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4 de janeiro de 2016

NO VELHO ARIZONA (IN OLD ARIZONA) – O SOM DO CINEMA CHEGA AO VELHO OESTE


Certos filmes adquirem status de ‘Cult’ menos por sua qualidade artística e mais pela importância histórica que acabam ganhando através dos tempos. Em 6 de outubro de 1927, em Nova York era exibido “O Cantor de Jazz”, primeiro filme falado, ou parcialmente falado para ser mais exato. Nos anos seguintes muitos outros filmes sonoros foram produzidos em praticamente todos os gêneros, nenhum deles faroestes. Westerns tinham, obrigatoriamente, a maior parte de sua ação fora dos palcos de som dos estúdios e a dificuldade no uso externo das novas aparelhagens fazia com que o público ficasse privado de novos faroestes com grandes astros. Buck Jones, Tom Mix, Ken Maynard, Buddy Roosevelt e outros continuavam a estrelar westerns ‘B’ exibidos em cinemas ainda não adaptados para o novo sistema. Sons de tiros, socos, galopes e o clássico ‘drop your guns’ ainda eram um sonho até que no final de 1928 William Fox decidiu que era sim possível a produção de um western com som. A escolha recaiu sobre uma adaptação da história “The Caballero’s Way”, escrita por O’Henry em 1907 com um personagem chamado ‘The Cisco Kid’, já levado ao cinema em filmes curtos em 1914 e 1919. Para interpretar o rude herói mexicano do livro a Fox contratou Raoul Walsh, que acumularia também a direção. Iniciadas as filmagens um acidente de automóvel custou a vista direita de Walsh que teve que abandonar o projeto. Foi contratado então Buddy Roosevelt que prestes a substituir Walsh quebrou uma perna fazendo com que o primeiro western sonoro parecesse uma daquelas produções amaldiçoadas. Warner Baxter, galã em ascensão aos 39 anos e que havia, em 1926, interpretado ‘Jay Gatsby’ na primeira versão de “The Great Gatsby” (Tudo por Dinheiro), herdou o papel de ‘The Cisco Kid’. E é lembrado por aquele que seria o primeiro western sonoro da história do cinema, bem como o primeiro filme falado com tomadas em locações, fora do conforto dos estúdios.


Acima Warner Baxter;
abaixo Baxter e Dorothy Burgess.
Cisco Kid, procurado e traído - A produção da Fox recebeu o título “In Old Arizona”, traduzido literalmente na versão brasileira. Em “No Velho Arizona” o misto de bandido e protetor dos pobres Cisco Kid (Warner Baxter) tem sua cabeça a prêmio e, após praticar mais um assalto a diligência, o Exército destaca um Sargento para capturar o Robin Hood das pradarias. Hábil atirador, o Sargento Mickey Dunn (Edmund Lowe) não encontra dificuldades para localizar Cisco Kid, aproximando-se também de Tonia Maria (Dorothy Burgess), a namorada do bandoleiro. O Sargento Mickey promete a Tonia dar a ela a recompensa de cinco mil dólares se ela o ajudar a capturar ou matar Cisco Kid. O salteador procurado encontra-se distante vendendo gado roubado e seu retorno é informado por Tonia ao Sargento. Cisco Kid descobre a traição ainda a tempo e urde uma trama para enganar Mickey e Tonia. Esta é confundida pelo Sargento no escuro da noite e alvejada pelo militar, falecendo. Cisco Kid parte então para novas aventuras.


Raoul Walsh
Troca de diretores - Irving Cummings substituiu Raoul Walsh na direção de “No Velho Arizona” já com o filme iniciado e esse fato provocou certamente uma grande diferença. Walsh, já um diretor especialista em filmes de ação no cinema mudo (é dele o clássico “O Ladrão de Bagdad” de 1924, com Douglas Fairbanks) queria muito dar ao herói criado por O’Henry (William Sidney Porter) o merecido destaque, dirigindo e atuando. Cummings havia sido também ator e mais tarde, como diretor, seria lembrado pelos muitos musicais da 20th Century-Fox fica a milhas de distância do talento de Walsh. O resultado da troca é a quase total ausência de sequências de ação em “No Velho Arizona”, em que mesmo o clímax com a morte de Tonia foi feita sem nenhuma inspiração. Morna também é a sequência em que Cisco Kid mata dois dos três homens que o perseguiam para roubá-lo, acreditando a produção que o som dos estampidos fosse suficiente para provocar a necessária emoção no espectador. Raoul Walsh é creditado em alguns cartazes e fichas técnicas de “No Velho Arizona”.

