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15 de maio de 2012

O RETORNO DE HOWARD HAWKS AO FAROESTE


Em 1958 Howard Hawks já havia dirigido um dos mais extraordinários conjuntos de filmes de Hollywood, entre eles “Scarface, a Vergonha de Uma Nação”, “Levada da Breca”, “Paraíso Infernal”, “Jejum de Amor”, “Sargento York”, “Bola de Fogo”, “Uma Aventura na Martinica” e “À Beira do Abismo”. Entre os grandes filmes de Hawks estava ainda “Rio Vermelho” (Red River), o faroeste que permitiu descobrir que John Wayne era bom ator e que revelou Montgomery Clift para o cinema. Em 1958 Howard Hawks decidiu que era hora de terminar suas prolongadas férias européias e voltar a filmar. E teria que ser um faroeste.

DOLCE VITA EM PARIS - Depois que terminou de rodar “Terra dos Faraós”, na Europa em 1954, Howard Hawks resolveu permanecer no Velho Mundo, passando a morar em Paris. “Terra dos Faraós” foi um fracasso artístico e de público, mas isso não impediu que a crítica francesa continuasse falando daquele novo residente da Cidade Luz. Num artigo no Cahiers Du Cinemà, em 1955, 0 teórico André Bazin comparou Hawks a Moliére e a Balzac. Os jovens que escreviam naquela influente revista, entre eles François Truffaut, Jean-Luc Godard e Jacques Rivette, mostravam-se igualmente impressionados com a obra de Howard Hawks, para eles o maior de todos os cineastas norte-americanos. E a boa vida do já sessentão Hawks parecia não ter hora para acabar, até que sua jovem esposa Dee Hartford cansou-se da rotina Paris-Riviera-Paris, querendo retornar aos Estados Unidos. Como viver em Paris nunca foi barato, a conta bancária de Hawks diminuía consideravelmente, ainda mais que suas duas ex-esposas também exigiam cada vez mais dinheiro. Mesmo assim Howard se recusou dirigir “A Ponte do Rio Kwai” porque entendeu que um filme sem mulheres no elenco e passado numa floresta seria um fracasso. O diretor voltou então aos Estados Unidos em 1958 e passou a ler algumas histórias que poderiam virar um bom filme.
Nas fotos ao lado à direita: Howard Hawks no Egito quando da filmagem de "Terra dos Faraós"; nas fotos menores André Bazin, Jean-Luc Godard, François Truffaut e Jacques Rivette, maiores admiradores da obra de Howard Hawks.

Gary Cooper / Glenn Ford
O XERIFE-FRANGOTE DE HADLEY-VILLE - Assim como havia acontecido com John Wayne, Howard Hawks jamais aceitou que fosse feito um filme como “Matar ou Morrer” (High Noon). Hawks detestava esse western, não pelo aspecto estético mas sim pelo ideológico. Não bastasse o faroeste de Zinnemann estar engasgado nas gargantas de Hawks e de Duke, em 1957 foi lançado “Galante e Sanguinário” (3:10 to Yuma), outro western elogiado pela crítica mas que mostrava um norte-americano sozinho na defesa da lei e da ordem. O novo filme tinha que ser um western para colocar as coisas em seus devidos lugares e, de preferência, com John Wayne no papel de um sheriff em tudo diferente de ‘Will Kane’. Hawks dizia que Gary Cooper lembrava um frangote correndo por Hadleyville em sua inútil busca de ajuda entre os acovardados moradores da cidade. Hawks descobriu uma pequena história intitulada “El Paso Red”, de autoria do desconhecido B.H. Campbell, história que serviria muito bem como base para um roteiro. Estranhamente essa história sequer havia sido publicada quando Hawks levou o projeto à Warner Bros. Jack Warner estava relutante pois achava que o tempo dos westerns já havia passado. Warner só aceitaria fazer uma parceria com a Armada Productions (nova produtora de Hawks), se o ator principal fosse John Wayne.

Hawks e Wayne, nada que 750 mil
dólares não resolvam.
BRIGUINHA COM JOHN WAYNE - As relações entre Hawks e John Wayne andavam meio estremecidas devido a uma ação na Justiça impetrada por Wayne que reclamava dinheiro a receber de Hawks por sua participação em “Rio Vermelho”. Sem ter certeza se Wayne aceitaria voltar a trabalhar com ele, Hawks pensou em Gregory Peck, Kirk Douglas, Burt Lancaster e até mesmo em Sterling Hayden para o papel do sheriff. Paradoxalmente, assim como sempre teve uma dívida de gratidão com John Ford que fez dele um grande astro, John Wayne também se sentia artisticamente endividado com Hawks que lhe dera o status de ator de verdade em “Rio Vermelho”. E mais que isso, em 1958 Duke estava precisando desesperadamente de duas coisas: dinheiro e um sucesso. Dinheiro para poder rodar “O Álamo” o que o levou a pedir a Hawks 750 mil dólares para atuar nesse faroeste. E o sucesso era porque depois de “Rastros de Ódio” (The Searchers), em 1956, os filmes de John Wayne não conseguiram mais boas bilheterias. O último desses filmes foi “O Bárbaro e a Gueixa”, um dos raros fracassos da carreira de John Wayne, em 1958, ano em que pela primeira vez depois de nove anos seguidos Duke ficou de fora da lista dos Top-Ten Money Making Stars. Depois de acertar contrato com o Wayne, o que foi relativamente fácil pois o ator nem quis ler a pequena história, o passo seguinte para Hawks era transformar o texto de Campbell em um roteiro. Hawks deu ao personagem do sheriff de Rio Bravo o nome de John T. Chance e havia uma razão para isso. Quando ainda morava em Paris Hawks se enamorou de uma modelo francesa chamada Chance de Windsedt e homenageou a moça dando o estranho nome ‘Chance’ ao principal papel masculino de seu novo filme.

