Os anos 60 e 70 nos deram uma extraordinária geração de atores composta por Jack Nicholson, Dustin Hoffman, Robert Redford (todos nascidos em 1937), Robert De Niro, Al Pacino e Gene Hackman. Também dessa geração, ainda que muito menos lembrado, é Robert Duvall, isto apesar da sucessão de grandes interpretações de Duvall, algumas delas certamente entre as melhores dos últimos 50 anos no cinema. Para comprovar essa afirmação é só lembrar as criações de Duvall para Tom Hagen, o advogado de “O Poderoso Chefão I e II”, o delirante Coronel Bill Kilgore em “Apocalypse Now” e o Coronel Bull Meechum em “O Dom da Fúria”. Cada vez que Robert Duvall entra em cena em um filme temos a certeza de mais um desempenho perfeito e Duvall supera Nicholson, Hoffman, Redford e Hackman em um quesito: fez mais westerns que todos eles juntos. (Pacino e De Niro jamais fizeram um western.)
Robert Duvall em "Joe Kidd" |
"PACTO DE JUSTIÇA" - Em 1993 Robert Duvall reencontrou-se com seu amigo Gene Hackman com quem chegou a dividir quarto quando ambos atuavam na Broadway. Hackman e Duvall esteveram no elenco do excelente “Gerônimo – Uma Lenda Americana” (Geronimo – An american Legend), no qual Duval interpretou o batedor Al Sieber. No ano de 2003 comemorou-se o centenário do western e esse ano foi verdadeiramente glorioso para Robert Duvall e para os apreciadores de faroestes. Duvall é descendente indireto do General Robert E. Lee e teve a oportunidade de interpretá-lo em “Deuses e Generais” (Gods and Generals), excelente biografia do General Thomas Stonewall Jackson. Poucas vezes se viu nas telas uma encarnação tão perfeita do General Lee como a de Robert Duvall. Proprietário de uma fazenda na Virginia, inúmeras sequências de “Deuses e Generais” foram filmadas na fazenda de Duvall. Nesse mesmo ano de 2003 Kevin Costner interpretou e dirigiu “Pacto de Justiça” (Open Range). Kevin sabia perfeitamente o risco que correria ao chamar Robert Duvall para desempenhar o papel de seu pardner 'Boss' Spearman. O risco inevitável era ver Duvall reeditar a já lendária interpretação como 'Gus' McCrea em “Pistoleiros do Oeste” e atrair todas as atenções dos espectadores. “Pacto de Justiça” é um filme emocionante, sincero e bonito no qual tudo deu certo e Kevin Costner, Annette Bening e todo o elenco estão perfeitos, mas acima de todos está a atuação magnífica de Robert Duvall. Em 2006 outra vez a TV roubou Duvall do cinema e ele encabeçou o elenco de “Rastro Perdido” (Broken Trail), western que aborda o inusitado tema da exploração sexual de mulheres chinesas no Velho Oeste.
QUANTO MAIS VELHO MELHOR - Clint Eastwood desmontou definitivamente aos 62 anos. Duvall, que tem a mesma idade de Clint continuou cavalgando no cinema, sempre convincente com sua enorme naturalidade. Em plena atividade aos 80 anos, a qualquer momento Robert Duvall pode dar aos fãs de westerns uma nova e agradável surpresa atuando em mais um faroeste, gênero que ele tanto aprecia. Para falar de Duvall vale até fazer uso daquela batida frase dizendo que ele é como o vinho. Pois em suas atuações têm mantido aquele nível excepcional que só os verdadeiramente grandes atores conseguem ter.
O Duvall é uma maravilha. Vi um dia desses A ÁGUIA POUSOU, um thriller de guerra mediano de John Sturges, onde ele é a melhor coisa do filme, mesmo fazendo um oficial nazista simpático.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Rendo-me, sem nenhum receio de estar cometendo qualquer injustiça a outros enormes atores, às atuações convincentes e irreparáveis deste ator formidável.
ResponderExcluirEntregar um papel a este equilibrado e natural profissional é como carimbar um filme ao sucesso e a soberania de uma atuação impecável.
Desconheço os filmes como Sem Lei e sem Esprança, Geronimo e Pistoleiros do Oeste. Jamais os vi passar ou sendo comentados. Porém, graças a Deus, tive a graça e a grandeza de ter visto esta ator interpretar Robert E Lee em Deuses e Generais e fazer par com Kostner em Pacto de Justiça, um dos melhores trabalhos que vi qualquer ator fazer em qualquer época no cinema. Magnifico! E digo mais; NINGUÈM competiria com este para aquela interpretação, pelo menos não como a que ele o fez. Duvall praticamente ensina como se por um desempenho dentro de uma linha e limite calculado e convincente de que tudo a quilo ali estava mesmo ocorrendo. Ele arrasta todo o filme dando a este uma conotação realista, natural e viva. Porém, o também bom Costner, apesar de ter sido engolido pela atuação de seu parceiro, está muito bem. E com ele todo o elenco, sem qualquer tipo de seleção. Todos estão muito bons!
Eu já o havia visto perfeito em Joe Kid, filme, acho, que de 1971, onde já ensaia sua qualidade técnica, que a terminaria desenvolvendo com a eximia perfeição em Deuses e Generais e Pacto de Justiça.
Que maravilha que ainda o temos aí, disposto e apto a nos maravilhar a qualquer momento com mais uma estupenda e surpreendente interpretação
jurandir_lima@bol.com.br
Excelente o artigo sobre Robert Duvall, na minha opinião um dos melhores atores que o cinema já viu. Mas acredito que tenha havido um pequeno engano quando da referência ao seu personagem em " Bravura Indômita" TRUE GRIT de 1969. O vilão Luck Ned "Pepper", não foi morto por Rooster Cogburn, e sim por Labuff, que atirou do alto de um morro. Desculpem a observação, e obrigado pela oportunidade. fiquem com Deus.
ResponderExcluirDouglas.
Olá, Douglas. Obrigado pelo elogio. Você tem razão pois o tiro de misericórdia contra Ned (Robert Duvall) foi disparado por La Boeuf (Glenn Canpbell), mas Cogburn (Duke) já havia alvejado Ned que inclusive diz: "Estou todo furado...". Um abraço do Darci.
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