UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

22 de março de 2015

TOP-TEN WESTERNS DE RUI QUEIRÓS, CINÉFILO E BLOGUEIRO PORTUGUÊS


Rui Queirós segurando o DVD com o western
que dá título a seu blog.
Portugal é um país com muitos apaixonados por cinema e por isso mesmo com dezenas de blogs que se dedicam à 7.ª Arte. Um desses blogs é o ‘Duelo ao Sol’, que, ao contrário do que o nome do blog indica, não é específico sobre westerns. Esse espaço é editado com profundo conhecimento de cinema e muita criatividade por Rui Queirós, português nascido em Braga há 44 anos e que fez do ‘Duelo ao Sol’ um blog muito visitado pelos cinéfilos. Queirós, que usa o pseudônimo ‘Harry Maddox’, gosta muito de relações dos melhores filmes e confessa ser “viciado em listas”. O leitor vai encontrar em seu blog inúmeras listas de melhores filmes, seja por décadas ou mesmo por cineastas. Temos no ‘Duelo ao Sol’ o magnífico Top-Ten de Billy Wilder, e os Top-Tens de Woody Allen, François Truffaut, Dario Argento, François Ozon. E não poderia faltar a lista dos dez melhores filmes escolhidos pelo próprio Queirós, ecabeçada pelos westerns “O Homem que Matou o Facínora” (The Man Who Shot Liberty Valance) e “Onde Começa o Inferno” (Rio Bravo). Como não poderia deixar de ser Queirós elaborou também seu Top-Ten Westerns, seu gênero de filmes preferido. E WESTERNCINEMANIA aproveita a oportunidade para publicar a lista de Rui Queirós, o 54.º Top-Ten Westerns deste blog e o primeiro deles relacionado por um europeu. Rui Queirós faz um pequeno comentário sobre cada um dos dez faroestes de sua lista, filmes que aparecem nas ilustrações com seus títulos como lançados em Portugal.


1.º)  O Homem que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valance), 1962 – John Ford

O rude cowboy Tom Doniphon (John Wayne) perde a cidade e a mulher que ama para o idealista advogado Ransom (James Stewart). O nostálgico adeus ao Velho Oeste de John Ford é um dos meus dois ou três filmes favoritos em qualquer gênero.



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2.º)  Onde Começa o Inferno (Rio Bravo), 1959 – Howard Hawks

Um xerife (John Wayne) tem que defender a prisão de um grupo de bandidos a soldo do senhor da cidade, contando apenas com a ajuda de um bêbado (Dean Martin), um velho (Walter Brennan) e um rapaz (Ricky Nelson). Western clássico entre os clássicos, cujo tema daria origem a inúmeras variantes (como o excelente “Assalto à 13.ª Delegacia”, de John Carpenter) também pode ser visto como um filme sobre a redenção de um homem (Martin), só aparentemente uma personagem secundária).



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3.º)  Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 – John Ford

John Wayne persegue durante anos um bando de índios que massacrou a família do irmão e raptou a sua sobrinha (Natalie Wood). Quando finalmente a encontra, ela já é uma squaw, e ele hesita entre matá-la ou levá-la de volta. Nunca o Monument Valley foi tão belo e nunca Wayne foi tão violento como nesta obra-prima do cinema, que Godard não hesitou em comparar a Homero.



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4.º)  Os Imperdoáveis (Unforgiven), 1992 – Clint Eastwood

Ao 16.º filme atrás da câmara, Clint Eastwood recebe a consagração dos seus pares (Oscar para melhor filme e melhor realizador), ao desconstruir o seu próprio mito. A vaga dos westerns ‘revisionistas’ começou ainda nos anos 50, mas é aqui que atinge o seu ponto mais alto.



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5.º)  Duelo ao Sol (Duel in the Sun), 1946 – King Vidor

Scorsese começa o magnífico ‘Uma Viagem Pessoal pelo Cinema Americano’ a falar deste filme, que viu com a sua mãe quando tinha quatro anos e que o fascinou até hoje. Foi assinado por um dos grandes pioneiros de Hollywood, King Vidor, que se fartou de interferir até o ponto de Vidor bater com a porta (e o filme passou, em maior ou menor grau, pelas mãos de cinco outros realizadores, incluindo William Diertele e Joseph Von Sternberg). Melodramático, de forte pendor erótico e filmado em exuberante Technicolor, foi a tentativa de Selznick repetir o êxito de “E o Vento Levou”, agora com Jennifer Jones, isto é, Mrs. Selznick.



