30 de agosto de 2024

TOP-TEN WESTERNS DE GIULIO CESARE DE CASTRO PANDOLFI

 

O Cowboy Giulio Cesare

        O cinéfilo de verdade ama o cinema, mas há aquele tipo de cinéfilo que é apaixonado por um gênero de filmes em especial. Há os que preferem os musicais, ou os épicos, ou os dramas românticos, ou ainda os filmes de suspense e mistério que podem ser também os policiais. E há os que colocam o western acima de todos os outros gêneros. Giulio Cesare de Castro Pandolfi é um desses cinéfilos que podem ser chamados de westernmaníacos, não só porque assiste e coleciona esse gênero de filmes mais que todos os outros, mas também porque é um estudioso dos faroestes. Sua estante abriga farta literatura sobre o western, não só no que se refere aos filmes, mas também os que retratam a vida dos cowboys. Exemplo disso são os livros dos pintores Frederic Remington e Charles Russell, que Giulio possui, livros de arte importados por ele e nunca lançados no Brasil. Membro do Cineclube Amigos do Western por décadas, Giulio sempre foi um dos mais destacados sócios e voz das mais solicitadas nas discussões que ocorriam sobre o faroeste, seus filmes e suas histórias. Porém, quando o assunto nessas rodas era sobre o cinema de arte, norte-americano ou europeu, ou mesmo sobre o cinema brasileiro Giulio demonstrava o quanto sabia e gostava de discorrer com clareza citando nomes e datas. Lembro dele, certa ocasião, interessado no filme nacional “Viagem aos Seios de Duília”, de 1965, do diretor argentino Carlos Hugo Christensen, filme que certamente poucos conhecem ou se interessaram em conhecer.

  

Giulio Cesare ao lado de 'Doc' Barretti, seu grande
amigo e, pode-se dizer, mentor, ambos
apaixonados pelo Western

        A ascendência italiana de Giulio o levou a gostar do cinema que produziu diretores como Fellini, Monicelli, Antonioni, Visconti, Bertolucci e outros. E por falar em cinema italiano, Giulio jamais menosprezou a vertente que foi apelidada de ‘Spaghetti Western’, tanto que um de seus westerns preferidos é de autoria de Sérgio Leone. Outra faceta de Giulio que merece ser lembrada é também o seu profundo conhecimento da música Country & Western da qual ele é também colecionador. Mas comente-se música brasileira ou internacional que Giulio sempre tem uma palavra abalizada e de extremo bom gosto. Recordo quando o assunto entre uma roda de cinéfilos era música e foi citada a canção “Bella Senz’Anima” que ninguém mais conhecia, exceção de Giulio que lembrou ser uma bela gravação italiana do cantor Riccardo Cocciante. Importante destacar que a lista de melhores westerns de Giulio Cesare não contém nenhum Western-B, isto por coerência. Mas Giulio é também admirador dos pequenos faroestes produzidos nos estúdios da Poverty Row e destaca entre seus cowboys favoritos Tim Holt. Porém neste momento o assunto é Top-Ten Westerns e Giulio Cesare indicou sua lista para o blog Westerncinemania:

 

Giulio Cesare como cowboy e soldado confederado

 

  1.º) No Tempo das Diligências (Stagecoach), 1939 - Dir.: John Ford

  2.º) Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 - Dir.: John Ford

  3.ª) Paixão dos Fortes (My darling Clementine), 1946 - Dir.: John Ford

  4.º) Matar ou Morrer (High Noon), 1952 - Dir.: Fred Zinnemann

  5.º) A Lei do Mais Valente (Yellowstone Kelly), 1959 - Dir.: Gordon Douglas

  6.º) Onde Começa o Inferno (Rio Bravo), 1959 - Dir.: Howard Hawks

  7.º) O Homem que Matou o Facínora (The Man who Shot Liberty Valance), 1963 - Dir.: John Ford

  8.º) Era uma Vez no Oeste (C’Era Una Volta Il West), 1968 - Dir.: Sergio Leone

  9.º) Os Brutos Também Amam (Shane), 1953 - Dir.: George Stevens

10.º) A Raposa Cinzenta (The Grey fox), 1982 - Dir.: Phillip Borsos

 

"A Lei do Mais Valente", um dos westerns que
Giulio Cesare mais admira.

