UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

30 de maio de 2011

GEORGE MONTGOMERY, ARTISTA DO VELHO OESTE


“Pistoleiro por Equívoco” (Two Badges and a Gun), com Wayne Morris, de 1954, é considerado o marco derradeiro dos chamados westerns B feitos em série. Porém isso não significou o fim dos westerns de menor orçamento uma vez que alguns atores se encarregaram de fazer com que os programas duplos dos cinemas não lançadores fossem quase sempre complementados por um movimentado faroeste. Randolph Scott, Audie Murphy, Rory Calhoun, Guy Madison, Rod Cameron, Dale Robertson e George Montgomery foram os principais mocinhos que fizeram da década de 50 uma época incomparável para o western, ou melhor, a pricipal delas. E desse grupo de atores, George Montgomery ocupa um lugar de destaque não só pelo número de westerns que fez, mas também pela qualidade dos mesmos.

INÍCIO PROMISSOR - George Montgomery Letz nasceu em 29 de agosto de 1916 na cidade de Brady, Montana. Caçula entre os 15 filhos de um casal de imigrantes da Ucrania, George foi criado numa fazenda e aprendeu na prática os rudimentos da vida de cowboy. Cursou por algum tempo a Universidade de Montana, mas a sua boa estampa e seus 1,91 de altura o encaminharam para o cinema. Começou fazendo figurações em filmes de Roy Rogers e Gene Autry, na Republic Pictures. Atuou também como dublê de John Wayne que naquele tempo era magro como George Montgomery, além de terem quase a mesma altura. Em 1938 a Republic decidiu provocar os fãs de seriados lançando “O Guarda Vingador” (The Lone Ranger), com nada menos que cinco atores mascarados e vestidos como o personagem The Lone Ranger. Os ‘Lone Rangers’ iam morrendo um a um até restar só verdadeiro. O achado da Republic era fazer com que os espectadores tentassem descobrir qual deles era o verdadeiro herói mascarado. Nesse período George Montgomery atuava com o nome artístico de George Letz, isto quando conseguia ser creditado, o que era raro. Ainda assim chamou a atenção da 20th Century-Fox com quem assinou contrato. A Fox logo mudou seu nome para George Montgomery e o colocou como ator principal numa série de filmes juvenis. O estúdio deu a George a oportunidade de voltar às origens com os westerns “O Cavaleiro do Deserto” (Riders of the Purple Sage) e “O Último dos Duanes” (The Last of the Duanes), ambos de 1941. A 20th Century-Fox apostava no futuro de George Montgomery e o escalou também como coadjuvante em boas produções como o musical “Serenata Azul”. Era o período da 2.ª Grande Guerra e Montgomery foi convocado em 1943, sendo desligado do Exército ao final do conflito mundial, em 1945. George cumpriu o contrato até o final atuando ainda em mais dois filmes da Fox, um deles personificando o detetive Philip Marlowe, criação de Raymond Chandler, em “A Moeda Trágica” (The Brasher Doubloon). Tyrone Power e Gregory peck eram os principais galãs da Fox e o estúdio, por economia, decidiu não renovar o contrato de muitos jovens artistas, entre eles George Montgomery. Sorte do western pois George passou a atuar indistintamente pela Columbia, United Artists e Allied Artists, fazendo cada vez mais faroestes. Só na década de 50 foram mais de 20, para alegria dos fãs do gênero.

