Lima Barreto e Anselmo Duarte |
Lima Barreto, o cineasta, era também
escritor e um de seus livros foi “Quelé do Pajeú”, que Lima tencionou levar ao
cinema. Excêntrico e de temperamento difícil, o que se refletiu em dificuldades
de produção em todos seus projetos inclusive no bem sucedido artística e
comercialmente “O Cangaceiro”, Lima Barreto viu fracassar a tentativa de
transformar “Quelé do Pajeú” em filme. Escreveu o roteiro e com ele debaixo do
braço saiu em busca de financiamento, mas aos 63 anos de idade e cada vez mais
irascível, viu todas as portas se fecharem. O roteiro de Lima Barreto chegou às
mãos de Anselmo Duarte que leu e imediatamente se interessou em filmá-lo,
impondo a condição de fazer algumas alterações na história, com o que a
princípio Lima concordou. O terceiro filme de Anselmo Duarte, “Veredas da
Salvação” (1965) não havia repetido o êxito comercial de “O Pagador de
Promessas”, mas mesmo assim Anselmo conseguiu apoio financeiro de pessoas
físicas e jurídicas. Além do Instituto Nacional do Cinema (INC), nada menos que
sete bancos decidiram investir no projeto, assim como gente conhecida como o
colunista social Ibrahim Sued e o crítico carioca Carlos Fonseca. Com um bilhão
de cruzeiros para seu novo projeto, Anselmo Duarte não teve dificuldades em contratar
Tarcísio Meira, já então mais famoso galã da televisão e a atriz
Izabel Cristina (que mudou o nome para Guy Loup) igualmente conhecida, além de Jece Valadão e Rossana Ghessa para
os principais papéis. Lima Barreto pretendia filmar “Quelé do Pajeú” no sertão
pernambucano buscando maior autenticidade, mas Anselmo levou a equipe para a
sua cidade natal, Salto de Itú, uma espécie de Alabama Hills cabocla, onde o
filme foi quase inteiramente rodado.
Tarcísio Meira e Elizângela Vergueiro; Tarcísio com Rossana Ghessa. |
Juramento
de vingança - O nome de Lima Barreto consta nos créditos como autor da
história e co-roteirista, mas Lima deu várias entrevistas mostrando-se
inconformado com as alterações feitas por Anselmo Duarte que teriam desvirtuado
seu texto original. No filme Quelé do Pajeú é o apelido dado pelo Capitão
Virgulino Ferreira, o Lampião (Luiz Alberto Meirelles), ao vaqueiro Clementino
Celidônio (Tarcísio Meira) que certo dia retorna para casa e se depara com uma tragédia.
Um forasteiro com uma cicatriz na testa e sem o dedo mindinho da mão direita
após agredir a mãe de Clementino (Anita Isbano) violenta sua irmã Marizolina
(Elisângela Vergueiro). Quelé jura vingança e sai à procura do desconhecido e
entre as pessoas que encontra nessa busca está Maria Rita (Izabel Cristina) e o
bando de Lampião. Mais tarde Quelé conhece a jovem Maria do Carmo (Rossana
Ghessa) que por ele se apaixona e que passa a acompanhá-lo. Finalmente Quelé se
depara, na cidade de Imbé, com Cesídio da Costa (Jece Valadão), o homem que
desgraçara sua família, justamente no dia em que Cesídio vai se casar. Quelé
faz o noivo seu prisioneiro e o obriga a acompanhá-lo até seu sítio em Pajeú
das Flores, bem como um padre (Sergio Hingst) a quem ordena que case Cesídio
com Marizolina que engravidara após o estupro sofrido. Em Imbé Quelé havia
matado um cabo ao se defender da polícia local e é perseguido por uma patrulha.
A milícia cerca seu sítio mas Quelé, ajudado por Cesídio, defende-se trocando
tiros com a força policial. Cesídio morre no tiroteio e Quelé está prestes a
ser morto quando surge um bando de cangaceiros comandado por Lampião dizimando
a milícia. Sabedor que será procurado pela Justiça, Quelé se torna mais um
cabra do bando de Lampião, vendo Maria do Carmo, grávida de seu filho, ser
morta por um tiro disparado pelos ‘macacos’ de uma volante.
