UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

26 de julho de 2017

O ANJO E O BANDIDO (ANGEL AND THE BADMAN) – JOHN WAYNE DOMADO PELO AMOR


Acima Gail Russell e Jams Edward Grant;
abaixo Herbert J. Yates, Gail Russell
e John Wayne durante as filmagens.
Em meados dos anos 40 John Wayne era o mais importante astro da pequena Republic Pictures e na renovação de contrato impôs algumas condições a Herbert J. Yates. O mesquinho chefão do estúdio não teve como recusar sob pena de perder o Duke e entre as condições do novo contrato estava ser ele, Wayne, o produtor executivo de seus próximos filmes. Isto bem antes do ator criar sua própria produtora que anos mais tarde seria batizada de ‘Batjac’. Em 1946 Wayne tomou conhecimento de uma história escrita por James Edward Grant e viu nela a possibilidade de um western idealista nos moldes daqueles que John Ford fazia nos tempos do cinema mudo. O próprio Grant se propôs a dirigir, ele que já havia escrito perto de duas dúzias de histórias ou roteiros para filmes. Apresentado o orçamento de quase um milhão de dólares, Yates logicamente não aprovou a extravagância o que levou Wayne a levantar pessoalmente o dinheiro necessário, ficando a Republic Pictures apenas com a distribuição do filme. Para o principal papel feminino foi lembrada a jovem atriz Gail Russell, contratada da Paramount que a cedeu por empréstimo. John Wayne queria fazer um filme de qualidade, acima dos padrões da Republic e não economizou chamando seus amigos Yakima Canutt e Archie Stout, o primeiro para dirigir as sequências de ação e Stout como cinegrafista. Harry Carey, ídolo de Wayne, teria também participação importante, numa espécie de homenagem. Algumas tomadas seriam feitas no Monument Valley, mas a maior parte das locações seria em Flagstaff e Sedona, ambas no Arizona.


John Wayne com Gail Russell
A conversão de um pistoleiro - Quirt Evans (John Wayne) é um temido pistoleiro de cujo lendário passado consta até ter sido delegado de Wyatt Earp e participado do confronto contra os Clantons.  Perseguido e ferido, Evans é acolhido por uma família Quaker, que cuida de sua recuperação. A jovem Quaker Penélope Worth (Gail Russell) se desvela nos cuidados ao estranho, se apaixona por ele e é correspondida no sentimento amoroso pelo pistoleiro. Aos poucos Evans assimila as doutrinas dos Quakers que pregam a não violência, mas o pistoleiro tem contas a acertar com Laredo Stevens (Bruce Cabot), o que o faz empunhar seu revólver diante dos assustados Penélope, seus pais e irmão menor. Evans percebe que chegara a hora de mudar de vida, ainda mais que o xerife Winston McClintock (Harry Carey) está sempre à sua procura atribuindo-lhe possíveis crimes que possam levá-lo à cadeia e à forca. Apesar dos esforços de Penélope, Evans se vê diante do confronto inevitável com Laredo e seu capanga Hondo (Louis Faust). Com Evans momentaneamente desarmado, é McClintock quem resolve a situação permitindo que o ex-pistoleiro fique livre para iniciar vida nova ao lado de Penélope.

Gail Russell; John Wayne e Paul Hurst
As boas intenções da história - John Wayne sem dúvida acreditou que a história de James Edward Grant resultasse num filme com a dose de sensibilidade comum aos filmes antigos pois se tratava da redenção de um fora-da-lei convertido ao bem pelo exemplo de religiosidade de uma família Quaker. Ao mesmo tempo a história teria ação suficiente para satisfazer aos fãs do gênero western e ainda um pouco de comédia bem ao estilo do que John Ford fazia. Só que James Edward Grant, que jamais havia dirigido um filme, não sabia como se aproximar (e quem sabia?) do tom que Ford imprimia a seus filmes. “O Anjo e o Bandido” resultou num faroeste que claramente ficou no meio do caminho em suas intenções. E não faltou a enorme contribuição de John Wayne que se despindo de sua maneira característica de atuar tem marcante interpretação como o pistoleiro que se deixa vencer pelo amor e que opta por fazer o bem se possível sem usar a violência tão comum e necessária no Velho Oeste. A melhor de todas as sequências deste filme e imagem perfeita do escopo da história é quando Quirt Evans convence o rancheiro Carson (Paul Hurst) a liberar a água que este maldosamente represara. Apenas pronunciando seu nome o pistoleiro atemoriza e convence Carson que em seguida faz uma visita aos Quakers de lá saindo feliz com duas cestas repletas de quitutes. As pessoas podem ser melhores praticando o bem é o que o anjo tenta mostrar ao bandido e a história de Grant aos espectadores, isto num western, gênero que é quase sempre sinônimo de movimento.

