UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

8 de maio de 2011

TOM LONDON X BUD OSBORNE - QUEM FEZ MAIS WESTERNS?


A época de ouro do CAW – clube que congregava os amigos dos westerns e que era a faculdade brasileira de faroeste, ocorreu durante o período de 1979 a 1996. A sede do clube era na Rua José Getúlio, no bairro da Aclimação em São Paulo, onde antes, depois e principalmente durante as sessões, transcorriam as ‘aulas’ sobre westerns. O que não faltava eram os catedráticos, um demonstrando maior conhecimento que o outro. Era um tempo em que os poucos livros que chegavam às livrarias eram muito disputados e o westernmaníaco que conseguia uma obra de referência procurava, lá no casarão da Rua José Getúlio, demonstrar seu insólito conhecimento. Claro que a fonte jamais era citada pois isso fazia com que todos pensassem: “De onde ele tira essas incríveis informações?” Alan G. Barbour e Buck Rainey eram autores de cabeceira dos westernmaníacos. E somente três brasileiros, todos sócios do CAW (Losso, Ivens e Fioroni) possuiam o sagrado livro “Valley of the Cliffhangers” no qual Jack Mathis armazenou preciosos dados, fotos e resenhas sobre os seriados da Republic Pictures. E foi justamente no final desse período que se concretizou o sonho dos fãs de cinema: surgiu o maior e mais completo banco de dados de todos os tempos chamado Internet. E todos aqueles que já possuiam computador podiam acessar sites como o Internet Movie Database, o The Old Corral, o Cowboy Pal - Home of the Silvers Screen Cowboys e outros que foram aparecendo. Com a Internet democratizou-se a informação que não mais era propriedade de quem tinha a sorte de comprar um dos poucos exemplares daquele livro sobre cinema que eram importados.

E DESFEZ-SE A GRANDE DÚVIDA – Na referida faculdade de faroeste, muitos afirmavam que Tom London teria sido o ator que mais havia trabalhado em westerns. Alguns poucos discordavam e lembravam os nomes de Bud Osborne e até de Edmund Cobb como os mais prolíficos atores do cinema. Afirmava-se que Tom London começara no cinema em “O Nascimento de Uma Nação” e havia atingido a espantosa marca dos mil filmes. Nas décadas de 30 e 40 os westerns “B” respondiam por quase 50% da produção cinematográfica norte-americana. E como se sabe muitos deles eram rodados em menos de uma semana, alguns em até dois ou três dias. Assim como Bud Osborne e Edmund Cobb, Tom London era assíduo no gênero western, o que possibilitou a esses atores uma incansável atividade no cinema. Praticamente não havia faroeste em que um deles atuasse, quando não apareciam juntos no mesmo “Bezinho”. Mas todos os três ficaram longe da extravagante marca dos mil filmes, como pode ser comprovado nos bancos de dados que, quase completamente, relacionam os filmes de todo e qualquer ator. Mas voltando ao clube de amigos dos westerns da Rua José Getúlio, pode-se dizer (exageros à parte) que todos estavam certos quanto a Tom London e a Bud Osborne pois cada um foi campeão em um quesito: Bud Osborne foi o ator que mais westerns fez, totalizando 407, enquanto Tom London foi o ator que mais filmes de qualquer gênero fez, num total de 489. Ed Cobb, por sua vez, fez mais seriados que London e Osborne, totalizando 61 filmes em episódios, mas Cobb perde no número de seriados para Tom Steele (79) e para Eddie Parker (65).
 
BANCOS DE DADOS NAS BANCAS DE REVISTAS - E ficamos a imaginar como seriam hoje as discussões dos westernsmaníacos do CAW, muitos deles já falecidos, discussões que poderiam ser embasadas com os dados que a Internet coloca à disposição dos fãs de cinema. Seria sim, muito mais completa e real, cada um com seu Ipad na mão. Tecnologia à parte, dá mesmo é uma tremenda saudade dos raros livros comprados na boas casas do ramo e das revistas Scena Muda, Cinearte, Cinelândia, Filmelândia e Cinemin, inesquecíveis fontes de informação sobre a 7.ª Arte e que complementavam a felicidade de todas aquelas gerações que tiveram o cinema como a principal e mágica diversão.

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