Borrachón Dean Martin.
A ESCOLHA DE DEAN MARTIN - Howard Hawks chamou o veterano roteirista Jules Furthman (“Uma aventura na Martinica”, “À Beira do Abismo”) para em parceria com a roteirista Leigh Brackett desenvolver a história. Ainda jovem Leigh havia também trabalhado no roteiro de “À Beira do Abismo” e Hawks gostava do jeito da moça escrever. Para esse trabalho Furthman ganhava 2.500 dólares por semana e Leigh apenas 600 dólares, mesmo assim foi ela quem escreveu praticamente a maior parte do roteiro que recebeu o nome provisório de “Bull by the Tail”. Com o roteiro nas mãos Hawks passou a selecionar o elenco e a única certeza era John Wayne no papel principal. Hawks apresentou a Jack Warner a lista de atores que poderiam ser o co-star de Wayne: o primeiro nome da lista era Montgomery Clift que se recusou terminantemente a voltar a trabalhar com Hawks e Wayne que criaram durante as filmagens de "Rio Vermelho" um ambiente típico de homens brutos, do qual Monty não gostava. Monty nunca se esquecera dessa experiência. O segundo nome era o de Frank Sinatra que também recusou o convite. Os outros nomes da lista eram os de James Cagney, Richard Widmark, John Cassavetes, Edmond O’Brien, Rod Steiger, John Ireland, Van Johnson e Ray Milland. Quase todos estavam envolvidos com outros trabalhos. O agente de Dean Martin procurou Hawks pedindo-lhe o papel do assistente de sheriff bêbado e Hawks marcou uma entrevista com o ex-parceiro de Jerry Lewis. Uma hora de conversa bastou para Dino convencer o diretor que ele seria perfeito como ‘Dude’. Dean vinha de elogiadas interpretações sérias em “Os Deuses Vencidos” e “Deus Sabe Quanto Amei”.

Stumpy e seus dois canos.
OL’ STUMPY - Quando retornou da Europa Hawks ficou impressionado com o número enorme de séries westerns da TV, todas exibidas com sucesso mas com episódios muito parecidos uns com os outros. E a TV não só revelava novos ídolos como revitalizava carreiras de atores envelhecidos como Ward Bond que atuava na série “Caravana”, de enorme sucesso. Bond assinou para atuar no filme de Hawks num papel menor. Mais importantes eram os personagens ‘Colorado Ryan’ e ‘Stumpy’. Jack Warner sugeriu para interpretar o velho ajudante de sheriff Arthur Hunnicutt, Gabby Hayes, Burl Ives, Buddy Ebsen, William Demarest e até Lee J. Cobb. Mas Hawks gostava muito de Walter Brennan, que atuara com ele em “Uma Aventura na Martinica” e em “Rio Vermelho”. A carreira de Walter Brennan no cinema estava em baixa, mas ele era nacionalmente conhecido pelo sucesso da série “The Real McCoys”, na qual interpretava ‘Vovô McCoy’. Essa série durou seis temporadas, de 1957 a 1963. ‘Stumpy’ não poderia ser outro senão Walter Brennan.

Ricky Nelson
ROQUEIRO PISTOLEIRO - Para interpretar ‘Colorado Ryan’, que no roteiro original era um pistoleiro com mais de 30 anos, foram considerados Robert Mitchum, James Garner, Jack Lemmon, Tony Curtis, Lee Marvin, Lloyd Bridges, Chuck Connors e até Jack Palance. Assistindo a um episódio da série “As Aventuras de Ozzie and Harriet”, Hawks teve a inspiração de remoçar o personagem ‘Colorado’, usando o adolescente Ricky Nelson (17 anos). Pouco conhecida no Brasil, a série ficou 15 anos no ar nos Estados Unidos, de 1952 a 1966. Ricky era filho de Ozzie e de Harriet Nelson e irmão de David Nelson, atores da série. Ricky tinha paralelamente a carreira de cantor sendo um dos grandes ídolos do rock’n’roll, seguindo os passos de Elvis Presley. O problema era que Ricky nunca havia feito um filme, a não ser como criança, mas Howard Hawks preferiu apostar no jovem cantor justamente em razão do apelo comercial que isso teria junto aos jovens. Quanto à questão interpretativa Hawks confiava em sua própria e inquestionável experiência de diretor de atores, mesmo os novatos como Lauren Bacall, que estreou no cinema pelas mãos de Hawks. E por falar em Bacall havia um importante papel feminino em “Bull by the Tail”.

Angie Dickinson
A DESCOBERTA DE UMA ATRIZ DIFERENTE - Leigh Brackett escreveu o personagem ‘Feathers’ do jeito que Hawks queria, ou seja, uma mulher de personalidade, insinuante e impudente, nada parecida com as doces e frágeis heroínas dos faroestes. Hawks imaginava se seria possível achar alguém com o talento de Claire Trevor, a malícia e sensualidade de Marlene Dietrich e o charme de Lauren Bacall. Hawks pensou em Rhonda Fleming, Jane Greer, Martha Hyer, Carolyn Jones, Julie London, Janis Paige, Beverly Garland e mesmo em Donna Reed, até que um dia, conversando com seu grande amigo Christian Nyby, este lhe falou de Angie Dickinson. Nyby dirigira “O Monstro do Ártico”, clássico de sci-fi produzido por Hawks e depois passara a dirigir só para a TV. Nyby trabalhara com Angie Dickinson em um episódio da série “Perry Mason” e ficara impressionado com a atriz que no cinema havia atuado em vários faroestes (ver a postagem Angie Dickinson – Os 80 Anos de uma Lindíssima Atriz, neste blog). Angie fez um teste mas não acreditava ter alguma chance de estrelar um filme ao lado de John Wayne, ainda mais porque diziam que o diretor Hawks queria uma mulher um tanto diferente... E Angie era a mulher diferente que nas locações em Tucson encantaria Hawks, Duke, Dino e a quase centena de homens entre atores e técnicos que lá estavam.

Claude Akins antes da cadeia;
Harry Carey Jr. e Sheb Wooley,
cenas excluídas.
ELENCO COMPLETO - Os demais papéis importantes de “Bull by the Tail” ficaram com John Russell, experiente ator que também fazia sucesso na televisão com a série “O Homem da Lei” (Lawman); Claude Akins, já reconhecido como um dos melhores atores que interpretavam foras-da-lei; Pedro Gonzalez-Gonzalez, conhecido do programa “Bet Your Life” sucesso de Groucho Marx na TV; a cubana Estelita Rodriguez que atuara em vários faroestes B de Roy Rogers na Republic. Sheb Wooley e Harry Carey Jr. também foram para Tucson e chegaram a participar de algumas sequências que foram depois excluídas da montagem final. O nome de Harry Carey Jr., no entanto permanece nos créditos de abertura de “Rio Bravo”. Bing Russell, o pai de Kurt Russell, tem também uma cena curta em que é baleado por Joe Burdette (Claude Akins). Gordon Mitchell, antes de virar Maciste na Itália e participar de westerns-spaghetti também faz uma aparição em “Rio Bravo”. Grandes nomes dos faroestes como Yakima Cannut, Fred Graham, Bob Steele e Chuck Roberson foram escalados para pequenas participações. Howard Hawks não estava satisfeito com o título “Bull by the Tail”, qualquer coisa parecida com ‘pegando o touro pela cauda’. Como a ação se passava na cidadezinha de Rio Bravo e “Rio Vermelho” havia sido um sucesso, Hawks colocou o título definitivo de “Rio Bravo”.