Dorothy Burgess com Warner Baxter e,
abaixo, com Edmund Lowe.
Mulher maquiavélica - Mais que um western de ação, “No Velho Arizona” é um drama amoroso, com triângulo improvável pelas características dos personagens Sargento Mickey e Tonia Maria. O galante Cisco Kid confessa a Tonia que se tivesse que escolher entre as três coisas que mais gosta na vida (música, vinho e amor), ficaria com o amor que sente por ela. Seduzido por Tonia, o Sargento Mickey não tenciona trocar sua namorada de Nova York pela aventureira, ainda que hesite por um momento. Tonia, o vértice torpe desse triângulo é mulher ardilosa, ambiciosa e diabólica mesmo, capaz de qualquer traição para atingir seus propósitos de deixar a pobreza. Volúvel, sua leviandade não tem limites, menor talvez apenas que a sensualidade que transmite e que a faz ao mesmo tempo adorável e abominável. Após assistir a este western de Irving Cummings descobre-se a inspiração de Jennifer Jones para dar vida à ‘Pearl Chavez’ de “Duelo ao Sol” (Duel in the Sun). “No Velho Arizona” foi a estreia no cinema da atriz Dorothy Burgess, a Tonia Maria, e ao contrário do que se poderia esperar, seus filmes seguintes não fizeram dela uma estrela, não mais repetindo a excelente performance como a interesseira e calculista namorada de Cisco Kid.

Dorothy Burgess

Warner Baxter com Helen Lynch
e com Henry Armetta.
O mais generoso dos heróis - O galante ‘Caballero’, trajado com roupas bordadas e com seu bigode bem aparado, desdenha dos cartazes de ‘procurado’ e daqueles que tencionam capturá-lo para ficar com a recompensa. E sempre que a ocasião se apresenta – com o barbeiro, com a cigana, com a moça da diligência – Cisco Kid demonstra generosidade distribuindo parte do produto de suas ações criminosas. Na sequência final, no entanto, Cisco Kid não demonstra nenhuma piedade com a mulher que o traiu e faz com que ela seja o alvo do tiro certeiro disparado pelo rifle do Sargento Mickey. Esse momento de pura insensibilidade aproximou Cisco Kid da criação de O’Henry e transformou o herói num ser que não seria aprovado pela censura do Código Hays que castraria toda a produção de Hollywood a partir de 1930. E mesmo um personagem como Tonia Maria seria impensável em tempos do Código, ainda que Dorothy Burgess não mostre nada além de seus ombros e olhares tão provocantes quanto pérfidos.

Warner Baxter e Edmund Lowe
Um Oscar imerecido - Por sua interpretação neste filme Warner Baxter foi premiado com o Oscar de Melhor Ator, o que parece um dos muitos excessos da Academia. Além dessa indicação, “No Velho Arizona” teve outras quatro indicações para o Oscar: Filme, Direção, Roteiro (Tom Barry) e Cinematografia (Arthur Edeson). Ainda que Baxter tenha se saído bem como Cisco Kid, tanto que repetiria o personagem outras duas vezes, não há nada de excepcional em seu desempenho, por vezes empostado ao extremo, como era comum no cinema mudo. Baxter também interpretaria, em 1934, ‘Joaquim Murieta’ em “O Bandoleiro do El Dorado” (The Robin Hood of El Dorado). Dorothy Burgess não era uma grande atriz e isso explica não ter se tornado uma estrela de sucesso, mas ela está esplêndida como Tonia Maria. Assim como Warner Baxter, Edmund Lowe interpreta dentro do estilo teatral que fez Paul Muni ser tão admirado quanto insuportável. Entre os coadjuvantes destacam-se a espanhola Soledad Jiménez como a velha cozinheira e Henry Armetta como o barbeiro que viu suas economias serem roubadas. James Bradbury Jr., ator que se suicidou aos 41 anos de idade é o ambíguo soldado sempre ao lado do Sargento Mickey Dunn.