Irene Rich, Gail Russell e John Wayne;
abaixo Wayne e Gail Russell
Quakers e sermões – Enquanto os Quakers repetem asserções de duvidosa eficiência como ‘ninguém pode ferir você, a não ser você mesmo’ Quirt Evans participa de uma ruidosa luta destruindo o saloon local quando termina jogado para fora junto com seu amigo Randy McCall (Lee Dixon). O mesmo pistoleiro redimido susta uma ação de ladrões de gado sem disparar um tiro sequer, afugentando com seus dois amigos os bandidos que sentem a força de um longo e bem manuseado porrete de madeira. Pouco depois e como não poderia faltar num western da Republic, a pequena carroça com Evans e Penélope é perseguida pelos homens de Laredo, despencando despenhadeiro abaixo e caindo em um rio. Esses momentos típicos de um faroeste se contrapõem ao resto do filme onde não faltam citações bíblicas e exemplos de como a filosofia de vida dos membros da Sociedade Religiosa dos Amigos (Quakers) pode conduzir a vida dos homens mesmo numa terra onde impera a violência. E através do personagem Randy McCall há uma divulgação da Bíblia mostrada, antes de tudo, como um livro muito agradável de ser lido com histórias interessantes para serem ouvidas ao redor de uma fogueira. Sermões à parte há ainda o repetitivo alerta do xerife McClintock avisando Evans que a forca o espera. Aparentemente Harry Carey teve que decorar apenas essa fala que repete a cada vez que chega sorrateiro onde está Evans.

Edição atrapalhada - Um problema sério de “O Anjo e o Bandido” é sua edição. Sabe-se por fotos feitas durante as filmagens que sequências foram excluídas. Paul Fix consta entre os atores que participaram mas não adianta procurá-lo no filme que ele não é visto. E o editor deste western foi Harry Keller, homem de cinema que teve uma carreira curiosa pois começou como editor passando depois à direção, dirigindo quase 30 filmes. E não é que Keller retornou à sala de edição abandonando a carreira de diretor, voltando a editar filmes por mais 15 anos até quase sua morte... Em “O Anjo e o Bandido” pessoas aparecem e desaparecem como que por encanto, seja do lado do bando de Laredo Stevens, seja do lado de Quirt Evans. O número de capangas de Laredo aparentemente foi esquecido pela direção e um cowboy que cavalga com Evans some de cena sem ao menos dizer ‘goodbye’. Pior é o ferimento na cabeça do falastrão personagem interpretado por Olin Hollawd, ferimento provavelmente causado por alguém que não aguentava mais ouvi-lo contar suas bravatas, o que não é mostrado no filme. Como explicar então sua cabeça enfaixada? Esses pecadilhos – erros de continuidade e incoerência do roteiro – são comuns em westerns B mas positivamente não fica bem numa produção mais pretensiosa.

Paul Fix, John Wayne e Lee Dixon

John Wayne e Gail Russell
Amor verdadeiro na tela - Há um fato, porém, que torna “O Anjo e o Bandido” um filme imperdível: as atuações de John Wayne e Gail Russell. E não que tenham sido interpretações dignas de Oscar, ainda que o Duke esteja excelente prenunciando os grandes trabalhos que faria a seguir em filmes de John Ford e Howard Hawks. Wayne nunca foi um galã romântico, um amante irresistível, um conquistador impetuoso em seus filmes, mas como o bandido que encontra o anjo Quaker vemos um Duke enlevado, todo ternura diante da delicadeza de Gail Russell. E poucas vezes a recíproca foi tão verdadeira. Wayne se apaixonou por Gail Russell durante as filmagens e as sequências em que aparecem juntos são evocativas de uma singeleza incomum mesmo nos maiores clássicos do cinema romântico.