Dimitri Tiomkin, autor da
memorável "Rio Bravo"
cantada por Dean Martin.
AS CANÇÕES DE “RIO BRAVO” - Dimitri Tiomkin já havia feito música para os filmes de Howard Hawks “Rio Vermelho”, “O Monstro do Ártico” e “Rio da Aventura”. Com dois cantores no elenco era mais que certo que haveria alguns momentos musicais em “Rio Bravo”, o que muito agradava Hawks que pediu a Tiomkin algumas canções para o filme, além do tema principal. O compositor russo reescreveu a canção “Settle Down”, ouvida em “Rio Vermelho”, transformando-a em “My Pony, My Rifle and Me” com letra de Paul Francis Webster. Quem deveria cantar essa canção era Ricky Nelson, mas Ricky não gostou da música que acabou cantada por Dean Martin com Nelson fazendo uma segunda voz. Ricky Nelson preferiu cantar “Cindy, Cindy” que fazia parte de seu mais recente LP. A belíssima canção-título ‘Rio Bravo’, mais tarde magnificamente gravada por Dean Martin, é ouvida no filme apenas orquestrada por Tiomkin. Essas canções acabaram fazendo de “Rio Bravo" um dos faroestes mais musicais que se conhece, mas o grande achado de Tiomkin seria mesmo “El Deguello”, assustadora canção que supostamente as tropas do General Sant’Anna tocavam no cerco ao Forte Álamo. Ela é tocada na cantina “El Toro Rojo” e escutada na delegacia-cadeia onde se passa boa parte da história de “Rio Bravo”. O significado de ‘deguello’ é degola. John Wayne que atuou em “Rio Bravo” com a atenção presa em seu projeto “O Álamo” não precisou pensar muito e pagou os direitos a Tiomkin para usar “El Deguello” no épico que filmaria em Brackettville no ano seguinte. A fotografia ficou a cargo do cinegrafista Russel Harlan que havia feito magnífico trabalho para Hawks em “Rio Vermelho”.

John (T. Chance) Wayne, sheriff de Rio Bravo.
OURO PURO - “Rio Bravo” foi rodado em 61 dias, seis a mais que o previsto, entre maio e julho de 1958. As externas foram filmadas em Old Tucson (Tucson, Arizona), onde foi construída a rua principal, cenário com 84 edificações com saloon, cantina, cadeia e várias casas. O filme custou 1.950.000 dólares e só na construção da rua principal foram gastos 100 mil dólares. Logo após assistir à primeira edição do filme Hawks, Warner e demais executivos sabiam que tinham ouro puro nas mãos. Lançado no Cine Roxy, em Nova York em 18 de março de 1959, um mês depois “Rio Bravo” havia rendido quase seis milhões de dólares, tornando-se um dos campeões de bilheteria do ano. Porém assim como outros westerns o status de obra-prima demoraria alguns anos para chegar. “Rio Bravo” não teve nenhuma indicação ao Oscar, nem mesmo com Walter Brennan, o que faz pensar que a academia não gosta mesmo de faroestes. Como aqui no Brasil o western de John Ford “Rio Grande” havia sido lançado com o título de “Rio Bravo”, para evitar confusão o faroeste de Hawks chamou-se “Onde Começa o Inferno”. “Rio Bravo”, de Howard Hawks é um dos grandes faroestes de todos os tempos, tendo gerado um famosíssimo ensaio do crítico canadense Robin Wood que termina dizendo que “Se fosse necessário escolher um único filme para representar o cinema esse filme só poderia ser ‘Rio Bravo’ de Howard Hawks”. Parece um exagero, mas vale lembrar que na opinião de Quentin Tarantino “Rio Bravo” é o segundo melhor filme já feito até hoje, em qualquer gênero, atrás apenas de “Três Homens em Conflito” (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo), de Sergio Leone.

Admiradores de "Rio Bravo": o conceituado crítico Robin Wood;
Quentin Tarantino; Martin Scorsese, que homenageou o western de Hawks
em seu primeiro filme "I Call First" (na foto Harvey Keitel e Zina Bethune).

Fãs brasileiros do western "Onde Começa o Inferno" conseguindo
um jeito de contracenar com John T. Chance.

42 comentários:

  1. Darci e demais colegas.

    A primeira vez que vi Onde Começa o Inferno foi nos anos 90, em um VHS emprestado de uma biblioteca onde eu trabalhava. Naquela ocasião eu não tinha percebido ainda toda a dimensão desse clássico. Alguns anos depois eu li em Cinemin (uma das mais especializadas revistas de cinema que foram publicadas no Brasil) que esta jóia de Howard Hawks fora uma resposta ao faroeste psicológico de Fred Zinnemann, Matar ou Morrer. Que bela resposta!!!
    Honestamente, considero-o superior ao clássico estrelado por Gary Cooper, talvez pelo roteiro que privilegiou histórias paralelas à trama e pelo elenco impecável que funcionou muito bem e manteve o ritmo da história.
    E pensar que Jack Warner pensava que a era dos westerns já havia passado..

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  2. Rodrigo
    Veja você que um clássico como Matar ou Morrer fica reduzido diante de Onde Começa o Inferno, tamanha a grandeza deste western de Hawks. Eu já havia assistido Eldorado e Rio Lobo e nunca havia visto Rio Bravo, até que passou na TV Manchete. Foi um dos primeiros filmes que gravei em VHS e tenho trechos dessa gravação até hoje com legendas enormes. Quando saiu selado pela Breno Rossi eu comprei Rio Bravo e para minha decepção eles estirparam toda a sequência musical na cadeia. Reclamei com todo mundo, só faltou ir ao Procon e depois desisti. Embasei minha reclamação com a cópia da TV que estava com os 141 minutos.Felizmente o DVD lançado posteriormente está completo. Jack Warner acreditava que a TV com suas dezenas de westerns estava matando o gênero no cinema e não deixava de ter razão. A TV foi uma das responsáveis pela quase extinção do faroeste no cinema.
    Um abraço - Darci

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  3. Meu primeiro contato com "Rio Bravo" foi nas madrugadas da Globo. Assim como fazia com "Era Uma Vez no Oeste" ela reprisava "Rio Bravo" a cada 1 ou 2 anos. A mim não importava as horas pois dava um jeito de ver. Colocava o relógio prá despertar próximo ao horário programado para a exibição, assistia e ia dormir poucas horas antes de acordar e ir pro trabalho. Acredito nunca ter perdido uma reprise naqueles tempos. Só quando adquiri um video cassete pude dormir em paz.
    Mas valia a pena e era um acontecimento. Chamava meus irmãos mais novos e ficávamos felizes a cada cena. O auge para mim era a cantoria na delegacia.

