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6 de maio de 2011

"ONDE IMPERA A TRAIÇÃO" (DUEL AT SILVER CREEK), AGRADÁVEL WESTERN DE DON SIEGEL



Don Siegel fez bons filmes em diversos gêneros: “Vampiros de Almas” (sci-fi), “Charley Varrick” (crime), “Rebelião no Presídio” (sistema prisional), “O Cais da Maldição” (noir) “Perseguidor Implacável” (Dirty Harry) policial. No faroeste Don Siegel deixou sua marca de diretor competente no adeus de John Wayne que foi “O Último Pistoleiro” (The Shootist). Outros westerns de Don Siegel foram “Estrela de Fogo” (Elvis Presley), “Os Abutres têm Fome” (Clint Eastwood) e “Morte de um Pistoleiro” (Richard Widmark). O primeiro western dirigido por Don Siegel foi “Onde Impera a Traição” (Duel at Silver Creek) estrelado por Audie Murphy.

NUANCES NOIR – O roteiro de Gerald Grayson Adams para “Onde Impera a Traição” tem elementos de filme noir como a narração feita por Stephen McNally, introduzindo as diferentes sequências; a personagem de Faith Domergue, que não é loura mas é fatal e conduz a história; e as muitas cenas rodadas à noite, com pouquíssima iluminação, raras em westerns dos anos 50 quando o mais comum era o uso de lentes para criar a atmosfera noturna. Dirigido por Don Siegel fica a certeza que sua intenção era realizar um western diferente e que esses achados não foram apenas coincidências. Mas se experiências com westerns-noir como “Sua Única Saída” (Pursued), de Raoul Walsh e “Almas em Fúria” (The Furies), de Anthony Mann, resultaram em filmes onde prevalecia o diálogo sobre a ação, Siegel realizou um western movimentado e bem ao gosto dos fãs de cavalgadas e tiroteios.

AUDIE MURPHY EM SEGUNDO PLANO – Mesmo com seu nome vindo à frente de Stephen McNally nos créditos, cabe a este o papel de maior relevância, como o Marshal Lightning Tyrone que tem como missão desbaratar uma quadrilha chefiada por Rod Lacy (Gerald Mohr), cuja mentora é sua irmã Opal Lacy (Faith Domergue). Opal consegue envolver sentimentalmente o Marshal Lightning, porém ela não contava com a sagacidade do assistente de Lightning, um jovem rápido no gatilho apelidado de Silver Kid e cujo nome é Luke Cromwell. E Silver Kid se empenha habilmente tanto para ajudar o Marshal Lightning como para fazer com que a mocinha Dusty (Susan Cabot) transfira sua paixão juvenil por Lightining para ele, Silver Kid. Acertou quem pensou que Silver Kid é interpretado por Audie Murphy e acertou novamente quem imaginou que ele, ao final fica com Dusty enquanto a astuciosa Opal Lacy tem um triste fim. E é Silver Kid quem participa das melhores sequências de ação, pois afinal “Onde Impera a Traição” é mais um veículo para aquele estágio inicial da carreira de Audie Murphy. Mas ainda assim o excelente McNally domina inteiramente o filme como o determinado Marshal Lightining.

UM WESTERN AGRADÁVEL – Foi dito acima que Don Siegel era um diretor competente. E isso é comprovado por “Onde Impera a Traição”, que presenteia o espectador que gosta de faroestes repletos de ação em histórias razoavelmente bem escritas. Aquele espectador sem maiores preocupações que não a da diversão através de um western agradável. E isso o filme de Siegel tem de sobra, até porque no elenco estão a belíssima Faith Domergue e a pequena, bonita e jovial Susan Cabot. Tão pequena, bonita e jovial que voltaria a contracenar com Audie Murphy em dois outros westerns, fazendo com ele um adequadíssimo par. Totalmente desperdiçado no elenco está Lee Marvin, de quem Don Siegel iria, doze anos mais tarde, extrair todo o excepcional talento no brilhante policial “Os Assassinos” (The Killers). Gerald Mohr, ator que lembra bastante Humphrey Bogart e dono de uma das melhores vozes do cinema trava batalha vocal com Stephen McNally, cuja voz é idêntica à de Bogey. Curiosa ainda a caricata personagem de Eugene Iglesias como Johnny Sombrero. “Onde Impera a Traição” não é o melhor dos westerns de Audie Murphy, mas é, sem dúvida, daqueles pequenos filmes que os fãs de faroeste tem satisfação em assistir.

3 comentários:

  1. Olá, Joaquim Leal - Onde Impera a Traição foi lançado em DVD pela distribuidora Ocean com opção de áudio em POrtuguês, ou seja, dublado. Esse DVD pode ser encontrado por dez reais.

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  2. A versão lançada em DVD possui uma redublagem que não chega nem aos pés da primeira feita no Brasil. Alguns nomes de personagens nesta segunda dublagem foram abrasileirados, como o de Stephen McNally que na primeira chamava-se Lightning e na segunda simplesmente Relâmpago. É a mesma coisa mas sem charme. Certamente esta não é a dublagem a que se refere o colega Joaquim. A personagem Johnny Sombreiro é uma atração a parte neste filme. Uma espécie de playboy do velho oeste pouco chegado a trabalho duro.

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  3. O dublador era Nelson Batista, já falecido.

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