Ladeando o crítico Rodrigo Pereira vemos no quadro acima Jorge Karam,
Milton Ribeiro, Maurício Morey, Heitor Gaiotti, Tony Vieira, Sérgio Reis.
Nivaldo Lima, Maurício do Valle e Rubens da Silva Prado.
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Elaborar uma lista dos Top-Ten Westerns
é tarefa relativamente fácil pois fãs de cinema de verdade conhecem as
obras-primas e quase todos clássicos do gênero. Porém apontar os melhores
faroestes nacionais não é tarefa para qualquer um, isto porque raros são os
cinéfilos que se dispõem a deixar de ver filmes rodados em outros países para
prestigiar nosso cinema. Quando o fazem é, certamente, para assistir àqueles
filmes mais divulgados, com nomes famosos no elenco. E nem pensar em conhecer
o heroico ‘Cinema da Boca’ (do Lixo) e menos ainda aquele tipo de filme que,
inicialmente em tom de deboche, se convencionou chamar de ‘Western Feijoada’. Rodrigo
Pereira é um crítico que como nenhum outro tomou gosto pelo faroeste brasileiro
em todas suas três vertentes: o ‘Faroeste Caboclo’ (aquele geralmente produzido
no interior de São Paulo), o ‘Nordestern’ (focalizando o cangaço), e o ‘Western
Feijoada’ (próximo de um carbono do western spaghetti). E Rodrigo Pereira
atendeu à solicitação do WESTERNCINEMANIA e listou aqueles que considera os dez
melhores da mais de uma centena de faroestes produzidos no Brasil.
Ricardo Pereira e o livro sobre Anthony Steffen; à direita o pôster do documentário "Memórias da Boca". |
Ainda menino, Rodrigo Pereira soube
através de seu pai que lá em Lucélia (SP), sua cidade natal, havia sido rodado
um faroeste intitulado “Homens Sem Paz”, em 1956. Estudante de Jornalismo na
Unesp, Rodrigo procurou Maurício Morey, ator principal de “Homens Sem Paz”, que
lhe informou que aquele não havia sido o único filme do gênero de sua filmografia
pois atuara em outros dois. Formado jornalista, o assunto passou a atrair Rodrigo
cada vez mais, levando-o a incessantes pesquisas não só na incipiente literatura
sobre o Cinema Nacional acerca de nossos westerns, mas outras por conta própria.
Para sua tese de mestrado, em 2002, Rodrigo possuía tamanho conhecimento a
respeito dos nossos faroestes que dissertou sobre o inédito tema “Western
Feijoada: o Faroeste no Cinema Brasileiro”. Tendo passado, entre outros órgãos
de comunicação pela Folha de S. Paulo, Rodrigo Pereira é um dos autores do
livro “A Saga do Brasileiro que se Tornou Astro do Bangue-Bangue à Italiana”,
biografia de Anthony Steffen, o nosso Antônio de Teffé. Recentemente Rodrigo
Pereira colaborou com seus comentários em “Memórias da Boca”, documentário em
que aparece no segmento “Bang-Bang”. Outra importante colaboração de
Rodrigo foi no também documentário “Herança da Alta Mogiana”, de Milton
Martins.
Rodrigo Pereira somente deixou de
assistir aos faroestes nacionais que são considerados desaparecidos e é isso
que faz dele um crítico singular. Chega perto de meia centena o número de
westerns Caboclo, Feijoada ou Nordestern assistidos por Rodrigo. Por essa razão
é aguardado com expectativa por parte do público em geral e dos estudiosos em
particular, o lançamento de “Faroeste Caboclo: Filmes de Cangaço e Westerns
Made in Brazil” de autoria de Rodrigo Pereira. Esse livro irá preencher a
lacuna editorial que há quanto a se historiar e comentar a produção de
faroestes no Brasil. Enquanto isso o WESTERN-CINEMANIA proporciona um
‘aperitivo’ com a relação dos Dez Melhores Faroestes Brasileiros, segundo
Rodrigo, aquele que é o maior pesquisador na matéria. A lista foi elaborada sem
ordem de classificação e sim por ano de produção, exceto “Meu Nome é... Tonho”.
