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21 de novembro de 2015

SAM PECKINPAH E SUA VIAGEM AO INFERNO


Acima Erich von Stroheim;abaixo
Orson Welles com Tim Holt.
Certos filmes tornam-se lendários mais por tudo que se passou nos bastidores do que pelo que se vê na tela depois de pronto para distribuição. “Ouro e Maldição”, de Erich von Stroheim e “Soberba”, de Orson Welles são dois bons exemplos de obras renegadas por seus autores após os estúdios que os produziram reduzirem suas metragens originais. O filme de Stroheim foi lançado em 1925 pela MGM com 130 minutos de duração e só em 1999 pode ser visto com os 239 minutos que o diretor queria. Já o segundo filme de Welles, de 1942, foi reduzido pela RKO de 148 minutos para ridículos 88 minutos. Sam Peckinpah juntou-se a esses diretores malditos com “Juramento de Vingança” (Major Dundee), que lançado com 123 minutos teve um relançamento em edição restaurada com 13 minutos a mais. Ainda assim faltando 16 minutos da versão que Peckinpah editou e que, exceto o staff da Columbia, o público nunca conseguiu ver. Para entender a razão da atitude da Columbia, é necessário falar um pouco dos bastidores desse filme que resultou num verdadeiro inferno para quantos dele participaram.

Alguns dos locais escolhidos por Peckinpah
que serviram de cenário para
"Major Dundee".
As escolhas de Peckinpah – O escritor Harry Julian Fink escreveu uma pequena história, quase uma sinopse, com 37 páginas sobre uma incursão da Cavalaria em território mexicano para exterminar um grupo de apaches liderado pelo temido Sierra Charriba, cuja ação se passava no final da Guerra Civil. A Columbia se interessou pela história e logo pensou em John Ford para dirigi-la e um grande astro interpretando o Major Dundee, o oficial que comandou a caça aos apaches. John Ford não pode aceitar porque já havia assumido compromisso com a produção de “Crepúsculo de uma Raça” (Cheyenne Autumn). Pensou-se então no jovem diretor Sam Peckinpah que se tornara respeitado por seus trabalhos como escritor e diretor de séries de TV, firmando-se com “Pistoleiros do Entardecer” (Ride the High Country). Charlton Heston foi contratado para ser o Major Dundee e seu contrato, como o de todo grande astro, previa que ele tinha o direito de aprovar o diretor. Heston não havia visto “Pistoleiros do Entardecer” e após uma exibição especial para ele ficou deslumbrado com o filme e aprovou o nome de Sam Peckinpah. Heston Mal sabia que indiretamente dava início à mais tumultuada produção de sua vida, ele que participara, mais que nenhum outro ator, de filmes grandiosos. Contratado como diretor, Peckinpah exigiu que o roteiro fosse inteiramente refeito, chamando para isso Oscar Saul. Sam e Saul esticaram a história para 167 páginas. Outra exigência de Peckinpah foi a escolha dos locais de filmagem, todos no México, uns centenas de quilômetros distantes do outro. Morellos, Guerrero, Nuevo León, Durango e Rio Balsas foram os locais escolhidos, o que indicava que “Major Dundee” seria uma superprodução.

Richard Harris com correntes nas mãos ao
lado do produtor Jerry Breslin.
‘Suma daqui, Sr. Produtor’ - A Columbia tencionava lançar “Major Dundee” como ‘road-show’, ou seja, filme com grande campanha publicitária e exibido por várias semanas em um cinema especial em cada grande cidade, entrando no circuito normal de salas menores seis meses depois do lançamento. Ocorreu então a mudança do diretor de produção da Columbia, sendo Mike Frankovich o novo encarregado de traçar os rumos no estúdio. Frankovich era partidário da economia entendendo que cada vez mais o cinema perdia público e fechavam-se salas de exibição, sendo temerário investir muito dinheiro (quatro e meio milhões de dólares) em um western. O orçamento de “Major Dundee” foi reduzido para três milhões de dólares e 60 dias de filmagem ao invés dos antes previstos 75 dias. Técnicos e atores chegaram a Morellos em 6 de fevereiro de 1964 para o início das filmagens e após uma semana quase nada havia sido filmado, o que fez com que a Columbia mandasse o produtor Jerry Bresler ao local para ver o que estava acontecendo. Bresler descobriu que só naquela primeira semana Peckinpah havia demitido oito técnicos e mal suspeitava que seria ele, Bresler, o próximo ‘demitido’ pois Peckinpah disse ao produtor que somente voltaria a trabalhar quando ele sumisse de lá.

