Alguns grandes cantores
norte-americanos tinham em comum o fato de serem descendentes de italianos. É o
caso de Tony Bennett (Anthony Dominik Benedetto), Dean Martin (Dino Crocetti),
Frank Sinatra (Francis Albert Sinatra), Perry Como (Pierino Ronald Como), Mario
Lanza, Walden Roberto Cassoto (Bobby Darin) e muitos outros. Todos eles tinham
também em comum o fato de testemunharem o sucesso extraordinário de um patrício
também ítalo-americano, também cantor, batizado como Francesco Paolo LoVecchio
e nascido em Chicago no dia 30 de março
de 1913. Se ainda estivesse vivo esse cantor estaria, portanto, completando
cem anos de vida. E os fãs de faroestes conhecem bastante bem sua poderosa voz
que tantas vezes interpretou canções-tema de westerns. Claro, ele era Frankie
Laine.
Acima o menino Francesco Paolo LoVecchio e Al Capone; abaixo o jovial e sorridente Frankie Laine. |
O compositor Hoagy Carmichael, que descobriu Frank Laine que na primeira gravação vendeu dois milhões de cópias. |
Frankie Laine ao lado de Mitch Miller que produziu alguns de seus maiores sucessos; abaixo Frankie canta para uma platéia embevecida. |
Frankie e Nan Grey em férias; Frankie indo para o trabalho em seu Cadillac 1950. |
A recriação de “High Noon” - O 13.º Disco de Ouro da carreira de
Frankie Laine tem uma história curiosa pois foi conseguido com a canção “High
Noon (Do not forsake me oh my darling)”. Essa canção de Dimitri Tiomkin e Ned
Washington, composta para o faroeste “Matar ou Morrer” havia recebido um Oscar
de Melhor Canção em 1952. No filme a música era cantada por Tex Ritter, não
chegando a impressionar o público comprador de discos. Quando porém a gravação
de “High Noon” feita por Frankie Laine começou a tocar nas rádios com sua voz
dramática e empolgante, praticamente recompondo a canção, as vendas de “High
Noon” logo ultrapassaram um milhão de cópias. E quem assistia ao notável
western de Fred Zimmermann pela primeira vez estranhava a versão de Tex Ritter,
pálida perto da explosiva gravação de Frankie Laine. No início dos anos 50 Bing
Crosby e Frank Sinatra dividiam a opinião dos críticos quanto a qual dos dois
merecia o título de ‘melhor cantor norte-americano’. Porém, quem vendia
toneladas de discos era mesmo Frankie Laine, excepcionalmente mais versátil que
Crosby e Sinatra. 1953 foi um ano fantástico para Laine que era o cantor
preferido na Inglaterra, onde fazia enorme sucesso com qualquer música que
lançasse. “I Believe” foi mais um êxito estrondoso permanecendo por 18 semanas
em primeiro lugar nas paradas de sucesso da Inglaterra, valendo a Frankie mais
um Disco de Ouro, o mesmo ocorrendo com “Answer Me.
Acima Hank Williams; abaixo Crosby e Sinatra. |
O cantor dos temas musicais de
faroestes
- Mas o cinema não ficaria longe de Frankie Laine pois após o sucesso de sua
versão de “High Noon”, o cantor passou a ser requisitado por muitos produtores
para emprestar sua apropriada voz para canções-temas de faroestes. Exigente,
Frankie só aceitava gravar canções de boa qualidade como as compostas por
Dimitri Tiomkin para “Sangue da Terra” (Balada do Ouro Negro), “Uma Estranha em
Meu Destino” e “Gunfight at the OK Corral”. Outros faroestes que foram
enriquecidos pela voz de Frankie Laine foram “Homem Sem Rumo”, “Galante e
Sanguinário” e “A Vingança Deixa a Sua Marca”. Dessas canções para filmes
apenas “A Balada do Ouro Negro” chegou às paradas de sucesso. A fórmula de
colocar uma canção durante a projeção dos créditos dos faroestes foi se
esgotando devido aos muitos imitadores de Frankie Laine. Mas para as séries de
televisão a fórmula ainda funcionava e eis que em 1959 mais uma vez Dimitri
Tiomkin criou uma canção clássica para a série “Rawhide”. Com letra de Ned
Washington, o tema-musical cantado por Frankie Laine explodia semanalmente na
tela dos televisores e se tornou sucesso imediato, rendendo mais um Disco de
Ouro para Frankie Laine. Na década de 50 apenas Elvis Presley vendeu mais
discos que Frankie, sendo que Elvis foi o campeão de vendagem daquela
década. Frankie Laine comandou shows de televisão por diversos anos, entre eles
“The Frankie Laine Hour”, “The Frankie Laine Time” e o “The Frankie Laine Show”,
que permaneceu por três anos no ar, sendo exibido no Brasil na década de 70,
sempre patrocinado pela Willys Overland do Brasil.
Martin Luther King e Harry Belafonte. |
Frankie Laine nos anos 70 com a barba que enganou Mel Brooks. |
Frankie Laine no final de sua vida com o contagiante sorriso com que conquistava a todos que o conheciam. |