QUADRILHAS DOS FAROESTES (VIII) – “OS MAL ENCARADOS” – JOHN HODIAK, JOHN DEREK, DAVID BRIAN E RAY TEAL

Alguns westerns B são lembrados por terem em seus elencos atores que vieram a se tornar grandes astros do cinema. Outros faroestes, no entanto, contaram com a participação de atores conhecidos apenas por aquele cinéfilos que não se contentam em saber quem são o artistas principais. “Os Mal Encarados” (Ambush at Tomahawk Gap) é um desses filmes e curiosamente os nomes mais importantes do elenco formam uma quadrilha recém libertada da prisão, quarteto formado por John Hodiak, John Derek, Ray Teal e David Brian. Este artigo da série Quadrilhas dos Faroestes vai lembrar desses nomes poucos lembrados nas páginas sobre cinema.

JOHN HODIAK – Nascido em 1914 em Pittsburgh, Pensylvania, John Hodiak começou a carreira artística no rádio interpretando ‘Ferdinando’ personagem de Al Capp no programa “L’il Abner”. Hodiak estreou no cinema em 1943 no filme “O Ilustre Incógnito” e particicpou de filmes importantes como “Um Barco e Nove Destinos”, de Alfred Hitchcock e “Canção da Rússia”, estrelado por Robert Taylor. Seu primeiro papel como ator principal foi em “O Sino de Adamo”, ao lado de Gene Tierney. A seguir foi o namorado de Judy Garland no musical “As Garçonetes de Harvey” e tudo indicava que John Hodiak se tornaria o sucessor de Clark Gable. Em 1946 John se casou com a atriz Anne Baxter, casamento que terminaria em 1953. Hodiak fez o papel principal em “A Filha da Pecadora”, filme devidamente roubado pelo coadjuvante Burt Lancaster. Outros filmes importantes de John Hodiak foram “O Preço da Glória”, com Van Johnson; “Malaia”, com Spencer Tracy e James Stewart; “A Um passo do Fim”, também com Spencer Tracy. John Hodiak participou de 35 filmes em sua curta carreira, quatro deles os faroestes “Armadilha” (Ambush), com Robert Taylor; “Assim são os Fortes” (Across the Wide Missouri), com Clark Gable; “Conquista de Apache” (Conquest of Cochise), em que interpretou o chefe índio; “Os Mal Encarados” (Ambush at Tomahawk Gap). A morte de John Hodiak, aos 41 anos causada por uma trombose das coronárias em 1953, truncou uma carreira que certamente seria brilhante.

JOHN DEREK – Considerado o Roger Vadim norte-americano, John Derek teve entre suas quatro esposas as belas Ursula Andress, Linda Evans e Bo Derek. Nascido em 1926, em Hollywood, Califórnia, desde cedo John Derek chamava a atenção por sua boa estampa, o que o levou ao cinema ainda adolescente. Em 1949 Derek participou de dois filmes importantes que foram “O Crime não Compensa”, estrelado por Humphrey Bogart e “A Grande Ilusão”, em que é o filho de Broderick Crawford. A seguir John Derek estrelou indistintamente filmes de aventuras e faroestes, até que em 1955 interpretou Josué em “Os Dez Mandamentos”, de Cecil B. DeMille. Derek teve que esperar cinco anos para atuar em outra grande produção, que foi “Êxodus”, em 1960. Antes disso continuou como herói de aventuras em produções rodadas até mesmo na Itália. Em 1962 sua esposa Ursula Andress tornou-se a primeira ‘Bond Girl’ em “O Satânico Dr. No” e John Derek descobriu sua verdadeira vocação como fotógrafo e descobridor de mulheres lindas. Vendeu para a revista Playboy as fotos que fez de Ursula nua por um preço record na época. Derek virou diretor de cinema dirigindo suas esposas algumas vezes. John Derek é bastante lembrado pelos fãs de faroestes pois estrelou “Os Mal Encarados”; “Troféu dos Vingadores” (Outcast); “Quando o Ódio Volta” (Fury at Showndown). Derek foi coadjuvante nos westerns “Os Turbulentos” (The Last Posse), com Broderick Crawford e “Fora das Grades” (Run for Cover), com James Cagney. John Derek faleceu aos 72 anos, de problemas cardíacos, na Califórnia.

DAVID BRIAN – Nascido em Nova York em 1914, David Brian perseguiu por muito tempo o sonho de se tornar ator, o que não parecia ser muito difícil para quem como ele era louro e tinha 1,93m de altura. Joan Crawford percebeu o potencial de David Brian e o ajudou no início de carreira com um papel importante em “Caminho da Redenção”, filme de 1949 estrelado por Joan. Foi também em 1949 que Brian se casou com Lorna Gray, estrela de seriados e de westerns-B da Republic Pictures. Lorna é lembrada pelos fãs por ter mudado o nome artístico para Adrian Booth, com o qual se tornou mais conhecida. Espécie de protegido de Joan Crawford, Brian fez outros filmes com a atriz, atuando também com Bette Davis em “A Filha de Satanás”; em “Fio de Esperança”, com John Wayne; “Dama por um Dia”, com Glenn Ford. Nos anos 50 David Brian passou a atuar bastante na televisão mas mesmo assim fez inúmeros faroestes como: “O Domador de Motins” (Forth Worth), com Randolph Scott; “Renegado Heróico” (Springfield Rifle), com Gary Cooper; “Os Mal Encarados”; “Dinastia do Terror” (Dawn at Socorro), com Rory Calhoun; “Os Tiranos Também Morrem” (Timberjack), com Sterling Hayden; foi o ator principal em “Fury at Gunsight Pass"; “Mulheres, Sempre Mulheres” (The First Traveling Salesday), western-comédia com Ginger Rogers; “Índia Branca” (The White Squaw). David Brian interpretou um advogado em “A Conquista do Oeste” (How the West Was Won) e teve um papel de destaque em “Raça Brava” (The Rare Breed), com James Stewart, sendo esse o ultimo faroeste de David Brian no cinema. Brian permaneceu casado com Adrian Booth até falecer de câncer em 1993, na Califórnia, deixando a atriz viúva após 44 anos de casamento.

RAY TEAL – O quarto membro da quadrilha de “Os Mal Encarados” é o conhecido ator coadjuvante Ray Teal. Quando era editada a revista Fancine, o leitor João Luiz Pinto de Moura, de Belo Horizonte, MG, enviou em março de 1995 uma carta à redação solicitando uma matéria com Ray Teal. Coincidentemente o pardner Dionísio Nomellini Netto, do Clube dos Amigos do Western e também assinante daquela publicação, fez o mesmo pedido. Sabiam os dois leitores que Ray Teal era daqueles nomes que engrandecem os filmes que participam, mas que raramente têm destaque em revistas de cinema. Somente hoje, com o blog WESTERNCINEMANIA é possível focalizar esse ator, conhecido não só pelos muitos filmes nos quais participou, faroestes ou não, mas também por entrar semanalmente em nossas casas, anos a fio, através da série “Bonanza”. Por sua importância Ray Teal receberá uma postagem todinha dedicada a ele. Curiosamente, João Luiz Pinto de Moura, que era assinante da revista  Fancine  é hoje seguidor do WESTERNCINEMANIA.

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