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19 de fevereiro de 2011

PANCHO VILLA EM HOLLYWOOD

Wallace Beery como Pancho Villa
Hollywood nunca esquece a Revolução Mexicana, especialmente a figura de Pancho Villa. Yul Brynner com uma negra peruca sob o sombrero interpretou o general mexicano em “Villa, o Caudilho” (Villa Rides), 1968, num elenco que tinha ainda Robert Mitchum, Charles Bronson, Herbert Lom e Fernando Rey. Em 1972 foi a vez de outro careca, Telly Savalas, cruzar os baleiros no peito como Pancho Villa e tentar invadir os Estados Unidos em busca de armas no filme  “Pancho Villa”, com elenco completado por Clint Walker e Chuck Connors. Em 1958 Brian Keith e Cesar Romero atuaram no filme “Villa, o Temerário” (Villa!), em que Pancho foi vivido pelo ator mexicano Rodolfo Hoyos Jr. Marlon Brando foi Emiliano Zapata em “Viva Zapata”, no qual Pancho Villa foi interpretado por Alan Reed. Em “Gringo Velho” (Old Gringo), de 1980, com Gregory Peck e Jane Fonda, quem atuou como Pancho Villa foi Pedro Armendáriz Jr. E vale lembrar que seu pai, Pedro Armendáriz também interpretou Pancho Villa, em uma das dezenas de vezes que em Churubusco foi revivida a lendária figura de José Doroteo Arango (verdadeiro nome de Pancho). Mais recentemente Antonio Banderas também foi Pancho Villa em “Estrelando Pancho Villa”, de 2003. E em diversas vezes Pancho Villa foi citado sem sequer dar as caras no filme, como em “O Tesouro de Pancho Villa” (The Treasure of Pancho Villa), de 1955, com Rory Calhoun e Gilbert Roland. Porém o mais famoso filme sobre o guerrilheiro mexicano foi “Viva Villa!”, de 1934, com Wallace Beery (como Pancho) e Leo Carrillo, com direção atribuída a Jack Conway. Quem dirigiu a maior parte de “Viva Villa!” foi Howard Hawks, até que certo dia de descanso nas filmagens pois era feriado, houve uma parada militar na cidade e o ator Lee Tracy se embriagou, saiu no terraço do quarto do hotel e urinou nos cadetes que desfilavam na avenida. O fato gerou um incidente internacional com o Governo mexicano se sentindo insultado, o que quase promoveu nova Revolução. A MGM foi pressionada pela Casa Branca e Louis B. Mayer rompeu o contrato com o ator Lee Tracy, tendo que refilmar todas as suas sequências com outro ator (Stuart Erwin). Howard Hawks não concordou pois Lee Tracy era um dos destaques do filme. Hawks brigou com Mayer e também deixou a direção do filme, sendo substituído por Jack Conway que ficou com o crédito de diretor. Como se vê, mesmo morto Pancho Villa faz um barulho enorme...

2 comentários:

  1. Não vi Viva Villa nem Gringo Velho, com Peck, mas assisti aos demais filmes sobre Pancho Villa que são citados neste belo retrato sobre passagens, ou ficção, desta lenda mexicana. No entanto, apesar da fita não ter sido produzida exclusivamente para tratar propriamente de Pancho, o filme Viva Zapata, no meu ver, é o melhor de todos demais que vi. Não apenas pela fértil e bem elaborada direção de Elia Kazan, mas por todo um conteúdo muito preciso e fulgurante da vida daquele que foi, na minha opinião, muito mais importante para o povo mexicano do que o próprio Villa, que foi Emiliano Zapata. Este, magistralmente interpretado por Brando, com o apoio de grandes estrelas como Quinn e Jean Peters. Um filme com feições severas de revolução, de revolta, com ares sisudos da verdade de um povo que sofria nas mãos daqueles que "mandavam" e desmandavam nas terras que nem deles eram. Sente-se num filme bem feito como este o sentido da realidade, como se estivessemos entranhados no seio daquele povo sofredor e que apenas queriam o minimo para ele, que era um pedaço de chão para que plantassem seu sustento.
    Não me canso por elogios a esta fita que, tenho certeza, todo cinéfilo que conhece cinema e tem a verdadeira noção do que é bom, irá por muitos mais elogios em cima dos que despejo sobre esta obra magnificamente bem desenrolada, interpretada e dirigida. Enalteça-se Viva Zapata por todo o seu conjunto, e feito exatamente na época em que o cinema nos presenteava com peliculas verdadeiras.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  2. "Viva Zapata" foi um dos grandes filmes dos anos 50, fruto da incrível parceria Brando-Kazan. Se o cinema homenageou tantas vezes Pancho Villa, apenas o filme de Elia Kazan é suficiente para a lembrança cinematográfica de Zapata por ser um clássico do cinema histórico. - Kit Hodgkin

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