O espetáculo anual de entrega do Oscar torna-se cada vez mais monótono, sem graça e triste. A Academy of Motion Picture Arts and Sciences, por aqui chamada de "Academia" consegue a cada ano ser mais e mais injusta. Ela existe para premiar os melhores do ano e para lembrar aqueles que foram os melhores num tempo em que não era necessário uma lupa para se encontrar grandes talentos como é agora. Tantos foram os injustiçados nas premiações através dos anos que seria preciso um blog só para enumerar essas injustiças. E a Academia prossegue injustiçando grandes nomes do cinema do passado não os homenageando condignamente. Não vamos falar aqui de Doris Day, que como poucos outros artistas mereceria receber um Oscar especial e certamente não o receberá em vida. Essa é simplesmente a maior de todas as injustiças dessa organização. Nas noites da premiação muita gente fica acordada madrugada adentro apenas para assistir ao "In Memoriam" e nessa 'homenagem' aos nomes que o cinema perdeu no ano passado foram dedicados três (03) segundos a Tony Curtis. Tony foi um ator de inegável talento, comprovado em magníficas atuações dramáticas como em "Acorrentados" (The Defiant Ones), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator, "A Embriaguez do Sucesso" (Sweet Smell of Sucess) e "O Sexto Homem" (The Outsider). Na comédia Tony Curtis foi um dos melhores da sua geração e em "Quanto Mais Quente Melhor" (Some Like it Hot) nenhum outro ator seria tão perfeito quanto Tony. Por tudo isso e pelas dezenas de ótimos e bons filmes que fez, Tony Curtis mereceu três segundos da Academia. A justificativa poderia ser o tempo do programa que encurtou um pouco, mas então como explicar aqueles tantos e tantos desconhecidos premiados fazendo agradecimentos de quase cinco minutos onde são lembrados seus tios, avós, vizinhos, cachorros e papagaios?!?! Injustiça e ingratidão andam por toda parte e por que não também na meca do cinema? Lembramos aqui de Tony Curtis que participou de poucos westerns, mas que independentemente disso foi e sempre será um dos mais queridos e admirados atores de sua geração, geração que a Academia quase ignora.
Tudo tem sua hora e chegou a hora destes velhinhos, que quase se concebem como donos da Academia, se aposentarem e darem lugar a jovens, com idéias novas, com horizontes a descortinar, com uma visão mais moderna da vida dentro e fora das telas.
ResponderExcluirNão me canso em elogiar nosso Darci quando ele faz comentários que andam em paralelo com meus ideais.
Eu, que assistia ao Oscar do principio ao fim, agoro deixo apenas para ver no jornal da Globo pela manhã (o excelente Bom Dia Brasil) o que aconteceu na chatissima noite do Oscar. Pelo menos eu fico com conhecimento dos prêmios principais pois, até cães (no modo aborrecido que estou de falar) agora fazem parte das premiações. E o tempo se perde com Oscar para Desenhos e mais desenhos, para Curtas de diversas formas, em canções longas e chatas, em coreografias que não tem nada a ver, em piadas que o apresentador conta (e que não são poucas), ao invés de se dedicarem ao que se propõe aquela festa, para que foi criada aquela noite tão esperada por quem ama a sétima arte, que é premiar os melhores em suas categorias, falar de cinema, elogiar quem nunca foi premiado e fazerem, até mais de uma, entrega de Oscars para astros que sempre permaneceram no limbo das injustiças da Academia.
O comentarista Darci foi muito bondoso quando falou que o nome de Tony Curtis foi citado por 3 segundos. Ele é um homem bom e generoso, porque não deu nem direito para ver que aquele ali era o nosso Tony Curtis, que falecera há pouco e que deixara uma imensa contribuição aos amantes do cinema, de tão rápido que o mostraram! E como ele, muitos outros. Falo de Curtis, porque o tópico é dele. Porém as injustiças são com diversos, e não apenas atores e atrizes ma; com, roteiristas, montadores, diretores, produtores e etc. Rola muitas injustiças dentro daquele meio fechado, trancado, inpenetrável, de uma independencia que precisam logo arrancarem isto daqueles anciãos que, acredito, já não sabem mais o que fazem!!!
