Acima Erich von Stroheim;abaixo Orson Welles com Tim Holt. |
Certos filmes tornam-se lendários mais por
tudo que se passou nos bastidores do que pelo que se vê na tela depois de
pronto para distribuição. “Ouro e Maldição”, de Erich von Stroheim e “Soberba”,
de Orson Welles são dois bons exemplos de obras renegadas por seus autores após
os estúdios que os produziram reduzirem suas metragens originais. O filme de
Stroheim foi lançado em 1925 pela MGM com 130 minutos de duração e só em 1999
pode ser visto com os 239 minutos que o diretor queria. Já o segundo filme de
Welles, de 1942, foi reduzido pela RKO de 148 minutos para ridículos 88
minutos. Sam Peckinpah juntou-se a esses diretores malditos com “Juramento de
Vingança” (Major Dundee), que lançado com 123 minutos teve um relançamento em
edição restaurada com 13 minutos a mais. Ainda assim faltando 16 minutos da
versão que Peckinpah editou e que, exceto o staff da Columbia, o público nunca
conseguiu ver. Para entender a razão da atitude da Columbia, é necessário falar
um pouco dos bastidores desse filme que resultou num verdadeiro inferno para
quantos dele participaram.
Alguns dos locais escolhidos por Peckinpah que serviram de cenário para "Major Dundee". |
As escolhas de Peckinpah – O escritor Harry Julian Fink
escreveu uma pequena história, quase uma sinopse, com 37 páginas sobre uma incursão
da Cavalaria em território mexicano para exterminar um grupo de apaches
liderado pelo temido Sierra Charriba, cuja ação se passava no final da Guerra
Civil. A Columbia se interessou pela história e logo pensou em John Ford para
dirigi-la e um grande astro interpretando o Major Dundee, o oficial que
comandou a caça aos apaches. John Ford não pode aceitar porque já havia
assumido compromisso com a produção de “Crepúsculo de uma Raça” (Cheyenne
Autumn). Pensou-se então no jovem diretor Sam Peckinpah que se tornara
respeitado por seus trabalhos como escritor e diretor de séries de TV, firmando-se
com “Pistoleiros do Entardecer” (Ride the High Country). Charlton Heston foi
contratado para ser o Major Dundee e seu contrato, como o de todo grande astro,
previa que ele tinha o direito de aprovar o diretor. Heston não havia visto
“Pistoleiros do Entardecer” e após uma exibição especial para ele ficou
deslumbrado com o filme e aprovou o nome de Sam Peckinpah. Heston Mal sabia que
indiretamente dava início à mais tumultuada produção de sua vida, ele que
participara, mais que nenhum outro ator, de filmes grandiosos. Contratado como
diretor, Peckinpah exigiu que o roteiro fosse inteiramente refeito, chamando
para isso Oscar Saul. Sam e Saul esticaram a história para 167 páginas. Outra
exigência de Peckinpah foi a escolha dos locais de filmagem, todos no México,
uns centenas de quilômetros distantes do outro. Morellos, Guerrero, Nuevo León,
Durango e Rio Balsas foram os locais escolhidos, o que indicava que “Major
Dundee” seria uma superprodução.
Richard Harris com correntes nas mãos ao lado do produtor Jerry Breslin. |
‘Suma
daqui, Sr. Produtor’ - A Columbia tencionava lançar “Major
Dundee” como ‘road-show’, ou seja, filme com grande campanha publicitária e
exibido por várias semanas em um cinema especial em cada grande cidade, entrando
no circuito normal de salas menores seis meses depois do lançamento. Ocorreu
então a mudança do diretor de produção da Columbia, sendo Mike Frankovich o
novo encarregado de traçar os rumos no estúdio. Frankovich era partidário da
economia entendendo que cada vez mais o cinema perdia público e fechavam-se
salas de exibição, sendo temerário investir muito dinheiro (quatro e meio
milhões de dólares) em um western. O orçamento de “Major Dundee” foi reduzido
para três milhões de dólares e 60 dias de filmagem ao invés dos antes previstos
75 dias. Técnicos e atores chegaram a Morellos em 6 de fevereiro de 1964 para o
início das filmagens e após uma semana quase nada havia sido filmado, o que fez
com que a Columbia mandasse o produtor Jerry Bresler ao local para ver o que
estava acontecendo. Bresler descobriu que só naquela primeira semana Peckinpah
havia demitido oito técnicos e mal suspeitava que seria ele, Bresler, o próximo
‘demitido’ pois Peckinpah disse ao produtor que somente voltaria a trabalhar
quando ele sumisse de lá.