Heston conversando com Peckinpah.
Diferente de Orson Welles - Sam Peckinpah havia sido comparado por críticos apressados a Orson Welles. Charlton Heston que trabalhara com Welles em “A Marca da Maldade” afirmou, anos depois, que Sam Peckinpah era talentoso e criativo, mas não poderia nunca ser comparado ao diretor de “Cidadão Kane”. E muito menos ser chamado de gênio como Welles era tratado. Heston jamais entendeu a razão do ódio que Peckinpah devotava aos produtores e executivos dos estúdios. Welles também abominava essas categorias, mas sabia de onde vinha o dinheiro e os tratava sempre com fidalguia, ao contrário de Peckinpah que era a fúria em pessoa. Profissional correto que sempre foi, Heston disse que não aprovava os atrasos de Peckinpah que se apresentava sempre com, no mínimo, meia hora de atraso, deixando todos no set esperando. E quando chegava entornava xícaras e mais xícaras de café para se recompor da normal bebedeira da noite anterior.

Acima Charlton Heston;
abaixo James Coburn.
Sem banho e sem descanso - Com a irracional logística e a irascibilidade de Peckinpah, ninguém tinha dúvidas que o cronograma não seria cumprido. E sabia-se também que Charlton Heston tinha data marcada para deixar o México e se tornar Michelangelo Buonarroti em seu próximo filme, ironicamente intitulado “Agonia e Êxtase”. Esses fatos levaram Sam a filmar num ritmo um pouco mais apressado e por isso mesmo descuidado, ainda que observasse detalhes importantes como o aspecto dos atores no filme. Sam queria que eles se sentissem como se estivessem vivendo de verdade aquela jornada infernal. Charlton Heston chegou a ficar cinco dias sem tomar banho e quase sem tirar as botas para melhor encarnar o  maltratado Dundee que Peckinpah queria. O Rio Balsas era sujo e malcheiroso e todos tinham que entrar e sair do mesmo nas cenas de batalha contra os franceses. Ruim para os atores, pior para as duas dúzias de stuntmen, dirigidos por Cliff Lyons, que chegaram a fazer até dez cenas por dia cada um, caindo dos cavalos no Rio Balsas e trocando de fardas para novas cenas. Sam poderia adorar o México sua cultura, comida, bebida e mulheres (inclusive Begonia Palácios), mas o resto da equipe estava apenas fazendo um trabalho extenuante e em condições precárias de alimentação e higiene. A Columbia havia desistido de controlar Peckinpah e, rezava que ele concluísse o filme. Contava-se os dias para a tomada final de “Major Dundee” com Sam conseguindo arrastar a produção até o dia 29 de abril, ou seja, três meses de uma lenta agonia naquele verdadeiro inferno gerenciado por um homem verdadeiramente enlouquecido. Quando as filmagens terminaram não houve a tradicional festa de encerramento pois todos literalmente fugiram do México. James Coburn disse que foi embora sem se despedir de Peckinpah com medo que ele o chamasse para refilmar alguma cena ou filmar as sequências que deixaram de ser filmadas. Porém nem mais um metro de filme seria rodado uma vez que o custo final havia chegado a exatos 4,5 milhões de dólares. E isso custaria ainda mais caro para Peckinpah quando chegasse a hora da vingança dos executivos da Columbia Pictures.

