Nenhum outro fato desperta mais paixão entre os westernmaníacos que o duelo ocorrido às 15 horas do dia 26 de outubro de 1881 próximo ao O.K. Corral. Levado à tela inúmeras vezes, o rápido e mortal confronto reacende a cada novo filme a polêmica sobre o lendário tiroteio. Como a partir dos anos 60 o cinema norte-americano tornou-se revisionista quanto ao gênero Western, os filmes mais recentes abordando os irmãos Earp, Clanton e McLaury e ainda Doc Holliday, foram cada vez mais se afastando dos livros de Stuart N. Lake (“Wyatt Earp: Frontier Marshal”) e de Walter Noble Burn (“Tombstone”), ambos escritos por volta de 1930 e considerados excessivamente ficcionais. Nos anos 90 Hollywood recontou mais duas vezes essa conhecida história: “Wyatt Earp”, de Lawrence Kasdan, com Kevin Costner (1994) e “Tombstone”, de George Pan Cosmatos (1993). Este último não apenas é infinitamente superior ao filme de Kasdan, como pode ser situado no seleto grupo dos melhores westerns dessa fase revisionista. O roteiro de Kevin Jarre buscou ser o mais fiel possível aos fatos históricos narrados não por Lake ou Burn, mas sim por registros de depoimentos de testemunhas dos fatos. Ainda assim “Tombstone” mantém a ambiguidade sobre Wyatt Earp. Esplendidamente interpretado por Kurt Russell, Wyatt é um homem endurecido pelas experiências passadas, mas não o suficientemente insensível para se render à necessidade de enfrentar os bandidos ('The Cowboys') que dominam a turbulenta Tombstone. O trágico e amargo amigo Doc Holliday e o destino dos irmãos Virgil e Morgan transformam Wyatt Earp numa personagem de grandiosa dimensão humana, fria no seu desejo de vingança e heróica no destemor com que enfrenta os bandidos. E que bandidos! Power Boothe como Curly Bill Brocious, Stephen Lang como Ike Clanton e Michael Biehn como Johnny Ringo sómente não roubam o filme porque do outro lado está um grupo de atores como poucas vezes se viu tão perfeito num Faroeste: Sam Elliott (Virgil), Bill Paxton (Morgan) e Val Kilmer (Doc) que sublima tudo de inesquecível que essa personagem teve anteriormente com Victor Mature e Kirk Douglas. Outros nomes famosos como Charlton Heston, Harry Carey Jr. e Billy Bob Thornton também estão no elenco. Assim como John Sturges havia feito em “A Hora da Pistola” (Hour of the Gun) 1967, sua revisão de “Sem Lei e Sem alma” (Gunfight at the O.K. Corral) 1957, o duelo não é o clímax da história, mas sim a motivação para que Wyatt Earp cumpra o papel que a história lhe reservou. Em “Tombstone”, a sequência da quase execução de Billy Clanton, Tom e Frank McLaury é magnificamente filmada e prepara o espectador para os demais momentos de ação que tornam este western soberbo. Depois de tantas vezes levado à tela em tons bastante diferentes, o duelo do O.K. Corral nas mãos de Jarre-Cosmatos acrescenta uma dose a mais de fascínio a uma história que só o cinema norte-americano seria capaz de lendariamente imortalizar.
Às vezes fico pensando e analizando e admirando essas sequências de escolhas dos melhores Western - os dez mais, por exemplo - e não conseguiria fazer uma relação dos melhores e ver Tombstone - a justiça está chegando, fora dessa relação. O filme é algo que emociona e faz com agente fã da 7ª arte fique torcendo para que o filme não acabe. Esse está entre os meus melhores. Se não ficar entre os dez, vai ficar empatado com outros tantos que merecem ficar entre os melhores de todos os tempos.
ResponderExcluirMaravilha se encontra na minha CINEMATECA NÓS.
Por que o amigo não se identificou? encontro muita gente que admira muito Tombstone. É de fato um dos melhores faroestes recentes (quer dizer, dás duas última décadas).
ResponderExcluirTombstone pra mim foi tão emocionante que coloquei a cidade na minha rota quando for novamente aos EUA.
ResponderExcluirComungo com a ideia de nosso amigo anonimo, pois para mim este filme com certeza estaria entre os 10 melhores filmes e que performance dos atores, o Michael Biehn, Power Boothe, sem contar os quatro paladinos, juntamento com Michael Hoock, e as mulheres Joana Pakula sensacional e inenarravel filme fantanstico mesmo
ResponderExcluirPara mim é um grande oeste cercado de tudo aquilo que gosto, um herói em busca de paz mais por uma série de fatores é levado a lutar pra sobreviver. Grande faroeste, com interpretações inspiradas de Val Kilmer e Kurt Russel, o primeiro construindo um Doc Hlliday que beira a tragédia. Não posso dizer que seja uma obra príma , mais tudo depende dos olhares, tudo se modifica com o passar do tempo.
ResponderExcluirCompletamente de acordo com tudo o que aqui foi escrito. É um filme tão fantástico, que não sendo uma obra prima, me faz sentir parte do mesmo, tal a capacidade de nos fixar os sentidos.
ResponderExcluirSalvo engano, o duelo no curral OK foi também mostrado em Ases do Gatilho, com George Montgomery, nos anos 1950.
ResponderExcluirMário Alberto de Azevedo
ÀS 01:45 de 10.10.2023
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