Heston conversando com Peckinpah. |
Diferente
de Orson Welles - Sam Peckinpah havia sido comparado
por críticos apressados a Orson Welles. Charlton Heston que trabalhara com
Welles em “A Marca da Maldade” afirmou, anos depois, que Sam Peckinpah era
talentoso e criativo, mas não poderia nunca ser comparado ao diretor de
“Cidadão Kane”. E muito menos ser chamado de gênio como Welles era tratado.
Heston jamais entendeu a razão do ódio que Peckinpah devotava aos produtores e
executivos dos estúdios. Welles também abominava essas categorias, mas sabia de
onde vinha o dinheiro e os tratava sempre com fidalguia, ao contrário de
Peckinpah que era a fúria em pessoa. Profissional correto que sempre foi,
Heston disse que não aprovava os atrasos de Peckinpah que se apresentava sempre
com, no mínimo, meia hora de atraso, deixando todos no set esperando. E quando
chegava entornava xícaras e mais xícaras de café para se recompor da normal
bebedeira da noite anterior.
Acima Charlton Heston; abaixo James Coburn. |
Sem
banho e sem descanso - Com a irracional logística e a irascibilidade
de Peckinpah, ninguém tinha dúvidas que o cronograma não seria cumprido. E
sabia-se também que Charlton Heston tinha data marcada para deixar o México e
se tornar Michelangelo Buonarroti em seu próximo filme, ironicamente intitulado
“Agonia e Êxtase”. Esses fatos levaram Sam a filmar num ritmo um pouco mais
apressado e por isso mesmo descuidado, ainda que observasse detalhes
importantes como o aspecto dos atores no filme. Sam queria que eles se
sentissem como se estivessem vivendo de verdade aquela jornada infernal.
Charlton Heston chegou a ficar cinco dias sem tomar banho e quase sem tirar as
botas para melhor encarnar o maltratado
Dundee que Peckinpah queria. O Rio Balsas era sujo e malcheiroso e todos tinham
que entrar e sair do mesmo nas cenas de batalha contra os franceses. Ruim para
os atores, pior para as duas dúzias de stuntmen, dirigidos por Cliff Lyons, que
chegaram a fazer até dez cenas por dia cada um, caindo dos cavalos no Rio
Balsas e trocando de fardas para novas cenas. Sam poderia adorar o México sua
cultura, comida, bebida e mulheres (inclusive Begonia Palácios), mas o resto da
equipe estava apenas fazendo um trabalho extenuante e em condições precárias de
alimentação e higiene. A Columbia havia desistido de controlar Peckinpah e, rezava
que ele concluísse o filme. Contava-se os dias para a tomada final de “Major
Dundee” com Sam conseguindo arrastar a produção até o dia 29 de abril, ou seja,
três meses de uma lenta agonia naquele verdadeiro inferno gerenciado por um
homem verdadeiramente enlouquecido. Quando as filmagens terminaram não houve a
tradicional festa de encerramento pois todos literalmente fugiram do México.
James Coburn disse que foi embora sem se despedir de Peckinpah com medo que ele
o chamasse para refilmar alguma cena ou filmar as sequências que deixaram de
ser filmadas. Porém nem mais um metro de filme seria rodado uma vez que o
custo final havia chegado a exatos 4,5 milhões de dólares. E isso custaria
ainda mais caro para Peckinpah quando chegasse a hora da vingança dos executivos
da Columbia Pictures.
Jim Hutton |
Concepções
diferentes - Segundo observou Charlton Heston, Orson Welles possuía um
jeito especial de tratar atores e técnicos, fazendo com que eles o adorassem,
enquanto Sam Peckinpah guerreava o tempo todo com todos a seu redor.
