Paul Newman foi um dos mais consagrados
atores do cinema norte-americano em todos os tempos. Nove vezes indicado ao
prêmio Oscar de Melhor Ator e uma indicação como Melhor Ator Coadjuvante,
Newman recebeu ainda um Oscar por seu trabalho humanitário e outro Oscar
honorário por sua contribuição artística para a indústria cinematográfica. Paul
Newman foi também premiado como Melhor Ator com o Golden Globe, com o Bafta, premiado nos Festivais de Berlim e Cannes e com o David de Donatello (o Oscar italiano),
além de numerosos outros prêmios que perfazem uma longa lista. Top moneymaker
nos anos 1969/1970, Paul Newman frequentou a lista dos artistas mais rentáveis
por 14 anos e é o oitavo classificado entre os astros cujos filmes mais
arrecadaram nas bilheterias na história do cinema (atrás apenas de John Wayne,
Clint Eastwood, Tom Cruise, Gary Cooper, Clark Gable, Tom Hanks e Bing Crosby).
Calcula-se que as ações beneficentes de Paul Newman tenham atingido os 150
milhões de dólares. Democrata politicamente, Newman sempre emprestou seu nome
aos movimentos sociais, aos quais não raro comparecia pessoalmente. Como
artista e como homem Paul Newman é uma verdadeira lenda do cinema, ele que
completaria 90 anos de idade no dia 26 de janeiro de 2015. Como se sabe, Newman
faleceu em 26 de setembro de 2008 e Hollywood certamente nunca mais encontrará
um ator com as características pessoais de Paul Newman. Bem sucedido como empresário,
esportista, admirado pelos fãs, especialmente pelas mulheres apaixonadas por
sua beleza e olhos azuis.
Paul Newman atuou em 58 filmes, apenas seis deles
westerns, desconsiderados “O Indomável” e “Meu Nome é Jim Kane”, que alguns
autores consideram westerns modernos. E neste gênero Newman não chegou a ser
tão bem sucedido quanto nos dramas nos quais participou. Mesmo assim “Butch
Cassidy” é um dos westerns que maior bilheteria atingiu no cinema, ficando
atrás apenas de “Duelo ao Sol” (Duel in the Sun), com o ajuste das rendas dos
filmes. Por sinal “Butch Cassidy” teve Newman como um dos produtores, o mesmo
ocorrendo com “Roy Bean – O Homem da Lei!”. Paul Newman interpretou personagens
importantes da história do Velho Oeste, como William F. Cody (Buffalo Bill), o
juiz Roy Bean, os bandidos William Bonney (Billy the Kid) e Robert LeRoy Parker
(Butch Cassidy), além do apache branco John Russell. WESTERNCINEMANIA comemora
o 90.º aniversário de nascimento de Paul Newman lembrando de cada um desses
seis faroestes.
Um de Nós Morrerá (The Left Handed Gun), 1958 – Arthur Penn
Western freudiano com Paul Newman interpretando o
mais irritante pistoleiro do cinema. Quase nada funciona neste filme de estreia
de Arthur Penn, baseado em texto de Gore Vidal que criou o personagem do
lendário assassino sonhando com James Dean. E Newman, egresso como Dean do
Actors Studio, exagera no uso do ‘Método Interpretativo’. História confusa, com
mal delineada amizade entre Billy the Kid e Pat Garrett em que se percebe
somente nuances da homossexualidade que é a tônica do texto original de Vidal.
Primeiro western a desmistificar a lenda do jovem assassino, o filme de Penn possui
ardentes admiradores.
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Quatro
Confissões (The Outrage), 1964 – Martin Ritt
Paul Newman já havia sido dirigido quatro vezes por
Martin Ritt, quando este transportou para o western o clássico “Rashmon” de
Akira Kurosawa. Isto no mesmo ano em que Sergio Leone filmou seu “Yojimbo”
também do diretor japonês. Realizado em preto e branco com incrível fotografia
de James Wong Howe, Paul Newman é o mexicano Juan carrasco, acusado de estupro
e morte. Testemunhas dos crimes contam em flashbacks versões diferentes e o
filme pretende discutir a verdade vista por diferentes pessoas. Newman com um
nariz postiço e com voz grossa e rouquenha nem de longe lembra o eterno galã
num personagem abjeto.
