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George Montgomery com Hedy Lamarr (acima) e com Gene Tierney. |
Audie Murphy e George Montgomery foram
dois dos atores que mais se destacaram nos pequenos westerns produzidos massissamente
nos anos 50. Audie se tornou muito mais conhecido e conquistou uma legião de
fãs, o que não chegou a acontecer com George, e isso não deixa de ser uma
flagrante injustiça. Ambos lutaram na II Guerra Mundial, com a diferença que
Murphy voltou com o peito coberto de medalhas e a fama de ter sido o mais
condecorado soldado norte-americano naquele conflito, o que lhe abriu as portas
para o cinema. A Universal investiu bastante em Audie Murphy e seus faroestes
tinham, como regra geral, melhores diretores, bons elencos e eram quase sempre filmados em
cores. Muito melhor ator que o inexpressivo Murphy, George Montgomery viu-se
confinado a produtores mais modestos e a filmes infinitamente mais pobres. Montgomery
era alto até para os padrões hollywoodianos (1,91m) e tão boa pinta que manteve
longo romance com Hedy Lamarr, uma das mais belas estrelas de todos os tempos.
Bom sujeito e muito querido, Montgomery tinha entre seus amigos Roy Rogers, Gene Autry, Randolph
Scott e muitos outros atores e atrizes que o admiravam por sua inteligência e
sensibilidade artística, ele que era pintor, escultor e designer de móveis de
estilo country e ainda decorador. Com tudo isso, a cada pequeno western de
George Montgomery, como este “Bandoleiros de Durango” (Gun Duel in Durango), é
inevitável a constatação que Hollywood investiu muito em Audie Murphy e pouco no
excelente George Montgomery.
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Acima Boyd 'Red Morgan', Al Wyatt Sr., Don 'Red' Barry, Steve Brodie e Henry Rowland; abaixo George Montgomery e Ann Robinson. |
Fugindo
do passado (outra vez) - “Bandoleiros de Durango” conta a história muitas vezes
levada à tela do fora-da-lei que busca se regenerar mas seu passado lhe cria
obstáculos. George Montgomery é Will Sabre, homem que fez parte do bando
liderado por Jack Dunsten (Steve Brodie). Sabre quer mudar de vida e muda
inicialmente de nome, dizendo chamar-se Dan Tomlinson, para não ser
reconhecido. No caminho para Durango, onde pretende se reencontrar com Judy
Ollivant (Ann Robinson), Sabre encontra o menino Robbie que acabara de perder o
pai. Dunsten e seus homens procuram por Sabre pois o chefe do bando não quer
perdê-lo, contando com ele para próximos assaltos. Chegando a Durango Judy acolhe
o menino em sua fazenda enquanto Will Sabre, usando o nome Dan Tomlinson,
consegue emprego como caixa do banco local. Sabre é descoberto e passa a ser
chantageado por Dunsten que pretende que Sabre facilite os roubos ao banco onde
trabalha, o que de fato acontece. O xerife Howard (Frank Ferguson) conclui que
Dan Tomlinson é, de fato, o bandido Will Sabre e tenta prendê-lo como cúmplice
dos assaltos, o que faz com que Sabre fuja, indo atrás do bando e conseguindo
dizimá-lo. Tendo provado que quer ser um homem de bem, Sabre inicia nova vida
ao lado de Judy e do menino Robbie.
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George Montgomery (acima) e com Bobby Clark. |
História
mal alinhavada - Com apenas 73 minutos de duração, “Bandoleiros de Durango”
dirigido por Sidney Salkow não se aprofunda nos tão comuns problemas pessoais do
ex-malfeitor não sugerindo ao menos o que o teria levado a trilhar abandonar a
vida de crimes. Sabe-se apenas que antes disso Will Sabre fora sócio de Judy
Ollivant num cassino em New Orleans, onde os dois se relacionaram. Will Sabre aconselha
o menino a nunca usar de violência e ele próprio reluta em fazer uso de armas
mesmo quando se defronta com criminosos. Isso acontece durante o assalto ao
banco de Durango, com o fazendeiro Blaisdell (Roy Barcroft) testemunhando a incapacidade
de Sabre em reagir aos tiros disparados pelo bando de Dunsten. Anteriormente,
durante uma perseguição à mesma quadrilha por parte de Texas Rangers, Sabre não
conseguiu sacar sua arma e ajudar a patrulha liderada pelo Capitão Ranger
(Denver Pyle). E Sabre era admirado por membros do bando ao qual pertenceu,
especialmente por Larry (Don ‘Red’ Barry) que se manifesta a favor de Sabre contrariando
Dunsten. A falta de maior coesão neste western é que demonstra porque os
pequenos faroestes de Budd Boetticher com roteiros de Burt Kannedy eram tão
bons, mesmo com metragens ao redor dos 70 minutos de duração.
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Acima Roy Barcroft com Montgomery; abaixo Frank Ferguson e Denver Pyle. |
Mocinho
atrás do guichê - Com um mínimo de ação e mesmo assim
pouco brilhante nos momentos movimentados, o melhor deste filme em preto e
branco é a esplêndida atuação de George Montgomery, convincente mesmo num
personagem mal estruturado. E curiosamente Montgomery passa mais tempo no filme
atrás do guichê do banco que trocando tiros e socos ou montado em um cavalo. Muito
boa a presença do ator infantil Bobby Clark que infelizmente não fez carreira
no cinema, mesmo tendo participado de filmes conhecidos como “Os Dez Mandamentos”
e “Vampiros de Almas”, o clássico sci-fi de Don Siegel. Por falar em ficção
científica, Ann Robinson é a leading-lady de George Montgomery, ela que atuou no
também clássico “A Guerra dos Mundos”, em 1953. Steve Brodie é bem melhor em
filmes policiais e Don ‘Red’ Barry tem poucas oportunidades para exercitar sua
irascibilidade. Frank Ferguson desta vez como xerife e num papel maior que de
costume, aparecendo ainda Denver Pyle. Aqueles que vibravam com seriados e
westerns B, reconhecerão certamente o grande homem mau Roy Barcroft e ainda Syd
Saylor, veterano coadjuvante e muitas vezes sidekick de Bob Steele.
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Bandidos ruívos: Boyd 'Red' Morgan e Steve Brodie; Steve Brodie e Don 'Red' Barry'. |
Faroestes
superiores - Produzido para completar programação dupla dos cinemas de
pequenos centros, “Bandoleiros de Durango” é um western sem maiores ambições e
um dos mais fracos da série que teve George Montgomery como herói. Melhor ficar,
entre outros, com “Até o Último Tiro” (The Lone Gun), “Ases do Gatilho”
(Masterson of Kansas), “De Homem para Homem” (Gun Belt) ou mesmo “Covil de Feras”
(Robber’s Roost), este dirigido pelo próprio Sydney Salkow. E prestigiar o
ótimo e injustiçado mocinho George Montgomery.
Alguém conhece a edição da classicline do filme FLECHAS ARDENTES (ou Flechas de Fogo) ? Sabe me dizer se é uma boa cópia ? Já comprei boas edições dessa distribuidora mas já tive o desprazer de comprar deles dvds com cópias de vhs, péssimas.
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