Desagradava também a Charlton Heston o fato de o roteiro de “Major Dundee”
nunca ter ficado pronto de verdade pois Peckinpah alterava diariamente o
original, isto porque a Columbia projetava um tipo de filme e Peckinpah queria
outro. Para o estúdio “Major Dundee” deveria ser um filme sobre índios e
cavalaria, no estilo criado por John Ford, enquanto Peckinpah, como bem lembrou
R.G. Armstrong, tinha em mente fazer uma espécie de Moby Dick a cavalo. Um dos
mais educados atores do cinema, Charlton Heston não abria mão do respeito aos
semelhantes e começou a ficar irritado com a forma como Peckinpah tratava a
todos, como fez por exemplo certo dia com Jim Hutton. Peckinpah amava os
faroestes mas estranhamente não gostava de cavalos pois tinha medo deles. Numa
sequência, Jim Hutton teve alguma dificuldade com o cavalo que montava e o
animal acabou se aproximando muito da cadeira onde Sam estava sentado, quase
pisoteando o diretor. Este sacou um revólver com balas de festim que estava pendurado
na sua cadeira e fez dois disparos, assustando o cavalo que acabou derrubando
Jim Hutton que sofreu uma luxação leve. Em outra ocasião aconteceu a já
lendária história em que Charlton, a cavalo e com o sabre na mão, avançou para
cima de Peckinpah, tudo devido ao descontrolado comportamento do diretor.
Acima Charlton Heston; abaixo Sam Peckinpah. |
‘Isto era para você, Sam!’ - Numa tarde, quando
o sol estava se pondo, Sam pediu a Heston para descer uma colina trotando seu
cavalo e comandando sua tropa que o acompanhava. Para essa sequência de grande
plasticidade eles tinham apenas 20 minutos para filmá-la, tempo que o sol
levaria para se esconder. Quando Heston se aproximou trotando seu cavalo, Sam
esbravejou: “Ficou uma merda! Chuck, você
desceu muito devagar”. Heston respondeu: “Sam, você pediu para descer com a tropa trotando, foi o que eu fiz”.
Peckinpah respondeu aos gritos: “Uma
porra que eu disse isso. Você é um mentiroso desgraçado”. Ao ouvir essas
palavras Heston deu meia volta recuando 50 metros, tirou o sabre da bainha,
pediu aos demais cavaleiros para segui-lo e com o sol ainda se pondo avançou a
galope em direção à câmara onde Peckinpah
estava sentado. Ao perceber que o ator vinha em sua direção sem diminuir
o galope, Sam se levantou da cadeira gritando desesperado para o cinegrafista
filmar aquilo. Heston desferiu então um violento golpe de sabre no ar como quem
diz: “Isto era para você, Sam”. Claro
que dali para diante Peckinpah nunca mais ofendeu Charlton Heston.
Begonia e Sam. |
Uma
desconhecida ternura - Sam Peckinpah só se acalmava quando
surgia nos locais de filmagem Begonia Palácios, uma jovem atriz mexicana de 23 anos, sempre acompanhada pela mãe. Begonia interpretava Linda, um personagem inexpressivo de “Major Dundee”. L.Q.
Jones e Warren Oates, amigos de copos e copos de tequila, eram os confidentes de Peckinpah que lhes falava da moça cheio
de uma, até então, desconhecida ternura. O diretor aumentou consideravelmente o papel
de Begonia no filme para poder ficar mais tempo perto dela. Finalmente os dois começaram a namorar, o que não ajudou
em nada no desenvolvimento da produção mas mostrou que ‘Bloody Sam’ não era
insensível como gostava de demonstrar. Sam e Begonia se casariam em 1965.
Sam Peckinpah |
O
estúdio mutila “Major Dundee” - O estúdio havia determinado que
algumas cenas do roteiro não seriam editadas, como o prólogo em que um
destacamento da cavalaria chega ao rancho da família Rostes durante uma festa.
Algumas crianças brincavam vestidas como apache quando repentinamente Sierra
Charriba e seus guerreiros atacam exterminando a todos, exceto o único
sobrevivente, o corneteiro Tim Ryan e três meninos sequestrados. Esta sequência
não filmada justificaria a determinação de Dundee em sua aventura para resgatar
as crianças e capturar o chefe apache. A Columbia considerou a sequência
extremamente violenta, além de não aceitar que o personagem principal (Dundee)
somente aparecesse meia hora depois do início do filme. Peckinpah entregou à
Columbia mais de quatro horas de material filmado e o estúdio escalou o seu
chefe do departamento de edição William Lyon para coordenar diretamente os
trabalhos de edição dos mais de 400 mil pés de filme, auxiliado por dois dos
melhores editores do estúdio. Bresler orientou a edição para cortar as cenas
mais violentas que refletiam a sádica e doentia visão de Peckinpah. Foram
reduzidas cenas importantes como a captura dos cinco prisioneiros confederados;
a cena de brinde feita entre um confederado, um negro e um unionista; a cena em
que Dundee tenta em vão fazer uma mula se movimentar; uma luta a faca entre o
batedor Potts (James Coburn) e o sargento Gomez (Mario Adorf); a longa
caminhada de Dundee por Durango, embriagado e relembrando momentos de sua vida
de soldado; Gomez e Potts também bêbados, conversando numa bodega em Durango; o
encontro do corpo mutilado de Riago, o batedor apache.