27 de agosto de 2024

TOP-TEN WESTERNS DE EDIVALDO MARTINS

           Fundado em 1977 pelo médico paulistano Dr. Aulo Barretti, o Clube Amigos do Westerns, renomeado mais tarde como Cineclube Amigos do Western teve alguns membros que se destacaram sobremaneira durante as muitas décadas que a confraria existiu. Além do criador do clube, o saudoso ‘Doc’ Barretti, poderia ser lembrado Nelson Pecoraro, incansável na busca de sintonizar o clube com os avanços tecnológicos, isto sem falar de seu profundo conhecimento como cinéfilo. Infelizmente não há como publicar o Top-Ten do falecido Nelson ‘Pecos Bill’. Quase tão importante para a confraria quanto os citados ‘Doc’ e ‘Pecos Bill’ foi Edivaldo Martins que nem bem chegou ao CAW e recebeu o apelido de ‘Eddie Lancaster’. Desnecessário explicar que Edivaldo tinha Burt Lancaster como seu ator preferido e que aceitou a alcunha com alegria.


Edição da revista 'Pardner' que biografou Edivaldo Martins.

           A trajetória de Eddie Lancaster no mais antigo clube de faroeste do Brasil foi marcada pelo seu entusiasmo pela confraria, participando de todos os momentos importantes do clube e raramente deixando de comparecer às sessões, a não ser por motivo de força maior. Eddie Lancaster era uma espécie de IMDb ambulante pois sabia praticamente tudo sobre cinema e mais especificamente sobre faroestes. Não havia ator ou atriz coadjuvante que Eddie desconhecesse ou nome de filme que ele não lembrasse, discorrendo inclusive sobre a ficha técnica da película. Mas o aspecto que mais se destacava da personalidade de Edivaldo, ou melhor, do Eddie Lancaster, era seu espírito empreendedor, tudo fazendo com entusiasmo para que o clube fosse o local onde todos os demais sócios se sentissem bem, quase como se estivessem nos inesquecíveis cinemas de antigamente.

  

O Major Eddie Lancaster do Confederate Army.

  A sala de projeção do Forte Santa Cruz (nome do espaço onde funcionou por anos o Cineclube) foi forrada por dezenas de quadros contendo ampliações fotográficas de queridos artistas de Hollywood ainda vivos, com os quais Eddie mantinha contato e recebia fotos autografadas com dedicatória ao Cineclube Amigos do Western. Kirk Douglas, Rita Moreno, Ernest Borgnine, Rhonda Fleming, Glenn Ford, Doris Day e Robert Duvall são apenas alguns dos artistas que enviaram fotos com dedicatória especial para Eddie Lancaster, destacando-se a amizade que fez com Rhonda Fleming e Peter Ford, filho de Glenn Ford. Assim era o Edivaldo Martins que tinha como filme de cabeceira “...E o Vento Levou” (Gone with the Wind) e como artistas mais queridos o já citado Burt Lancaster e Ava Gardner.

 

Eddie Lancaster com um dos muitos quadros do Cineclube dos
Amigos do Western, exibindo foto com dedicatória de
Maureen O'Hara (ao lado de John Wayne, em 'Rio Grande').

           Conhecendo o gênero Western como poucos, Eddie Lancaster tinha também o seu Top-Ten, que Westerncinemania apresenta, aproveitando para lembrar de Edivaldo Martins, a quem a revista ‘Pardner’ biografou mostrando em detalhes ‘Como nasce um bravo’, parafraseando o título de um western de Glenn Ford. Este é o Top-Ten Westerns de Eddie Lancaster:

    1.º) Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 - Dir.: John Ford

  2.º) Matar ou Morrer (High Noon), 1952 - Dir.: Fred Zinnemann

  3.º) No Tempo das Diligências (Stagecoach), 1939 - Dir.: John Ford

  4.º) Johnny Guitar (Johnny Guitar), 1954 - Dir.: Nicholas Ray

  5.º) Os Brutos Também Amam (Shane), 1953 - Dir.: George Stevens

  6.º) O Preço de um Homem ( The Naked Spur), 1953 - Dir.: Anthony Mann

  7.º) Pacto de Justiça (Open Range), 2003 - Dir.: Kevin Costner

  8.º) Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch), 1969 - Dir.: Sam Peckinpah

  9.º) Duelo ao Sol (Duel in the Sun), 1946 - Dir.: King Vidor

10.º) Quando é Preciso Ser Homem (Soldier Blue), 1970 - Dir.: Ralph Nelson

 

Edivaldo Martins tinha especial predileção por westerns que abordassem
a luta e o extermínio dos nativos norte-americanos, como "Soldier Blue".,
na foto, vendo-se Peter Strauss e Candice Bergen.