Na foto acima Rodrigo Pereira sempre prestigiando nosso faroeste, aparecendo David Cardoso em destaque na revista.
Meu
Nome é... Tonho (1969) - Dir.: Ozualdo Candeias /
Jorge Karan, Bibi Vogel, Nivaldo Lima e Toni Cardi
Posso
dizer que, dos faroestes brasileiros aos quais assisti, há alguns que eu
simplesmente adoro. Em primeiro lugar está “Meu Nome é... Tonho”, um filme
bárbaro, selvagem. Coisa digna de Leone. Chamo Ozualdo Candeias de Sergio Leone
brasileiro pois ele fez esse filme deslumbrante, muito acima da média dos
Westerns Feijoada. (Rodrigo Pereira)
Jorge Karam apontando o revólver; abaixo uma das sequências memoráveis de "Meu Nome é... Tonho", com a carroça carregando corpos abatidos a bala. |
Os atores principais de "Meu Nome é... Tonho": Jorge Karam, Bibi Vogel e Nivaldo Lima. |
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O
Cangaceiro (1953) – Dir.: Lima Barreto / Com Alberto Ruschel, Marisa
Prado, Vanja Orico e Milton Ribeiro
Alberto Ruschel e Milton Ribeiro, com Adoniran Barbosa mais atrás. |
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A
Lei do Sertão (1956) - Dir.: Antoninho Hossri / Com Milton Ribeiro,
Maurício Morey, Gracinha Fernandes e Maurício do Valle
Antoninho Hossri à esquerda; Maurício Morey, Gracinha Fernandes e Milton Ribeiro (centro); e o vilão Milton Ribeiro. |
* * * * *
A
Morte Comanda o Cangaço (1961) – Dir.: Carlos Coimbra e Walter
Guimarães Motta / Com Alberto Ruschel, Aurora Duarte, Milton Ribeiro e Lyris
Castellani
Alberto Ruschel, Aurora Duarte e à direita Edson França. |
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Cangaceiros
de Lampião (1967) – Dir.: Carlos Coimbra / Com Milton Rodrigues, Vanja
Orico, Maurício do Valle e Milton Ribeiro
Acima Milton Rodrigues; Maurício do Valle e Jacqueline Myrna; abaixo Antonio Pitanga e Vanja Orico. |
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O
Tesouro de Zapata (1968) - Dir.: Adolpho Chadler / Com
Gil Anthony, Antonio Carnera e Milton Carvalho
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Gregório
38 (1969) - Dir.: Rubens da Silva Prado / Carlos Abreu, João Barros e Rubens da Silva Prado
No alto do pôster à direita o ator, diretor e produtor Rubens da Silva Prado. |
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Rogo
a Deus e Mando Bala (1972) - Dir.: Osvaldo de Oliveira /
Carlos Alberto, Inácio Araújo e Jorge Karan
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Gringo,
o Último Matador/Gringo, o Matador Erótico (1972) -
Dir.: Tony Vieira / Com Tony Vieira, Rosalvo Caçador, Heitor Gaiotti e Carlos
Reichenbach
À direita a bela Claudette Joubert e Carlão Reichenbach no filme de Tony Vieira. |
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O
Menino da Porteira (1976) - Dir.: Jeremias Moreira Filho
/ Com Sergio Reis, Maria Viana, Joffre Soares e Jorge Karam
O cantor Sérgio Reis na foto maior; na foto à direita, ao lado de Sergio Reis vemos Jorge Karam. |
1969 - UM GRANDE ANO PARA O FAROESTE NACIONAL
Assim como o cinema norte-americano produziu westerns marcantes no ano de 1969, o mesmo se deu no Brasil, quando ocorreram os lançamentos de "Meu Nome é Tonho", "Gregório 38" e "O Tesouro de Zapata". Abaixo os cartazes publicados em jornais da época anunciando esses importantes filmes brasileiros que pouco ou nenhum destaque mereciam das revistas especializadas da época.
matéria legal e interessante! já vi A Morte Comanda O Cangaço, Menino Da Porteira e O Cangaceiro, os dois ultimos são bons mas o primeiro é um filmaço do Carlos Coimbra.
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