Uma das centenas de quedas de cavalo filmadas sob a direção de Cliff Lyons. |
No
lixo todo o slow-motion - Danos ainda maiores sofreram as
sequências de batalha contra o exército francês, para as quais Sam utilizou
cinco câmaras, três delas em diferentes velocidades de slow-motion. Jerry
Bresler ordenou a William Lyon que todas as tomadas em slow-motion fossem ignoradas,
editando-se apenas as cenas filmadas em velocidade normal. Cliff Lyons foi o
responsável pela coreografia das cenas de batalha, assim como havia feito em “O
Álamo”, de John Wayne. Essa batalha que seria o clímax de “Major Dundee”, ocupou
cinco dias de filmagens e para muitos que dela participaram, seria uma das
melhores que o cinema teria visto. Na sala de edição da Columbia a batalha dura
meros sete minutos ficando difícil avaliar como o confronto ficaria com as
tomadas em slow-motion que foram desprezadas. Com tantos cortes, a primeira versão
foi reduzida a 156 minutos com a aprovação mesmo a contragosto do diretor que
acreditava que “Major Dundee” ficaria com aquela metragem. O ator L.Q. Jones
havia lembrado ao amigo Sam que não adiantava muito brigar com Bresler e com a
Columbia pois, pelo contrato, cabia ao estúdio o direito da edição final do
filme.
Sam Peckinpah |
A
vingança da Columbia - Peckinpah apostava nas duas previews
de “Major Dundee” (exibições para serem avaliadas por um determinado público).
Uma das previews ocorreu na Califórnia e a outra em Nova York com a presença de
Jerry Bresler que levou uma edição diferente daquela aprovada por Peckinpah. A
reação do público foi negativa e “Major Dundee” foi reeditado sofrendo novos
cortes e sendo lançado com 136 minutos de duração e praticamente sem nenhuma
publicidade. Sam Peckinpah escreveu uma carta a Mike Frankovich e não obteve
resposta. Foi então ao estúdio para falar pessoalmente com Frankovich e,
suprema humilhação, o homem forte da Columbia havia dado ordens para não
permitir a entrada de Peckinpah no estúdio. O diretor foi barrado na portaria,
sendo orientado a retirar ali mesmo uma caixa com seus pertences e sendo lembrado
que não possuía mais vínculo com o estúdio. Peckinpah lia as críticas quase
todas negativas a “Major Dundee”, algumas como a da revista Newsweek arrasando
o filme, taxando-o de catástrofe. Peckinpah então escreveu para praticamente
todos os críticos norte-americanos explicando o que a Columbia fizera com seu
filme e alguns críticos até reviram suas resenhas originais amenizando as
críticas. O público, por sua vez, praticamente ignorou o filme, o que fez a
Columbia retirar “Major Dundee” de exibição, remontá-lo pela terceira vez,
agora com 123 minutos, tentando com isso tornar o filme mais ao gosto das
platéias. Essa versão (que foi lançada no Brasil), ficou fragmentada e
incoerente, isto apesar da narração feita pelo soldado Ryan que a Columbia
inventou para tentar fazer o público entendê-lo. Nada disso adiantou e o épico
dirigido por Sam Peckinpah mal arrecadou 1,6 milhão de dólares em seu primeiro
ano de exibição, ou seja, um terço do que foi gasto em sua produção.