Jece Valadão; Luiz Alberto Meireles e Jorge Karam. |
O
nordestern de Anselmo Duarte - Em suas pesquisas sobre o cangaço,
Lima Barreto descobriu que existiu um pernambucano chamado Clementino Furtado,
apelidado de Quelé, e que após ter participado do bando de Lampião, tornou-se
policial. Atingindo o posto de sargento, Quelé foi um dos mais tenazes
perseguidores de cangaceiros, comandando uma volante conhecida como ‘Coluna
Pente Fino’, responsável pelo extermínio de dezenas de cangaceiros. Sargento
Quelé, que era lembrado como ‘a valentia em pessoa’ veio a falecer de morte
natural em 1955 e inspirou Lima Barreto a criar o personagem protagonizado por
Tarcísio Meira. No mesmo ano em que foi produzido “Quelé do Pajeú’, Glauber
Rocha filmou seu “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, ambos
autênticos nordesterns, ou seja, faroestes ambientados no sertão nordestino mas
com diferentes pretensões estéticas. Glauber, que viajava bastante, conhecia a
nova linguagem dos westerns produzidos na Europa, cujos expoentes eram Sergio
Leone e Sergio Corbucci. Anselmo Duarte, por seu lado, tinha “O Cangaceiro” e o
ciclo que se desenvolveu posteriormente sobre o cangaço, como modelos para seu
novo filme. Glauber era uma espécie de unanimidade para a crítica, sendo seu
novo filme com o personagem Antônio das Mortes saudado como obra de gênio. Sem
a mesma repercussão na imprensa, Anselmo Duarte com “Quelé do Pajeú” realizou
um dos melhores exemplares do gênero nordestern.
Rossana Ghessa, Sergio Hingst, Jece Valadão e Tarcísio Meira; Luiz Alberto Meireles; |
Desafio
à ditadura militar - Tecnicamente muito bem produzido,
sendo o primeiro filme nacional em 70 mm e som estereofônico, “Quelé do Pajeú”
reafirma o inegável talento de seu diretor. Anselmo imprimiu ritmo quase
perfeito à odisseia de Quelé na consecução de sua vingança, alternando cenas de
ação, romance e sensualidade sem deixar de observar os aspectos religiosos,
mesmo o fanatismo tão comum ao homem simples. A história ganha nuances que
desafiam os costumes tidos como normais a exemplo da inusitada vingança de
Quelé ao obrigar Cesídio, retirado do altar de uma igreja em seu casamento,
para se casar com sua irmã, o que é visto com naturalidade por todos. Mesmo
Cesídio tem direito a explicar que nada demais fez a não ser cumprir seu dever
de macho e ninguém melhor que Jece Valadão para usar essa tese. Sem qualquer
compromisso com a defesa da ordem legal, cangaceiros são mostrados
simpaticamente, dividindo com o povo o produto dos saques praticados, ainda que
por vezes pratiquem alguns excessos abusando de suas vítimas. Nunca mostrados
como bandidos, mas sim como gente alegre, valente e justa, os cabras liderados
pelo Capitão Virgulino Ferreira vencem sempre as forças policiais organizadas
fazendo de “Quelé do Pajeú” um filme desafiador no mais grave momento da
ditadura militar no Brasil. Ao final, vendo sua mulher grávida ser morta pelas
forças do governo, Quelé segue sua vida ao lado dos cangaceiros em busca de
justiça social. Ainda bem que os rigorosos censores cochilaram e o filme de
Anselmo Duarte foi exibido normalmente, por algum tempo...
