(Confira as respostas após a décima pergunta)
1 – Os principais atores de “Era Uma Vez no Oeste” são Cláudia Cardinale, Henry Fonda, Charles Bronson e Jason Robards Jr. Quais os respectivos nomes dos personagens que eles interpretam nesse filme?
a) Jessica McBain – Frank – Guitar – Comanche
b) Jill McBain – Frank – Harmonica – Cheyenne
c) Jane McBain – Frank – Banjo – Apache
d) Judy McBain – Frank – Harmonica - Blackfoot
2 – Jack Elam foi um dos mais famosos bandidos dos faroestes na década de 50, atuando em muitos westerns. Em qual destes clássicos Jack Elam não atuou?
a) “Matar ou Morrer” (High Noon)
b) “Vera Cruz” ((Vera Cruz)
c) “Os Brutos Também Amam” (Shane)
d) “Homem Sem Rumo” (Man Without a Star)
3 – O ator italiano da foto atuou em “O Vingador Silencioso” (Il Grande Silenzio) e em inúmeros westerns-spaghetti. Qual o nome desse ator?
a) Benito Stefanelli
b) Mario Brega
c) Spartaco Conversi
d) Fabio Testi
4 – Lionel Stander ficou afastado do cinema por dez anos em razão de ter sido incluído na ‘Lista negra de Hollywood’ nos anos 50. Na década de 70 Lionel ficou famoso atuando numa série de TV. Qual o nome dessa série?
a) “Casal 20” (Hart to Hart)
c) “Os Gatões” (The Dukes of Hazzard)
d) “Kojak” (Kojak)
5 – ‘Pompey’ era o nome de um personagem interpretado por Woody Strode em um inesquecível faroeste. Qual o título desse filme?
a) “Os Profissionais” (The Professionals)
b) “Audazes e Malditos” (Sergeant Rutledge)
c) “Terra Bruta” (Two Rode Together)
d) “O Homem que Matou o Facínora” (The Man Who Shot Liberty Valance)
6 – Seu personagem chamava-se ‘Morton’, o dono da ferrovia que aleijado se locomovia com ajuda de muletas em “Era Uma Vez no Oeste”. Quem é esse ator?
a) Gabriele Tinti
b) Gabriele Ferzetti
c) Giorgio Albertazzi
d) Gian Maria Volonté
7 – Keennan Wynn interpretou o bandido ‘Luke Plummer’ numa refilmagem de um western famoso. Qual o título desse faroeste?
a) “A Última Diligência” (Stagecoach), 1966
b) “A Vingança de um Pistoleiro” (High Noon), 2000
c) “Com a Lei e a Ordem” (Law and Order), 1953
d) “Cimarron” (Cimarron), 1960
8 – Um dos mais conhecidos rostos dos westerns-spaghetti é o do ator espanhol da foto acima. Esse ator atuou em todos os westerns dirigidos por Sergio Leone. Quem é ele?
a) Bruno Corazzini
b) Aldo Sambrell
c) Aldo Berti
d) Raf Baldassarre
9 – O ator Frank Wolff cometeu suicídio aos 43 anos depois de se tornar famoso atuando em westerns-spaghetti. Qual era a nacionalidade de Frank Wolff?
a) Ele era alemão
b) Ele era austríaco
c) Ele era norte-americano
10 – O ator da foto é um dos três pistoleiros que no início de “Era Uma Vez no Oeste” aguardam na estação a chegada do trem. Ele é tristemente lembrado por ter cometido suicídio ainda durante as filmagens desse western. Qual o nome desse ator?
a) Al Lewis
b) Al Johnson
c) Al La Rue
d) Al Mulock
Darci !Meu prezado amigo !! Não posso deixar de comentar . De algum tempo prá cá vc tem colocado informações sobre alguns spaguetts,e constantes referências às produções de western feitas fora dos EUA . Aliás,no "FACE" também tenho percebido uma maior participação destes filmes e de seus admiradores. Houve uma mudança de alguns anos cá,com os amantes do western redescobrindo o spaguett ? Ou
ResponderExcluirpassaram a ser 'cult' e porisso merecendo destaque,que antes não tinham ?
Outros amigos do CAW, céticos ,que torciam o nariz para os italianos,agora se abrem generosamente ao gênero !! Isto me chamou atenção,pois navego diàriamente,buscando as coisas do western-movie e percebi esta mudança !! Seus comentários serão importantes !!! Abraços !!
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ExcluirTomo "carona" na pergunta dirigida ao Editor deste excelente site -- o amigo Darci Fonseca -- mais para endossá-la, em parte, e, em parte, arriscando, se me permitem, uma possível explicação para a "emergência" do faroeste spaghetti por todo lado.
Bem, parece-me que é, primeiro, uma questão geracional. Ou seja, muitos -- na faixa, entre 40 e 50 anos -- praticamente SÓ viram os filmes italianos na "sua" época (ou seja, mais jovens), os westerns "estilizados" de Leone, Corbucci e os outros diretores menores, com aquelas trilhas sonoras cheias de apitos e aflautinados etc, dezenas de mortes por armas inusitadas e outros apelos que nunca constaram dos recursos dos WCA -- Westens Clássicos Americanos -- em produções A, B ou C.
Isso, no Facebook, é bem visível -- e as opiniões, lá, chegam a ser até grosseiras, de gente que, na verdade, nem sabe quem foi um Howard Hawks, quem foi um Anthony Mann, quem foi um Delmer Daves, quem foi um Budd Boetticher, quem foi um Henry Hathaway, quem foi um John Sturges, quem foi um Robert Aldrich e outros e outros -- para não falar de uma força da natureza como o Mestre dos mestres, John Ford.
Veja-se este caso, mesmo, do "Era uma vez no Oeste", dirigido pelo talentoso -- sim -- Sergio Leone. É o seu melhor "spaghetti". A música de Morricone é uma pequena maravilha... a presença de Henry Fonda é, como sempre, forte... mas, ainda assim, o filme tem as deformações características dos faroestes "à italiana" (e não poderia deixar de ser assim, pois vieram de outro espírito, de outra atmosfera, de outro "clima").