Dorothy Burgess e Warner Baxter;
abaixo Cisco Kid se afastando.
A caminho da perfeição - Olhado pelo aspecto técnico, justamente o que fez dele um filme importante, e considerada a incipiência tecnológica daqueles primórdios do cinema sonoro, “No Velho Arizona” é primoroso. Inovador ao capturar sons em ambientes abertos, não seria lícito esperar a perfeição conquistada pouco tempo depois. Os guizos do gado em movimento, o ranger das rodas da diligência, os cascos dos cavalos tocando nas pedras e mais que todos os ruídos, o som dos estampidos das armas de fogo ainda hoje impressionam àqueles que vêem o filme com olhos e ouvidos do espectador daquele momento revolucionário do cinema. E há ainda o uso da música, com Warner Baxter cantando, o que faz de “No Velho Arizona” o primeiro western musical de Hollywood. Quando do lançamento do filme, William Fox se incumbiu de fazer uma introdução explicando a novidade, seguido pela execução orquestrada da canção “My Tonia”. Essa canção é ouvida também na voz de Warner Baxter, ao lado de outras três canções cantadas por Edmund Lowe e por outros soldados, além de uma canção executada e cantada pelo pianista Fred Warren. “No Velho Arizona” abriu as portas do som a uma série de outros westerns de boa qualidade que vieram a ser filmados nos anos seguintes e que garantiram a sobrevivência do gênero por mais quatro ou cinco décadas. Fato semelhante certamente não mais acontecerá, para tristeza de quem gosta do gênero que consagrou Ford, Mann, Peckinpah, Leone e, por que não, também Raoul Walsh, o quase Cisco Kid.


Pôsteres de "No Velho Arizona" destacando o filme ser o primeiro filme
falado produzido fora de estúdio.

27 de dezembro de 2015

CISCO KID, O ROBIN HOOD DO VELHO OESTE NO CINEMA, RÁDIO, TV E QUADRINHOS


O'Henry
The Cisco Kid foi o mais mexicano dos mocinhos. De sua criação pelo escritor O’Henry, passando pelo cinema, rádio, pelas histórias em quadrinhos e até chegar à TV, esse herói mudou bastante. Ganhou em educação e elegância, perdendo, no entanto, a rudeza, o atrevimento, o espírito galhofeiro, características que completam o charme daqueles hermanos de tierras aztecas. O Cisco Kid que temos na lembrança, a partir do cinema, guarda pouca semelhança com o aventureiro imaginado em 1907 por O’Henry, pseudônimo do escritor William S. Porter. Criado como uma mescla de Don Quixote de La Mancha com Robin Hood das florestas de Sherwood, O’Henry colocou seu herói em pequenas e bem sucedidas histórias desenroladas na região do Novo México.

Warner Baxter
No cinema, Cisco Kid e o Oscar - O cinema, grande passatempo das primeiras décadas do século XX, sempre à procura de novas histórias e novos heróis, não tardou em enquadrar Cisco Kid, o galante bandoleiro, solidário com os oprimidos, a quem defendia dos poderosos. E a primeira aparição do aventureiro nas telas se deu em 1914, com “The Caballero’s Way” com William R. Dunn como Cisco Kid. Cinco anos depois, em 1919, foi a vez de Vester Pegg encarnar o herói mexicano em “The Border Terror”. Warner Baxter era um dos mais famosos astros de Hollywood quando, em 1929, interpretou Cisco Kid em “No Velho Arizona”, filme produzido por William Fox. Concorrendo aos prêmios Oscar de Melhor Filme, Diretor, Roteiro e Cinematografia, “No Velho Arizona” acabou dando a Warner Baxter o Oscar de Melhor Ator do Ano. Baxter esteve perfeito como o Gay Caballero, elegante e alegre sim, mas jamais afetado. A Fox não perdeu tempo e em 1931 lançou “O Galante Aventureiro” (The Cisco Kid). Somente em 1939 o público voltaria a ver Warner Baxter retomar o mocinho mexicano em “A Volta de Cisco Kid” (The Return of Cisco Kid), com Cesar Romero no elenco.

