UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

19 de fevereiro de 2016

O CRÍTICO RODRIGO PEREIRA ELEGE OS DEZ MELHORES FAROESTES NACIONAIS

Ladeando o crítico Rodrigo Pereira vemos no quadro acima Jorge Karam,
Milton Ribeiro, Maurício Morey, Heitor Gaiotti, 
Tony Vieira, Sérgio Reis.
Nivaldo Lima, Maurício do Valle e Rubens da Silva Prado.

Duas fotos da lendária Rua do Triumpho, em São
Paulo: acima a calçada do Bar Soberano, sempre
repleta de diretores, técnicos e artistas; abaixo dois
carrinhos com as latas de filmes retornando dos
cinemas do centro para depois seguir para os
bairros e confins do Brasil.
Elaborar uma lista dos Top-Ten Westerns é tarefa relativamente fácil pois fãs de cinema de verdade conhecem as obras-primas e quase todos clássicos do gênero. Porém apontar os melhores faroestes nacionais não é tarefa para qualquer um, isto porque raros são os cinéfilos que se dispõem a deixar de ver filmes rodados em outros países para prestigiar nosso cinema. Quando o fazem é, certamente, para assistir àqueles filmes mais divulgados, com nomes famosos no elenco. E nem pensar em conhecer o heroico ‘Cinema da Boca’ (do Lixo) e menos ainda aquele tipo de filme que, inicialmente em tom de deboche, se convencionou chamar de ‘Western Feijoada’. Rodrigo Pereira é um crítico que como nenhum outro tomou gosto pelo faroeste brasileiro em todas suas três vertentes: o ‘Faroeste Caboclo’ (aquele geralmente produzido no interior de São Paulo), o ‘Nordestern’ (focalizando o cangaço), e o ‘Western Feijoada’ (próximo de um carbono do western spaghetti). E Rodrigo Pereira atendeu à solicitação do WESTERNCINEMANIA e listou aqueles que considera os dez melhores da mais de uma centena de faroestes produzidos no Brasil.

Ricardo Pereira e o livro sobre Anthony
Steffen; à direita o pôster do
documentário "Memórias da Boca".
Ainda menino, Rodrigo Pereira soube através de seu pai que lá em Lucélia (SP), sua cidade natal, havia sido rodado um faroeste intitulado “Homens Sem Paz”, em 1956. Estudante de Jornalismo na Unesp, Rodrigo procurou Maurício Morey, ator principal de “Homens Sem Paz”, que lhe informou que aquele não havia sido o único filme do gênero de sua filmografia pois atuara em outros dois. Formado jornalista, o assunto passou a atrair Rodrigo cada vez mais, levando-o a incessantes pesquisas não só na incipiente literatura sobre o Cinema Nacional acerca de nossos westerns, mas outras por conta própria. Para sua tese de mestrado, em 2002, Rodrigo possuía tamanho conhecimento a respeito dos nossos faroestes que dissertou sobre o inédito tema “Western Feijoada: o Faroeste no Cinema Brasileiro”. Tendo passado, entre outros órgãos de comunicação pela Folha de S. Paulo, Rodrigo Pereira é um dos autores do livro “A Saga do Brasileiro que se Tornou Astro do Bangue-Bangue à Italiana”, biografia de Anthony Steffen, o nosso Antônio de Teffé. Recentemente Rodrigo Pereira colaborou com seus comentários em “Memórias da Boca”, documentário em que aparece no segmento “Bang-Bang”. Outra importante colaboração de Rodrigo foi no também documentário “Herança da Alta Mogiana”, de Milton Martins.


Rodrigo Pereira somente deixou de assistir aos faroestes nacionais que são considerados desaparecidos e é isso que faz dele um crítico singular. Chega perto de meia centena o número de westerns Caboclo, Feijoada ou Nordestern assistidos por Rodrigo. Por essa razão é aguardado com expectativa por parte do público em geral e dos estudiosos em particular, o lançamento de “Faroeste Caboclo: Filmes de Cangaço e Westerns Made in Brazil” de autoria de Rodrigo Pereira. Esse livro irá preencher a lacuna editorial que há quanto a se historiar e comentar a produção de faroestes no Brasil. Enquanto isso o WESTERN-CINEMANIA proporciona um ‘aperitivo’ com a relação dos Dez Melhores Faroestes Brasileiros, segundo Rodrigo, aquele que é o maior pesquisador na matéria. A lista foi elaborada sem ordem de classificação e sim por ano de produção, exceto “Meu Nome é... Tonho”.