E "não lambe nem o chinelo" de quaisquer dos grandes faroestes da época clássica hollywoodiana, quando diretores de autêntica "cultura western" dirigiram filmes sobre o velho Oeste -- que faz parte intrínseca e própria da (até) trágica nação americana, atualmente em crise de valores e tudo o mais. Porém, este comentário já vai se alongando demasiadamente, Eu teria um pouco a mais a dizer, mas fico por aqui, por ora.
Fernando ! Estas suas palavras,expressam também meu pensamento. Está aí a explicação. Está se manifestando no "face" uma geração mais nova (seria isto?) que viu e gostou muito dos spaguettis e dos filmes da tv. Os grandes diretores do gênero são desconhecidos,até,por uma boa parte dos bloguistas referidos.Não estou criticando os que preferem e curtem o espaguetti. Tento apenas uma explicação para esta situação que tem me chamado a atenção !
ResponderExcluirCreio que o Darci deve comungar desta opinião,vamos ver !! Um abraço !!
Amigos Lau Shane e Fernando
ExcluirAcredito que com vocês tenha ocorrido o mesmo que vivi nos anos 60 e 70. A crítica brasileira, de modo geral, torcia o nariz para o western-spaghetti e não era bem visto gostar desse subgênero. Mesmo no exterior não foi de imediato que se começou a notar que alguns westerns-spaghetti possuíam inegáveis qualidades, ainda que uma pequena parte deles. Uma pesquisa nos jornais da época mostram que os produtores europeus queriam explorar o novo filão tirando o máximo proveito e lançando uma profusão de filmes com títulos os mais bizarros possível. Isso já havia ocorrido com os ‘espada-e-sandália’ um pouco antes. Assim como na pornochanchada que sucedeu o western-spaghetti no Brasil, o público do aparentemente se deixava levar pelo título do filme já sabendo de antemão o que iria assistir poucos pouco diferiam uns dos outros.
E surgem Alex Cox e Phil Hardy, entre outros poucos e mais que todos Christopher Frayling demonstrando que o fenômeno ‘western-spaghetti’ merecia ser melhor analisado e até estudado, especialmente os filmes de alguns diretores, o principal deles, claro, Sergio Leone. Confesso que passei a olhar os westerns-spaghetti com mais cuidado e menos preconceito que, diga-se de passagem, estava enraizado em boa parte dos fãs de faroestes. Quantas e quantas vezes membros da confraria dos amigos do western de São Paulo disseram em reportagens a TVs, jornais e revistas, que aquele grupo não admitia que se exibisse bang-bangs italianos, desconhecendo inclusive que em outros países europeus também se produzia westerns. O amigo Lau Shane deve se recordar que na nova fase da confraria, eu como programador, sugeri que fossem exibidos alguns westerns-spaghetti e a reação foi quase que unanimemente contrária. Perdeu a confraria que deixou de assistir excelentes produções, quando não obras-primas como, no meu entender, são “O Vingador Silencioso” (de Corbucci) e “Era Uma Vez no Oeste”. O Westerncinemania tem aberto espaço para o western-spaghetti para mostrar que há exemplares que valem a pena ser revistos e reavaliados, assim como ocorre com os westerns norte-americanos. (continua)
PARTE II
ExcluirDiscordo do Fernando quanto ‘às deformações características’ desse faroeste que ele cita. Leone realizou com “Era Uma Vez no Oeste” o mais norte-americano de seus faroestes e entendo que seja esse filme uma obra-prima irretocável que se aproxima e homenageia o faroeste norte-americano mesmo conservando muito do estilo criado pelo gênio de Leone.
A vingança era o tema preferidos dos westerns-spaghetti e os fãs desse subgênero reagem hoje quase da mesma forma que reagíamos nos anos 60 e 70, subestimando o faroeste clássico e todos os diretores que construíram o gênero, nomes tão bem lembrados pelo Fernando. Não sei o que se fala dos westerns-spaghetti no Facebook. Nem sabia que havia forum e discussões nessa rede social, sei apenas que as incursões dos fãs dos bang-bangs à italiana no Westerncinemania são quase sempre agressivas e desrespeitosas. E ignoram os autores desses comentários quaisquer postagens que não sejam as que fazem referência aos westerns-spaghetti, como se o faroeste clássico e original norte-americano não existisse. Claro que há as exceções como Vinicius LeMarc e Edelzio Sanches que, antes de serem fãs dos westerns europeus são fãs de cinema.
Acerta na mosca o Fernando quando fala da questão geracional. De fato, o público dos bang-bangs à italiana têm pelo menos duas décadas a menos que os sessentões ou setentões que assistiram “Shane”, “Matar ou Morrer” e “Rastros de Ódio” nos cinemas. Filmes modorrentos para aqueles que foram acostumados com a estética criada com o western-spaghetti. Mas nem tudo está perdido e repentinamente nos deparamos com jovens como Jucélio Buback e Ivan Nilton Adão que se emocionam com os grandes clássicos produzidos há 50, 60 ou 70 anos atrás.
Abraços do Darci Fonseca
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ResponderExcluirAmigos Darci e Lau Shane:
Parte I. Essa é um conversa boa -- e que só pode ser protagonizada, infelizmente, por pessoas como vocês (posso eu me incluir?), que conhecem e amam o Western.
Vamos por partes:
Primeiro, ESSE gênero é, originária e legitimamente, americano por excelência. Isso não impede, é claro, que se façam faroestes em outras culturas e países, porém -- convenhamos -- não se tratam de coisas iguais, um "Shane", por exemplo, e um "Por um punhado de dólares"... (e acho que o próprio Sergio Leone concordaria com isso rsrs)
Na Itália especificamente, ambos os meus amigos sabem que o amor pela saga do velho Oeste, primeiro apareceu nos "fumetti" ou HQ, naquelas tiras de quadrinhos que revelavam até uma profunda "nostalgia" daquilo que os latinos da Bota não haviam vivido: a épica conquista da Fronteira, no EUA, ao longo do século 19.
Foi isso o que os americanos -- desde o primitivo "O Grande Roubo do Trem" -- levaram para a arte das imagens mudas (e, logo-logo, também sonoras) CRIANDO o gênero do qual os italianos, tantos anos depois, iriam fazer o seu pastiche.
