todos memoráveis. Outra parceria famosa é a de Randolph Scott com Budd Boetticher que rendeu sete filmes, todos eles westerns. Outro diretor que dirigiu Randolph Scott apenas em westerns foi André De Toth, num total de seis vezes. Randolph Scott teve ainda uma outra parceria menos conhecida porque ela aconteceu na década de 30 e, assim como Randy, o diretor era também iniciante. Ele é Henry Hathaway.


Randolph Scott e Henry Hathaway nasceram no mesmo ano de 1898. George Randolph Scott nasceu no dia 23 de janeiro e Henry no dia 13 de março. Scott nasceu na Virginia e Hathaway na capital da Califórnia, Sacramento, com o pomposo nome Marquis Henri Leonard de Fiennes. Filho de uma atriz, Henry começou no cinema como ator, mas teve que ir para a I Guerra Mundial e quando retornou decidiu ser diretor. Começou como assistente de Fred Niblo no primeiro “Ben-Hur”, em 1925 e foi assistente de direção nos westerns “Agora ou Nunca” (The Virginian) e “O Adorado Impostor” (The Texan), ambos estrelados por Gary Cooper. Randolph Scott, por sua vez, estreou como ator em 1928, inicialmente em pequenos papéis e apenas um deles era western, exatamente “Agora ou Nunca”. Contratados pela Paramount, o estúdio deu as primeiras oportunidades conjuntamente para Randolph Scott e para Henry Hathaway em 1932 no western “Herança das Estepes” (Heritage of the Desert). Aproveitando os cenários, atores e a mocinha Sally Blane, foi filmado quase simultaneamente “Audácia entre Adversários” (Wild Horse Mesa) também western. Esses pequenos filmes foram bem nas bilheterias e a Paramount escalou a dupla Hathaway-Scott numa sequência de westerns, quase todos baseados em histórias de Zane Grey. Em 1933 Henry dirigiu e Randy estrelou “Maldade” (The Thundering Herd), com Buster Crabbe e Noah Berry; “Na Pista do Criminoso” (Sunset Pass), com Noah Beery e Harry Carey; “O Homem da Floresta” (Man of the Forest), outra vez com Noah Beery e Harry Carey no elenco; “Rixa Antiga” (To the Last Man), com Buster Crabbe, Noah Beery e Jack La Rue. Em 1934 Hathaway dirigiu Randolph Scott outras vez em “O Último Assalto” (The Last Round-Up), com Fred Kohler e Monte Blue. Esse seria o último western que fariam juntos pois Henry Hathaway ganhou uma espécie de promoção da Paramount e ao invés de dirigir Randolph Scott dirigiu várias vezes o grande astro Gary Cooper. Ainda na Paramount Henry Hathaway e Randolph Scott se encontrariam pela última vez na comédia “Amores de uma Diva”, (Go West Young Man) na qual Mae West tenta de tudo para seduzir Randolph Scott.

Clássica pose de Randolph Scott e o diretor Hathaway
Randolph Scott e Henry Hathaway fizeram parceria em sete filmes, seis deles westerns que marcaram os pequenos fãs de faroestes que faziam das saudosas matinês dominicais o momento mais ansiosamente esperado da semana. Randolph Scott somente viria a ser reconhecido como um dos grandes astros do faroeste nas décadas de 40 e 50, fechando sua excepcional carreira como mocinho no magnífico “Pistoleiros do Entardecer” (Ride the High Country), ao lado de Joel McCrea e dirigido por Sam Peckinpah. Henry Hathaway dirigiria praticamente todos os grandes astros da tela em sua longa carreira, marcada invariavelmente por brilhantes trabalhos. Henry Hathaway faleceu aos 86 anos de idade, no dia 11 de fevereiro de 1985. Randolph Scott faleceu dois anos depois, no dia 2 de março de 1987, aos 89 anos. Ambos faleceram na cidade em que sempre trabalharam, Los Angeles, Califórnia.

Um comentário:

  1. Uma historia de nascimento e vida muito fora de qualquer padrão. Henry e Randy praticamente nasceram, viveram, trabalharam e, praticamente, deixaram este mundo em datas muito próximas.
    Ambos bons no que fizeram, apesar de Randy ter sido um ator um tanto quanto calibrado em termos de desfeixe profissional, enquanto Henry se tornou um diretor marcante, por seus filmes conduzirem sempre uma linha muito pessoal, com contornos proprios e dentro de realidade bastante aceita por seus seguidores e fãs.
    Seu primeiro filme que vi foi Lanceiros da India, seguido do perfeito e cheio de qualidades O Beijo da Morte, fita que trouxe Richard Widmarck à luz dos refletores e assim o mantendo por décadas seguidas.
    Vi 22 filmes seus, Hathaway, dos muitos que fez. A maioria deles faroeste, todos com sua marca normal de qualidade, definição e registro pessoal. Fez Duke abocanhar um Oscar em Bravura Indomita e desfilou toda a beleza de Marilin Monroe em Torrentes de Paixões. Colocou Robert Wagner à luz da fama em O Principe Valente e juntou os italianos Rossano Brazzi e Sopha Loren ao nosso Duke no deliciosissimo A Lenda dos Desaparecidos, uma fita regular, mas cheio de belezas naturais e pessoais, como a juventude bela e sensual de Loren em seus plenos 23 anos. Arrastou a bela e mignon Capucine aos nossos ávidos olhos em Furia no Alaska e colocou Susan Haywhard nos braços de Stephen Boyd no muito agradável Meu Coração tem Dois Amores (Fox/58).
    Como se pode observar, um diretor sempre disposto a renovar, a apresentar, a descobrir as belezas femininas e mostra-las ao mundo, assim como dar oportunidades a muitos novatos e revelar talentos que olhos teimavam em não ver, como Duke em Bravura Indomita. Revelou Wagner e Widmarck em O Principe Valente e O Beijo da Morte, sem falar no Randy, na série de fitas que fizeram juntos. Um descobridor de talentos por naturalidade.
    jurandir_lima@bol.com.br

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