Harry Carey
Atores mal dirigidos - Harry Carey em seu antepenúltimo filme merecia uma participação mais consistente que o xerife inexpressivo que interpreta. Tom Powers, como o médico da roça, vai pelo caminho exageradamente discursivo e Olin Howland é excessivo e desagradável quando acredita ser engraçado. Bruce Cabot pouca oportunidade tem como vilão e os melhores do elenco de coadjuvantes são Paul Hurst e Irene Rich (a mãe de Penélope). Filmado em preto e branco perde-se muito da bela fotografia de Archie Stout, enquanto a música de Richard Hageman é estrondosa quando deveria expressar leveza. “O Anjo e o Bandido” é um dos muitos filmes que caiu em domínio público, tendo sido distribuído em DVD com títulos diferentes entre eles “O Anjo e o Malvado”. John Wayne ainda faria “O Rastro do Bruxa Vermelha” contracenando com Gail Russell antes da carreira da atriz entrar em franca decadência e antecipar seu trágico fim de vida. Nesse mesmo ano de 1948 John Wayne iniciaria a extraordinária sequência de grandes filmes que faria dele pelo próximo quarto de século o maior campeão de bilheterias da história do cinema.

Pôster original de "O Anjo e o Bandido"; John Wayne durante as filmagens.



10 de julho de 2017

A MORTE NÃO MANDA RECADO (THE BALLAD OF CABLE HOGUE) – SAM PECKINPAH CÔMICO E ROMÂNTICO


Sam Peckinpah
Quando tiveram início as filmagens de “A Morte Não Manda Recado”, em janeiro de 1969, Sam Peckinpah não havia ainda tido o reconhecimento da crítica por seu último filme, “Meu Ódio Será Sua Herança” (The Wild Bunch). Esta obra-prima filmada em 1968 somente estreou em junho de 1969. Mesmo assim a Warner Bros. deu mostras de uma inesgotável paciência com o diretor que já havia estourado em muito o orçamento de seu filme anterior. Com cronograma de filmagens previsto para 36 dias e orçamento de 880 mil dólares, “A Morte Não Manda Recado” só foi finalizado em abril ao custo de três milhões e setecentos mil dólares, ou seja, quase três milhões a mais do que o inicialmente previsto. Além das intempéries criadas por Peckinpah, foram muitas as tempestades de areia que ocorreram nas locações no deserto mexicano e muitos os dias em que as filmagens foram suspensas o que elevou as despesas e também a conta na cantina em Sonora, onde Peckinpah e sua turma se encharcavam de vodka e tequila. Sam estava mais enlouquecido, desumano e autoritário que nunca, tendo despedido mais de 30 pessoas da produção aos quais humilhava antes de demitir. Até mesmo sua filha Sharon, incumbida de fazer um documentário sobre as filmagens, espécie de making-of, não suportou as atitudes do pai que sadicamente sacrificou cobras, coelhos e lagartos. O lagarto mostrado no início do filme foi morto com um tiro, o que definitivamente revoltou Sharon. Problemas na produção, estouro de orçamento e comportamento opressivo de Peckinpah ocorreram também em seu filme anterior que resultou num marco cinematográfico. O mesmo, no entanto, não aconteceu com “A Morte Não Manda Recado”.