Desculpe-me o amigo Darci, porém qualquer faroeste "spaghetti", para mim, é um PASTICHE. Nenhum, perdoe-me, tem a verdadeira marca dos filmes originários da velha Hollywood (e não essa, atual, extremamente medíocre) na qual -- para bem ou para mal -- o gênero surgiu, floresceu e, quase inexplicavelmente, deixou de atrair o interesse da indústria americana do cinema, embora, aqui e ali, hoje surjam "remakes" geralmente inferiores às produções originais...
Leone foi um ótimo Diretor, sim. Eu gosto muito mais daquele seu "pastiche" dos filmes de gangsteres intitulado "Era uma vez na América" do que do faroeste que o Darci chama de "obra-prima", o "Era uma vez no Oeste". Desse, eu consigo gostar de algumas partes, mas não do seu TODO (como sempre, "estilizado" com aquela atmosfera -- e caras e bocas italianas), e, na verdade, ao assisti-los, eu sempre temi que, inopinadamente, pudesse surgir o impagável e querido Totó, de chapéu, lenço vermelho e cinturão de cartucheiras, em algum cenário incongruente do Oeste "transportado" para Almeria, na Espanha, ou para outro lugar qualquer da Europa.
FERNANDO MONTEIRO escreveu: Parte II
ResponderExcluirNo Facebook, existe uma fanpage -- "Mundo Western" -- na qual intervêm inúmeros admiradores do gênero, e só o Alexandre Reis e mais alguns poucos me parecem não ser da geração que viu, maciçamente, faroestes "spaghetti".
Lá, verão muito mais imagens do Lee Van Cleef que foi solicitado por quase todos os diretores italianos, do que imagens de Gary Cooper ou mesmo John Wayne. E, recentemente, "quebrei um pau" por lá porque eu fazia questão de citar o nome dos grandes diretores AMERICANOS do gênero, e logo apareceu uma pessoa para "reclamar", argumentando que ali, os "filmes eram de Eastwood ou de Cleef, ou, no máximo de Burt Lancaster, e não desses tais de 'diretores' x ou y"...
Fiquei na minha, é claro. Não iria discutir nada num nível assim...
Outra coisa: já que falei dos grandes realizadores americanos de Westerns de primeira grandeza, gostaria de chamar a atenção para a profundidade psicológica dos seus melhores filmes -- UMA COISA QUE É INEXISTENTE, parece-me, nos faroestes da Itália. Não há, neles, o adensamento de questões humanas, existenciais até!, que estão num "Consciências Mortas" ou num "Minha Vontade é Lei" ou num "Pistoleiros do Entardecer", mas sim -- nos italianos -- só quase estylo (com y), ação e trilhas que, confiadas ao Morricone, são quase de arrepiar. Mas isso se deve à genialidade de Ennio -- ainda vivo "e bolindo", nos seus gloriosos 85 anos...
Fernando
ResponderExcluirComecei a ler O Pequeno Sheriff aos seis anos de idade, tempo em que só havia gibis norte-americanos. Jamais poderia suspeitar que aquela série era a versão nacional de um gibizinho italiano e não norte-americano, chamado Il Piccolo Sceriffo (e havia ainda Xuxá, que nasceu Sciussià, como o filme de De Sica). As histórias de Tristano Torelli e Camilo Zuffi (autores de O Pequeno Sheriff), criadas logo após o fim da II Guerra era saborosíssimas, algumas descaradamente copiadas de faroestes norte-americanos. O amor dos italianos pelo western é enorme e Tex Willer é contemporâneo do Pequeno Sheriff, só que ainda é publicado, quase 70 anos depois do lançamento. Não considero pastiches esses fumetti, assim como Era Uma Vez no Oeste, apesar das tantas homenagens a faroestes norte-americanos tem estilo e identidade próprios. Mann, Ford, Hawks, Peckinpah tinham estilos próprios e Leone merece estar entre eles. Muito já se disse sobre a importância da música de Morricone na obra de Sergio Leone, para quem Ennio compôs algumas de suas mais inspiradas trilhas sonoras completando magnificamente as imagens criadas por Leone. Talvez os filmes de Sergio não se tornassem tão marcantes com música de outro compositor, mas não tenho dúvida que ainda assim seriam reconhecidos como filmes inventivos. Clint Eastwood demorou para deixar a influência de Leone, mas nunca negou o quanto deve a seu mestre.
Por fim, diante da exiguidade de faroestes, até que o saldo dos últimos 30 anos não é assim tão ruim. Os Pistoleiros do Oeste e Pacto de Justiça estão aí para provar que nem tudo está perdido.
Darci
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ResponderExcluirMeu amigo Darci,
parece que discordamos na estima e/ou apreciação dos faroestes "made in Italy" (isto é, locações espanholas, no mais das vezes)...
Tudo bem. Talvez eu seja o que se chama um "purista" nessa matéria, mas, quando -- por volta dos 22 ou 23 anos -- vi o meu primeiro "spaghett", o que eu pensei foi:
"Danou-se, isso aí provavelmente vai 'pegar"... muita gente vai gostar... por causa da 'simplificação' até histriônica... êita!, não podia ser pior, para o Western americano, surgirem essas 'italianadas', logo agora"...
Foi isso, amigo Darci, o que eu pensei, saindo da sala de cinema, numa época em que os westerns legítimos já começavam a rarear, na produção americana.
Porém, eu nunca imaginei que tais filmes oriundos da Bota, um dia iriam se tornar "clássicos" (já notou isso)?!
Pois é. A geração que os viu em massa, está beirando, agora, os 40 anos, ou mesmo passando dos 50 -- e começa a RECORDAR os "spaghetti" como NÓS recordamos "Rastros de Ódio", "Rio Bravo", "O Homem que Matou o Facínora", "Sem Lei e Sem Alma" e outros & outros...
Claro. Compreendo isso. Para ELES, os faroestes latinos se tornaram os "clássicos" -- da época em que os viram e que recordam até com emoção (aquelas músicas do Ennio, aqueles apitos etc)...
Bem, deus -- ou o diabo? -- me livrou pelo menos disso: ou seja, de ter visto Giuliano Gemma no lugar de um Gary Cooper ou um Richard Widmark ou um Henry Fonda ou um James Stewart! [[ Além de assinaturas "Corbucci" e outras no lugar de assinaturas "Ford", "Hawks", "Mann"... ]]
Só uma coisa mais: creio que o diretor que exerceu mais influência sobre Clint Eastwood não foi o Leone -- segundo o próprio Clint. Ele sempre afirmou que deve tudo o que sabe, primeiramente, ao excelente Don Siegel, a quem Eastwood, por sinal, dedicou o seu melhor western ["Os Imperdoáveis"].