O MOCINHO GEORGE MONTGOMERY - A impressionante sequência de westerns de George Montgomery começou no final dos anos 40 e prosseguiu durante toda a década seguinte, o que o coloca ao lado de Randolph Scott e Audie Murphy como o trio de verdadeiros campeões do gênero. A longa série de westerns de George Montgomery teve início em 1947 com “A Filha da Foragida” (Belle Starr’s Daughter), com Rod Cameron e Ruth Roman. Em seguida atuou em “A Voz do Sangue” (Davy Crockett, Indian Scout) com Ellen Drew. Já na década de 50 George cavalgou em “A Bela Lil” (Dakota Lil), com Marie Windsor e Rod Cameron; “Pista Cruenta” (The Iroquis Trail), com Brenda Marshall; “O Manto da Morte” (The Texas Rangers), com John Dehner; “Rebelião de Bravos” (Indian Uprising) com Audrey Long; “Era da Violência” (Cripple Creek), com Richard Egan; “Aliança de Sangue” (The Pathfinder), com Jay Silverheels; “De Homem para Homem” ou “Pistola” (Gun Belt), western acima da média, dirigido por Ray Nazarro, com Tab Hunter e Jack Elam; “Ticonderoga, Forte da Coragem” (Fort Ti); “Alçapão Sangrento” (Jack McCall Desperado), com Douglas Kennedy; “Ases do Gatilho” (Masterson of Kansas), com James Griffith; “Rio de Sangue” (Battle of Rogue River), com Richard Denning; “Até o Último Tiro” (The Lone Gun), com Dorothy Malone, Frank Faylen e Neville Brand, provavelmente o melhor dos westerns de Montgomery em toda a década; “Covil de Feras” (Robber’s Roost), com Richard Boone; “A Mulher e os Índios” (Seminole Uprising); “O Rio dos Homens Maus” (Canyon River), com Peter Graves; “Bandoleiros de Durango” (Gun Duel in Durango), com Steve Brodie; “Ataque Sanguinário” (Pawnee), com Lola Albright; “Oeste Selvagem” (Black Patch), com Leo Gordon; “Império de Balas” (Last of the Badmen), com James Best; “O Melhor Gatilho” (Thoughest Gun in Tombstone), com Beverly Tyler; “A Fúria Negra” (King of Wild Stallion), com Edgar Buchanan. Para fechar esse ciclo de westerns George Montgomery interpretou Pat Garrett em “A Morte a Cada Passo” (Badman’s Country), com Neville Brand e Buster Crabbe. Em 1958 George Montgomery afastou-se do cinema para se dedicar à série de TV “Cimarron City”, exibida em 1958 e 1959 e que teve um total de 26 episódios. Montgomery encabeçou o elenco interpretando o prefeito da cidade de Cimarron. A série, no entanto, não conquistou grande audiência e foi cancelada.


FASE GLOBETROTTER - George então voltou a fazer filmes, principalmente no gênero aventura. O primeiro foi “Watusi, o Gigante Africano”, cujo nome é indicador da contrastante mudança de gênero. Em seguida, estrelados, roteirizados e dirigidos pelo próprio George Montgomery vieram “Samar, a Ilha do desespero”, “A Garra de Aço”, “Guerrilhas em Pink Lace”, “From Hell to Borneo” e “Colheita Satânica”. Os anos 60 foram, decididamente estranhos na carreira de George Montgomery, que atuou na superprodução inglesa “Uma batalha no Inferno”, com grande elenco comandado por Henry Fonda. Continuou na guerra e na Europa em “Missão Bomba 10:10”, filmado na Iugoslávia. Foi à África do Sul para atuar em “Estranhos ao Amanhecer”, em que contracenou com Deanna Martin, filha do grande Dino. Depois foi a vez da Espanha, onde George Montgomery atuou em "O Pistoleiro do Rio Vermelho” (El Proscrito Del Rio Colorado), faroeste espanhol. Quase um globetrotter, George voltou aos Estados Unidos onde atuou em “Geração Alucinada”, numa época em que se começou a fazer filmes sobre drogas psicodélicas. Em 1967 Montgomery atuou em “Gatilhos do Ódio” (Hostile Guns), western da série do produtor A.C. Lyles que quase só contratava atores veteranos. Ao lado de Montgomery estavam neste filme Yvonne De Carlo, Tab Hunter, Brian Donlevy e Leo Gordon. A carreira de George Montgomery chegou ao fim com os filmes “Warkill”, em que contracenou com o veterano Tom Drake e em 1970 e com “The Daredevil”, em que George é um piloto de corridas de automóveis contracenando com a também veterana Terry Moore. O último filme de George Montgomery foi fazendo uma ponta em “Dikiy Veter”, produzido na Iugoslávia.

