O dia 29 de dezembro é um dia de festa
para o faroeste em São Paulo pois é comemorado o 70.º aniversário do famoso El
Bandolero Mexicano. Membro por mais de 20 anos da Confraria dos Amigos do
Western paulistana, esse único bandido do grupo de fãs de faroestes se tornou conhecido no
Brasil inteiro através das muitas reportagens divulgadas sobre a confraria.
Entre todos os cowboys ele sempre foi o grande destaque pois com seu histrionismo
o Mexicano dominava as cenas, mesmo morrendo em quase todas elas. Foi assim na
inesquecível reportagem para o ‘Fantástico’, da TV Globo, e em todas as outras
que focalizaram a confraria fundada por Aulo ‘Doc’ Barretti. O verdadeiro nome
do Bandolero é Carlos Jorge Mubarah e na vida real o engraçado Mexicano é
escritor, poeta, cantor, ritmista e ainda ator profissional especializado em
filmes publicitários.
Kid Bronco como sidekick do Roy Rogers brasileiro Lazinho Kid Blue. |
Quando ingressou na Confraria dos Amigos do Western – CAW, Carlos Jorge Mubarah era apenas mais um entre tantos
cowboys. Recebeu de Jorge ‘Tyler’ Cavalcanti o apelido de ‘Kid Bronco’, não por
sua rudeza, mas por ter vencido a luta contra o cigarro que lhe comprometia os
brônquios. No entanto o cowboy ‘Kid Bronco’ não durou muito pois num grupo em que só
havia mocinhos, era necessário a presença de pelo menos um bandido. E em que
bandido ele se transformou!
El Mexicano estreando seu personagem de bandolero no SESC Pompéia, em São Paulo, ladeado por Cláudio Caltabiano e Mauro 'Guarda Vingador'. |
Mubarah criou um personagem espalhafatoso com
os assustadores baleiros cruzados no peito como se fosse Pancho Villa. E ele
até gostou de ser chamado de ‘Pancho Villa’, mas muitos o chamavam também de
‘Zapata’ e a confusão acabou quando ele adotou o apelido simples de El Mexicano. A
estréia do ‘Bandolero Mexicano’ se deu em 1991 quando ocorreu a exposição, no
SESC Pompéia, em São Paulo, de uma cidade cenográfica vinda diretamente da
Itália, numa promoção da editora da revista Tex. A presença de El Mexicano
causou furor e foram incontáveis os pedidos de autógrafos do público presente.
Muitos acreditavam que se tratava do próprio Gian Maria Volonté ou mesmo Aldo
Sambrell ou Mário Brega.
Fotos da reportagem da TV Globo para o programa 'Fantástico', em Grataí, SP. Acima Helena de Grammont entre El Mexicano e Lazinho Kid Blue; abaixo após a queda digna de Yakima Canutt. |
Durante a reportagem para o programa de
variedades ‘Fantástico’, El Mexicano impressionou fortemente a repórter Helena
de Grammont, sendo dele o melhor momento da reportagem, rolando de uma
ribanceira de 20 metros de altura. Em agradecimento a repórter presenteou El
Mexicano com um autêntico sombrero e um poncho que ela havia trazido de uma
viagem ao México. Muito mais estilizado, o Bandolero recebeu do amigo Lazinho
Kid Blue outro presente que completou sua indumentária: uma réplica de Colt
Navy trazida dos Estados Unidos.
A foto preferida de El Mexicano. |
El Mexicano com 'Doc' Barretti; rendendo o stagedriver Darci Kit Hodgkin num assalto a diligência; com Kid Blue, Jorge Tyler e Hoppy; dominado por Dionísio. |
Os mocinhos do CAW criaram uma lenda segundo a qual o temido El Bandolero Mexicano tinha medo de cavalos. Foi preciso El
Mexicano cavalgar seu cavalo ‘Cafezinho’ para que a intriga, ou melhor, a
lenda, não se tornasse fato, como queriam os seguidores de John Ford.
Grupos de cowboys reunidos no quintal da Hacienda de El Mexicano em dias de congraçamentos. |
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Não por acaso El Mexicano nasceu entre o Natal e o Ano
Novo, tempo de festas e comemorações. Talvez daí venha sua contagiante alegria
e seu talento para tornar esses momentos ainda mais felizes, muitos deles
divididos com seus amigos cowboys. Ao querido El Mexicano, representante
brasileiro dos imprescindíveis bandidos do cinema, o blog WESTERNCINEMANIA deseja
muitas felicidades e muitos anos de vida.
Gosto muito dessa postagem, assim como da anterior, que mostra um pouco do que era a diversão da garotada em dias festivos como o natal. Sou de época posterior, mas sei que quem viveu aquelas épocas viveu belos anos de suas vidas. Ainda consegui brincar na rua, de futebol, de polícia/bandido com os amigos, fabricar meus próprios brinquedos – para mim e os colegas, como um pequeno artesão, e vejo com desapontamento a meninada cada vez mais presa à tela de um computador e similares, com poucas opções e brinquedos sem muita criatividade, que fazem todo o trabalho por ela. Assim, um grupo de amigos, autêntico, fazendo o que gosta, se divertindo naquilo que lhe apraz é uma exemplar exceção nesses dias em que quase tudo e quase todos estão obtusamente empostados. Vida longa ao clube! E um abraço a todos os amigos que – sem quere exagerar - sabiamente nos dão um belo exemplo de vida.
ResponderExcluirVinícius Lemarc
Olá, Vinicius - Sei que cada tempo é diferente do outro, mas infância é sempre infância, até que deixe de existir. Será que a garotada de agora consegue sentir a mesma felicidade que os meninos (e meninas, não é Janete?) dos anos 40, 50, 60 e até 70), antes do advento dos jogos eletrônicos domésticos? Os senhores que se vê nas fotos estão, na realidade, continuando com as brincadeiras iniciadas há 50 ou 60 anos atrás. E posso lhe afirmar que elas eram emocionantes. - Um abraço do Darci.
ResponderExcluirQue bela homenagem ao Jorge "Mexicano" !! É um bom amigo !
ResponderExcluirPrecisamos nos encontrar e cantar um pouco de Noel Rosa,Ataulfo
Noite Ilustrada e outros !! Saudades dos encontros em seu quintal !! Abraços !!