Mas, se eu estiver enganado -- ou se C.E mesmo estiver --, me corrija!
Abraço do amigo
Fernando Monteiro
Olá, Darci
ResponderExcluirComo já referido anteriormente, em outros comentários, o Spaghetti ainda tem muita bala no tambor para ser "cuspida" e inversamente, os críticos, cada vez menos críticas para "tossir". Então, vão continuar, os críticos, içando os velhos bordões, com as suas paletas de cores já gastas e bastante desbotadas. Não sei como vão se sentir, os muitos que publicaram os seus tops ten, aqui neste blog e colocaram um filme que"não lambe nem o chinelo" "de quaisquer dos grandes faroestes da época clássica hollywoodiana".
Ah! Já ia esquecendo:pela primeira vez, acertei(acho), todas as perguntas. Nos outros, não passava nem da metade.
Abraços-Joailton
Olá, Joailton
ExcluirEu não tinha dúvida que você seria um dos que acertariam todas, ainda que o teste tenha sido abrangente.
Abraço do Darci
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ResponderExcluirO fato, que mencionei (no comentário nono, acima), de que eu jamais imaginaria ver, um dia, os faroestes "spaghetti" travestidos de clássicos [?] algumas décadas depois da "frebre" deles -- que já passou --, simplesmente empalidece diante do comentário acima, no qual o signatário parece não "admitir, ou sequer "permitir", que tais filmes não sejam admirados, festejados, adorados etc etc.
Porque essa reação, aqui, do último comentarista, significa que eles, os faroestes feitos na velha Itália (aonde estudei roteiro e direção cinematográfica, no antigo CSCR), calaram ainda mais fundo do que eu pensava, e devem ter feito despontar, também, uma certa vontade de impor o gosto -- e a opinião -- mais ou menos com a "suavidade" daquela metralhadora que, nos filmes de Serginho Corbucci, mata 120 pistoleiros de uma só vez!
Com medo (??) dessa arma, ora!, é claro que retiro o que eu disse, e passo a afirmar que TODOS os faroestes italianos são OBRAS-PRIMAS irretocáveis, maravilhosas, fantásticas e imortais e divinas... rsrs.
Fernando
ResponderExcluirA respeitável e influente crítica francesa, nos anos 60, elegeu Jerry Lewis como gênio da comédia, colocando-o ao lado de Chaplin e Keaton. Jerry fez comédia muito boas, mas os franceses exageraram na dose e depois se esqueceram de Jerry. Andrew Sarris no venerado 'The American Cinema: Directors and Directions' colocou Billy Wilder no terceiro escalão dos diretores. Não demorou muito e Sarris se arrependeu e reconheceu que o austríaco merecia estar ao lado de Ford, Hanks, Hitchcock e outros de igual talento. Opiniões mudam com o tempo, ainda que algumas se robusteçam. A cada vez que assisto Era Uma Vez No Oeste confirma-se que é um dos grandes westerns de todos os tempos. Sei que a palavra 'obra-prima' não pode ser usada em vão sob pena de ser banalizada. O Vingador Silencioso, que já assisti por três vezes, é outro western que entendo mereça esse rótulo. E uma obra-prima nem sempre é irretocável pois o que não falta em Rastros de Ódio são pequenos defeitos que não diminuem a grandeza desse filme de John Ford.
Darci
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ResponderExcluirDarci,
Os franceses nem sempre acertaram muito, vamos lá!, nos ponteiros das opiniões sobre Cinema (talvez sobre Literatura, sim).
Desde André Bazin -- até chegar num Serge Daney --, cometeram, quem sabe, mais erros de avaliação a favor ou contra, do que acertaram plenamente como quando apontaram, por exemplo, para os próprios americanos, o talento, ou mesmo a quase genialidade, de um Nicholas Ray.
Em contrapartida, toda a fogosa admiração superexcitada das comédias de Jerry Lewis se mostrou tipicamente francesa, naqueles exageros gauleses de elogios de "Cahiers de Cinema" que empalideciam com o tempo ou com a mudança de humor deles...
Billy Wilder permancerá, eu suponho, objeto de alguma controvérsia -- apesar de obras-primas dramáticas como "Crepúsculo dos Deuses" ou comédias irretocáveis como "Quanto mais quente melhor". E o velho Billy ainda tem muitos outros títulos memoráveis, que o meu amigo conhece muito bem.
Serge Leone. Um grande talento. Um diretor inspirado. Um homem que amava profundamente o Cinema.
Faroeste "spaghetti": para mim -- Fernando Monteiro, que não quer impor opiniões a ninguém -- uma contrafação, frequentemente histriônica até!, de clichês do gênero criado pelo cinema americano, o qual só alcançou estatura artística com aquela profundidade psicológica QUE FALTA AOS "SPAGHETII".
Essa profundidade surgiu, sem dúvida alguma, com "Stagecoach" nas mãos de John Ford -- a partir de um conto de Ernest Haycox roteirizado por Dudley Nichols, como vosmicê sabe melhor do que eu -- e seguiu atravessando as décadas de 40, 50 e 60, para, então, chegar esse "crepúsculo" do faroeste que só o faz ser "revisitado", agora, no sentido da total "desglamourização" (e não sou nem a favor nem contra essa tendência atual; apenas estou registrando-a, aqui).
Para mim -- atenção, é uma opinião pessoal, num pais democrático rsrs -- "Era uma vez no Oeste", não apresenta senão o "esquema" básico dos faroestes, seus "tipos" tratados mais ou menos de acordo com as tintas fortes oriundas dos "fumetti", e mais a música esplendorosa de Ennio Morricone e uma lindíssima fotografia, tudo bem. Mesmo os atores americanos escalados, desempenham seus papéis de acordo com um "clichê" deles mesmos -- como é o caso mais flagrante de Henry Fonda, que veste as suas roupas ao estilo de "Minha Vontade é Lei" (Warlock) e aperta os olhos e pratica os seus silêncios de "O Homem dos Olhos Frios" e outros.