Jim Hutton
Concepções diferentes - Segundo observou Charlton Heston, Orson Welles possuía um jeito especial de tratar atores e técnicos, fazendo com que eles o adorassem, enquanto Sam Peckinpah guerreava o tempo todo com todos a seu redor. Desagradava também a Charlton Heston o fato de o roteiro de “Major Dundee” nunca ter ficado pronto de verdade pois Peckinpah alterava diariamente o original, isto porque a Columbia projetava um tipo de filme e Peckinpah queria outro. Para o estúdio “Major Dundee” deveria ser um filme sobre índios e cavalaria, no estilo criado por John Ford, enquanto Peckinpah, como bem lembrou R.G. Armstrong, tinha em mente fazer uma espécie de Moby Dick a cavalo. Um dos mais educados atores do cinema, Charlton Heston não abria mão do respeito aos semelhantes e começou a ficar irritado com a forma como Peckinpah tratava a todos, como fez por exemplo certo dia com Jim Hutton. Peckinpah amava os faroestes mas estranhamente não gostava de cavalos pois tinha medo deles. Numa sequência, Jim Hutton teve alguma dificuldade com o cavalo que montava e o animal acabou se aproximando muito da cadeira onde Sam estava sentado, quase pisoteando o diretor. Este sacou um revólver com balas de festim que estava pendurado na sua cadeira e fez dois disparos, assustando o cavalo que acabou derrubando Jim Hutton que sofreu uma luxação leve. Em outra ocasião aconteceu a já lendária história em que Charlton, a cavalo e com o sabre na mão, avançou para cima de Peckinpah, tudo devido ao descontrolado comportamento do diretor.

Acima Charlton Heston;
abaixo Sam Peckinpah.
‘Isto era para você, Sam!’ - Numa tarde, quando o sol estava se pondo, Sam pediu a Heston para descer uma colina trotando seu cavalo e comandando sua tropa que o acompanhava. Para essa sequência de grande plasticidade eles tinham apenas 20 minutos para filmá-la, tempo que o sol levaria para se esconder. Quando Heston se aproximou trotando seu cavalo, Sam esbravejou: “Ficou uma merda! Chuck, você desceu muito devagar”. Heston respondeu: “Sam, você pediu para descer com a tropa trotando, foi o que eu fiz”. Peckinpah respondeu aos gritos: “Uma porra que eu disse isso. Você é um mentiroso desgraçado”. Ao ouvir essas palavras Heston deu meia volta recuando 50 metros, tirou o sabre da bainha, pediu aos demais cavaleiros para segui-lo e com o sol ainda se pondo avançou a galope em direção à câmara onde Peckinpah  estava sentado. Ao perceber que o ator vinha em sua direção sem diminuir o galope, Sam se levantou da cadeira gritando desesperado para o cinegrafista filmar aquilo. Heston desferiu então um violento golpe de sabre no ar como quem diz: “Isto era para você, Sam”. Claro que dali para diante Peckinpah nunca mais ofendeu Charlton Heston.

Begonia e Sam.
Uma desconhecida ternura - Sam Peckinpah só se acalmava quando surgia nos locais de filmagem Begonia Palácios, uma jovem atriz mexicana de 23 anos, sempre acompanhada pela mãe. Begonia interpretava Linda, um personagem inexpressivo de “Major Dundee”. L.Q. Jones e Warren Oates, amigos de copos e copos de tequila, eram os confidentes de Peckinpah que lhes falava da moça cheio de uma, até então, desconhecida ternura. O diretor aumentou consideravelmente o papel de Begonia no filme para poder ficar mais tempo perto dela. Finalmente os dois começaram a namorar, o que não ajudou em nada no desenvolvimento da produção mas mostrou que ‘Bloody Sam’ não era insensível como gostava de demonstrar. Sam e Begonia se casariam em 1965.

Sam Peckinpah
O estúdio mutila “Major Dundee” - O estúdio havia determinado que algumas cenas do roteiro não seriam editadas, como o prólogo em que um destacamento da cavalaria chega ao rancho da família Rostes durante uma festa. Algumas crianças brincavam vestidas como apache quando repentinamente Sierra Charriba e seus guerreiros atacam exterminando a todos, exceto o único sobrevivente, o corneteiro Tim Ryan e três meninos sequestrados. Esta sequência não filmada justificaria a determinação de Dundee em sua aventura para resgatar as crianças e capturar o chefe apache. A Columbia considerou a sequência extremamente violenta, além de não aceitar que o personagem principal (Dundee) somente aparecesse meia hora depois do início do filme. Peckinpah entregou à Columbia mais de quatro horas de material filmado e o estúdio escalou o seu chefe do departamento de edição William Lyon para coordenar diretamente os trabalhos de edição dos mais de 400 mil pés de filme, auxiliado por dois dos melhores editores do estúdio. Bresler orientou a edição para cortar as cenas mais violentas que refletiam a sádica e doentia visão de Peckinpah. Foram reduzidas cenas importantes como a captura dos cinco prisioneiros confederados; a cena de brinde feita entre um confederado, um negro e um unionista; a cena em que Dundee tenta em vão fazer uma mula se movimentar; uma luta a faca entre o batedor Potts (James Coburn) e o sargento Gomez (Mario Adorf); a longa caminhada de Dundee por Durango, embriagado e relembrando momentos de sua vida de soldado; Gomez e Potts também bêbados, conversando numa bodega em Durango; o encontro do corpo mutilado de Riago, o batedor apache.

