UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

4 de abril de 2011

QUADRILHAS DOS WESTERNS (II) - O BANDO DE "O HOMEM DO OESTE"

Anthony Mann dirigiu alguns dos melhores westerns do cinema, um deles, “O Homem do Oeste” (Man of the West), com Gary Cooper. Nesse filme Cooper passa por alguns dos piores momentos da sua carreira ao se defrontar com uma quadrilha chefiada por seu tio Lee J. Cobb. Especialista em interpretar papéis odiosos, como o gangster ‘Johnny Friendly’ em “Sindicato de Ladrões”, Lee está repulsivo em “O Homem do Oeste”, um diabólico patriarca do crime exalando maldade por todos os poros. E faz tremer todos homens de seu bando: Jack Lord, John Dehner, Royal Dano e Robert Wilke. O ator Jack Lord trocou o cinema pela TV onde virou mocinho na série “Stoney Burke” (sobre rodeio) e depois no grande sucesso “Hawaii Five-0”, e está perverso neste filme de Anthony Mann, torturando com enorme prazer o infeliz Arthur O’Connell. John Dehner, normalmente um vilão violento, tem uma dose de contida maldade sempre pronta a explodir contra seu primo Gary Cooper. Royal Dano é surdo, mudo e abobado com olhar psicótico e um dedo pesado no gatilho. Robert Wilke ávido para receber ordem de Lee J. Cobb para matar. Porém Lee J. Cobb supera a todos com seu sadismo sem limites, especialmente quando a sensual Julie London é torturada física e mentalmente sob o olhar de Gary Cooper, que está sob a mira de revólver, assistindo à cena. Outra cena de extrema violência é quando Gary Cooper surra Jack Lord e o despe, deixando-o de ceroulas. Cooper e Julie London não pertencem à quadrilha mas o passado de cada um também os condena. Mann pode ter o mérito de construir a atmosfera apropriada, mas a maldade desse grupo de homens transforma a cabana em que se desenrola a ação num dantesco inferno no qual o diabo é o próprio Lee J. Cobb.

2 comentários:

  1. Anthonny Mann, realmente, era um mestre em por climas tensos em seus faroestes. E, diga-se de passagem, se saiu muito bem em todos eles. Quem não se recorda de Winchester 73? Porém, em O Homem do Oeste ele parece superar seus feitios anteriores, assim como todo o elenco tem otimos desempenhos.
    Cooper, que foi meu ator preferido e com quem vi meu primeiro filme no cinema (Os inconquistáveis/47, de De Mille), somente se mostrava um bom ator quando tinha maos seguras o dirigindo. Não sei porque isto. Mas é pura verdade. Vi muitos filmes fraquissimos de Cooper e que ele, com seu carisma, poderia ter salvo os filmes. Posso até citar alguns deles, onde meu ator favorito não deu bem seu recado; O Navio condenado, A volta ao paraiso, Renegado heróico,Vingador impiedoso, e mais uns outros. E porque em alguns filmes ele esteve magnifico e com boas interpretações? Posso, facilmente, mostrar que não estou errado que, nas maos de bons diretores, até um Audie Murphy passa a ser melhor ator (desculpem a comparação, mas é apenas para melhor ilustrar meu ponto de vista).
    Então vejamos obras magnificas de nosso querido Cooper; Vontade Indomita, A Arvore dos Enforcados,k O Homem do Oeste, Matar ou Morrer, apenas para citar alguns. Agora, vejam nas mãos de quem ele estava nestes filmes.
    E no O homem do Oeste ele está perfeito. Aliás, o Jack Lord, o Lee Cobb, Julie e até o Denner, que no ótimo Gatilho Relampago já dá uma amostra de consciência ao não se defrontar com o Broderick, neste filme está perfeito, se contendo, sendo cauteloso e sempre um bom ator.
    Mas aquela briga entre Cooper e Lord é perfeita. Uma luta que Mann parece fazer questão que ela tenha contornos de realidade, com Lord valorizando, e muito bem, seu perverso personagem e dando calor à boa cena.
    Um filme classe A, como Mann fez com O Preço de um homem, A Região do òdio, Winchester 73, Um Certo Capitão Lockhart e mais alguns outros.
    Perfeito que o homem não teve sorte em A Passagem do Diabo, com Robert Taylor e Cimarrom, que não emplacou, apesar de uma obra magnifica de Edna Ferber e de um elenco de estrelas (Glenn Ford, Maria Schell, Arthur O'Connell, Russ Tamblin, por exemplo).
    Isto acontece com todos diretores. O Cecil B De Mille fez com Cooper Legião de Herois. Vou negar que é um filme com uma fotografia deslumbrante? Não. Vou negar que tinha grandes atores? Não também. Mas não vou aqui ser demagogo e exagerar sobre a qualidade do filme, que foi apenas assistível, podendo ter sido muito e muito melhor. E teve tudo em suas mãos. Aliás, Aliança de Aço, que foi um filmaço, fica dificil ser comparado ao muito comum Jornadas Heroicas, onde ele parece ter se perdido e qaue foi um filme feito em ritimo de super produção.
    Acontece.
    Até Mann,(extra western) que fez o bom El Cid, se perdeu completamente em A Queda do Imperio Romano. Às vezes mesmo bons atores, excelentes tecnicos, bons roteiristas, não combinam quimicamente ao trabalharem com determinadas pessoas. E o resultado despenca ao inesperado fracasso.
    jurandir_lima@bol.com.br

    ResponderExcluir
  2. No filme A Queda do Imperio Romano faltou a presença de um
    marcante e carismatico, como Kirk Douglas que chegou a ser
    cogitado mas houve acordo.Pagaram um fortuna para Sofia Loren,
    que não conseguiu segurar aquela superprodução.SC

    ResponderExcluir