UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

23 de abril de 2011

DELICIOSOS SPAGHETTINI-WESTERNS



Os produtores de Holywood gostavam de reunir dois grandes astros em um western. Era quase certeza de lucro enorme ter no mesmo faroeste Gary Cooper-Burt Lancaster / Burt Lancaster-Kirk Douglas / Kirk Douglas-John Wayne / John Wayne-James Stewart / James Stewart-Richard Widmark / Richard Widmark-Robert Mitchum e mais um incontável número de astros que sozinhos arrastavam grande público para as bilheterias e, em dupla deveriam dobrar a arrecadação dos westerns. Nem sempre isso era verdade, mas era uma prática interessante porque levava a uma ‘luta’ particular entre os artistas, um querendo superar o outro.

Os europeus, que também gostavam de fazer seus faroestes macarrônicos, tentaram essa fórmula reunindo dois grandes nomes de bilheteria, só que ao invés de dois astros reuniram duas grandes estrelas em westerns-spaghettini com a delicada Brigitte Bardot em dupla com Jeanne Moreau e em outro spaghettini, com Cláudia Cardinalle. Os westerns são “Viva Maria!”, de Louis Malle, 1965, e “As Petroleiras”, de Christian Jacque”, 1971. Mesmo aqueles que abominam os westerns-spaghetti certamente não deixaram de assistir a esses filmes para poder passar duas horas olhando para a graça, a malícia e a sensualidade dessas belíssimas mulheres. “Viva Maria!” passa-se em 1907, na América Central, com La Moreau e BB envolvendo-se com um revolucionário socialista e engajando-se ambas na luta contra o ditador, contra o capitalismo e contra a igreja (o roteiro é do buñueliano Jean Claude Carrière). No elenco o galã norte-americano George Hamilton no melhor papel de sua vida, pelo menos no que se refere às duas partners. Pensando bem, “Viva Maria!” não é assim tão spaghetti, mesmo porque o diretor é Louis Malle, além do que foi rodado apropriadamente no México. E Jeanne Moreau gostou tanto da experiência que, em 1970 juntou-se a Lee Marvin e a Jack Palance em “Um Homem Difícil de Matar” (Monte Walsh).

“As Petroleiras”, este sim é um legítimo spaghettini, ainda que o diretor seja francês, pois foi rodado, sabem onde? Acertou quem respondeu Almería, na Espanha. E como todo western-macarrônico não poderia faltar um ator norte-americano meio em baixa, desta vez Michael J. Pollard, o maluco C.W. Moss, de “Bonnie & Clyde”. Em “As Petroleiras” a companheira de BB é a maravilhosa Cláudia Cardinalle, acostumada com a aridez do deserto pois filmara até no Monument Valley, sob a direção de Sérgio Leone, no soberbo “Era Uma Vez no Oeste”. Difícil é dizer se Cláudia esteve mais sedutora na obra-prima de Leone ou fugindo de Lee Marvin, Burt Lancaster, Robert Ryan e Woody Strode, pelo amor de Jack Palance em “Os Profissionais”. E imaginem Cláudia Cardinalle brigando com BB para ver qual delas seduz mais a platéia masculina. E “As Petroleiras” tem no elenco uma outra charmosa atriz, Michelline Presle, francesa que mostrou seu talento e belo rosto em diversos filmes norte-americanos. Brigitte fez ainda outro western com o 007 Sean Connery, "Shalako", filme que vale por ela e nada mais.

Lembramos desses faroestes para mostrar aos radicais que torcem o nariz para os westerns-spaghetti, que alguns deles valem (e muito) à pena serem assistidos. No caso de La Moreau, BB e La Cardinalle, menos pelos filmes em si e mais por essas divas que bem poderiam ter feito muitos westerns mais para alegria dos westernmaníacos cansados de olhar para a carranca de John Wayne. Recentemente vimos “Bandidas”, com o mesmo esquema de duas mulheres lindas encabeçando o elenco de um faroeste. E repetiu-se a história, pois com Penélope Cruz e Salma Hayek na tela, quem quer prestar a atenção no enredo do filme, seja ele western ou não?

4 comentários:

  1. É uma pena que os faroestes legítimos tivessem no seu elenco belissimas atrizes, porém muito comportadas, em se comparando com as europeias.
    Viva Maria e Shalako, filmes que assisti, nos apresentam a sensualidade de BB, mulher que, até falando transmitia lascividade.
    Bandidas, um filme americano mais atual, assim como Quatro mulheres e um destino, nos presenteiam com belas mulheres que pouco ficam a dever às européias, já que Salma Hayek e Penelope Cruz são dois tipos de fêmeas que semeam voluptuosidade. Entretanto, a beleza e sensualidade de Madeleine Stowe em Quatro mulheres e um destino está acima da média e sem comparação com qualquer BB's. Ela, além de linda e grande atriz, é uma mulher dotada de diversos poderes fisicos, e que neste filme não os esconde muito. E quem desejar ve-la muito mais à vontade, assista ao filme Vingança, um policial com Anthonny Quinn.
    Seria perfeito se as mulheres dos faroestes dos anos 40/50 e 60, belissimas como eram, (quem não se lembra, por exemplo, da beleza de Alexis Smith em Montana, a terra proibida?) não nos deixassem apreciar apenas sua beleza facial, abrindo um pouco mais de sua plastica para uma grandeza mais acentuada de seus fãs.
    Infelizmente a censura americana arrochava demais o cerco quando o assunto era qualquer pulo fora do normal, principalmente quando se referiam a nudez feminina.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  2. Viva Maria é pura diversão e prazer garantido, a reunião de Brigitte Bardot que ocupa até hoje o primeiro lugar como símbolo sexual ( opinião do comentarista ), e Jeanne Moreau a
    mais bela e talentosa femme fatale da Novelle Vogue. Resultou
    em momentos de encantamento que essas mulheres deixaram para sempre em nosso imaginário.
    Por outro lado falando na presença de mulheres belas e sensuais em westerns, quero lembrar o filme Rápida e Fatal
    com a belissíma e estonteante Sharon Stone, que no auge de sua carreira teve no elenco de apoio atores de destaque como o consagrado Gene Hackmam, Russel Crowe antes de virar Gladiador e o bastante jovem Leonardo di Caprio.
    Engraçado não me recordo do enredo desses filmes. Sorry!
    SC

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  3. SC, o título do faroeste com Sharon Stone é Rápida e Mortal e o enredo gira em torno de uma competição de saque rápido em duelos. Brigitte era sensacional, mas Jeanne Moreau era incomparável. Juntas sob a direção de Malle fizeram um divertido filme. Recentemente tivemos Selma Hayek e Penelope cruz em Bandidas que os fãs dos spaghetti-westerns devem ter apreciado bastante.
    Darci

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  4. Caro Darci, obrigado pela correção do título Rápida e Mortal com a Sharon Stone e pelo esclarecimento sobre o enredo. Assisti Bandidas e gostei bastante. SC

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