O grande sonho da vida de John Wayne era filmar “O Álamo”, heróica página da história norte-americana. Após muitos anos economizando para transformar seu sonho em realidade, finalmente Duke conseguiu produzir o filme numa parceria da sua produtora Batjac com a United Artists. Elenco repleto de grandes astros, número monumental de extras, locação em Brackettville, Texas, onde nada era fácil de conseguir, tudo isso somado elevou o custo final da produção para astronômicos doze milhões de dólares. Após o lançamento teve início a difamação do filme dirigido por Wayne, muitos rotulando-o de “o maior fracasso do cinema”. Mas nada disso é verdade. Se artisticamente “O Álamo” não chega a ser uma obra-prima, está longe de ser um mau filme, muito pelo contrário. E quanto à bilheteria, esse épico arrecadou nos Estados Unidos 7,9 milhões de dólares quando de seu lançamento e 15 milhões de dólares no resto do mundo, só em 1960. Corrigidos esses valores o filme de Wayne teria custado 88,4 milhões de dólares e rendido no mundo todo 110 milhões de dólares. Comparando “O Álamo” de 1960 com a refilmagem de 2004 verifica-se que este sim foi um rotundo fracasso pois custou 95 milhões de dólares (110 milhões se corrigido o valor), rendendo globalmente 26 milhões de dólares (ou 30 milhões se corrigido o valor). Esse prejuízo de 80 milhões de dólares dificilmente será recuperado ao longo dos anos. Por outro lado, vale lembrar que, após o lançamento em 1960, “O Álamo” teve diversas reprises, foi vendido para exibição na TV e lançado em VHS e em DVD. Considerando-se o grande número de fãs de John Wayne espalhados por todos os recantos da Terra, muitos deles colecionadores, pode-se afirmar que “O Álamo” deu e continua dando lucro. Assisti “O Álamo” quando de seu lançamento em São Paulo, no Cine Normandie, que ficava na Av. Rio Branco, num sábado em sessão à meia-noite, isto após horas de espera numa enorme fila que dava a volta ao quarteirão. “O Álamo” foi, então, o maior sucesso de todos os tempos de bilheteria no Japão e bateu recordes de exibição praticamente no mundo todo. Pode-se chamar a isso de fracasso? Certamente que não e John Wayne, onde quer que esteja cavalgando, deve estar muito feliz com seu "The Alamo".
Depois de tudo que já se falou neste mundo sobre o nosso grande e preferido heroi, existe muito pouco mais a falar.
ResponderExcluirMas vamos dar mais um ligeiro toque no grande astro Duke, e falar algo sobre ele e O ALAMO.
Quando o vi, no seu lançamento, fiquei embasbacado. Era um espetáculo acima de miraculoso, com uma musica que soava a todo o momento em meus ouvidos, com um cenário fantástico, com uma lista de estrelas (nossos astros mais cobiçados) fantastica e, por cima, dirigido por Wayne.
Eu era então uma criança, com uma visão de tudo e da vida completamente diferente. O que na época para os olhos de um adulto era uma coisa normal, corriqueira, sem novidades, para nós, na pre adolescencia, tudo era um deslumbre, uma fantasia que formavamos em nossas mentes verdes que ninguém conseguiria mudar nossos pontos de vista. Viviamos sonhando, delirando, flamejantes, cheios de planos e com uns olhinhos que apanhavam tudo com uma exuberancia anormal. Aliás, anormal para os adultos, porque, para nós, tudo aquilo era divino, maravilhoso, soberbo e que se entranhava em nós como se fosse parte de nossa vida. Eu via os filmes e saia do cinema ainda com o mundo da tela na cabeça, com os olhos vando o filme por longo tempo depois de abandonar a sala de projeção.
Então era assim. Não apenas comigo, mas com todo adolescente, cuja vida se resume em sonhar.
E levei esta visão de O ALAMO até poucos anos atrás, quando voltei a revê-lo, achando que iria reviver as mesmas emoções que quando o vira pela primeira vez.
Quase que me dedepcionei. Não. O filme que me encantou, que me deixou fora do ar por tanto tempo, não era nada daquilo que vira na minha infancia.
Enfim, A ALAMO não é um filme ruim. Longe disso. Apenas toda aquela visão de adolescencia se esvaneceu porque eu, agora, já sabia muito mais da vida, conhecia fatos que desconhecia àquela época, era um homem de muito mais sapiencia.
O ALAMO e um filme bonito, com um visual perfeito para se ver num faroeste, com muitas brigas e com o Duke, ao lado de Widmarck e todo aquele elenco. Mas ele é muito mais cinema que outra coisa. A musica ainda é linda, bonitas cenas de combate, John Wayne ótimo como sempre, efeitos especiais de primeira e, enfim, conforme citei, para o cinema não é um espetáculo desprezível. Porem hoje, que conheço perfeitamente o que aconteceu naquele lugar, que conheço a real história do ALAMO, vejo que o films tem muito pouco de verdade ou, para se mais sincero, tem quase nada da historia real.
E Wayne, que empenhou toda sua fortuna nesta produção (e que não teve prejuizos, ao contrário), parece ter feito o filme apenas para nos entreter. Isso ele consegue, mas pula distante da originalidade. E as cenas que adorava, que via como inusitadas, que me deixou embasbacado ao assisti-lo, hoje não remexe em nada meu interior. Assisto apenas pelo Duke e pelo elenco, apesar da musica seguir ainda bonitinha.
Lamento, Duke, lamento profundamente ter de fazer uma matéria sobre ti com este conteúdo. Mas é apenas sobre um só filme seu. Tens lastro bastante para que sigamos nutrindo nossa paixão por todo seu trabalho.
jurandir_lima@bol.com.br
Para mim, Jurandir, cada vez que revejo "O Álamo" o assisto com redobrado prazer. Hoje conheço um pouco mais de cinema que em 1960, quando vi o filme pela primeira vez e isso ajuda a minimizar alguns pecadilhos que o filme tem. - Kit Hodgkin
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