Não vou prosseguir analisando os demais, minha intenção não é polemizar sobre nada nem ninguém, aqui, mas apenas reiterar que eu admiro romances do gênero western quando eles tem qualidade literária e personagens sólidos, cuja presença não se resolve apenas pela AÇÃO. Para mim, ser "adepto de westerns com uma boa dose de violência" (SIC - numa lista "Top-Ten" daqui), é dispensar o western cinematográfico como um tipo de filme que apresenta o drama humano como outros gêneros também apresentam (os policiais, os filmes de guerra, os filmes de ficção-científica etc), se possível com mais do que a beleza estética que é, no meu modo de ver, o que realmente ficou do celebrado filme de Leone.
Buona notte!
Abraço forte,
Fernando Monteiro
Olá, Fernando
ResponderExcluirO mais cultuado dos críticos franceses (e olhe que ele morreu há quase 60 anos), André Bazin, fez conceituações no mínimo discutíveis sobre o western, criando a classificação do superwesterns, aqueles que se afastam da simplicidade e autenticidade que Bazin entendia inerentes ao gênero. Como Bazin veria Meu Ódio Será Sua Herança, em tudo um superwestern e marco absoluto dos faroestes. O mesmo raciocínio vale para o elaboradíssimo Era Uma Vez no Oeste. Bazin estava próximo da verdade em relação aos 'grandes' westerns dos anos 40 e alguns da década de 50, mas seu raciocínio se limitou no tempo e deixou de ter sentido com as transformações que o cinema viu.
Darci
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ResponderExcluirCaro Darci:
Citei o velho Bazin (sim, ele morreu há mais meio de século), como citei também Serge Daney -- um nome bem mais recente, embora precocemente falecido.
Gostaria, en passant, de ressaltar que eu não me apego a conceitos tradicionalistas -- de "simplicidade" etc -- com relação ao Western LEGÍTIMO, e, tanto, que gostei muito da sua citação de "Meu Ódio Será Tua Herança", um faroeste feito com a linguagem renovadora de mestre Sam Peckinpah, autor do ainda mais belo "Pistoleiros do Entardecer"...
Não se trata de "pureza" de faroestes num sentido edênico-infantil, mas de distorção e "estilização" fumettiana, feita nos pastiches italianos, que agradam aos que não se importam -- minimamente -- com a profundidade temática dos chamados Westerns psicológicos, mas sim com a quantidade de "balas cuspidas" do tambor de armas em cenas quase caricaturais, nos "spaghetti" que, aliás, merecem bem tal nome...
Morei anos na Itália, estudei Cinema lá (no CSCR), e sei com que espírito puramente comercial -- e mais nada -- aqueles filmes eram feitos. A exceção, relativa, é a a dois melhores diretores que se associaram a tais produções, e que foram Serge Leone e Damiano Damiani (este, autor de boas comédias, também). ]
Para mim, Corbucci nem conta. E, o resto, por mim iria para a lata do lixo da arte cinematográfica, se não foram resgatados, antes, para algumas listas de "Top-Ten" que eu vi aqui. (E fiquei pasmo,pois algumas traziam uma presença maciça de filmes latinos-caricatos dos quais só pode gostar, francamente, aos 15 ou 16 anos)...
Desculpe, amigo Darci, porém é assim que eu encaro esse assunto dos Westerns Clássicos X pastiches italianos.
Fernando
ExcluirSem dúvida sua opinião, sempre bem fundamentada, merece respeito, ainda que não concorde na íntegra. Sergio Corbucci é o diretor do já citado 'Il Grande Silenzio', que até agora você não afirmou se viu ou não. Pode até ser que Corbucci acertou a mão nesse western mais que em outros que dirigiu, mas isso acontece com todos os diretores. A quina de Anthony Mann com James Stewart não tem toda a riqueza de 'O Preço de um Homem'; Delmer Daves tem em 'Galante e Sanguinário' seu melhor western,muito superior aos demais; John Sturges não acertou o tom em 'Sem Lei e Sem Alma' (um de seus preferidos), o que não desmerece sua bela filmografia western onde resplandece o superior 'Duelo de Titãs'; Hawks se repetiu com 'Rio Lobo, que não merece sua assinatura. E mesmo Mestre Ford fez faroestes menores, ainda que em final de carreira.
Como diria Lau Shane, 'é isto!'...
Um abraço do Darci
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ResponderExcluirPS:
Gostaria de reconhecer uma coisa: Serge Leone, quando realiza pelo menos o "Era uma Vez no Oeste", ele faz algo melhor do que já havia feito antes. Com isso, quero dizer que Leone parece ter se imbuído de uma "homenagem" aos faroestes clássicos -- que ele amava, é claro --, tendo se esforçado ao máximo, nisso. Daí que eu encare simpaticamente o "Era uma vez...", e talvez visse a colocá-lo numa possível lista dos melhores 30 faroestes, digamos.
Fernando
ExcluirPara muitos fãs de faroestes, 'Três Homens em Conflito' é o western supremo de Sergio Leone, com o que não concordo. Reafirmo minha opinião quanto a 'Era Uma Vez no Oeste', que proximamente pretendo resenhar neste blog. Já foram publicadas matérias sobre esse filme, sem no entanto expressar minha opinião.
Darci
Darci,
ResponderExcluirO que eu vi do Sergio Corbucci (e você há de convir que, com a minha opinião sobre os "spaghetti", eu não animaria a acompanhar a filmografia dos seus diretores...) de fato não inclui "Il Grande Silenzio" -- de modo que eu silenciei sobre essa produção corbucciana. Assim, conforme vc escreveu, "pode até ser que SC tenha acertado a mão nesse western mais que em outros que dirigiu".
Concordo inteiramente consigo, quando diz que "a quina de Anthony Mann com James Stewart não tem toda a riqueza de O Preço de um Homem", sendo que eu, dessa "quina", eu acho o tão festejado "Um certo Capitão Lockhart" algo até ridículo, pelo menos naquele começo em que Stewart aparece munido de um muito improvável sanfona nas mãos de um ex-pistoleiro. A cena não se sustenta -- e um John Wayne jamais a faria rsrs...
