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10 de maio de 2011

LORNE GREENE, A VOZ QUE DERRUBOU OS BEATLES


Bonanza foi um dos seriados de maior sucesso na TV norte-americana e Lorne Greene, o patriarca da família Cartwright era um personagem muito querido e admirado. Os números são assombrosos quando indicam que o rosto de Lorne Grenne foi visto por aproximadamente um bilhão de pessoas durante o período em que a série era exibida quase no mundo todo. O rosto sim, mas a voz não... A série era exibida dublada nos países em que o idioma falado não era o Inglês. Atualmente, no Brasil, o Canal TCM exibe as três primeiras temporadas de Bonanza com legendas, corrigindo a lacuna do tempo da dublagem. E que voz possuía Lorne Greene! Voz de locutor que por sinal ele havia sido no Canadá, onde nasceu na cidade de Ontário, em 1915, com o nome de Lyon Chaim Green. A mãe do menino Lyon queria que ele fosse violinista e, contra vontade o garoto estudou violino por cinco anos, até que jogando softball ele quebrou a mão e... adeus violino. Lyon estudou Arte Dramática na Universidade de Ontário e quando começou a II Guerra Mundial, já com o nome artístico de Lorne Green, tornou-se locutor da CBC (Canadian Broadcasting Company). Lorne era quem fazia a leitura dos informes sobre a guerra e o fazia com seu impressionante vozeirão. Como as notícias eram sempre ruins para os Aliados, Lorne Greene recebeu o apelido de “A Voz da Destruição” (The Voice of Doom). Quando as coisas pioraram para o Eixo e as notícias passaram a ser boas para o resto do mundo, mudaram logo o apelido de Greene para “A Voz do Canadá”.

Lorne Greene, "A Voz do Canadá"
INVENTOR DA CONTAGEM REGRESSIVA – No canadá Lorne Greene fundou a Academy of Radio and Arts e ali nasceu a idéia de colocar um relógio com contagem regressiva para o locutor terminar sua mensagem. A novidade foi levada por Lorne Greene para os Estados Unidos e quando ele fazia a demonstração do relógio regressivo, um executivo da NBC prestou mais atenção em Lorne Greene que no relógio e lhe ofereceu um contrato como locutor. Greene explicou ao executivo que havia estudado arte Dramática e queria mesmo era ser ator. Mudaram uma linha no contrato e ele ficou na NBC de qualquer jeito. O canadense começou a fazer TV e apareceu em filmes como “O Cálice Sagrado” (no papel de Pedro); “Folhas Mortas” , dirigido por Robert Aldrich; “A Caldeira do Diabo”; “O Mensageiro da Morte”, com Robert Taylor; “Lafitte, o Corsário”, dirigido por Anthony Quinn. Seu rosto começou a ficar bastante conhecido e quando o produtor David Dortort planejou a primeira série de TV a cores, que seria o western Bonanza, convidou Lorne Greene para interpretar Benjamin Cartwright. O primeiro episódio foi ao ar em 12 de setembro de 1959 e demorou um pouco para se tornar o programa favorito das famílias norte-americanas. E no resto do mundo o sucesso também era enorme.


A HISTÓRIA DE RINGO – Os norte-americanos de bobos não têm nada e para aproveitar o sucesso de Bonanza, a NBC pediu à sua subsidiária RCA Records, que gravasse um álbum com os Cartwrights cantando. O disco não ficou lá grande coisa, conforme opinião do próprio Lorne Greene, mas mesmo assim vendeu bem. E a RCA logo providenciou outro álbum que se chamou “Welcome to Ponderosa”. Dos quatro Cartwright, Lorne Greene foi o que mais gostou da brincadeira e percebeu que declamando ele se sairia melhor que cantando. Gravou então um compacto simples declamando um poema que contava a história do famoso pistoleiro Ringo. A RCA lançou o disco despretensiosamente e nem fez a publicidade normal. Mas um disc-joquéi do Texas era fã de Bonanza e tocou o 45 rotações no seu programa. No mesmo dia começou a procura pelo disco e as lojas congestionaram os telefones da RCA que teve que prensar milhares de cópias imediatamente. “Ringo” entrou logo para o hit-parade e em poucos dias, mais precisamente em 5 de dezembro de 1964, atingiu o 1.º lugar na vendagem em todo os Estados Unidos. Não se pode esquecer que 1964 foi o ano da febre da Beatlemania e as rádios só tocavam “I Want to Hold Your Hand”, “Can’t Buy me Love”, “A Hard Day’s Night” e outras músicas dos FabFour de Liverpool. Pois naquela semana os quatro cabeludos tiveram que dar lugar ao prateado cabelo de Lorne Greene que estava na primeira página da revista Billboard.

A VOZ VINDA DO GRAND CANYON – Após o sucesso de “Ringo”, Lorne Greene gravou um total de sete álbuns (long-playings) que, juntamente com os filmes e séries de TV em que participou perpetuaram uma das mais bonitas vozes do show business. Uma voz que impunha respeito onde fosse escutada. Voz de tal maneira grave que parecia sair diretamente das profundezas do Grand Canyon. A série Bonanza ficou 14 anos no ar e teve um total de 430 episódios. Lorne Greene foi o único Cartwright a participar de todos os 430 episódios. Greene atuou depois na série “Galática” e sua última participação como ator foi merecidamente interpretando o grande personagem Sam Houston em “Álamo – 13 Dias de Glória”, produção para a TV. Lorne Greene faleceu aos 72 anos, em 11 de setembro de 1987, mas ainda vibramos, quase diariamente, com Ben Cartwright impondo a lei e a ordem em Ponderosa.

2 comentários:

  1. Reconheço ser Bonanza uma boa série, mas não a acompanho, apessar de algumas vezes ver um ou outro capitulo. É mesmo um trabalho feito com muito esmero, sempre com belas imagens e com qualidade de elaboração esmerada.
    Quanto a Lorne Greene, vi poucos filmes com o mesmo, que nunca me despertou muito a atenção, o que não lhe arranca seus méritos pessoais.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  2. Não precisa de tanta justificativa, é inecessario.

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