    Ás vezes penso que os grandes diretores e atores do cinema mereciam mais crédito. Mais do que um simples "Oscar" mereceriam um prêmio "Nobel" pelo prazer e felicidade que nos proporcionaram com suas obras. Porque ao longo de uma existência momentos felizes, e sua recordação, valem tanto quanto determinadas descobertas que possam ter transformado a vida de toda a humanidade. Sei que posso parecer maluco ou exagerado mas filmes como "Rio Bravo", e outros que volta e meia comentamos, aqui são valiosos demais.

    Edson Paiva

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  4. Edson, vou até dar uma olhada para ver se minha primeira gravação de Rio Bravo foi na Globo e não na Manchete. É bastante possível pois lembro que gravei de madrugada. Como estou revendo esse western para fazer a matéria, fica comprovado o que você acaba de escrever pois é impossível deixar de assistir esse filme arrebatador.
    Darci

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  5. Não sou a pessoa apropriada para falar de Hawk's, já que é um dos meus tres diretores preferidos.
    Se este fantastico diretor tivesse posto a mão na criação de A Ponte do Rio Kway, aquele filme seria muito, mas muiiito mais fita, apesar dela não ser uma fita ruim. No entanto, é um filme muito mais badalado do que merece. Ele é apenas razoável.

    Aliás, saindo um pouco dos trilhos, a melhor coisa, para mim, que David Lean fez, foi A Filha de Ryan.

    Isso do Duke e do Hawk's sobre westerns psiógicos, são coisas que não consigo entender. Mas...gosto é gosto. Porém, odiar Matar ou Morrer e Galante e Sanguinário é algo muito esquisito.

    Onde Começa o Inferno passou aqui em Salvador lá por 1959 ou 60. E recordo exatamente o dia em que o fui assistir, com uma sala de espera lotada e com um relogio que marcava em que parte o filme estava.

    E todos os olhos daquela sala entupida de gente, onde todos que ali esperavam se respaldavam com o magnifico ar condicionado que ali soprava, não arrancavam ora alguma seus olhos cheios de ânsia e impaciencia do bendito relogio.

    Rio Bravo fez tanto sucesso em Salvador que, para revelo em suas semanas e semanas de repetições, ainda era difícil.

    Um trabalho perfeito de todos, com um dos meus diretores favoritos no centro do comando daquele rosário de astros.

    O resultado foi compensador, com Brennan dando um verdadeiro show em tiradas, reclamações, discussões, sorrisos desdentados, disparos e tudo o mais. Ele está acima de qualquer média em interpretação dentro daquele elenco.

    O Duke está como sempre, muito bom. Martin, que sempre foi um bom ator, dá conta perfeitamente de seu papel embora, na sua sede por alcool, passe demasiadamente o costado da mão nos lábios. Não sei como Hawk's deixou passar tantas cenas repetidas.

    A Angie está linda e boa atriz como sempre. Aquele rostinho de mulher pedinte e aquele corpinho que Hawk's faz questão de não esconder, dá uma nota especial ao filme.

    Ricky Nelson não fede nem cheira. Tem muito poucas oportunidades e nunca esteve numa cena que exigisse de seu talento. Mas tem uma boa voz e, ao lado de Martin, canta bem.
    O resto do elenco é perfeito, como tudo é quase que perfeito na fita.

    Entretanto, o Tarantino exagerou. Aliás o Tarantino não tem todos os parafusos que lhe garanta uma sanidade 100%.
    E isso todos percebem bastando um close seu e algumas palavras.
    Rio Bravo é ótimo, assim como Tres Homens em Conflito.
    No entanto, serem considerados, pelo inquieto e falador diretor, como os dois melhores filmes já feitos, é demais para minha suportabilidade como apreciador de westerns e como um dos cinéfilos que mais filmes bons assistiu, excetuando-se o regular critico Ewald Filho.

    Com todas as modéstias à parte.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  6. Caro Rodrigo;

    Opiniões são opiniões e preferencias são preferencias.
    Porém, não tem como se comparar, Matar ou Morrer com Rio Bravo. São dois faroestes de primeira, entretanto, com temas e desenrolar diferenciados um do outro.

    Com todo o respeito que vos tenho, e apenas fazendo comparações, tal situação é a mesma que desejar fazer comparações de "Da Terra Nascem Os Homens", de Wyler, (que é um filme magnifico), com O Matador, de Henry King, outro filme cheio de qualidades.

    O amigo não fez nem disse nada de absurdo, colocando aqui apenas sua visão, seu gosto e seu modo de ver as coisas.
    E seu amigo do lado de cá, quer apenas deixar observado que se tratam de filmes que, apesar de serem do mesmo gênero, não tem como se por em duelo um com o outro.

    Fica com meu grande abraço
    jurandir_lima@bol.com.br

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  7. Darci?

    Fui mais feliz que você, no atinente a Rio Bravo: eu o vi no seu lançamento, em telona, com ar condicionado, pipoca e tudo, quando tinha meis belos 15 anos.

    Mas, de fato: o amigo está cheio de razções para enfurecer; suprimir as musicas é aleijar a fita.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  8. Puxa vida, amigo Paiva:

    Este bloco derradeiro seu é perfeito. Aqueles homens mereciam mesmo muito mais que nossa admiração (que eles nem sabiam que tinham, mas é verdade que nos os amávamos) e Oscars.

    Eles foram tão importantes nas vidas de tanta gente! Eles nos deram em demasia muita alegria, bem estar, satisfação, prazer,
    delirios, sonhos, e muito mais.

    Eles foram tão importantes em nossa educação como muitos poucos mestres escolares o foram. Eles somaram para nossos caráter, para nossas vidas que começavam, eles foram quase que a base de nossas formações.
    Eles nos deram caminhos (pois, em muito, nós imitávamos tudo de bom que viamos nos filmes. Lembra-se?) e nos moldaram à vida.

    E, de uma forma mais concisa, eles foram fundamentais para o que somos. Isso porque somos o que vimos, o que nos deu escola, nos educou. E o cinema que tinhamos era escola, modo de vida, educação sim senhor. O "nosso" cinema era luz para nossas mentes,que começavam a fazer agrupamentos positivos de tudo o que viamos na vida.

    O cinema nos guinou a ser homens de bem pois, não conheço um so de meu tempo, que ia ao cinema comigo ou mesmo como eu ia, que não se tornasse homem de bem.
    Que não pareça exagero nada do que digo para quem me lê. Pode tudo parecer incrivel, mas é a pura verdade.

