Comemora-se no 12 de dezembro de 2015 o
centenário de nascimento de Frank Sinatra, um dos mais importantes artistas do
século passado. Sinatra destacou-se na música e como ator fez uma bela carreira
chegando mesmo a receber um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu excelente
desempenho em “A Um passo da eternidade”. A filmografia de Frank Sinatra contém
muitos dramas, comédias, policiais, filmes de guerra e como não poderia deixar
de ser musicais. Alguns dos musicais estrelados pelo ‘The Voice’ são
verdadeiramente antológicos, destacando-se “Um Dia em Nova York”, “Marujos do
Amor” e “Alta Sociedade”, além dos clássicos “Meus Dois Carinhos”, “Eles e Elas”
e “Can-Can”, este último um filme injustamente menosprezado. E Sinatra fez westerns também, quatro apenas
numa filmografia de mais de 50 títulos, mas não será por esses westerns que ele
será lembrado pois o melhor desses quatro filmes é apenas regular. Certamente
muito se falará de Sinatra nesta semana e o WESTERNCINEMANIA homenageia o
cantor-ator lembrando dos filmes em que Sinatra usou chapéu, calçou botas,
lenço no pescoço e, meio desajeitado, colocou um Colt na cintura.
Gene Kelly e Sinatra em "Marujos do Amor"; Sinatra, Jules Munshin e Gene Kelly em "Um Dia em Nova York"; Sinatra e Grace Kelly em "Alta Sociedade". |
Sinatra entre Kim Novak e Rita Hayworth em "Meus Dois Carinhos"; Marlon Brando e Sinatra em "Eles e Elas"; Sinatra, Shirley MacLaine e Louis Jourdan em "Can-Can". |
“Redenção
de um Covarde” (Johnny Conchos), 1956, direção de Don McGuire – O primeiro
western de Sinatra, por ele produzido e que acabou sendo o melhor deles, mesmo longe
de ser um grande filme. Sinatra interpreta um covarde que se redime motivando a população da pequena cidade a enfrentar uma dupla de bandidos. Sinatra tem boa atuação após se consagrar como ator dramático em “O Homem do Braço de Ouro” (1955) e também
no drama noir “Meu Ofício é Matar”, sem falar de Sinatra como 'Angelo Maggio' em "A Um Passo da Eternidade". Em "Redenção de um Covarde" William Conrad, Leo Gordon e Claude Akins
são alguns dos atores coadjuvantes, todos com muito mais jeito de cowboy que
o desengonçado Sinatra.
“Os
Três Sargentos” (Sergeants 3), 1962, direção de John
Sturges – Este é um daqueles filmes em que os atores parecem se divertir mais que a
plateia, não demonstrando a menor preocupação com o público pagante. No auge da fama e do poder, Sinatra gostava
de reunir seu grupo de amigos – Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Lawford,
Joey Bishop e outros – e tornar os sets de filmagens uma verdadeira farra. Sinatra deu um jeito
até de colocar Sammy Davis Jr. como uma espécie de Gunga Din neste filme. Apesar do nome
prestigioso de John Sturges na direção e algumas boas sequências, a melhor
coisa dessa comédia-western é Henry Silva como um índio. Nota três para esses
três sargentos.
“Os
Quatro Heróis do Texas” (4 for Texas), 1963, direção de Robert
Aldrich – Os quatro do Texas do título são Sinatra, Dean Martin, Ursula Andrews
e Anita Ekberg, duas mulheres irresistíveis naqueles tempos. Ursula arrasara no
primeiro 007 com o agente Sean Connery contra o Dr. No; e a imagem da sueca
Anita na Fontana di Trevi (“La Dolce Vita”) causara enorme impacto. Juntá-las a
Sinatra e Dean Martin num western parecia uma boa fórmula para o sucesso, ainda
mais com a competência no gênero de Aldrich. Mas Sinatra coloca tudo a perder
com uma visível má vontade de atuar num filme em que o espectador fica
esperando para ver os quatro heróis que nunca surgem. Vale pelos coadjuvantes
Charles Bronson e Victor Buono.
“O
Mais Bandido dos Bandidos” (Dirty Dingus Magee), 1970, direção de
Burt Kennedy – Outra comédia-western, outra tentativa frustrada de Sinatra se
mostrar engraçado no Velho Oeste, desta vez como o bandido ‘Dingus Billy Magee’.
E o diretor Burt Kennedy, que vinha de uma série esplêndida de westerns e de
dois bastante engraçados na série “Support Your Local...”, realizou aquele que
certamente é seu mais massacrado filme. Ninguém gostou, nem o público e menos
ainda a unânime crítica. Com ele Sinatra encerrou suas aventuras no Velho Oeste
quando o gênero já não era mais o mesmo. Mais uma vez dois coadjuvantes são
responsáveis pelos momentos engraçados do filme, salvando-o da ruindade total:
George Kennedy e Jack Elam.
Olá Darci, engraçado é que, quando jovem assisti OS três Sargentos, quase morri de ri, literalmente falando, mas nos dias de hoje, nunca animei comprar o DVD. Não me lembro nada do filme, ou, apenas comédias. Igual você disse dos quatro Heróis do Texas, quando jovem, fomos uma turma assistir um filme do Charles Bronson, que estava no auge, devido a Era Uma VEZ NO Oeste. O filme era, "há Alguém Atrás da Porta', que decepção, saímos rindo e, perguntando _ quem viu alguém atrás da porta? Nada que nos chamasse a atenção. Gostei da resenha, em homenagem a Frank Sinatra. Paulo...mineiro.
ResponderExcluirOlá, Paulo, um outro mineiro, quando da resenha de "Os Três Sargentos" disse que riu muito quando viu esse western-comédia. Continuo achando que com tantos nomes importantes no elenco e na direção o filme poderia ser muito melhor. Já o Sinatra, esse não nasceu para a comédia mesmo... abraço do Darci.
ExcluirO mais bandido dos bandidos é o pior filme de Sinatra. Ele está simplesmente patético! Uma história sem pé nem cabeça. Se eu fosse o Sinatra mandaria recolher o filme antes de entrar em circulação.
ResponderExcluirAcho que em alguns filmes Sinatra chega a ser engraçado, como em Marujos do Amor, onde ele, com o rosto angelical, interpreta um tipo que é o oposto do que ele era na vida real.