O Cowboy Giulio Cesare |
O cinéfilo de verdade ama o cinema, mas há aquele tipo de cinéfilo que é apaixonado por um gênero de filmes em especial. Há os que preferem os musicais, ou os épicos, ou os dramas românticos, ou ainda os filmes de suspense e mistério que podem ser também os policiais. E há os que colocam o western acima de todos os outros gêneros. Giulio Cesare de Castro Pandolfi é um desses cinéfilos que podem ser chamados de westernmaníacos, não só porque assiste e coleciona esse gênero de filmes mais que todos os outros, mas também porque é um estudioso dos faroestes. Sua estante abriga farta literatura sobre o western, não só no que se refere aos filmes, mas também os que retratam a vida dos cowboys. Exemplo disso são os livros dos pintores Frederic Remington e Charles Russell, que Giulio possui, livros de arte importados por ele e nunca lançados no Brasil. Membro do Cineclube Amigos do Western por décadas, Giulio sempre foi um dos mais destacados sócios e voz das mais solicitadas nas discussões que ocorriam sobre o faroeste, seus filmes e suas histórias. Porém, quando o assunto nessas rodas era sobre o cinema de arte, norte-americano ou europeu, ou mesmo sobre o cinema brasileiro Giulio demonstrava o quanto sabia e gostava de discorrer com clareza citando nomes e datas. Lembro dele, certa ocasião, interessado no filme nacional “Viagem aos Seios de Duília”, de 1965, do diretor argentino Carlos Hugo Christensen, filme que certamente poucos conhecem ou se interessaram em conhecer.
Giulio Cesare ao lado de 'Doc' Barretti, seu grande amigo e, pode-se dizer, mentor, ambos apaixonados pelo Western |
A ascendência italiana de Giulio o levou a gostar do cinema que produziu diretores como Fellini, Monicelli, Antonioni, Visconti, Bertolucci e outros. E por falar em cinema italiano, Giulio jamais menosprezou a vertente que foi apelidada de ‘Spaghetti Western’, tanto que um de seus westerns preferidos é de autoria de Sérgio Leone. Outra faceta de Giulio que merece ser lembrada é também o seu profundo conhecimento da música Country & Western da qual ele é também colecionador. Mas comente-se música brasileira ou internacional que Giulio sempre tem uma palavra abalizada e de extremo bom gosto. Recordo quando o assunto entre uma roda de cinéfilos era música e foi citada a canção “Bella Senz’Anima” que ninguém mais conhecia, exceção de Giulio que lembrou ser uma bela gravação italiana do cantor Riccardo Cocciante. Importante destacar que a lista de melhores westerns de Giulio Cesare não contém nenhum Western-B, isto por coerência. Mas Giulio é também admirador dos pequenos faroestes produzidos nos estúdios da Poverty Row e destaca entre seus cowboys favoritos Tim Holt. Porém neste momento o assunto é Top-Ten Westerns e Giulio Cesare indicou sua lista para o blog Westerncinemania:
Giulio Cesare como cowboy e soldado confederado |
1.º) No Tempo das Diligências (Stagecoach), 1939 - Dir.: John Ford
2.º) Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 - Dir.: John Ford
3.ª) Paixão dos Fortes (My darling Clementine), 1946 - Dir.: John Ford
4.º) Matar ou Morrer (High Noon), 1952 - Dir.: Fred Zinnemann
5.º) A Lei do Mais Valente (Yellowstone Kelly), 1959 - Dir.: Gordon Douglas
6.º) Onde Começa o Inferno (Rio Bravo), 1959 - Dir.: Howard Hawks
7.º) O Homem que Matou o Facínora (The Man who Shot Liberty Valance), 1963 - Dir.: John Ford
8.º) Era uma Vez no Oeste (C’Era Una Volta Il West), 1968 - Dir.: Sergio Leone
9.º) Os Brutos Também Amam (Shane), 1953 - Dir.: George Stevens
10.º) A Raposa Cinzenta (The Grey fox), 1982 - Dir.: Phillip Borsos
"A Lei do Mais Valente", um dos westerns que Giulio Cesare mais admira. |