Jason Robards; Stella Stevens;
L.Q. Jones e Strother Martin
O mais precioso bem do deserto - Peckinpah obtivera em 1967 os direitos de filmar a história “The Ballad of Cable Hogue”, de autoria de John Crawford e Edmund Penney. Pretendendo dar um tom de comicidade ao roteiro Sam inseriu muitas situações que, entendeu ele, tornariam o filme mais engraçado ao contar como o nômade Cable Hogue (Jason Robards) é abandonado no deserto por seu ex-parceiros Bowen (Strother Martin) e Taggart (L.Q. Jones). Sem cavalo, arma, comida e principalmente sem água, Hogue se vê diante da morte certa mas milagrosamente descobre um poço justamente no trajeto por onde passam diligências. Hogue registra a área em seu nome e torna o local uma parada obrigatória onde passa a vender o tão precioso líquido. Indo à cidade Hogue conhece Hildy (Stella Stevens), uma prostituta que perseguida pela população acaba se juntando ao próspero empreendedor. O pregador Joshua (David Warner) vive por um tempo também no posto de Hogue, mas tanto ele quanto Hildy não permanecem ali. Ela há tempos tencionava viver em São Francisco e Joshua devia seguir em busca de almas necessitadas de seu amparo espiritual, de preferência mulheres bonitas. Tempos depois uma diligência faz uma parada e entre os passageiros estão Bowen e Taggart. Este último acaba morto por Hogue que consuma parcialmente sua vingança, nomeando Bowen como novo administrador da parada, isto porque Cable Hogue decide abandonar o negócio. Essa decisão se deu em razão de Hogue perceber que novos veículos passam a trafegar pela estrada concorrendo com as diligências. São os automóveis e um deles atropela mortalmente Hogue que sucumbe ironicamente aos novos tempos.

Jason Robards
Mudança de estilo - O que levou Sam Peckinpah a se interessar pela história do miserável que se torna empreendedor foi a narrativa original tocar em seu tema preferido que é o fim dos tempos do tão decantado pelo cinema e literatura Velho Oeste. O crepúsculo da existência daqueles homens endurecidos pela forma de vida que levavam permeou “Parceiros da Morte” (The Deadly Companions), “Pistoleiros do Entardecer” (Ride the High Country) e “Meu Ódio Será Sua Herança” (The Wild Bunch). A triste história de Cable Hogue seria mais uma possibilidade de Peckinpah discorrer alegoricamente sobre o assunto que tanto o atraia. Mas o diretor queria mostrar que era também capaz de fazer um filme engraçado, uma quase comédia com aspectos românticos sem deixar de lado o conflito de tempos em transformação. E a violência que era a marca de seus filmes foi amenizada, ainda que não totalmente eliminada, e sendo mostrada de forma mais pilhérica que dramática. Afinal Peckinpah vinha sendo chamado de ‘o John Ford dos tempos do Vietnã’, rótulo que lhe caiu admiravelmente após o violento e ao mesmo tempo poético “Meu Ódio Será Sua Herança”. Ford emocionava as plateias com os momentos românticos e engraçados de seus westerns e Peckinpah devia isso a seu público.

David Warner; Strother Martin
e L.Q. Jones
Pregador e bandidos divertidos - Os pregadores dos filmes de Peckinpah (quase sempre encarnados por R.G. Armstrong) eram irados fanáticos religiosos e em “A Morte Não Manda Recado” o pregador interpretado por David Warner é também fanático, mas não pelo que pregam os textos bíblicos e sim por mulheres. Podem ser até casadas, mas a condição essencial é serem bonitas e carentes de conforto espiritual que o libidinoso pastor de almas, com facilidade transforma em conforto licencioso através de versículos que ele mesmo cria. Não menos engraçada que o pregador é a dupla de escroques que atraiçoa Cable Hogue e mais tarde lhe cai em mãos para consumar a vingança, interpretados pelo pândego Strother Martin e pelo sempre psicótico L.Q. Jones. Nem o mais imaginativo roteirista do mais grotesco western spaghetti seria capaz de forjar a armadilha que Hogue prepara para ambos, no próprio buraco que escavaram em busca de dinheiro e no qual Hogue atira sua coleção de cobras. Completa a comicidade deste western a simbólica tragédia final com Hogue desesperadamente tentando conter o pesado automóvel que teve os freios soltos e que o atropela e mata.