    Grande achado o seu, amigo. Por isso é tão importante estes contatos, estas trocas de conversas, além do prazer que nos dá falar de cinema, falar do que é bom e do que gostamos.
    Abraço
    jurandiur_lima@bol.com.br

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  9. Paiva?

    Responda para seu amigo aqui: foi para você que prometi rever, com muito carinho e atenção,Era Uma Vez No Oeste?

    Não tenho certeza, mas prometi isso para alguém em um comentário que fiz sobre o filme, em cima de muitos elogios que alguém dava à fita de Leone.

    E não tenho certeza a quem fiz tal promessa.
    É que acabei de ver o filme e gostaria de dar a resposta que prometi dar.
    Fale comigo, por favor
    jurandir_lima@bol.com.br

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  10. Darci? Cadê o Peixoto?

    Precisamos ver sua posição sobre a resenha acima e conhecer o que ele, que é um gaucho com boa formação nesta área, pode acrescentar ou comentar sobre tudo o que já foi dito.

    Aparece, homem!
    E fica com um abraço de todos do Mania.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  11. OLá amigos ! Eu também assisti pela primeira vez " Onde começa o inferno " na TV, nas madrugadas da Globo . É um filme muito bem feito,com o elenco brilhante,já bem comentado no texto pelo Darci e pelos demais. O xerife Chance ,John Wayne,felizardo, ficou com a bela Angie .É filme prá se rever,sempre. Howard Hawks,prá mim,deixou
    outros westerns,dos quais também gosto,como Eldorado e Hatari.
    Um abraço a todos !!

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  12. Corrigindo,os outros westerns que gosto do diretor é El Dorado
    e Rio Vermelho. Hatari,uma bela aventura ,musiquinha gostosa e o elefantinho esperto.
    Lao

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  13. Jurandir
    Você era bastante precoce. 1959 foi o ano em que comecei a abandonar os cineminhas de bairro e descobrir o luxo, conforto, cópias novas e som perfeito dos cinemas da Cinelândia Paulistana. Muito provavelmente isso começou a acontecer em meados daquele ano e Rio Bravo foi lançado por aqui em maio. E confesso que John Wayne não estava entre meus artistas preferidos. Descobri o Duke de verdade em Fúria no Alasca e daí pra frente quase não perdia seus filmes, inclusive o estrondoso sucesso que foi O Álamo. Hatari eu assisti no Cine Paissandu, um dos melhores da cidade aqui e Howard Hawks era um ilustre desconhecido, apesar dos grandes filmes que havia feito. Quando lançaram Eldorado, os críticos só falavam em Rio Bravo, que acabou se tornando um dos filmes mais esperados. Você teve mais sorte pois eu, o Edson e O Doctor Lau só o vimos na TV e mesmo assim para mim foi uma noite inesquecível. E olhe que a TV, comerciais, telinha pequena, imagem ruim e tudo mais prejudicam muito um filme. Mas esse não tinha como falhar. Como já contei aqui, foi uma das primeiras gravações em VHS que fiz, por volta de 1985 ou 1986 e foram muitas e saborosas revisões. Com a imagem de DVD o filme melhora mais ainda.
    Um abraço - Darci

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  14. Darci, me arrisco a dizer que até o Nicolau Jacintho Júnior, "O Homem Que Odiava Faroestes" devia gostar de "Rio Bravo".

    Como gostaria de tê-lo assistido numa tela de cinema como o Jurandir.
    Aliás, Jurandir, o que você disse acima sobre a dívida de gratidão que temos com os grandes mestres do cinema é a mais pura verdade. Muito do que somos devemos ao que lemos e assistimos ao longo do tempo. E na minha formaçao o cinema teve tanto ou maior impacto que os livros.
    Como fui adolescente no início da década de 1980 o cinema ainda era uma boa referência pois a tv exibia constantemente os filmes das décadas anteriores.
    Hoje é raro vermos filmes anteriores aos anos 70 na tv aberta. E o cinema atual, escrevo isso sem saudosismo algum, não me parece um bom conselheiro.

    Edson Paiva

    P.S. Jurandir, o caso do "Era Uma Vez no Oeste" era comigo mesmo. Então, simpatizou um pouco mais com ele?

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  15. Laudney Shane Mioli
    Como pode uma pessoa com seu gosto musical que eu conheço bastante bem chamar a trilha sonora que Mancini fez para Hatari de musiquinha gostosa. Talvez você não possua o LP (ou CD), tenho o LP. Esqueça Little Elephant Walk que fez tanto sucesso por aqui com o Trio Esperança e descubra a criatividade de Mancini para fazer os sons das selvas e dos animais da África, coisa jamais escutada antes. E há pelo menos meia dúzia de excepcionais canções. Uma das grandes trilhas de filmes de todos os tempos do mestre Henry Mancini.
    Darci

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  16. Jurandir
    Você tem razão quando suspeita que o Tarantino seja atarantado. Mas e Robin Wood, um dos mais conceituados críticos de cinema, autor de livros sobre Antonioni, Hitchcock, Bergman, Arthur Penn e, claro, sobre Howard Hawks? Seria também lelé o canadense Robin Wood que lecionou na Inglaterra, Suécia e no Canadá? Talvez seja o encontro da loucura e da razão, assim como Rio Bravo foi o encontro do faroeste com a arte cinematográfica.
    Darci

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  17. Jurandir, comentei que gostava ainda mais de El Dorado, no Top-Ten do Edson, lembra? Disse que precisava revê-lo, pois tive essa oportunidade com El Dorado há três anos no Cult.
    Darci, houve lançamentos em VHS dos clássicos da Warner, todos tinham uma capa cinza. São estes os da Breno Rossi?
    Sobre filmes cortados em VHS: Vi Casanova e a Revolução de Ettore Scola no cinema. Foi lançado em VHS pela Look Vídeo.
    O filme começa com marionetes retratando acontecimentos importantes e perto do fim, reaparecem. Para a Look era um bonito "the end"...
    Cortaram uma das melhores cenas finais que vi: o personagem real, o escritor Restif de la Bretonne, afasta-se desse teatro de bonecos e fala um texto de um dos seus livros, que perguntava como os homens do século XX veriam os acontecimentos da Revolução Francesa. Enquanto ouvíamos o texto, o ator afastava-se da locação que retratava o século XVIII, e ao subir umas escadas de um porto, sem nenhum corte, passeava entre carros e pessoas de uma avenida movimentada em 1982.
    Estive com o DVD na mão, semana passada, mas como era de uma produtora da segunda divisão, fiquei com medo de enfartar.

