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3 de março de 2011

WAYNE MORRIS, PISTOLEIRO POR EQUÍVOCO

Quase todos os historiadores do gênero Western indicam que o último dos B-Westerns teria sido “Pistoleiro por Equívoco” (Two Badges and a Gun), estrelado por Wayne Morris. Há quem discuta essa ‘honra’, mas também não falta quem desconsidere a série de faroestes interpretada por Morris, especialmente por ela não ter sido produzida na Republic, o estúdio que era a perfeita tradução dos queridos Bezinhos. Produzido pela Allied Artists, “Pistoleiro por Equívoco” foi lançado no dia 12 de setembro de 1954, mesmo ano em que Rex Allen também estrelou seu último western na Republic, “O Fantasma dos Prados” (The Phantom Stallion). Portanto ambos os filmes são de 1954 e Rex Allen, entre outras características emprestava ao mocinho da série seu próprio nome artístico, tinha um cavalo (Koko) que todos os fãs conheciam e era sempre acompanhado por um sidekick. Pensando bem, Rex Allen deveria mesmo ter sido “The Last of the Silver Screen Cowboys”, como diz a música que ele tão bem interpretou. Voltando a Wayne Morris, antes da sua série rodada na Allied Artists, ele teve uma longa carreira iniciada em 1936, aos 22 anos, carreira interrompida por sua participação como piloto da Marinha Norte-americana na WWII. Durante a guerra o piloto Wayne Morris abateu sete aviões japoneses e foi responsável por afundar cinco navios também japoneses. Foi um dos soldados mais condecorados da US Navy e ao fim da 2.ª Guerra Mundial voltou à carreira de ator.  Uma curiosidade é que Wayne Morris interpretou por duas vezes os Irmãos Younger: ele foi Bob Younger em “Três Homens Maus” (Bad Men  of Missouri), dirigido por Ray Enright, em 1941 e foi depois Cole Younger em “The Younger Brothers”, dirigido por Edwin L. Marin, em 1949. Wayne Morris atuou indistintamente em diversos gêneros como no policial “Ladrão com Alma” (Johnny One-Eye), com Pat O’Brien, a comédia “Um Beijo no Escuro” (A Kiss in the Dark), com David Niven e Jane Wyman, no drama “Horizonte em Chamas” (The Task Force), com Gary Cooper e ainda em westerns, como “O Roubo das Diligências” (Stage to Tucson), de 1950, com Rod Cameron. No início dos anos 50 muitos mocinhos já estavam aposentados ou a caminho da aposentadoria, abrindo espaço para Wayne Morris se definir como ator de B-Westerns em sua série pela Allied. Após o marco que foi “Pistoleiro por Equívoco”, Wayne Morris voltou à variedade de papéis, chegando a atuar ao lado de Johnny Sheffield em “O Senhor da Selva" (Lord of the Jungle), da série “Bomba”. Nascido em 1914, seu nome verdadeiro era Bert DeWayne Morris e foi casado com Patrícia O'Rourke, irmã da mocinha da Republic Peggy Stewart. Com 1,88 de altura, louro e bom ator Wayne Morris tinha tudo para ser um grande astro, tanto que a Universal International o queria no elenco de “Os Assassinos” (The Killers), rodado em 1946. Nessa época Wayne tinha contrato com a Warner Bros. que decidiu não emprestá-lo para a Universal e o papel de Ole ‘Sueco’ Andersen acabou sendo feito por um ator novato chamado Burt Lancaster. Wayne Morris teve que esperar até 1957 para atuar em uma produção importante que foi “Glória feita de Sangue”, com Kirk Douglas, na qual Wayne teve uma magnífica atuação. No dia 14 de setembro de 1959 Wayne Morris sofreu um ataque cardíaco, falecendo aos 45 anos, mas sendo sempre lembrado como o último mocinho dos  faroestes produzidos em série, os B-Westerns semanalmente aguardados nos domingos à tarde pela garotada cinewestermaníaca.

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