Sam Peckinpah |
Quatro
anos desempregado - Nas entrevistas que deu
posteriormente a essas edições, Peckinpah afirmou que não reconhecia o filme
como dele e que se sentia como um pai que vê um filho ter todos os membros
mutilados. Mesmo com seu nome começando a ficar marcado pelos estúdios, Sam teria
nova oportunidade quando o produtor Martin Ransohoff o contratou para dirigir o
drama “A Mesa do Diabo” (The Cincinatti Kid), estrelado por Steve McQueen. Nem
bem começaram as filmagens e Peckinpah se desentendeu com o produtor sendo
despedido no quinto dia de trabalho. Com mais este incidente, Sam se tornara um
diretor maldito em Hollywood. Peckinpah ficou sem dirigir por quatro anos, até
que em 1969 retornou em grande estilo realizando um verdadeiro marco
cinematográfico que foi “Meu Ódio Será Sua Herança”. Após o excepcional êxito
de crítica de “The Wild Bunch”, a Columbia, agora não mais dirigida por Mike
Frankovich, que passara à condição de produtor independente, chamou Sam
Peckinpah para que ele orientasse uma nova e definitiva edição de “Major
Dundee”, o que não foi aceito pelo diretor, talvez consciente que jamais
conseguiria fazer de “Dundee” o épico sonhado. Charlton Heston foi quem teve a
sensibilidade de perceber que Peckinpah tentara fazer com “Major Dundee” o que
só conseguiria com a irretocável obra-prima “Meu Ódio Será Sua Herança”.
Prezado Darci,
ResponderExcluirVocê praticamente esgotou o assunto. Mas, como fora dito, muitos diretores tiveram seus filmes mutilados pelos produtores ou pelos donos dos estúdios, como foram Orson Welles e Erich von Stroheim, também, Michael Curtiz, Raoul Walsh, Samuel Fuller, Jacques Tourneur e até John Huston entre outros, cujos nomes não recordo no momento. Diretores como John Ford e Alfred Hitchcock para evitar as interferências filmavam de uma forma as sequencias das cenas que, praticamente, já estavam editadas.
Quanto a San Peckinpah, considero um gênio louco. Ben Johnson dizia que Peckinpha tinha tendências suicidas e que por diversas vezes teve de interferir em suas provocações com pessoas que poderiam levá-lo à morte por tiros, socos ou facadas.
Além de "Juramento de Vingança" (Major Dundee), "Pat Garrett e Billy the Kid" (Pat Garrett and Billy the Kid) foi, também, mutilado na versão para o cinema, a versão completa foi lançada em DVD tornando o filme muito mais dinâmico e "Pistoleiros do Entardecer" (Ride the High Country) teve o orçamento cortado com o filme já em produção, obrigando San Peckinpah terminar as filmagens em Bronson Canyon (Los Angeles) e utilizando as lonas usadas como velas dos barcos no filme "Bounty" para as coberturas das barracas no campo de mineração e a neve foi de isopor como meios de conseguir terminar o filme. Depois lançaram como segundo filme após "Anibal" com Vic Mature. A direção da MGM não esperavam que "Pistoleiros..." fosse considerado como um dos melhores filmes de 1962, ganhasse prêmios internacionais e considerado um clássico.
A Columbia em 2005 lançou em DVD a versão extendida com 136 min de projeção. Porém, há duas versões com trilhas sonoras diferentes, a primeira original do lançamento composta por Daniele Amfitheatrof e outra alternativa composta por Christopher Caliendo em 2005. Eu prefiro a original porque encaixa perfeitamente com cada cena projetada. A alternativa, para mim tira muito o impacto nas cenas de ação. No Brasil, a Versátil em 2014, lançou em DVD somente com a trilha sonora alternativa.
Mario Peixoto Alves
Olá, Mário, sempre perfeitas e enriquecedoras suas observações. Discordo apenas quanto às trilhas sonoras. Gosto muito de Jerry Fielding e por consequência prefiro a trilha composta por Christopher Caliendo. - Darci
ExcluirDarci, linda resenha, você rebuscou tudo, colocou pra fora as podridões de dentro. Difícil esta resenha e, você dominou com categoria. Pois é, tantos bons atores, e o filme não ficou bom, a resenha foi mais interessante. Parabéns amigo, Paulo...mineiro
ResponderExcluirObrigado, amigo Paulo. Esse é um filme que merece ser visto mais de uma vez, preferencialmente comparando-se as versões. Abraço do Darci.
ResponderExcluirDescobri o blog há pouco e já me desmancho em elogios: essa matéria é brilhante, me fez rir ( algumas imagens e comparações, para descrever a demência desse gênio são hilárias), me fez ficar tocado e impressionado. E o domínio que você tem da língua portuguesa, para transmitir isso, a fusão entre cômico, demencial e trágico, é ímpar. Parabéns.
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