Warner Baxter recebendo seu Oscar por sua interpretação como Cisco Kid.

Pôsteres de "No Velho Arizona", "A Volta de Cisco Kid" e "Galante Aventureiro".

Cesar Romero
Cisco Kid vira série - A 20th Century-Fox percebeu que poderia explorar ainda mais o promissor filão que seriam as aventuras com o herói criado por O’Henry e vestiu o próprio Cesar Romero, contratado do estúdio, com as roupas de Cisco Kid para uma série de seis filmes, o primeiro deles “Coração Bandido” (The Cisco Kid and the Lady), de 1939 mesmo. Cesar Romero, que no cinema encantaria as mulheres em comédias e musicais com seu charme latino, fez de Cisco Kid um mocinho que mais lembrava um bailarino, bastante sofisticado, gentil e educado. A figura do êmulo do Sancho Panza de Cervantes apareceu como ‘Gordito’, ao lado do Cisco Kid de Cesar Romero sendo interpretado por Chris-Pin Martin, ambos caricatos mas conquistando o público. Esse sucesso era devido ao público-alvo daqueles filmes, os jovens que frequentavam as Saturday Afternoon, correspondentes das nossas matinês dominicais. Os próprios títulos denunciam a extrema leveza das produções estreladas pela dupla Romero-Martin: “Viva Cisco Kid”, “Bandoleiro de Sorte”, “Bandoleiro Jovial”, “Audaz Aventureiro” e “Balas e Beijos”, além do citado “Coração de Bandido”.

Pôsteres de "Bandoleiro Jovial", "Audaz Aventureiro" e "Balas e Beijos".

Duncan Renaldo
O herói desce à Monogram - Em 1941 a Fox decidiu abandonar a série mas o público teve a compensação de se encontrar com seu herói no rádio. A partir de 1942 e até 1945 Cisco Kid vivia suas aventuras no rádio, interpretado pelas vozes de Jackson Beck (Cisco Kid) e Luís Sorin (Pancho). Os frequentadores das matinês foram surpreendidos em 1945, com o retorno do herói em “A Volta de Cisco Kid”, com Duncan Renaldo como Cisco Kid e Martin Garralaga como o sidekick agora chamado ‘Pancho Gonzales’. A pequena produtora Monogram daria sequência a esta série com mais dois filmes com a dupla, intitulados “O Cavaleiro Destemido” e “Canção da Fronteira”. Um pouco menos delicado e mais elegante que o Cisco Kid de Cesar Romero, o reestilizado herói não era ainda o hombre mucho macho que deveria ser. Quem não mudava nunca era Diablo, o cavalo branco de Cisco Kid.

Pôsteres de "O Cavaleiro Destemido" e de "Canção da Fronteira".

Gilbert Roland
Com Gilbert Roland, um Cisco Kid macho - Os fãs de Cisco Kid não tinham do que se queixar pois em 1946 a Monogram trocaria o empolado Gay Caballero do rumeno Duncan Renaldo por alguém muito mais próximo do aventureiro que O’Henry criou. O personagem foi então para as mãos de Gilbert Roland, na vida real o mais temido, audacioso e bem-sucedido entre os latin lovers que Hollywood gostava de importar. Primeiro ator mexicano de verdade a interpretar Cisco Kid, com Roland o personagem se reencontrou com os grandes momentos em que foi vivido por Warner Baxter, contando com a característica macheza mexicana. Com Gilbert Roland o herói passou a beber tequila, sorvida com sal e limão e também a ter o cigarro sempre no canto da boca, de onde só saia para descansar, por instantes, atrás da orelha do ator. Entre 1946 e 1947, Roland que nascera em Juarez, no México, interpretou Cisco Kid em seis faroestes que tiveram estes títulos no Brasil: “Justiceiro Romântico”, “Bandido do Deserto”, “O Bandido e a Dama”, “Povoado Violento”, “O Rei dos Bandidos” e “Robin Hood em Monterrey”. O Italiano Frank Yaconelli foi o sidekick chamado ‘Baby’ em quatro desses filmes, voltando Chris-Pin Martin a ser o ‘Pancho’ nos outros dois.