Este ator injustiçado nos encantou em Trapézio, em Houdini, em Acorrentados, em Viking, Os Conquistadores (quem não se lembra deste espetáculo de fita?), em Spartacus e, para mim, no melhor papel que fez em sua carreira. Num filme de Delmer Davis e que teve ao seu lado Frank Sinatra e acho que Natalie Wood, que foi Só Ficou a Saudade. Um filme dito como se de guerra, mas que foi muito mais uma história de amor belissima.
O rapaz merecia sim mais atenção. Mas já dizem os meus avós; "Quem morre é quem perde a vida". E é isto mesmo. No dia de sua morte todos falam, mostram-se lamentosos, doídos, condolentes. Porém, no outro dia, a vida segue e o pobre já anda pelo esquecimento, mesmo tendo sido na vida quem foi, com muitos holofotes voltados para ele quando a fama e a beleza fisica lhe eram favoráveis. É assim com todos. POrque não viria a ser tb com o muito bom ator Tony Curtis?
E querem saber? Não sei porque ainda nos ressentimos com coisas assim! Já deveríamos ter nos acostumados, porque a historia se repete no dia a dia com todos e também muito em nossa volta. Basta deixarmos os olhos um pouco mais abertos e enxergaremos tudo isso acontecendo bem ao nosso lado.
jurandir_lima@bol.com.br
Como, em nome Deus,
O que a tal de Academia fez com Tony foi uma falta de respeito. Lena Horne que me desculpe, mas, como você disse, a contribuição de Tony para o cinema foi muito grande para uma lembrança tão ingrata. - KH
ResponderExcluirConcordo plenamente com os comentarios do criador deste precioso blog sobre a falta de consideração e respeito pelo
ResponderExcluirator Tony Curtis. Ele foi sem duvida um grande personalidade
do cinema americano. Sua popularidade como galão foi enorme, assim como seu talento em papéis sérios quando devidamente
aproveitado e bem dirigido. Trabalhou ao lado dos maiores astros e atrizes de seu tempo. Dando sem duvida uma grande
contribuição a chamada setima arte. Merecia em vida da Academia no minimo um Oscar pelo conjunto de sua obra no cinema.
Entretando o que vemos hoje na entrega do Oscar é o interesse
imediato do lucro nos filmes premiados e indicados, onde o
papel da Academia de preservar a historia e tradição do cinema
é totalmente esquecido. A entrega do Oscar hoje em dia procura
apenas promover os atores dos filmes que estão sendo lançados,
ou seja; atrizes magricelas e sem personalidades que se parecem demais umas com as outras e atores sem carisma, salvo
algumas exceções. SC
Olá, SC - Concordo com tudo que você disse, inclusive sobre a falta de personalidade das atrizes e atores sem nenhum carisma. Por essas e por outras que cada vez mais cai a audiência do Oscar. Logo logo vai ser transmitido pela rede TV...
ResponderExcluirConcordo plenamente. Tony Curtis, um dos grandes ícones do cinema com seu talento indiscutível e atuações memoráveis, foi um dos maiores injustiçados pela Academia. Esta, perdeu uma excelente chance quando Tony foi indicado junto com Sidney Poitier ao prêmio de melhor ator pela obra The Defiant´s ones.
ResponderExcluirLi em algum lugar que a Academia só pode escolher um ator. Como assim? Se ambos mereceram por aquele trabalho fantástico, por quê não premiar os dois?
As exceções foram feitas para serem abertas. Mais adiante, poderia se redimir premiando o Sr. Curtis pela sua soberba performance em The Boston Strangler mas foi novamente preterido. Má vontade sobrou.
Tive oportunidade de fazê-lo saber, alguns anos antes da sua morte, da minha admiração e as injustiças que sofreu através da sua última mulher Jill Curtis por meio do site Shiloh Horse, que vem a ser uma ONG para abrigo de animais, especialmente cavalos, que sofrem toda sorte de crueldades. Esta instituição era, e é, post-mortem, mantida por ele com seus direitos de imagem, quadros que pintou, etc. Esta exposto no Metropolitan Museum em Nova York, uma das suas obras. Vemos então que além das qualidades artísticas extraordinárias, havia o amor pelos animais maltratados o que por si só demonstra o ser humano sensível que foi. Um grande abraço aos admiradores do Grande Tony Curtis.
Carlos Augusto