Uma das centenas de quedas de cavalo
filmadas sob a direção de Cliff Lyons.
No lixo todo o slow-motion - Danos ainda maiores sofreram as sequências de batalha contra o exército francês, para as quais Sam utilizou cinco câmaras, três delas em diferentes velocidades de slow-motion. Jerry Bresler ordenou a William Lyon que todas as tomadas em slow-motion fossem ignoradas, editando-se apenas as cenas filmadas em velocidade normal. Cliff Lyons foi o responsável pela coreografia das cenas de batalha, assim como havia feito em “O Álamo”, de John Wayne. Essa batalha que seria o clímax de “Major Dundee”, ocupou cinco dias de filmagens e para muitos que dela participaram, seria uma das melhores que o cinema teria visto. Na sala de edição da Columbia a batalha dura meros sete minutos ficando difícil avaliar como o confronto ficaria com as tomadas em slow-motion que foram desprezadas. Com tantos cortes, a primeira versão foi reduzida a 156 minutos com a aprovação mesmo a contragosto do diretor que acreditava que “Major Dundee” ficaria com aquela metragem. O ator L.Q. Jones havia lembrado ao amigo Sam que não adiantava muito brigar com Bresler e com a Columbia pois, pelo contrato, cabia ao estúdio o direito da edição final do filme.

Sam Peckinpah
A vingança da Columbia - Peckinpah apostava nas duas previews de “Major Dundee” (exibições para serem avaliadas por um determinado público). Uma das previews ocorreu na Califórnia e a outra em Nova York com a presença de Jerry Bresler que levou uma edição diferente daquela aprovada por Peckinpah. A reação do público foi negativa e “Major Dundee” foi reeditado sofrendo novos cortes e sendo lançado com 136 minutos de duração e praticamente sem nenhuma publicidade. Sam Peckinpah escreveu uma carta a Mike Frankovich e não obteve resposta. Foi então ao estúdio para falar pessoalmente com Frankovich e, suprema humilhação, o homem forte da Columbia havia dado ordens para não permitir a entrada de Peckinpah no estúdio. O diretor foi barrado na portaria, sendo orientado a retirar ali mesmo uma caixa com seus pertences e sendo lembrado que não possuía mais vínculo com o estúdio. Peckinpah lia as críticas quase todas negativas a “Major Dundee”, algumas como a da revista Newsweek arrasando o filme, taxando-o de catástrofe. Peckinpah então escreveu para praticamente todos os críticos norte-americanos explicando o que a Columbia fizera com seu filme e alguns críticos até reviram suas resenhas originais amenizando as críticas. O público, por sua vez, praticamente ignorou o filme, o que fez a Columbia retirar “Major Dundee” de exibição, remontá-lo pela terceira vez, agora com 123 minutos, tentando com isso tornar o filme mais ao gosto das platéias. Essa versão (que foi lançada no Brasil), ficou fragmentada e incoerente, isto apesar da narração feita pelo soldado Ryan que a Columbia inventou para tentar fazer o público entendê-lo. Nada disso adiantou e o épico dirigido por Sam Peckinpah mal arrecadou 1,6 milhão de dólares em seu primeiro ano de exibição, ou seja, um terço do que foi gasto em sua produção.