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6.º)  Johnny Guitar (Johnny Guitar), 1954 – Nicholas Ray

Não há cinéfilo português que não conheça a lenda de João Bénard da Costa à volta deste filme, o filme a sua vida, que segundo o próprio viu 68 vezes entre 1957 e 1988. (E se não me falham as contas, um dos três westerns que programou para o ciclo ‘Como o Cinema era Belo’, 50 filmes para comemorar 50 anos da Gulbenkian). Quem já o viu, não esquece um dos diálogos mais memoráveis da história do cinema.



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7.º)  Cavalgada Trágica (Comanche Station), 1960 – Budd Boetticher

Sétimo e último western protagonizado por Randolph Scott sob a direção de Budd Boetticher, um antigo toureiro convertido em grande realizador de westerns série B. Aqui Scott é um antigo oficial, um solitário que passa a vida em território Comanche resgatando mulheres raptadas pelo índios, em troca de bens. A sua persona lacônica e desencantada esconde a esperança de encontrar a sua própria mulher, raptada dez anos antes. Um belíssimo filme, enésima prova que em cinema os orçamentos têm pouco a ver com o resultado final.



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8.º)  Os Abutres Têm Fome (Two Mules for Sister Sara), 1970 – Don Siegel

Sem dúvida o filme mais divertido desta lista, juntando uma dupla mais que improvável: Shirley MacLaine e Clint Eastwood. O argumento é de Budd Boetticher, muito longe do ambiente de seus próprios filmes, e está também nos antípodas do que se esperaria de um filme de Don Siegel. Eu quando o vi lembrei-me de... Billy Wilder (que nunca filmou um western)!



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9.º)  Gringo/ Uma Bala para o General (Quién Sabe?), 1966 – Damiano Damiani

Obviamente a ausência mais notória deste Top-Ten Westerns é Sergio Leone, mas o pai do western spaghetti é um realizador que eu admiro mas não amo. Devo ser caso único à face da terra, mas a verdade é que prefiro os ‘westerns zapata’, em que bandos de revolucionários/salteadores espalham o terror pela paisagem mexicana. Este, Assinado por Damiano Damiani, com Gian Maria Volonté, Klaus Kinski e Lou Castel, é uma verdadeira pérola desse subgênero de subgênero.



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10.º)  O Preço de um Homem (The Naked Spur), 1953 – Anthony Mann

James Stewart persegue um conterrâneo, procurado por assassinato (grande papel de Robert Ryan), para com o dinheiro da recompensa recuperar o rancho que perdeu por causa de uma mulher. Mas vai ter que escolher entre recomeçar com dinheiro ou com recomeçar com outra mulher (Janet Leigh). Todo filmado em exteriores, sendo a paisagem uma personagem por direito próprio, “O Preço de um Homem” é o meu preferido dos famosos westerns que Super Mann filmou com Jimmy Stewart nos anos 50.



4 comentários:

  1. Parabéns ao Rui Queirós pela belíssima seleção! Ao Darci os parabéns por manter sempre a excelente qualidade do blog.
    Márcio/MG

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  2. O Top-Ten é a publicação que mais aguardo no WCM. Nesta ótima lista do Rui, pelo menos 7 dos filmes costumam figurar com frequência nas publicações dos 10 melhores do gênero. Parabéns ao autor e ao Darci.

    Mas o que Howard Hughes tem a ver com "Duelo ao Sol"?????

    Abraços!

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  3. Nada a ver, de facto... comecei a falar do Scorsese e o meu subconsciente levou-me ao Howard Hughes! Na frase seguinte, aliás, já refiro o verdadeiro produtor, o Selznick... Peço ao amigo Darci para corrigir a argolada e agradeço o comentário!

    Abraço.

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