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  18. Ivan, a coleção era essa mesmo. Saíram grandes filmes pelo selo da Breno Rossi que era uma loja de discos especializada em música clássica. Ficava em frente à Casa Manon, esta mais especializada ainda em clássicos. Próximo havia a Bruno Blois que também cocorria com essas duas e tinha um acervo jazzístico completo. Na Breno Rossi cheguei a comprar um álbum duplo de West Side Story com todo o libreto (a maior glória), com interpretações de José Carreras e Kiri Te Kanawa. Essas eram as grandes lojas da Rua 24 de Maio, ponto de encontro de colecionadores. Com a chegada do VHS a Breno Rossi conseguiu autorização para lançar filmes como Assim Caminha a Humanidade, Rastros de Ódio, Quanto Mais Quente Melhor, Vera Cruz, O Homem do Oeste e acho que umas duas centenas mais, entre eles Onde Começa o Inferno. Imagine minha decepção ao assistir e não encontrar o interlúdio musical. Entrei em contato com a loja Breno Rossi e me disseram que eles apenas distribuiam os filmes e não os editava. A Warner ficou duas ou três vezes de me dar uma resposta mas penso que eles me achavam meio maluco. Até que desisti, mesmo porque tinha gravado uma cópia da TV completa, aquela com legendas para ceguinho.
    Eu costumava dizer que o video-cassete foi a invenção do século; o que dizer do DVD que traz tudo e mais um monte de extras? Lembro que uma vez gastei 90 reais comprando dois filmes em VHS selados: Meu Ódio será Sua Herança e Blue Brothers, do Belushi. Foi por volta de 1998. E ainda reclamamos do preço dos DVDs...
    Darci

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  19. Lembro que a primeira vez que vi "Rio Bravo" um dos personagens que mais me chamou a atenção foi o Joe Burdette interpretado pelo Claude Akins. Isto porque na época ele era famoso aqui no Brasil graças ao seriado "Xerife Lobo", que eu adorava, exibido exaustivamente nas tardes de domingo na Globo.

    Esqueci de comentar a última foto. Sensacional, Darci!!

    Edson Paiva

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  20. Darci, pegando gancho no assunto sobre a trilha do Mancini para Hatari que delícia de trilha é aquela! Just for Tonight é um encanto! Minha favorita no filme.
    Abraços

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  21. Alô Jurandir.
    O amigo que me perdoe o atrevimento, mas eu tomei a liberdade de comparar Matar ou Morrer com Rio Bravo. Ambos tratam sobre homens dedicados à lei que em um determinado momento se veem às voltas com uma situação difícil e com a decisão de lutarem com aquilo que tem. Cooper com sua solidão de marido desprezado e Wayne com a opção de um auxiliar alcoólatra, um velho manco e resmungão e um jovem pistoleiro cheio de adrenalina e com aquela arrogância típica de certos jovens que desejam se impor. Afinal,Rio Bravo é um filme intenso do começo ao fim, ao longo da trama vemos alguns micro dramas se desenrolando e personagens que se comunicam harmoniosamente tornando a fita bem agradável de se ver. Agora Matar ou Morrer, puxa, como é maçante ver meu ator favorito, Gary Cooper correndo de um lado para o outro "mendigando" ajuda e ainda por cima sendo de modo descortês desprezado pela sua amada esposa quaker que só o ajuda bem nos estertores da trama que se arrastou em tempo real. E que frieza aquela de Grace Kelly! Como a Angie Dickinson parece mais "quente" do que a gélida princesa de Mônaco(ainda plebéia). Até nisso John Wayne teve sorte. Definitivamente Grace não combinava com o abandonado Gary Cooper.
    Bom, mas é apenas uma opinião insignificante de quem muito pouco entende de westerns (mas os ama incondicionalmente!) e que não frequentou as salas de exibição nos anos dourados como o amigo frequentou, Rio Bravo é um western soberbo e másculo, divertido e dramático.
    À propósito, apesar de Ricky Nelson não "cheirar nem feder" no filme, ele tem um lugar todo especial na História do Rock'n Roll e na minha discoteca.
    Quanto ao David Lean, não considero A Filha de Ryan seu melhor filme. Acho-o chatíssimo, a começar pela insossa Sarah Miles e pela pouca química entre ela e Robert Mitchum. Alí só se salva a interpretação ótima de Trevor Howard e a belíssima fotografia.
    Certo de que minha opinião divergente não atrapalha (mesmo que nada acrescente), deixo meu abraço bem sincero e amigo.

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  22. Olá, Rodrigo
    Pode não ser agradável ver Gary Cooper mendigar auxílio e ficar sozinho em meio a tantos covardes em Hadleyville, mas a atuação de Coop é magnífica. Em um artigo neste blog até postei que a dolorosa interpretação seria devido aos problemas físicos que ele vivia. Seja lá como for é dessas interpretações inesquecíveis.
    Você tem razão quanto a Grace Kelly, mas há a compensação de Katy Jurado, esta sim, a grande personagem feminina de Matar ou Morrer.
    Ricky Nelson gravou coisas muito boas e a minha preferida é Lonesone Town, uma belíssima balada que você deve conhecer, claro.
    Por trás das câmaras Bob Mitchum e Sarah Miles se deram muitíssimo bem, mais até do que seria de se esperar... Segundo ele mesmo confessou, a única atriz que ele respeitou foi Deborah Kerr. seria um elogio à maravilhosa Deborah?
    Você lembrou bem de Just for Tonight. Em cada filme Mancini colocava uma música de sucesso mas garimpando nas demais músicas acha-se coisas lindas como essa. Acredito que não tenha saído o CD com a trilha de Hatari aqui no Brasil e o LP é dessas preciosas raridades, mas quem assistir ao filme prestando mais atenção à música vai descobrir a riqueza dessa trilha, uma das melhores do incomparável Henry Mancini.
    Darci

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  23. Olá Darci,
    Sobre a interpretação de Cooper, só posso dizer que realmente ele mereceu o Oscar, fez jus ao reconhecimento da Academia, assim como o mereceu em Sargento York que foi outra soberba interpretação dele.
    Katy Jurado sempre me impressionou com aqueles olhos latinos, a presença dela sempre me agradou nos filmes aos quais emprestou sua beleza exótica. Era uma boa atriz e merecia papéis melhores.
    Conheço e gosto muito de Lonesome Town, do Ricky Nelson. Além dessa, Traveling Man, It's Up To You, Hello Mary Lou e Down Home são minhas favoritas.
    Sobre o Bob Mitchum e Deborah Kerr, será que vê-la travestida de freira em O Céu por Testemunha não se tornou uma barreira para outros "contatos" entre os dois? Vai ver que o Mitchum ficou com medo de "pecar"...
    Hnery Mancini fez outra música que acho um encanto: The Sweetheart Tree, do filme A Corrida do Século. Gosto muitíssimo!
    Abraços

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  24. Rodrigo;

    Observo que o amigo se indignou um pouco com minhas falas no meu comentário, assim como na minha resposta ao vosso parecer.

