UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

14 de julho de 2011

TOP-TEN WESTERNS DO PROF. JOSÉ SIMÕES


A confraria dos amigos do western (CAW) que começou a se reunir em 1977 na casa do Dr. Aulo Barretti, no Alto da Lapa, Zona Oeste de São Paulo, costumava disputar ‘a tapas’ os poucos livros sobre faroeste e seriados que chegavam às livrarias da cidade. Até que descobriram que numa cidadezinha do Espírito Santo havia um fanático por aqueles gêneros de filmes que importava livros e mais livros dos Estados Unidos. A cidadezinha era Guaçuí e o fã se chamava José Simões Filho. Para se ter uma idéia da facilidade que José Simões tinha para importar livros, basta dizer que ele ajudou cinco felizardos brasileiros a possuir “Valley of the Cliffhangers” um dos mais raros e valiosos livros sobre cinema (seriados da Republic Pictures). Esse livro não é encontrado hoje por menos de mil dólares. Uma edição de “Valley of the Cliffhangers” José Simões enviou para o endereço de Umberto Losso, em Santos. Hoppy Losso era um dos mais constantes fregueses de Simões. Aulo Barretti, Dionísio Nomellini, Édson Pomarico, Jorge Cavalcanti, Sérgio Pereira, Cláudio Caltabiano e Fausto Canova foram alguns dos amigos do western que adquiriram livros de José Simões Filho, livros que chegavam com o carimbo do correio lá de Guaçuí. Mas quem é afinal esse misterioso José Simões Filho?

COMPARTILHANDO O ACERVO - Nascido em 1935 em Guaçuí e filho do proprietário do único cinema da cidade, o Cine Éden, o menino José Simões cresceu assistindo faroestes e seriados. Não só assistia aos filmes como colecionava todos os lobby-cards e posters que conseguia guardar. Já adulto Simões passou bastante tempo no Rio de Janeiro onde foi cursar Matemática e Medicina, mas nunca esqueceu dos heróis da sua infância e adolescência, ou seja, Buck Jones, Tom Mix, Ken Maynard, Tom Tyler e claro, Linda Stirling e Frances Gifford, as mocinhas dos seriados. Já nos anos 70, em Guaçuí, Simões se tornou um pioneiro na importação de livros pois em sua cidade não havia grandes livrarias que se arriscassem a comprar aqueles livros tão desejados e caros. Sorte dos amigos de São Paulo, que enriqueceram suas bibliotecas com a ajuda do Simões, lá de Guaçuí. Muitos do grupo paulistano do CAW sequer chegaram a conhecê-lo pessoalmente pois os contatos eram feitos por carta ou telefone. Com o advento da Internet, Simões logo corrigiu essa dificuldade e hoje tem diversos orkuts onde posta milhares de fotos de sua coleção particular. Fotos raras dos mocinhos, bandidos e das heroínas dos faroestes e seriados são compartilhadas com o mundo inteiro pelo generoso José Simões. É só procurar por Professor José Simões Filho no orkut e encher os olhos. Simões gosta tanto de faroeste que seu endereço eletrônico é bockjones@hotmail.com. Claro que deveria ser ‘buck’, mas alguém que também deve venerar o saudoso mocinho se antecipou e se apropriou do nome em seu e-mail.

José Simões é não só um invejável colecionador de livros, filmes e imagens, mas também profundo conhecedor de cinema, especialmente do gênero western. CINEWESTERNMANIA pediu a José Simões Filho que elaborasse a lista dos seus dez westerns preferidos e sem perda de tempo o Tarzan de Guaçuí (um dos apelidos de Simões) nos enviou a relação que publicamos abaixo.

1.º) Os Brutos Também Amam (Shane), 1953, George Stevens

2.º) Matar ou Morrer (High Noon), 1952 – Fred Zinnemann

3.º) Appaloosa, Uma Cidade sem Lei (Appaloosa), 2008 – Ed Harris

4.º) Duelo de Titãs (Last Train from Gun Hill), 1959 – John Sturges

5.º) Estigma da Crueldade (The Bravados), 1958 – Henry King

6.º) Pistoleiros do Entardecer (Ride the High Country), 1962 – Sam Peckinpah

7.º) Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch), 1969 – Sam Peckinpah

8.º) Abutres Humanos (Whispering Smith), 1948 – Leslie Fenton

9.º) Era Uma Vez no Oeste (C’Era Uma Volta Il West), 1968 – Sergio Leone

10.º) O Homem dos Olhos Frios (The Tin Star), 1957 – Anthony Mann

O Cine Éden, em Guaçuí, Espírito Santo, onde José Simões Filho
iniciou sua longa trajetória de cinéfilo e colecionador.




2 comentários:

  1. Um amigo como este é para se venerar e manter por uma vida inteira, e mais, se isso for possível.
    Não tenho receios de dizer que invejo pessoas que nutre amor incondicional por faroestes e que mantem acervos de preciosidades, sejam estas quais forem, relativas a westerns.
    Também tinha um baú cheio de albuns, recortes, fotos, pedaços de filmes, gibis, mil coisa. Material querido e que tive de me desfazer, pois parentes alegavam aquilo ali ser algo imprestável e que estava roubando espaço para outras de "mais utilidade". E joguei tudo fora!
    Que arrependimento! Até revistas do Rádio, Cinelandias, jornais de 50 e 60 com propagandas de filmes e tudo o mais eu guardava.
    Por esta razão invejo quem ainda tem tudo isso. E aconselho; mantenha este tesouro, que hoje, descobre a utilidade de sua manutenção e que se tornou preciosidade rara.
    Peço ao Darci licença para contatar este novo companheiro do westernmania.
    Seja, portanto, Prof. José Simões, mais que benvindo ao lado de amante do faroeste como ti.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  2. Juranidr
    Li seu depoimento sobre o acervo cimatográfico do meu querido irmão José Simões.
    Sim, irmão por genética e por grande estima. Também sou admirador dos seus valores e possibilidades

    Joel Simões e Mari

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