Delmer Daves é um dos meus diretores de westerns que mais admiro, e, novamente, concordamos quanto a um filme: "Galante e Sanguinário" é o melhor faroeste dele, e talvez só não seja superior ao sisudo "A Árvore dos Enforcados", faroeste que apresenta uma das mais belas baladas especialmente compostas e -- naturalmente -- entregue ao velho Frank Laine para que soasse ainda mais forte e melancólica.
Nossa discordância reaparece quanto à estima de "Sem Lei e Sem Alma", um western superior, para mim, no que ele tem de até sombrio sobre as personagens reais envolvidas no duelo de O.K. Curral, com mais a interpretação meio "enlouquecida" de Kirk Douglas e Jo Van Fleet parecendo uma encarnação grega do destino feminino infeliz...
O gigantesco Howard Hawks jamais deveria ter diluído o seu próprio "Rio Bravo" -- uma obra-prima -- naquelas "variações" posteriores, e que parecem, até, aproveitamentos de ideias do roteiro do primeiro filme, anotações de tomadas que ficaram de fora, quando o mestre dirigiu o elenco altamente sinérgico: John Wayne, Dean Martin e Walter Brennan. Ele deveria ter parado ali...
John Ford -- uma força da natureza -- no final da longa carreira, ainda foi capaz de comandar vigorosamente sua pessoal reconciliação com a causa Índia, quando mostrou o crepúsculo da nação cheyenne, sem meias tintas e apontando um dedo acusador para as ignomínias de Washington.
ESTE É O CLIMA dos westerns clássicos americanos -- que me fascinam pela complexidade eventual e não por violência estilizada ou súbita comédia inserida entre intervalos de apitos e flautas inopinadas que pontuam as ações dos homens em conflitos rasos nos filmes rodados -- r-a-p-i-d-a-m-e-n-t-e, diga-se de passagem -- em Almería e outras locações (geralmente espanholas)...
Caro Fernando
ResponderExcluirNa resenha de 'A Árvore dos Enforcados' faço menção à balada cantada no filme, num parágrafo intitulado 'Injustiça Musical', lembrando da grande interpretação de Marty Robbins. Essa Frankie Laine deixou passar...Por falar em baladas cantadas narrando ou resumindo o roteiro, o western-spaghetti bem que tentou imitar o modismo norte-americano dos anos 50, mas eles nunca tiveram um Frankie Laine ou mesmo um Marty Robbins.
'Sem Lei e Sem Alma' chega a provocar risos com relação entre Earp e Holliday, com o marshal de Tombstone se esquecendo da personagem interpretada pela bela Rhonda Fleming. Jo Van Fleet era uma atriz magnífica, mas como acreditar que John Ireland e Kirk Douglas briguem por ela? Difícil isso.
'Rio Bravo' não merecia mesmo ser repetido. Nem mesmo o próprio Hawks foi capaz de fazer algo igual. Um dos mais perfeitos e agradáveis westerns de todos os tempos. O crítico Inácio Araújo ama esse filme que, curiosamente, não é do agrado de todos. 'Lockhart' para mim só pede mesmo para 'O Preço de um Homem' e James Stewart conseguia impor seu 'talento musical' de sanfoneiro. Em 'A Passagem da Noite', no qual era produtor-associado ele se exibe com seu acordeão mais de uma vez. E quem poderia contrariar Stewart nos tempos em que ele emplacava um sucesso (Hitchcock) atrás do outro.
Darci
Estou aqui,na poltrona,só lendo e babando,com as maravilhosas observações feitas pelos amigos do blog. Estão aí algumas opiniões bem conceituadas e bastante inteligentes sobre filmes ,diretores,atores e coisas do western!! E cada vez mais, fica claro que o gênero jamais morrerá. A conquista do oeste americano contado por êles,ou por estrangeiros é sem duvida uma epopéia que o cinema nos trouxe,e que nos emociona até hoje,devido à sua linguagem mágica e envolvente !! Um abraço a todos !!
ResponderExcluirCaro Darci
ResponderExcluirAté o meu cachorro sabe, que o Spaghetti surgiu pela permissão do western americano, que gastou a sua fórmula e chegou à exaustão. Criatividade em baixa, mocinhos idealizados demais, incompatíveis com a realidade cruenta que foi o oeste, de guerras, conquistas e mortes. O senso dos pioneiros do spaghetti, percebeu que se houvessem mudanças na fórmula, algo poderia acontecer. E aconteceu. Timidamente começaram e para surpresa, nem eles acreditavam a fundo, o spaghetti surpreendeu e conquistou o mundo produzindo muitos filmes de qualidade, proporcionalmente ao surgimento dos seus detratores. Os diretores destes filmes, estavam simplesmente se lixando, para a crítica, para o tradicional e acertaram na fórmula. Aqueles mocinhos com dramas existenciais estavam longe demais para este gênero e contribuiu para o sucesso dos Italianos. Nada de Freud ou Yung, dando "pitacos" no roteiro. Divã na pradaria ou no deserto, nem pensar. Quem não viu Corbucci, Giuliano Gemma e só agora correu para ver "Il Grande Silenzio", pode estar qualificado para comentar filmes americanos, para o Spaghetti, com certeza, não! Só um tolo classificaria "que TODOS os faroestes italianos são OBRAS-PRIMAS irretocáveis, maravilhosas, fantásticas e imortais e divinas... rsrs". Mesmo com ironia. No meu comentário, não quis e nunca o faria, impor gosto ou opinião em ninguém. As incoerências saltam aso olhos. Nenhuma novidade crítica. A metralhadora de Corbucci, retornou, "cuspindo" bordões, jargões, clichês, etc.
Vou tomar uma Vodka pastiche. Por não ter sido produzida na Rússia, acho que é água.