Stella Stevens e Jason Robards
Interlúdio romântico - Se Peckinpah foi bem sucedido com os momentos engraçados da história de Cable Hogue, o mesmo não ocorreu com o romance entre o rato do deserto e a prostituta de coração de ouro. Jason Robards e Stella Stevens desempenham brilhan-temente seus personagens mas a história de amor entre ambos não funciona a contento. Assim como ocorreu em “Butch Cassidy e Sundance Kid”, filmado um ano antes e que será sempre lembrado pelo interlúdio romântico ao som de “Raindrops Keep Fallin’ on My Head”, o idílio entre Hogue e Hildy é emoldurado por uma canção. “Butterfly Mornin’s” é cantada por Hildy e Hogue e nem de longe é palatável como o sucesso musical de Burt Bacharach e Hal David. Não faltou atrevimento a Peckinpah que mostra Stella Stevens inteiramente nua numa longa e deliciosa sequência de banho, para alegria dos espectadores, sequência que pouco acrescenta à aventura amorosa do casal. Muito melhor que o encantamento de Hogue e Hildy é o ciúme que toma conta dele quando o pregador volta seu olhar impúdico para a prostituta.

Stella Stevens e Jason Robards; Stella Stevens

Stella Stevens

David Warner e Jason Robards
Western arrastado e com pouca ação - “A Morte Não Manda Recado” tem duração de 121 minutos que parecem se alongar em alguns momentos tornando o filme um tanto arrastado. Mestre da ação, Peckinpah não cria nenhum momento mais trabalhado de confronto, mesmo porque o roteiro não foi pensado para esse tipo de filme. Em se tratando, porém, desse diretor este seu filme frustra as expectativas e nem toda comicidade e enlevo dos momentos entre Hildy-Hogue são suficientes para manter o ritmo ideal. Não faltam as belas paisagens que a câmara de Lucien Ballard captura primorosamente mas ressente-se da música de Jerry Fielding, compositor preferido de Peckinpah. As três canções ouvidas no filme são de autoria de Richard Gillis, duas delas musicadas por Jerry Goldsmith, que compôs a trilha incidental. Nenhuma das canções é inspirada o suficiente para tornar marcante “A Morte Não Manda Recado”.

Stella Stevens
Inesquecível Stella Stevens - Acusado muitas vezes de imitar Humphrey Bogart, a quem lembrava bastante fisionomicamente, tendo inclusive se casado com Lauren Bacall, a viúva de Bogey, Jason Robards é um magnífico ator que brilha como Cable Hogue. Faz esquecer o empostado ‘Cheyenne’ de “Era Uma Vez no Oeste” (C’Era Uma Volta Il West). Stella Stevens como Hildy tem o melhor desempenho de sua carreira não muito pródiga em boas oportunidades como esta que Peckinpah lhe deu. Delicadamente sensual e inocentemente divertida, Stella está inesquecível como a meretriz que conquista Hogue. David Warner passa, por vezes, do ponto exagerando como o pregador vigarista. Mas seu personagem é ótimo e seu discurso fúnebre memorável. O grupo de atores que formava uma espécie de Peckinpah Stock Company tem destaque maior para Strother Martin com seu olhar de covarde sempre pronto para dar um bote traiçoeiro. L.Q. Jones, Slim Pickens, R.G. Armstrong e Gene Evans completam esse time especial de coadjuvantes. Último filme de Peter Whitney que viria a falecer em 1972, aos 55 anos de idade.

Jason Robards
Lançamento de segunda categoria - Não poucos críticos consideram “A Morte Não Manda Recado” o melhor filme de Sam Peckinpah, o que é um exagero. E assim também não pensaram os executivos da Warner Bros. que relegaram este western a uma distribuição em cinemas de segunda categoria e com insignificante publicidade. Diante de seus melhores filmes, ambos faroestes – “Pistoleiros do Entardecer” e “Meu Ódio Será Sua Herança” – este “A Morte Não Manda Recado” é um filme menor e Peckinpah não tencionava repetir a grandeza de seu western anterior mesmo porque sabia que o material que tinha em mãos não tinha a mesma magnitude. Com a balada de Cable Hogue Sam Peckinpah fez aquilo que mais gostava de fazer, falar do fim do Oeste mítico. Pena que com um filme que não se tornou lendário como o Velho Oeste.


David Warner, Slim Pickens, Jason Robards, Peter Whitney e R.G. Armstrong;Stella Stevens e Jason Robards