    Porém, não deixei percepção para tal desgosto, já que plantei, e bem nítido, que cada um tem total direito sobre suas vontades, gostos e preferencias.

    Apenas desejei citar as enormes oposições entre Matar ou Morrer e Rio Bravo como filmes. Isto não somente por estilo de visualização, como de tema ou mesmo de seguimentos da trama.

    Por outro lado, agora, entendendo com mais profundidade o que o amigo desejou mostrar, quando esplanas com mais detalhes as situações pelas quais passaram Cooper e Duke, passo a sentir que existe causas positivas para ti nos seus conceitos.

    Veja, caro Rodrigo: quando troco palavras sobre cinema, ou o que seja, acabo de observar que preciso ter cuidados.
    Não me sobra nunca qualquer intenção de deixar no ar sensações de que existe intenções de trilhar caminhos de desagrados para outrem. O único intento é manter a amistosidade destas trocas de idéias, de informações, de conversas. É tudo com ramificações para a pura diversão.

    Por exemplo; quando disse no meu comentário que o Ricky não fedeu nem cheirou (aliás, termos xulos estes que coloquei, que são palavras que não constam de meu dicionário e por elas peço que me desculpem), eu me referi apenas à sua participação em Rio Bravo.

    Da mesma forma fiz eloquentes elogios ao Brennan, e estes com o mesmo sentido.
    Deste jeito, querido amigo, nada tenho contra o Ricky, que nem conhecia, tão pouco quanto ao Brennan ou aos demais, os quais dei também meu parecer "NO FILME", sem jamais me direcionar às suas carreiras ou algo assim.

    Conforme observei mais de uma vez, tudo é uma questão de apreciação, de gosto, de preferencia. E ninguém pode se opor a esta questão referente a ninguém.

    Eu aceito outras opiniões naturalmente, como a minha precisa ser aceita de forma semelhante e com a mesma naturalidade.
    Isto porque estes pontos de vistas não passam de visões de individualidade e não de considerações que tentem desgostar as pessoas, como vislumbro ter deixado assim o amigo.

    Peço dezenas de desculpas se atingi este ponto mas, se o fiz, o fiz sem qualquer outra intenção senão a de tentar esticar nossos contatos.

    Que o querido amigo perceba e memorize em definitivo que estamos apenas conversando, tentanto trocar idéias. Que estou desejoso ouvir seus/outros pareceres. Também que reina em mim a vontade de prosseguir com estes salutares contatos, que somente prazer e alegria nos infringem, e como haveremos de seguir fazendo.

    Não vou tocar no assunto A Filha de Ryan porque é um tema ao qual já foi muito remexido acima, ou seja: trata-se de preferencia, de gosto, de afeição ou, até mesmo, da preferencia por um tema ou por seu desenrolar que nos traz, ou não, atração.
    Gosto de filmes assim, como A Filha de Ryan, mas não gosto do trabalho do Lean, assim como tenho de exaltar a atuação de John Milles.
    Porem tudo, tudo mesmo, amigo, mera preferencia, simples gostar. Nada, mas nada mesmo, além.

    E que o amigo não me ponha culpa por ter tido a benção de ter tido vida e presenciado os bons anos que Deus me permitiu ver, já que este governo não anda sob poderes nossos e, quem tem tal graça, somente deve por as mãos para o céu e agradecer.
    Foi o que aconteceu comigo.

    Abraços de seu companheiro e apreciador;
    jurandir_lima@bol.com.br

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  25. Rodrigo
    Muito legal saber que você conhece tanto a música de Henry Mancini. Sweetheart Tree é daquelas canções perfeitas que só mancini sabia compor. Mas a obra-prima ficou sendo mesmo Moon River, até porque faz lembrar Audrey Hepburn. Você conhece o álbum do filme Escravas do Medo?
    Darci

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  26. Darci
    Conheço apenas a música tema Experiment in Terror, sem no entanto conhecer o álbum inteiro. Conheço, além da versão original do Mancini, a gravação feita pelo guitarrista AL Caiola (que fez muito sucesso com sua versão para o tema de Bonanza), muito boa por sinal. Conhece essa outra versão de Experiment in Terror?
    Parece-me que os anos 60 foram terreno fértil para as trilhas sonoras de Mancini, verdadeiras jóias!
    Abraço

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  27. Paiva;

    Vou lhe responder por email.
    Mas fico feliz tendo sido a ti tal promessa feita.
    Logo te falo.
    Abraço
    jurandir_lima@bol.com.br

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  28. Darci, boa noite. Estou lendo com bastante interesse os ultimos escritos e só devo te elogiar pelos comentários a respeito de Hawks. Li também o interesse de todos em trilhas sonoras especialmente do melhor de todos: Henri Mancini. Sou também colecionador de Trilhas e possuo mais de 1500 vinis só de trilhas sonoras e centenas de CD's. Mancini é o melhor compositor de todos os tempos de trilha sonora. È só pegar a decada de 60 e ouvir as musicas maravilhosas que ele compos e outros mestres se encarregaram de colocar letra. Teve um periodo da minha vida (mais ou menos uns vinte anos) que eu enviava gravações para todo o Brasil. Agora com o advento da internet parei, mas nada substitui o bom e velho vinil, além de nem todas as trilhas sonoras clássicas estão disponiveis.
    Vi que muitos seguidores se interessam pelo Mancini. A trilha de Escravas do Medo é uma OBRA PRIMA. A musica tema de Hatari é o melhor tema do cinema em minha opinião. A musica casa exatemente com o que o filme quer dizer. Os monstros: Mancini - John Barry e o clássico John Williams. Continuo lendo com interesse mas é uma pena que não releiam os artigos anteriores, pois os comentários estão parados. Reconheço que minha crítica ao top ten anterior foi forte, me desculpo mas só listar filmes dos anos 40 e 50 é dose. Um abraço e até de repente.