18 de agosto de 2024

Top-Ten Westerns de José Luís Ilha


 Top-Ten Westerns de José Luís Ilha

 

  1.º) Paixão dos Fortes (My Darling Clementine), 1946 - Dir.: John Ford

  2.º) Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 - Dir.: John Ford

  3.º) Os Brutos Também Amam (Shane), 1953 - Dir.: George Stevens

  4.º) Meu Ódio Será Sua Herança (The Wild Bunch), 1969 - Dir.: Sam Peckinpah

  5.º) No Tempo das Diligências (Stagecoach), 1939 - Dir.: John Ford

  6.º) Sem Lei e Sem Alma (Gunfight at the OK Corral), 1957 - Dir.: John Sturges

  7.º) Duelo de Titãs (Last Train from Gun Hill), 1959 - Dir.: John Sturges

  8.º) Da Terra Nascem os Homens (The Big Country), 1958 - Dir.: William Wyler

  9.ª) Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo), 1966 - Dir.: Sergio Leone

10.º) Duelo ao Sol (Duel in the Sun), 1946 - Dir.: King Vidor

 


 

  José Luís Ilha é um gaúcho, da cidade de Viamão que desde criança se tornou fã das histórias de faroeste, seja por ler os comics (histórias em quadrinhos) que nos anos 70, período da infância do garoto José Luís ainda resistiam em algumas poucas publicações, ou ainda pelos filmes que ele assistia nas sessões da tarde pela televisão. Quando os próprios cinemas perdiam espaço entre o grande público, surgiu o vídeo-cassete e muitos antigos faroestes foram lançados em VHS e José Luís adquiria todos que pudesse, iniciando assim sua coleção. Com a transição para o DVD, aí então o acervo do cinéfilo gaúcho foi tomando proporções de um grande colecionador. José Luís admira não só as mais elaboradas produções cinematográficas do gênero western, mas também os westerns menores, aqueles da ‘Poverty Row’ e entre estes seu mocinho favorito é Tim Holt, que ele sabia ter tido também suas aventuras publicadas em histórias em quadrinhos. A sorte acompanhou esse fã de westerns e eis que teve início, a partir dos anos 90, a reprodução perfeita de edições dos antigos gibis, mesmo aqueles raros que estavam nos acervos dos colecionadores e não há semana em que José Luís não receba dois ou três exemplares das histórias em quadrinhos clássicas.

 


 

  A internet possibilitou a José Luís fazer contato e se tornar amigo de inúmeros cinéfilos, muitos deles também westernmaníacos, especialmente aqueles do famoso CAW, o Cineclube Amigos do Western, lamentando não morar em São Paulo para poder fazer parte daquela confraria. Decidiu então José Luís passar a se reunir com os cinéfilos gaúchos com quem fazia intercâmbio de filmes e gibis e esse pequeno clube chegou a ter como ‘sede’ por algum tempo uma sala no tradicional espaço cultural ‘Centro Mário Quintana’, em Porto Alegre. São fãs como José Luís que não esmorecem diante das dificuldades e não deixam morrer o amor pelas coisas do Velho Oeste. E o WESTERNCINEMANIA solicitou e foi prontamente atendido por José Luís para elaborar sua lista de faroestes preferidos, aqueles que ele julga serem os melhores de tantos e tantos que já assistiu e sempre assiste. Num momento em que a feliz geração de cinéfilos que assistiu aos grandes filmes nos cinemas está passando o bastão para os mais jovens, aqueles mais antigos se regozijam ao ver o entusiasmo de fãs como José Luís Ilha, autêntico westernmaníaco.