Abraços-Joailton
Olá, Joailton
ExcluirO gênero western produzido nos Estados Unidos sofreu forte transformação na década de 50 e início da década de 60, antes que ocorresse a explosão do ciclo do western-spaghetti. Os ‘mocinhos idealizados’ a que você se referiu conviveram nos anos 40 com personagens como os de “Consciências Mortas”, “Sangue de Heróis”, “Rio Vermelho”, “Golpe de Misericórdia” e “O Matador”, entre outros. Na década seguinte os ‘mocinhos idealizados’ deram lugar quase que inteiramente aos atormentados personagens de Anthony Mann, a xerifes como Will Kane e homens do oeste como Gary Cooper (“O Homem do Oeste”), Shane (“Os Brutos Também Amam”) e, mais que todos, o neurótico racista Ethan Edwards de “Rastros de Ódio”. Todos eles certamente com ‘dramas existenciais’ que não impediram que esses filmes fossem, e são até hoje, reverenciados no mundo todo. Ainda um tanto ‘idealizados’, mas longe dos estereótipos dos heróis do gênero foram os sete magníficos de “Sete Homens e um Destino”. Temas tabu no gênero como homossexualismo e incesto foram abordados em filmes como “Minha Vontade é Lei” e “O Último Pôr-do-Sol”. John Ford analisou magistralmente a lenda do Velho Oeste em “O Homem que Matou o Facínora” e se redimiu da injustiça contra os índios em “Crepúsculo de uma Raça”. E o envelhecimento do homem do Oeste e seu deslocamento diante do novo século que se aproximava foram lembrados em, entre outros filmes, em “Pistoleiros do Entardecer” e “Sua Última Façanha”. Creio não haver qualquer dúvida que o faroeste foi enriquecido sobremaneira com esses personagens, passando a ser muito mais respeitado como gênero cinematográfico. E mais que isso, comprovando que não há necessidade de haver uma profusão de tiros ou o cansativo ritmo dos ‘cliffhangers’ para agradar o público. Na década de 60 o faroeste norte-americano tornou-se mais e mais revisionista desmistificando personagens lendários. E teve acrescentada uma dose maior de violência expressa como jamais se havia visto antes com o talento de Sam Peckinpah ditando os novos caminhos. Certo que se observou então uma inegável influência do western-spaghetti na cada vez menor produção de faroestes norte-americanos, mas essa influência não foi suficiente para descaracterizar o estilo e a estética dos westerns produzidos por Hollywood. Filmes distintos entre si como “Butch Cassidy”, “Josey Wales, o Fora-da-Lei” e “Portal do Paraíso” são autenticamente norte-americanos, ainda que realizados pós-sucesso mundial dos filmes de Sergio Leone e demais diretores italianos. Este apanhado é para lembrar a importância e a grandeza de um gênero que você observou ter personagens ‘incompatíveis com a realidade cruenta que foi o oeste’ e que você classificou como ter a ‘criatividade em baixa’ num dado momento. Com o que absolutamente não concordo. Por que o faroeste se esgotou como gênero é algo que merece um estudo e discussão mais aprofundados. Mas enquanto existiu, o gênero western permitiu que os nomes de seus principais diretores fossem ombreados aos de Fellini, De Sica, Visconti, Kurosawa, Bergman e outros mestres da Sétima Arte.
Um abraço do Darci
Caro Darci
ExcluirEm razão aos mocinhos "idealizados", não quis de maneira nenhuma, tirar e nem diminuir, o que seria impossível e nem tenho este sentimento, a importância dos valores deixados pelo western tradicional. Comento aqui há um certo tempo e acredito que não há registro que eu tenha alguma vez achincalhado algum destes filmes tradicionais, citados por você. Coloquei a observação no contexto do western spaghetti, que surgiu exatamente fugindo da fórmula já por demais conhecida e o público aos poucos migrou para outros gêneros, forçando a uma redução drástica a sua produção. Sem lucro, nada evolui. Praticamente não há este tipo de abordagem psicológica/psicanalítica, no spaghetti, que é até uma característica.
Abraço-Joailton
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ExcluirExcelente, perfeito apanhado -- do Darci Fonseca -- do processo de transformações do western, um gênero que começou mal estimado (artisticamente falando) e, ao longo do tempo, terminou elevado às culminâncias (como Darci bem coloca, na última linha deste seu comentário) das obras "de Fellini, De Sica, Visconti, Kurosawa, Bergman e outros mestres da Sétima Arte".
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ResponderExcluir1. SE alguém aqui pensou que eu "corri" para ver qualquer filme de Serginho Corbucci realizado quando adolescentes mentais babavam os já desaparecidos faroestes "spaghettti" -- não me conhece e nada sabe a meu respeito. 2. Não costumo debater nada com "filméfilos" (?? -- aliás, não sei nem o que pode vir a ser isso), mas ao menos sei que alguém que escreve o nome do universalmente conhecido JUNG como "Yung", revela um nível de leitura zero que não pode fazer fazer progredir qualquer debate mais sério.
PS: Ou pode ser também o efeito de vodka do Paraguai demais...
FERNANDO MONTEIRO acrescentou:
ResponderExcluirA sua elegância, meu caro amigo Darci, assim como os seus argumentos sem formulados etc, deveriam ser uma lição para todos os que acessam este WESTERCINEMANIA -- que, arrisco dizer, não comporta "clima" de torcidas "fla-flu" em torno seja de que aspecto for dos faroestes de qualquer procedência. Até porque sempre é possível conversar, discutir, debater sobre eles como fizemos nós ambos, ao longo dos comentários sobre este seu "post", com o simpático acompanhamento por parte do Lau Shane Mioli...
Olá, Fernando
ExcluirParece que há exatamente um clima de 'fla-flu' nas discussões entre fãs de westerns ditos originais e os chamados westerns-spaghetti. Assim como num 'fla-flu', o que vale é assistir ao bom futebol jogado dentro das quatro linhas, no gênero western deveria prevalecer o mesmo raciocínio. E você tem total razão quando diz que é possível discutir e debater, até porque essa é a forma ideal e inteligente para se aprender.
Abraço do Darci
Olá Darci
ExcluirVeja a dicotomia eterna: quem gosta do spaghetti, gosta também do faroeste americano. Tenho 250 spaghettis e cerca de 850 filmes americanos, seriados e outros. Comumente quem gosta do americano 'odeia" o spaghetti. Ou então torce o nariz e joga pedra no italiano. Não quero explicar, só explicitar. mas que tem "muita Maria vai com as outras, tem!"
Abraço-Joailton
ERRATA: "A sua elegância, meu caro amigo Darci, assim como os seus argumentos Bem formulados etc"...
ResponderExcluirFERNANDO MONTEIRO escreveu -- dirigindo-se especificamente
ResponderExcluirao Sr. Joailton:
[Segundo o Sr., teria dado "permissão", aos italianos, o westerns americano com] abre aspas: "criatividade em baixa, mocinhos IDEALIZADOS DEMAIS, incompatíveis com a realidade cruenta que foi o oeste, de guerras, conquistas e mortes..."