Na foto acima Rodrigo Pereira sempre prestigiando nosso faroeste, aparecendo David Cardoso em destaque na revista.



Meu Nome é... Tonho (1969) - Dir.: Ozualdo Candeias / Jorge Karan, Bibi Vogel, Nivaldo Lima e Toni Cardi

Posso dizer que, dos faroestes brasileiros aos quais assisti, há alguns que eu simplesmente adoro. Em primeiro lugar está “Meu Nome é... Tonho”, um filme bárbaro, selvagem. Coisa digna de Leone. Chamo Ozualdo Candeias de Sergio Leone brasileiro pois ele fez esse filme deslumbrante, muito acima da média dos Westerns Feijoada. (Rodrigo Pereira)

Jorge Karam apontando o revólver; abaixo uma das sequências memoráveis de
"Meu Nome é... Tonho", com a carroça carregando corpos abatidos a bala.

Os atores principais de "Meu Nome é... Tonho": Jorge Karam, Bibi Vogel
e Nivaldo Lima.


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O Cangaceiro (1953) – Dir.: Lima Barreto / Com Alberto Ruschel, Marisa Prado, Vanja Orico e Milton Ribeiro

Alberto Ruschel e Milton Ribeiro, com Adoniran Barbosa mais atrás.

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A Lei do Sertão (1956) - Dir.: Antoninho Hossri / Com Milton Ribeiro, Maurício Morey, Gracinha Fernandes e Maurício do Valle

Antoninho Hossri à esquerda; Maurício Morey, Gracinha Fernandes e Milton
Ribeiro (centro); e o vilão Milton Ribeiro.

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A Morte Comanda o Cangaço (1961) – Dir.: Carlos Coimbra e Walter Guimarães Motta / Com Alberto Ruschel, Aurora Duarte, Milton Ribeiro e Lyris Castellani

Alberto Ruschel, Aurora Duarte e à direita Edson França.

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Cangaceiros de Lampião (1967) – Dir.: Carlos Coimbra / Com Milton Rodrigues, Vanja Orico, Maurício do Valle e Milton Ribeiro

Acima Milton Rodrigues; Maurício do Valle e Jacqueline Myrna;
abaixo Antonio Pitanga e Vanja Orico.

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O Tesouro de Zapata (1968) - Dir.: Adolpho Chadler / Com Gil Anthony, Antonio Carnera e Milton Carvalho


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Gregório 38 (1969) - Dir.: Rubens da Silva Prado / Carlos Abreu, João Barros e Rubens da Silva Prado

No alto do pôster à direita o ator, diretor e produtor Rubens da Silva Prado.

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Rogo a Deus e Mando Bala (1972) - Dir.: Osvaldo de Oliveira / Carlos Alberto, Inácio Araújo e Jorge Karan


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Gringo, o Último Matador/Gringo, o Matador Erótico (1972) - Dir.: Tony Vieira / Com Tony Vieira, Rosalvo Caçador, Heitor Gaiotti e Carlos Reichenbach

À direita a bela Claudette Joubert e Carlão Reichenbach no filme de Tony Vieira.

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O Menino da Porteira (1976) - Dir.: Jeremias Moreira Filho / Com Sergio Reis, Maria Viana, Joffre Soares e Jorge Karam

O cantor Sérgio Reis na foto maior; na foto à direita, ao lado de Sergio Reis
vemos Jorge Karam.


1969 - UM GRANDE ANO PARA O FAROESTE NACIONAL

Assim como o cinema norte-americano produziu westerns marcantes no ano de 1969, o mesmo se deu no Brasil, quando ocorreram os lançamentos de "Meu Nome é Tonho", "Gregório 38" e "O Tesouro de Zapata". Abaixo os cartazes publicados em jornais da época anunciando esses importantes filmes brasileiros que pouco ou nenhum destaque mereciam das revistas especializadas da época.



Um comentário:

  1. matéria legal e interessante! já vi A Morte Comanda O Cangaço, Menino Da Porteira e O Cangaceiro, os dois ultimos são bons mas o primeiro é um filmaço do Carlos Coimbra.

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