Uma das esculturas do artista
George Montgomery

RENOMADO ESCULTOR - George Montgomery era um ator bonitão nos seus primeiros tempos em Hollywood, o que o levou a quase ter sido mais um marido de Carole Landis, a linda atriz norte-americana que se suicidou aos 29 anos depois de cinco casamentos fracassados. Em 1943 George Montgomery desposou a bonita e excelente cantora Dinah Shore, com quem teve dois filhos. Ficaram casados por 20 anos. Afastado do cinema, George Montgomery passou a exercitar seus dotes artísticos, dedicando-se a vários de seus hobbies como projetar casas, desenhar móveis, pintar e esculpir. George era extremamente talentoso, mas foi como escultor que seu talento foi mais reconhecido. As esculturas que fazia eram disputadíssimas obras de arte e, claro, custavam caro. Entre as mais de 50 esculturas que George produziu estão as de John Wayne, Clint Eastwood, Ronald Reagan, Gene Autry, e Randolph Scott. George Montgomery foi um dos mais ativos participantes dos bastante frequentes encontros de ex-astros dos faroestes com os fãs. Sempre simpático era bastante querido pelos amigos e pelos admiradores de sua arte e de seus filmes. George Montgomery faleceu de complicações cardíacas aos 94 anos, no dia 12 de dezembro de 2000, na Califórnia. Muitos de seus filmes estão hoje disponíveis para que se constate que ele foi, sem sombra de dúvida, um dos grandes mocinhos do cinema.


9 comentários:

  1. Junto com Audie Murphy, Guy Madison, Dale Robertson, Rory Calhon dentre outros, Montgomery alegrou muitas de minhas tardes nos diversos cinemas de bairro aqui de minha Salvador. Recordo de ficar indagando ao meu primo mais velho, que já havia assistido a O Rio dos Homens Maus, como era o filme, se tinha muitos tiros e quantas brigas tinha.
    Época boa, inocente e desprovida das preocupações da vida, onde somente pensavamos em nos divertir nas cadeiras de madeira dos sujos cinemas e gritar a cada soco que o mocinho aplicava no vilão.
    Havia um cinema que passava, explicitamente, filmes de faroestes. Quando o jornal era aberto para ver os lançamentos, os olhos corriam para o berrante cartaz do cinema e lá estava o cartaz;GEORGE MONTGOMERY EM ALÇAPÃO SANGRANTO. Pronto. Já se tinha uma programação engatilhada para determinado dia da semana, tendo apenas agora de procurar outros filmes para preencher os demais dias.
    Como era gostoso tudo isso! A expectativa ao se abrir o jornal, os olhinhos correndo ávidos nos cartazes do mesmo, a busca pelos nomes dos herois, as separações dos gibis que iriamos levar para trocas nas portas dos cinemas, que exibiam nas entradas aqueles cartazes enormes e chamativos, onde nossos olhinhos passavam por eles vezes seguidas e cheios de avidez.
    Vamos ter de nos contentar com as saborosas lembranças destes doces tempos idos, pois estes jamais voltarão. Estão porém, vivos e grudados em nossas mentes como se tudo estivesse acontecendo neste momento. Doces, gostosas e eternas lembranças de instantes vividos com intensidade devoradora.
    jurandir_lima@bol.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lendo sua história me vejo um protagonista da mesma história na cidade de Vera Cruz estado de S.Paulo,quanta saudades.Meu grande abraço por me ajudar a relembrar estes momentos vividos

      Excluir
  2. Tenho muitas saudades dos westerns antigos,nada como matar as saudades vendo um montão de DVDs !!!

    ResponderExcluir
  3. Achei dia destes, num episódio de Cimarron Strip. Dan Bloker com Pernell Roberts. Em começo de carreira.

    Dagmar.

    ResponderExcluir
  4. foi uns dos melhores ator de filme de caouboi agora e na biografia dele faltou mecionar o filme o duelo amanhecer eu recomendo este filme e muito bom

    ResponderExcluir
  5. ótimo ator , um ícone dos westerns da época de ouro de hollywood

    ResponderExcluir
  6. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

      Excluir
  7. AINDA HOJEJ ASSISTO OS FIMES DELE

    ResponderExcluir