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24 de fevereiro de 2011

OS CAVALEIROS DA BANDEIRA NEGRA (Kansas Raiders) - OS JOVENS CAVALEIROS DO CORONEL QUANTRILL

Se houve algo que os roteiristas norte-americanos nunca ligaram muito foi para a verdade dos fatos históricos. Lá pelos anos 70 começou uma grande cobrança pelo “historicamente correto” e os westerns ficaram até meio sem graça. “Cavaleiros da Bandeira Negra” (Kansas Raiders), de 1950, não prima muito pela acurácia dos fatos referentes ao Coronel William Clarke Quantrill. A começar pela idade, pois Quantrill morreu aos 27 anos e Brian Donlevy, que o interpreta no filme estava com 49 anos. Ao redor do ex-soldado da União que se tornou ‘oficial’ da sua facção do Exército Confederado, o roteiro de “Cavaleiros da Bandeira Negra” juntou nada menos que os Irmãos Jesse e Frank James (Audie Murphy e Richard Long), os irmãos Cole e James Younger (James Best e Dewey Martin) e ainda Kit Dalton (Tony Curtis). Quantrill aperfeiçoou os jovens bandidos agregados ao seu exército nas técnicas de pilhagem devidamente acompanhados de requintes da maior crueldade. Para esse quesito Quantrill tinha um mestre na figura de Bill Anderson (Scott Brady), o ‘Bloody’ Bill Anderson, o mais sanguinário confederado da Guerra da Secessão. Dirigido por Ray Enright, o western é bastante movimentado, com excelentes cenas de ação, compensando o discutível roteiro. O maior atrativo de “Cavaleiros da Bandeira Negra” é ver em ação um grupo de atores praticamente iniciantes, com idades por volta de 25 anos e que teriam carreiras bastante diferentes no cinema. De longe Tony Curtis foi o que se saiu melhor na vida artística, tornando-se um dos grandes ídolos de Hollywood. Audie Murphy será sempre lembrado como um ator de poucos recursos interpretativos, mas que foi o mocinho mais constante da última boa fase dos faroestes. James Best atuou muito no cinema, em westerns, dramas e comédias, mas acabou consagrado mesmo foi na série “The Duke of Hazzard” (Os Gatões), na TV, interpretando o atrapalhado xerife Roscoe P. Coltrane. Scott Brady viveu seu momento de glória como ‘Dancing Kid’ em “Johnny Guitar”. Richard Long e Dewey Martin, sem maiores chances no cinema, passaram logo para a TV. No elenco ainda a veterana Marguerite Chapman que foi heroína do seriado clássico “O terror dos Espiões” (Spy Smasher) de 1942. E numa ponta aparece Richard Egan. “Cavaleiros da Bandeira Negra” deve ter sido tão agradável de se ver quando de seu lançamento, quanto agora na época do DVD, é claro que sem nenhuma preocupação com o apuro histórico.

3 comentários:

  1. Na verdade o que Hollywood queria era nos fazer ver ação, tiros, fugas, duelos e tudo o mais. Sabiam que era isto que nos agradava e, sem se importar com "o devidamente correto, com a linha certa das coisas", nos atirava fitas e mais fitas sem seguir a realidade dos padrões reais. E na verdade era o que queríamos;ação.
    Mas, voltando a esta fita, onde o critico nos fala de Richard Egan numa ligeira ponta, uma coisa me vem à cabeça. Recordo bem que ele era um ator com as mesmas limitações de Audie Murphy e que o vi pela primeira vez nas telas em Demetrius o Gladiador, onde ele era um deles. Mas eu assisti a um filme com ele chamado Párias da Vida, do mediano ou até muito fraco Harry Keller, de 1958, um filme que vive até hoje muito aceso em minha mente. Foi um filme forte, sombrio, duro e que nos rasga as entranhas com o padecimento do ator. E Egan esteve perfeito nesta fita. Esteve perfeito tb em Assassinato na 10a. Av. e em Ama-me com Ternura. O que quer dizer que quando se tem uma historia boa nas mãos e um bom diretor de atores se melhora, e muito, a qualidade do desempenho do ator. Vejamos Audie Murphy. Recordam de todos aqueles filmes de westerns B iguais uns aos outros que ele fez? Nunca o consideramos um ator de qualidade e apenas gostávamos dele pq somos adoradores de faroestes. No entanto, quem se lembra do Audie Murphy em O Passado Não Perdoa? Viram sua atuação? Diferente, não? Diferente e muito boa, sustentável! Mas por que este milagre? Claro; John Houston, este diretor magnifico. E ali tivemos um bom ator, num bom papel e fazendo o melhor trabalho de toda sua carreira.
    Já o Egan teve nas maos outros bons papeis e foi terrível; vejam Ester e o Rei. Mesmo nas mãos de Walsh, Egan esteve terrivelmente invisível, sem graça sem presença. Também em os 300 de Esparta. Enfim, para não me alongar muito, muitos produtores e diretores faziam filmes para que eles ficassem logo prontos e os atirassem na praça. Queriam lucros, lucros imediatos e normalmente não se preocupavam muito com seus comandados.
    Vimos muito coisas assim, como tb vimos muitos inversos, como foi o caso de; Dio Como te Amo, Candelabro Italiano, As Pernas de Dolores, Ghost, do Outro Lado da Vida, Matematica 0, Amor 10, dentre umas centenas. Filmes feitos sem aparatos, sem grandes produções e, no entanto, se tornaram enormes sucessos de bilheteria e até muito gostosos de se ver.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  2. "Assassinato na 10.ª Avenida' é um belo filme, com excelente elenco e Richard Egan tem magnífica atuação. Audie Murphy era um ator limitado. - Kit Hodgkin

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  3. José Fernandes de Campos22 de novembro de 2013 às 20:23

    Procuro este filme até hoje. Nunca assisti, nem em tv fechADA OU PARA FAZER DOWNLOAD. Espero um dia assistir este filme. Já ouvi comentários à respeito. Continuo procurando.,

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