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Hombre (Hombre),
1967 – Martin Ritt
Um dos melhores livros de Elmore Leonard levado ao
cinema com rara felicidade por Martin Ritt num drama tenso que imediatamente se
tornou um clássico. O melhor dos faroestes que Paul Newman estrelou num caustico
estudo da hipocrisia humana com os personagens que trafegam na diligência,
microcosmo semelhante ao de “No Tempo das Diligências” (Stagecoach), de John
Ford. Um final brilhante com emocionante suspense e mais uma vez a
cinematografia perfeita de James Wong Howe. O sol escaldante desfigurando o
rosto da bela Barbara Rush e o desfecho trágico com Hombre se defrontando com
Richard Boone e Frank Silvera são inesquecíveis.
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Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid)
Existem filmes em que tudo dá certo e o sucesso é
inevitável. “Butch Cassidy”, dirigido por George Roy Hill, é um desses casos ao
contar de forma romanceada as aventuras dos bandidos Butch Cassidy e Sundance
Kid. A dupla Paul Newman-Robert Redford se entendeu excepcionalmente bem, quase
tanto quanto Butch e Sundance que dividem a bela Etta Place. Humor, ação e
música na medida certa para conquistar as plateias, principalmente a feminina tão
avessa a faroestes. Paul Newman, um dos produtores do filme ficou muito mais
rico com o sucesso mundial deste western que gerou outro filme com o trio Roy
Hill-Newman-Redford, “Golpe de Mestre”.
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Roy Bean – O
Homem da Lei! (The Life and Times of
Judge Roy Bean), 1972 – John Huston
A vida de Roy Bean, o homem que a Oeste de Pecos
criou seu próprio tribunal e interpretação também própria das leis, foi levada
mais uma vez ao cinema, em 1972, com direção de John Huston e Paul Newman como
o juiz Bean. Com roteiro que altera datas e situações e adotando tom de comédia
dividida em episódios, John Huston põe a perder a chance de realizar um filme à
altura dos supremos clássicos de sua carreira. Cada episódio é contado em
flashback por um personagem interpretado por atores conhecidos que somente
ajudam a tornar o filme caótico. Tudo é salvo ao final com a presença
deslumbrante de Ava Gardner como Lily Langtry, paixão da vida do Juiz Roy Bean.
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Oeste Selvagem (Buffalo Bill and the Indians), 1976 – Robert Altman
Para comemorar o bicentenário da independência dos Estados
Unidos, Hollywood poderia escolher alguém mais confiável que o diretor Robert Altman.
Ele, suspeitíssimo depois da irreverência demonstrada com “Mash” e “Nashville”,
não deixou por menos e apresentou o grande herói norte-americano Buffalo Bill em
seu circo em que tudo valia para ganhar dinheiro. Paul Newman está ótimo e engraçadíssimo
como William F. Cody (Buffalo Bill), o elegante showman com madeixas esvoaçantes,
bem tratados bigode e cavanhaque para acentuar sua aura de herói popular. E
Altman dá uma visão sarcástica da história do Oeste num filme aborrecido do
qual o público fugiu.
"QUATRO CONFISSÕES" Um filme que ainda não assisti,e nem vejo cópias no mercado ! Difícil !!
ResponderExcluirEsse filme tem no aparelho que tenho ...azbox!
ExcluirOlá, Darci!
ResponderExcluirSem dúvidas um ator pra se reverenciar, inclusive por ser um exemplo incomum também fora das telas, na vida real, como você bem frisou.
Dos filmes citados vi Hombre e Butch Cassidy, além de "O Indomado". Já vi muitos elogios a Roy Bean.
Acredito que nenhum supera Butch Cassidy.
Um abraço!!
Olá Darci, gosto muito de filmes com Paul Newman, mas como disse você, Hombre e Butch Cassidy, são clássicos. Como ator merece ser lembrado. Dos filmes, somente não assiste aos; Roy Ben e, 4 Confissões. Mas, pelo visto apenas o primeiro vale a pena procurar. Amigo, sou fã de Butch Cassidy. Darci, abraços, parabéns pelo trabalho, boa lembrança falar de Paul Newman, Paulo, mineiro.
ResponderExcluirPaulo, de modo geral os westerns de Paul Newman formam um conjunto irregular. Mas 'Hombre' vale por todos. - Abraço do Darci
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