Sam Peckinpah
Quatro anos desempregado - Nas entrevistas que deu posteriormente a essas edições, Peckinpah afirmou que não reconhecia o filme como dele e que se sentia como um pai que vê um filho ter todos os membros mutilados. Mesmo com seu nome começando a ficar marcado pelos estúdios, Sam teria nova oportunidade quando o produtor Martin Ransohoff o contratou para dirigir o drama “A Mesa do Diabo” (The Cincinatti Kid), estrelado por Steve McQueen. Nem bem começaram as filmagens e Peckinpah se desentendeu com o produtor sendo despedido no quinto dia de trabalho. Com mais este incidente, Sam se tornara um diretor maldito em Hollywood. Peckinpah ficou sem dirigir por quatro anos, até que em 1969 retornou em grande estilo realizando um verdadeiro marco cinematográfico que foi “Meu Ódio Será Sua Herança”. Após o excepcional êxito de crítica de “The Wild Bunch”, a Columbia, agora não mais dirigida por Mike Frankovich, que passara à condição de produtor independente, chamou Sam Peckinpah para que ele orientasse uma nova e definitiva edição de “Major Dundee”, o que não foi aceito pelo diretor, talvez consciente que jamais conseguiria fazer de “Dundee” o épico sonhado. Charlton Heston foi quem teve a sensibilidade de perceber que Peckinpah tentara fazer com “Major Dundee” o que só conseguiria com a irretocável obra-prima “Meu Ódio Será Sua Herança”.

5 comentários:

  1. Prezado Darci,

    Você praticamente esgotou o assunto. Mas, como fora dito, muitos diretores tiveram seus filmes mutilados pelos produtores ou pelos donos dos estúdios, como foram Orson Welles e Erich von Stroheim, também, Michael Curtiz, Raoul Walsh, Samuel Fuller, Jacques Tourneur e até John Huston entre outros, cujos nomes não recordo no momento. Diretores como John Ford e Alfred Hitchcock para evitar as interferências filmavam de uma forma as sequencias das cenas que, praticamente, já estavam editadas.

    Quanto a San Peckinpah, considero um gênio louco. Ben Johnson dizia que Peckinpha tinha tendências suicidas e que por diversas vezes teve de interferir em suas provocações com pessoas que poderiam levá-lo à morte por tiros, socos ou facadas.

    Além de "Juramento de Vingança" (Major Dundee), "Pat Garrett e Billy the Kid" (Pat Garrett and Billy the Kid) foi, também, mutilado na versão para o cinema, a versão completa foi lançada em DVD tornando o filme muito mais dinâmico e "Pistoleiros do Entardecer" (Ride the High Country) teve o orçamento cortado com o filme já em produção, obrigando San Peckinpah terminar as filmagens em Bronson Canyon (Los Angeles) e utilizando as lonas usadas como velas dos barcos no filme "Bounty" para as coberturas das barracas no campo de mineração e a neve foi de isopor como meios de conseguir terminar o filme. Depois lançaram como segundo filme após "Anibal" com Vic Mature. A direção da MGM não esperavam que "Pistoleiros..." fosse considerado como um dos melhores filmes de 1962, ganhasse prêmios internacionais e considerado um clássico.
    A Columbia em 2005 lançou em DVD a versão extendida com 136 min de projeção. Porém, há duas versões com trilhas sonoras diferentes, a primeira original do lançamento composta por Daniele Amfitheatrof e outra alternativa composta por Christopher Caliendo em 2005. Eu prefiro a original porque encaixa perfeitamente com cada cena projetada. A alternativa, para mim tira muito o impacto nas cenas de ação. No Brasil, a Versátil em 2014, lançou em DVD somente com a trilha sonora alternativa.

    Mario Peixoto Alves

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    1. Olá, Mário, sempre perfeitas e enriquecedoras suas observações. Discordo apenas quanto às trilhas sonoras. Gosto muito de Jerry Fielding e por consequência prefiro a trilha composta por Christopher Caliendo. - Darci

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  2. Darci, linda resenha, você rebuscou tudo, colocou pra fora as podridões de dentro. Difícil esta resenha e, você dominou com categoria. Pois é, tantos bons atores, e o filme não ficou bom, a resenha foi mais interessante. Parabéns amigo, Paulo...mineiro

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  3. Obrigado, amigo Paulo. Esse é um filme que merece ser visto mais de uma vez, preferencialmente comparando-se as versões. Abraço do Darci.

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  4. Descobri o blog há pouco e já me desmancho em elogios: essa matéria é brilhante, me fez rir ( algumas imagens e comparações, para descrever a demência desse gênio são hilárias), me fez ficar tocado e impressionado. E o domínio que você tem da língua portuguesa, para transmitir isso, a fusão entre cômico, demencial e trágico, é ímpar. Parabéns.

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