28 de dezembro de 2012

EL BANDOLERO MEXICANO COMPLETA 70 ANOS


O dia 29 de dezembro é um dia de festa para o faroeste em São Paulo pois é comemorado o 70.º aniversário do famoso El Bandolero Mexicano. Membro por mais de 20 anos da Confraria dos Amigos do Western paulistana, esse único bandido do grupo de fãs de faroestes se tornou conhecido no Brasil inteiro através das muitas reportagens divulgadas sobre a confraria. Entre todos os cowboys ele sempre foi o grande destaque pois com seu histrionismo o Mexicano dominava as cenas, mesmo morrendo em quase todas elas. Foi assim na inesquecível reportagem para o ‘Fantástico’, da TV Globo, e em todas as outras que focalizaram a confraria fundada por Aulo ‘Doc’ Barretti. O verdadeiro nome do Bandolero é Carlos Jorge Mubarah e na vida real o engraçado Mexicano é escritor, poeta, cantor, ritmista e ainda ator profissional especializado em filmes publicitários.

Nos tempos de Kid Bronco vemos El Mexicano com Roberto Barretto;
com Sérgio Bill Elliott, Jorge Tyler Cavalcanti e Aulo 'Doc' Barretti; abaixo
com Jorge Tyler, Lazinho Kid Blue, Dionísio Nomellini, Umberto 'Hoppy'
Losso e Nelson Pecoraro; com Dantas Bob Steele e Jorge Tyler.


Kid Bronco como sidekick do Roy Rogers brasileiro Lazinho Kid Blue.


Quando ingressou na Confraria dos Amigos do Western – CAW, Carlos Jorge Mubarah era apenas mais um entre tantos cowboys. Recebeu de Jorge ‘Tyler’ Cavalcanti o apelido de ‘Kid Bronco’, não por sua rudeza, mas por ter vencido a luta contra o cigarro que lhe comprometia os brônquios. No entanto o cowboy ‘Kid Bronco’ não durou muito pois num grupo em que só havia mocinhos, era necessário a presença de pelo menos um bandido. E em que bandido ele se transformou!

El Mexicano estreando seu personagem de bandolero no SESC Pompéia,
em São Paulo, ladeado por Cláudio Caltabiano e Mauro 'Guarda Vingador'.

Mubarah criou um personagem espalhafatoso com os assustadores baleiros cruzados no peito como se fosse Pancho Villa. E ele até gostou de ser chamado de ‘Pancho Villa’, mas muitos o chamavam também de ‘Zapata’ e a confusão acabou quando ele adotou o apelido simples de El Mexicano. A estréia do ‘Bandolero Mexicano’ se deu em 1991 quando ocorreu a exposição, no SESC Pompéia, em São Paulo, de uma cidade cenográfica vinda diretamente da Itália, numa promoção da editora da revista Tex. A presença de El Mexicano causou furor e foram incontáveis os pedidos de autógrafos do público presente. Muitos acreditavam que se tratava do próprio Gian Maria Volonté ou mesmo Aldo Sambrell ou Mário Brega.

Fotos da reportagem da TV Globo para o programa 'Fantástico', em Grataí, SP.
Acima Helena de Grammont entre El Mexicano e Lazinho Kid Blue;
abaixo após a queda digna de Yakima Canutt.

Durante a reportagem para o programa de variedades ‘Fantástico’, El Mexicano impressionou fortemente a repórter Helena de Grammont, sendo dele o melhor momento da reportagem, rolando de uma ribanceira de 20 metros de altura. Em agradecimento a repórter presenteou El Mexicano com um autêntico sombrero e um poncho que ela havia trazido de uma viagem ao México. Muito mais estilizado, o Bandolero recebeu do amigo Lazinho Kid Blue outro presente que completou sua indumentária: uma réplica de Colt Navy trazida dos Estados Unidos.

A foto preferida de El Mexicano.
El Mexicano em desenho do grande artista 'Hoppy' Losso; ao lado Losso e
'Doc' Barretti imobilizando o facínora; abaixo foto de reportagem da
TV Bandeirantes apresentada por Sílvio Luiz à direita do Bandolero.