BOM, ESSA FRASE ENTRA EM ABSOLUTA CONTRADIÇÃO com o parágrafo, da sua lavra, mais adiante:
"Aqueles mocinhos com DRAMAS EXISTENCIAIS estavam longe demais para este gênero e contribuiu para o sucesso dos Italianos. Nada de Freud ou (SIC) "Yung"...
Decida-se, por favor, prezado "filméfilo": OU os mocinhos (dos westerns americanos) tornaram gasta a fórmula, uma vez que eram "idealizados demais" (e, assim, não poderiam ter passado a apresentar "dramas existenciais"...), OU o contrário: eles teriam se tornado, na verdade, NÃO-IDEALIZADOS, sombrios e cheios de dúvidas sobre as tais "guerras, conquistas e mortes"...
Trata-se de escolher, infelizmente, porque uma coisa evidentemente anula a outra (e JUNG ensinaria isso a qualquer um que houvesse tido real contato com a obra dele -- por sinal, admirável).
Sr Monteiro:
ExcluirCometer um erro de grafia, não é sinal de analfabetismo; pois o pior analfabeto é o mental. Pela empáfia demonstrada, és infalível? Chamar-me de analfabeto, é má fé!
"Aqueles mocinhos com DRAMAS EXISTENCIAIS estavam longe demais para este gênero e contribuiu para o sucesso dos Italianos. Nada de Freud ou (SIC) "Yung"...
Se não entendeu foi porque não quis, "este gênero", é o italiano. Terei que desenhar ou ficar o tempo todo traduzindo? Ou és um pastiche de intelectual, que acessa blogs para tipo:"quebrei um pau" por lá porque eu fazia questão de citar o nome dos grandes diretores AMERICANOS"? Não era citar os nomes? Ou há um nome só, para todos?Tens precedentes, como suas próprias palavras atestam!.
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ExcluirEnsinando português a radiologistas-"filméfilos":
sujeito elíptco na frase relacionada: "o nome [DE CADA UM] dos grandes diretores americanos".
PS: Idioma não é "chapa" dos pulmões, preto-no-branco ou branco-no-preto, em picos ou em qualquer outro lado das veias histriônicas mal-sucedidas etc.
Grande catador de frases prontas, sem nenhum argumento original ou pelo menos novo. E estudou cinema(?)...Vai ser difícil aparecer outro mais "inchado" neste blog. Ainda bem que ego não ocupa espaço. Só incomoda.
ExcluirPS do PS:
ResponderExcluirCARL GUSTAV "YUNG" escreveu: "Meu nome não é Ringo: meu nome é Jung".
MEU NOME É EGO. MAS MATEI O SUPEREGO.
ExcluirFRASES E PENSAMENTOS LAPIDARES:
ResponderExcluir1--Dezenas de mortes por armas inusitadas e outros apelos que nunca constaram dos recursos dos WCA -- Westens Clássicos Americanos -- em produções A, B ou C.
2-- Facebook, e as opiniões, lá, chegam a ser até grosseiras, de gente que, na verdade, nem sabe quem foi um Howard Hawks, quem foi um Anthony Mann
3-A música de Morricone é uma pequena maravilha”-
4-Deformações características dos faroestes "à italiana”-
5-- “ESSE gênero é, originária e legitimamente, americano por excelência”-É a mesma coisa que dizer:ninguém é perfeito, ninguém nasce sabendo, errar é humano ou ninguém é eterno... Há bordões mais bordados que esses?
6-Não se tratam de coisas iguais, um "Shane", por exemplo, e um "Por um punhado de dólares.
7-Até uma profunda "nostalgia" daquilo que os latinos da Bota não haviam vivido:Nostalgia por aquilo que não foi vivido? Vai entender...
8-Gênero do qual os italianos, tantos anos depois, iriam fazer o seu pastiche”.
9--”Leone foi um ótimo Diretor, sim”-Como Leone foi um ótimo diretor, se você só consegue gostar de um só filme dele(não western) e de partes de outro filme, exatamente, só partes do seu filme mais festejado, até pelos mais apaixonados pelo western americano?
10--“Talvez eu seja o que se chama um "purista" nessa matéria, mas, quando -- por volta dos 22 ou 23 anos vi o meu primeiro "spaghett", o que eu pensei foi: "Danou-se, isso aí provavelmente vai 'pegar":.MÃE DINAH!
Há muito mais, mas encerro por aqui, pois tenho grande estima pelo editor deste blog e não quero transformá-lo numa zona de duelo, que com certeza ninguém sairá ganhando e nem a ojeriza insana pelo spaghetti vai ter fim. Este filme antigo, vive sendo exibido.
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ResponderExcluirObrigadinho pela sinóptica mini-antologia ("sinóptica" significa "resumida"), Mãe Dinah.
Em tempo: é claro que existe nostalgia daquilo que não se viveu!!! (E até mais do que daquilo que foi vivido), ó Buenos Aires.
PS: Por esse caso de "nostalgía, se ve que su percepción es lineal, limitada y convencional, Madre".
FERNANDO MONTEIRO escreveu (para Lau Shane Mioli):
ResponderExcluirCaro Lau Shane,
Esta breve nota é apenas para parabenizá-lo pela alta qualidade da sua lista "Top-Ten" (com filmes nos quais coincidimos, em matéria de escolhas -- e algumas diferenças, naturalmente). Seja como for, a sua lista é primorosa:
1.º) Os Brutos Também Amam (Shane), 1953 – George Stevens
2.º) O Homem que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valance), 1962 – John Ford
3.º) O Matador (The Gunfighter), 1950 – Henry King
4.º) Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 – John Ford
5.º) Rio Vermelho (Red River), 1948 – Howard Hawks
6.º) No Tempo das Diligências (Stagecoach), 1939 – John Ford
7.º) Matar ou Morrer (High Noon), 1952 – Fred Zinnemann
8.º) Onde Começa o Inferno (Rio Bravo), 1959 – Howard Hawks
9.º) Da Terra Nascem os Homens (The Big Country), 1958 – William Wyler
10.º) Pacto de Justiça (Open Range), 2003 – Kevin Costner