Pôsteres de "Robin Hood em Monterey", "Povoado Violento" e "Bandidos do Deserto".

Pôsteres de "O Rei dos Bandidos", "Justiceiro Romântico" e "O Bandido e a Dama". 

Jack Mather e Harry Lang: Cisco Kid no rádio.
Sucessos no rádio e nos quadrinhos - Em 1946, Cisco Kid voltava ao rádio, agora três vezes por semana e com Jack Mather interpretando o herói, com Harry Lang como o sidekick ‘Pancho’. Posteriormente Mel Blanc substituiu Lang e o personagem passou a se chamar ‘Porfírio’. Essa série radiofônica foi excepcionalmente bem sucedida, perdurando até 1956, sendo produzidos mais de 600 episódios de meia hora de duração. Enquanto fazia sucesso também no rádio, em 1949 o desenhista argentino José Luís Salinas tentava a sorte nos Estados Unidos, sendo contratado pela King Features para passar para os quadrinhos as aventuras de Cisco Kid, com histórias criadas por Rod Reed. José Luís Salinas desenhou Cisco Kid até 1968, vendo suas edições serem publicadas em 360 jornais diários do mundo inteiro, proeza que nenhum outro herói do Velho Oeste conseguiu, Roy Rogers e Lone Ranger incluídos.

José Luís Salinas e sua arte.

Duncan Renaldo e Leo Carrillo.
The Cisco Kid chega à TV - Outra vez o mesmo Duncan Renaldo retomaria o personagem no final da década, em 1949, desta vez tendo como companheiro ‘Pancho’ interpretado pelo já veterano Leo Carrilo. A nova série teve cinco aventuras, nenhuma delas exibida no Brasil, com os títulos “The Gay Amigo”, “The Valiant Hombre”, “Satan’s Cradle”, “The Daring Caballero” e “The Girl from San Lorenzo”. Esses filmes agradaram o produtor Frederick W. Ziv que cogitou Renaldo para o papel-título da série que tencionava produzir para a televisão. Do cinema para a telinha, "The Cisco Kid" com Duncan Renaldo acompanhado sempre por Pancho (Leo Carrillo), teve 156 episódios produzidos pela independente ZIV Television Programs entre 1950 e 1956. Uma curiosidade é que a série foi produzida em cores, ainda que os televisores em cores demorassem alguns anos para dominar o mercado. Esse fato foi determinante para que o público telespectador assistisse às eternas reprises da série “The Cisco Kid”, sendo que somente em 1959 outra série western de TV seria produzida em cores, a clássica “Bonanza”.

DVDs disponíveis - Se no cinema a figura do herói já havia sido bastante abrandada, na série para a televisão nunca foi visto o Cisco Kid violento, cruel e rapinador. O Cisco Kid da TV era um herói para a família toda, um mocinho que jamais provocava um abriga e nunca atirava para matar, sendo um exemplo de educação para crianças e adolescentes. Em 1994 ocorreu o retorno de Cisco Kid em um TV-movie produzido pela TNT, com Jimmy Smits como o herói e Cheech Marin como ‘Pancho’. O mais autêntico Cisco Kid, especialmente quando interpretado por Warner Baxter e Gilbert Roland, merece ser conhecido para que se tenha uma ideia melhor da criação de O’Henry, de certa forma desvirtuada pelos demais atores que o personificaram. Lançados em impecáveis versões nos Estados Unidos, tanto os três filmes com Warner Baxter quanto toda a série da Monogram com Gilbert Roland, esses filmes circulam pelas nossas lojas virtuais, valendo à pena o garimpo para se conhecer o melhor de The Cisco Kid.