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  29. Olá, Campos
    Seu acervo é invejável. Eu também gostava de comprar LPs com trilhas sonoras e concordo com você quanto +à trilha de Escravas do Medo, simplesmente genial. hatari também é impressionante. E o tema de Peter Gunn é o melhor de todos entre as séries de TV. Se Mancini não foi o melhor dos maestros-compositores para o cinema está junto dos grandes como Max Steiner e o supremo Bernard Hermann.
    Um abraço - Darci

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  30. Rodrigo
    Não conheço a versão que você citou, a do Al Caiola. Fiquei curioso e vou procurar na Internet para ver o tratamento que ele deu a essa música amedrontadora. Mancini nunca esteve tão próximo de Bernard Hermann como na trilha de Experiment in Terror (Escrava do Medo).
    Darci

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  31. A versão de Al Caiola para o tema de Escravas do Mêdo é puxada para o lado mais Twistzadao (comun naquela época). Al Caiola se apresenta com u grupo de músicos, solando classicamente sua guitarra (era um excelente músico) enquanro o grupo de apoio se encarregava de fazer apoio em ritmo de Twist. Quem quiser conhecer as adaptações de temas de Al Caiola para o cinema é so baixar os discos: HITS INSTRUMENTALS FROM WESTERN e o conhecido THE MAGNIFICENT SEVEN AND OTHER THEMES.

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  32. Olá José Campos e Darci.

    Como falávamos sobre trilhas sonoras...
    Se não conhecem, recomendo a gravação Return of the Magnificent Seven, com o Al Caiola. É excelente como tudo o que esse grande músico gravou. E além dessa, o belíssimo tema de Pistoleiros do Entardecer (Theme From Ride the High Country) com Robert Holyday e Orquestra.
    Abraços

    Rodrigo

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  33. Permitam-me fazer uma correção: É Robert Holliday e não Holyday como eu escrevera acima.

    Obrigado.

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  34. Rodrigo e Campos -
    Os irmãos Sergio e Arnaldo Dias Batista começaram a tocar guitarra solando Bonanza. Acho até que naquele tempo eles deviam ter um disco do Al Caiola. Esses mutantes seguiram depois os psicodélicos caminhos inventados por Jimi Hendrix. Nunca gostei muito do estilo duro e tosco do Al Caiola. Sempre o achei meio oportunista tocando tudo que estava no hit parade e tocando sempre do mesmo jeito, com um mínimo de criatividade. No Return of the Magnificent Seven parece que ele toca nota por nota o arranjo do Bernstein. No Experiment in Terror, que ouvi na Internet, a coisa é de doer, dando a maior saudade de Henry Mancini que como o Campos definiu criou uma obra-prima com essa trilha que tem até um arranjo em twist, que estava na moda. O Campos falou em versão twistizada mas o Al Caiola lembra os primeiros discos dos Shadows e dos The Ventures que eram muito bons e influenciaram Mark Knopfler. Como você dois conhecem muito mais do Al Caiola que eu e o Rodrigo o elogiou, preciso ouvir um pouco mais desse guitarrista que tocava até jazz.
    Darci

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  35. Darci, li a tua referência ao belo tema de Mancini para Peter Gunn.
    Nesta linha, vale citar a música Harlem Nocturne de Earle Hagen, usada várias vezes em filmes e como tema da série Mike Hammer.
    Acho que John Williams, citado pelo Campos, também deveria ser lembrado ao falarmos sobre música para seriados: Com Terra de Gigantes (prefiro o arranjo da 2ª temporada) e o lindo e complexo tema de Túnel do Tempo.

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  36. Ivan - Para ser uma boa série de TV um quesito fundamental era ter um tema musical fácil de ser assimilado para aos primeiros acordes reunir a família em frente à TV. E o que nunca faltou foram grandes compositores e belíssimos temas, alguns deles interpretados por grandes cantores. Mas será que algum tema musical de série de TV superou aquela abertura de Puccini?
    Darci

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    1. Darci, este humilde desafinado quer entender a "abertura de Puccini".

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  37. Shane;

    Li recentemente seu comentário dobre o muito bom Hawk's.
    O companheiro não andou se enganando tanto, uma vez Hatari, além de ser uma beleza e ser também do Hawk's, embora não o possa considerar um faroeste, mas anda mais ou menos seguindo a linha de aventura.

    Mais ainda. Hatari/62 foi o filme seguinte de Hawk"s a Rio Bravo/59. El Dorado e Rio Lobo, somente vieram em 67 e 70, quando o homem pareceu se aposentar para o cinema.

    Quanto a Rio Vermelho, ando de acordo com seu gosto. Foi o filme que fez o diretor Ford dizer que o Duke também sabia interpretar. Um ótimo e merecedor de elogios trabalho de Hawks.

    Áliás, Shane, o diretor Hawk's gostava muito da palavra Rio emoldurando os titulos de seus filmes. Senão veja; Rio Vermelho/48, Rio da Aventura/52, Rio Bravo/59 e Rio Lobo/70.
    Grande abraço do companheiro
    jurandir_lima@bol.com.br

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  38. Ivan - Puccini, Rossini, Pagannini, parece a linha média da Juventus de Turim nos anos 50. Eu queria me referir à abertura de Guilherme Tell, que é de Rossini e não de Puccini, emprestada para abrir The Lone Ranger e Tonto na série de TV.
    Darci

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    1. E no ataque da Juve, o jovem Mancini. Achei que ainda estavas falando de Peter Gunn.
      Além de James West, assistia muito Chaparral, inclusive brinquei com o rancho lançado no Brasil.
      Também recordo de Os Violentos, Bonanza, etc. As séries de faroeste tinham bons temas musicais, mas impactante era o início de Cimarron com Stuart Whitman, se pensarmos na união entre música (Maurice Jarre) e imagem.

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  39. Darci,

    Acho Rio Bravo, de fato, muito bom western, mas ainda prefiro Rio Vermelho e principalmente High Noon, o do amarelinho apavorado pela cidade. O material da postagem também está magnífico. Informações e curiosidades realmente muito interessantes e enriquecedoras. Ah, você está ficando fera no editor de imagens, hem? Gostei muito dessa brincadeira da montagem dos dois contracenando como o velho Duke. Outra coisa que está bacana são os comentários. Dá pra sentir a paixão, pela emoção com que todos falam das suas experiências, jovens, pelas madrugadas, etc. É mesmo apaixonante esse gênero. Eis aqui mais um meio atarantado pelo gênero!

    Abraço!

    Lemarc

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  40. Olá, LeMarc - Obrigado pelo elogio. Você disse tudo quando afirmou que a turma é apaixonada por faroestes, gênero que sei perfeitamente que você também ama. A foto com o Duke já tem uns três anos e quem está na foto é o Roy Rogers brasileiro, o Lazinho Kid Blue.
    Um abraço - Darci

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