Em seu primeiro western como mocinho na Republic, Allan Lane aqui ao lado de Wally Vernon lembra pouco o espetacular Rocky Lane |
Depois do sucesso nos dois seriados interpretando o Sergeant Dave King em “O Rei da Polícia Montada” (King of the Royal Mounted) e “Polícia Montada Contra a Sabotagem” (King of the Mounties) e também nos seriados “A Tribo Misteriosa” (Daredevils of the West) e “A Mulher Tigre” (The Tiger Woman), Allan Lane passou a ser um nome bastante conhecido da garotada que vibrava nas matinês dominicais. Ele já havia atuado num faroeste estrelado por Harry Carey chamado “A Lei na Terra dos Bandoleiros”, em 1938, mum papel pequeno e que não chamou muito a atenção. Em 1943 o ator de westerns da Republic Don ‘Red’ Barry decidiu passar a fazer filmes mais adultos e abriu uma vaga no time de cowboys do estúdio. A Republic Pictures não perdeu tempo, lançando Allan Lane como novo mocinho, concorrendo diretamente com Roy Rogers e Bill Eliott, os principais cowboys da casa. Quando a criançada (e mais discretamente muitos adultos também) souberam que seria lançado um faroeste com aquele mocinho corajoso e bom de briga que conheciam dos seriados, ficaram todos alvoroçados. Como seria ele, qual sua roupa, qual o nome de seu cavalo, teria um sidekick e que nome de mocinho ele teria, imaginavam os fãs. As respostas iriam demorar um pouco pois nem mesmo a própria Republic tinha inteira certeza que o novo mocinho cairia no gosto dos freqüentadores das matinês. E o aguardado primeiro western-B com Allan Lane finalmente chegou, exatamente em julho de 1944. Era "À Procura do Bandido” (Silver City Kid), que mostrou Allan Lane sem usar seu próprio nome, sem chamar seu cavalo preto por um nome e usando uma roupa sem graça que era uma camisa preta e uma calça um tanto desengonçada. O boboca (sidekick) de Allan Lane já era conhecido dos westerns de Don ‘Red’ Barry e chamava-se Wally Vernon, um baixinho muito mentiroso apelidado de ‘Wildcat’ (Gato Selvagem). Mesmo reclamando um pouco a garotada gostou do filme e já sabia que ali nascia um novo cowboy das matinês. O que a Republic fez mesmo foi passar para Allan Lane o sidekick (Wally), a mocinha (Peggy Stewart) e até a menininha Twinkle Watts, todos constantes nos filmes de Don Red Barry.
Twinkle Watts, Allan Lane e Peggy Stewart |
HAJA BANDIDO PARA APANHAR - O faroeste tem o título original de “Silver City Kid”, porém não se passa em Silver City e não há sequer alguma referência a essa cidade. Muitos menos há algum garoto vindo desse lugar. Por sinal Allan Lane já estava com 35 anos e não podia ser chamado de ‘Kid’. Ao invés da prata do título original, o filme gira em torno de uma mina de um minério chamado molibdenium, mina pretendida pelo desonesto juiz da cidade Sam Ballard (Harry Woods). O juiz manda matar o dono da mina e tenta culpar a filha deste (Peggy Stewart). O ingênuo Sheriff Gibson (Tom London) deixa-se enganar por Sam Ballard, mas surge então Jack Adams (Allan Lane) e seu amigo Wildcat (Wally Vernon) para desvendar a trama. Dirigido por John English neste seu primeiro filme como mocinho, Allan Lane demonstra sua habilidade nas lutas com os bandidões Glenn Strange, Bud Geary, Fred Graham e o espetacular Tom Steele. Harry Woods também não escapa dos punhos de Allan Lane e termina sendo jogado do alto de um despenhadeiro. Ainda no elenco Jack Kirk, Lane Chandler e Frank Jaquet. Herdados de Don Red Barry, como foi dito, completam o elenco Peggy Stewart, Wally Vernon e a menina Twinkle Watts. Twinkle foi uma tentativa de resposta tardia da Republic a Shirley Temple que era um dos maiores salários do cinema. Esse excelente elenco demonstrou a confiança da Republic no novo mocinho Allan Lane que iniciou uma série de seis filmes, passando depois para a série Red Ryder e finalmente assumindo a identidade de Allan ‘Rocky’ Lane em sua série própria que teve 38 filmes. Aí sim, ele passou a montar Black Jack, a usar a famosa camisa com listras verticais, ter gibi próprio e se consagrar como um dos maiores mocinhos de todos os tempos.
Darci, o que achou do texto sobre Louella e Hedda Hopper?
ResponderExcluirAbração.
O Falcão Maltês
Oi Tony Nahud
ResponderExcluirO Fellini jamais foi santo. Gelsomina parece que foi feito para colocar as coisas no devido lugar. Sandra Milo provavelmente foi o caso mais duradouro do regista. O 'Amarcord' dele deve conter molti nomi... Acho que Magali Noël e Valentina Cortese seriam as primeiras de uma longa lista, pela beleza e sensualidade das duas. Um abraço do Darci.
Magníficos textos sobre as duas víboras de Hollywood. Tenho a impressão que em "Mamãezinha querida", aquele filme sobre Joan Crawford, a irmã de Marlon Brando, Jocelyn, interpreta Louella ou Hedda. Ainda havia Sheila Graham que também não era santa.
ResponderExcluirUm abraço do Darci