El Mexicano com 'Doc' Barretti; rendendo o stagedriver Darci Kit Hodgkin num
assalto a diligência; com Kid Blue, Jorge Tyler e Hoppy; dominado por Dionísio.


Os mocinhos do CAW criaram uma lenda segundo a qual o temido El Bandolero Mexicano tinha medo de cavalos. Foi preciso El Mexicano cavalgar seu cavalo ‘Cafezinho’ para que a intriga, ou melhor, a lenda, não se tornasse fato, como queriam os seguidores de John Ford.

El Mexicano e seu querido Cafezinho.


El Mexicano com o Titã Paulo Miklos entre 'Doc' Barretti e Darci Kit Hodgkin;
El Mexicano como Carlos Jorge Mubarah autografando seu livro de poesias
intitulado "Amar"; com o radialista-cowboy Fausto Canova ;
impecavelmente vestido entre Lazinho Kid Blue e Darci Kit Hodkin.


El Mexicano durante um desfile de carnaval no Sambódromo, em São Paulo,
ao lado de Débora Rodrigues, "A Rainha dos Caminhoneiros"; com uma
das cantoras do grupo Rouge durante a gravação de um clip; em comercial
para TV como navegante; com Adriana Ferreira, produtora da Rede Globo.
Quando se tornou necessário um espaço maior para as comemorações da Confraria dos Amigos do Western, El Mexicano abriu as portas da sua hacienda para as fiestas. Esses eventos contavam com a presença de quase 100 pessoas, todas confortavelmente acomodadas. Enquanto mulheres e crianças comiam e bebiam à vontade, os mocinhos e o bandido travavam seus duelos em espaços abertos que lembravam Corriganville, ou mesmo sob as frondosas árvores do grande quintal da hacienda. Foram as maiores e inesquecíveis festas da confraria.

Grupos de cowboys reunidos no quintal da Hacienda de El Mexicano
em dias de congraçamentos.
Cantor e ritmista El Mexicano levando alegria para as festas em sua Hacienda.

Não por acaso El Mexicano nasceu entre o Natal e o Ano Novo, tempo de festas e comemorações. Talvez daí venha sua contagiante alegria e seu talento para tornar esses momentos ainda mais felizes, muitos deles divididos com seus amigos cowboys. Ao querido El Mexicano, representante brasileiro dos imprescindíveis bandidos do cinema, o blog WESTERNCINEMANIA deseja muitas felicidades e muitos anos de vida.





3 comentários:

  1. Gosto muito dessa postagem, assim como da anterior, que mostra um pouco do que era a diversão da garotada em dias festivos como o natal. Sou de época posterior, mas sei que quem viveu aquelas épocas viveu belos anos de suas vidas. Ainda consegui brincar na rua, de futebol, de polícia/bandido com os amigos, fabricar meus próprios brinquedos – para mim e os colegas, como um pequeno artesão, e vejo com desapontamento a meninada cada vez mais presa à tela de um computador e similares, com poucas opções e brinquedos sem muita criatividade, que fazem todo o trabalho por ela. Assim, um grupo de amigos, autêntico, fazendo o que gosta, se divertindo naquilo que lhe apraz é uma exemplar exceção nesses dias em que quase tudo e quase todos estão obtusamente empostados. Vida longa ao clube! E um abraço a todos os amigos que – sem quere exagerar - sabiamente nos dão um belo exemplo de vida.

    Vinícius Lemarc

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  2. Olá, Vinicius - Sei que cada tempo é diferente do outro, mas infância é sempre infância, até que deixe de existir. Será que a garotada de agora consegue sentir a mesma felicidade que os meninos (e meninas, não é Janete?) dos anos 40, 50, 60 e até 70), antes do advento dos jogos eletrônicos domésticos? Os senhores que se vê nas fotos estão, na realidade, continuando com as brincadeiras iniciadas há 50 ou 60 anos atrás. E posso lhe afirmar que elas eram emocionantes. - Um abraço do Darci.

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  3. Que bela homenagem ao Jorge "Mexicano" !! É um bom amigo !
    Precisamos nos encontrar e cantar um pouco de Noel Rosa,Ataulfo
    Noite Ilustrada e outros !! Saudades dos encontros em seu quintal !! Abraços !!

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