UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

3 de abril de 2011

A DINASTIA HUSTON

Em Hollywood sempre houve muitas tentativas entre grandes astros de encaminhar os filhos para o cinema. Joel McCrea/Jody McCrea; John Wayne/Pat Wayne; Lloyd Bridges/Jeff e Beau Bridges; Robert Mitchum/Jim Mitchum; Kirk Douglas/Michael Douglas; Harry Carey/Harry Carey Jr.; Glenn Ford/Peter Ford; John Carradine/David, Keith e Robert Carradine; Will Rogers/Will Rogers Jr., são alguns exemplos e quanto mais forçarmos a memória, mais nomes iremos encontrar. Uma das mais bem sucedidas ‘dinastias’, se assim pudermos chamar as heranças artísticas, foi sem dúvida a de Henry Fonda, que viu a filha Jane Fonda, o filho Peter Fonda e a neta Bridget Fonda (filha de Peter) sustentarem, em três gerações o nome 'Fonda' em evidência nas telas. A família arrebatou três Oscars, dois com Jane e um com Henry Fonda.  Mas há uma ‘dinastia’ em Hollywood que também atingiu a terceira geração, porém todas elas premiadas com o Oscar. E tudo começou com Walter Huston que após grandes interpretações no cinema e muitas indicações foi escolhido pela Academia como o Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação em “O Tesouro de Sierra Madre”, dirigido por seu filho John Huston. A neta de Walter Huston, Anjelica Huston também ganhou um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua interpretação em “A Honra do Poderoso Prizzi”, coincidentemente também dirigida por seu pai John Huston. Mas quem mais levou o prêmio para casa foi mesmo John Huston, primeiro como Diretor e como Roteirista de “O Tesouro de Sierra Madre” e um terceiro Oscar, desta vez como Melhor Ator Coadjuvante por “O Cardeal”, em 1963. Reconhecidamente um dos maiores diretores de todos os tempos, John gostava de atuar e certa vez declarou: “Eu me divirto bastante e os desgraçados pagam a mesma coisa como se eu estivesse dirigindo...”.  Todos os três Hustons deixaram suas marcas nos westerns: Walter Huston inesquecível em “Duelo ao Sol”, “Agora ou Nunca”, “O Proscrito”, “Almas em Fúrias” e “Law and Order”. John, por sua vez, dirigiu o esplêndido “O Passado não Perdoa”, além de “A Glória de um Covarde” e ainda “Roy Bean, o Homem da Lei”. E Anjelica já interpretou ‘Calamity Jane’ em “As Últimas Pistoleiras” (Buffalo Girls) e recentemente foi vista em “À Procura da Vingança”, violento western com Pierce Brosnan e Liam Neeson. Mas certamente sua melhor interpretação num faroeste foi em “Os Pistoleiros do Oeste”, a belíssima mini-série rodada em 1988. A Dinastia Houston é uma prova que vale à pena dar uma forcinha para os filhos, embora haja tanto nepotismo em vão no cinema...

Um comentário:

  1. Não conheci os filhos de Glen Ford, Joel McCrea, Robert Mitchum e Will Rogers. É até possível que tenha visto filmes com algum deles mas, de tão inexpressivos, claro que sem desejo algum de execrá-los, não devem me ter chamado a atenção.
    No entanto com o clã Houston e Fonda a coisa é outra. Vi filmes com todos eles porém, apesar de Houston, o John, ter sido um bom diretor, eu o vi atuando também, e adorei seus trabalhos. E o melhor, para mim foi, mesmo que um pequeno papel, em O Tesouro de Sierra Madre,quando dá esmolas vezes seguidas ao Bogard até o momento em que não suporta mais e o enche de esporros, mandando que o mesmo divida com outros suas solicitações e lhe joga, como ultima ajuda, duas moedas de dólar na mão.
    Houston está bem, com aquele terno de linho branco e aquele charuto trancado entre os dentes. Acho até que o escreveu o papel para ele próprio, em vista do que pareceu para mim.
    Já seu pai, o Walter, sei que fez grandes filmes, como Duelo ao Sol, que não me lembro dele no filme, mas me lembro de O Tesouro de Sierra..., quando faz aquele velho minerador e ganha um Oscar coadjuvante.
    Mas o vi também em O Proscrito, de Hughes, ainda novo e com muito viço. Era um bom ator o pai de nosso grande John Houston. Já com sua filha vi poucos. Quando seu pai a dirigiu em A Honra do Poderoso Prizzi, que não foi uma das melhores coisas que Houston fez, nem sua filha também, não a achei uma atriz de grandes recursos, apesar de haverem outras por ai muito piores.
    Quando ao clã dos Fonda, o patriarca foi insuperável, até mesmo com os demais se juntando contra ele, em termos de atuação. Henry Fonda foi um dos maiores atores que vi trabalhando (como Peck, Cooper, Tracy, George C. Scott, Lancaster, Douglas, dentre uma dezenas mais). Quem viu Doze homens e uma sentença, O homem errado, Guerra e Paz, por exemplo, devem saber do que falo. E em Warlock, um filme fora de meu agrado, pois seu diretor nunca se repetirá como o fez em A Lança Partida (e tenho certeza que foi o filme maravilhoso que o foi porque o Tracy esteve acima da média e tinha ainda um elenco de feras). O Dmytryk pode ser lá um bom diretor. Mas não para mim. Não valorizo o seu trabalho e não acho que seja birra minha não. Assistam a A Arvore da Vida e verão que fiasco!!! Agora, imaginemos Warlock sob a batuta de um Hathaway, um Mann ou um Sturges. Aí sim, a coisa iria ferver. E até Fonda, que esteve maravilhoso, iria melhorar ainda mais. O Widmark, meio sumido e somente dando um ar da graça no finalzinho, estaria perfeito. E o Quinn, que deu uma lição de interpretação, meu Deus!!!, ganharia Oscar.
    É por isso que digo aos meus amigos; querem saber se um filme é bom ou não, procurem quem o dirige. E até minha filha, Ana Paula, está aprendendo isso. Ela diz; pai, é de Ridley Scott! Então eu vou ver porque é bom. E nunca se engana.
    Seu filho, o Peter, até que andou ensaiando os caminhos e talento do pai. Mas andou muito distante deste. Sua filha era apenas uma atriz bonitinha e atuante na vida real, lutando por suas causas e pondo fé naquilo em que acreditava. A Briget, menos ainda que os demais, sendo apenas bonitinha e regular em suas interpretações. Possivelmente, depois de A Assassina, seu melhor desempenho para mim, deve lhe ter faltado bons papeis. Quem sabe não há ali um bom talento oculto à espera de papeis melhores.
    jurandir_lima@bol.com.br

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