Tarcísio Meira e Jece Valadão |
Sequências
antológicas - O maior defeito de “Quelé do Pajeú”, por sinal comum em
nosso cinema, é transformar pessoas simples em filósofos capazes de expressar
frases de grande profundidade. Quelé fala só o suficiente e no linguajar típico
de sua gente, mas outros personagens como Maria do Carmo, Cesídio, Maria Rita e
até o guarda do quarteirão (Simplício) são cansativos com suas falas recheadas
de alcance psicológico quando não metafísico. Queixosa com a quase mudez de
Quelé, Maria do Carmo lhe diz: “Já não
basta o silêncio do deserto que parece sem vida...”. Se Anselmo Duarte não
soube evitar esse tipo de armadilha, por outro lado apresenta em seu filme
sequências que merecem fazer parte de qualquer antologia do nosso cinema. Maria
do Carmo rejeitada por Quelé monta o cavalo e se excita durante a cavalgada até
atingir o orgasmo numa sequência de extraordinária beleza e sensualidade. A
luta entre Quelé e Cesídio, inicialmente com facão e punhal, depois com pedaços
de madeira e terminando com punhos é excepcionalmente bem coreografada e sem o
uso de dublês, em outro momento supremo deste filme. Quelé demonstrando sua
coragem e Lampião aceitando o desafio e arriscando a vida “...seja o que Deus quiser...” para reafirmar sua macheza é também
uma sequência admirável.
Rossana Ghessa |
Geraldo Vandré e Izabel Cristina |
Trilha
sonora inferior - A trilha sonora musical de “Quelé do
Pajeú” foi composta por Marconi Campos, Hilton Acioli e Théo de Barros, sendo
executada pelo Trio Marayá, formado por Marconi, Hilton e Behring Leiros, todos
maranhenses. Esses músicos acompanharam Geraldo Vandré nas apresentações das
canções “Disparada” e “Ventania”, que Vandré levou aos festivais da TV Record.
Porém as canções utilizadas no filme não possuem a força destas citadas ou de
outras compostas por Vandré, deixando o espectador durante o filme todo à
espera de uma canção mais vigorosa, o que não ocorre, não propiciando, assim, maior
força dramática às imagens capturadas pelo cinegrafista José Rosa. Uma pena
mesmo, ainda mais porque consta que Geraldo Vandré tenha participado como ator
sem que possa ser identificado com maior certeza. Essa e muitas outras dúvidas
cercam “Quelé do Pajeú”, dúvidas que infelizmente não podem ser esclarecidas
visto que a maior parte dos participantes desta produção já faleceu. A atriz
Isabel Cristina, ou Guy Loup, que há anos reside na França, seria uma fonte
fidedigna, assim como o próprio Vandré e Rossana Ghessa.
Tarcísio Meira; Simplício e Izabel Cristina. |
Tarcísio
Meira como sertanejo - Aos 34 anos Tarcísio Meira
protagonizou brilhantemente o personagem principal deixando longe sua imagem de
galã para interpretar o sofrido Quelé. Jece Valadão igualmente excelente não
precisando se esforçar muito para compor mais um canalha na extensa galeria de
tipos que viveu no cinema, se bem que seu personagem Cesídio termina por se
redimir e lutar ao lado de Quelé. A linda Rossana Ghessa, italiana de
nascimento, era uma resposta do cinema brasileiro a Claudia Cardinalle e sai-se
bem como Maria do Carmo, personagem completamente diferente das tantas que se
acostumou a interpretar mas com igual poder de sedução. E sensualidade é o que
não falta também à bonita Izabel Cristina, em papel menor. Elizângela, aos 14
anos é Marizolina, ela que teve seu auge como mulher sensual nas novelas
nacionais. Sergio Hingst, eficiente como de hábito completa o elenco central
que tem um Lampião alourado e sem os óculos característicos. Jorge Karam é um
dos cangaceiros e Simplício (Francisco Flaviano de Almeida) tem participação
pequena mas cansativa o suficiente superatuando desnecessariamente. Anselmo
Duarte era muito bom na direção de atores mas acabou deixando Simplício se
exceder. Regina Duarte paris, a filha de Anselmo Duarte faz uma ponta como a
noiva de Cesídio.
Rossana Ghessa, Elizângela Vergueiro, Jorge Karam e Sergio Hingst |
Tarcísio Meira; Tarcísio e Rossana Ghessa. |
Filme
descoberto 40 anos depois - Uma vinheta do Canal Brasil diz
assim: “O que seria do Brasil sem... o Canal Brasil”. De fato, haveria uma
lacuna impossível de ser preenchida pois entre as dezenas e dezenas de
produções nacionais rodadas sob os auspícios da Lei Rouanet, o Canal Brasil nos
presenteia com um filme como “Quelé do Pajeú” e outros clássicos do nosso
cinema. Nossa produção cinematográfica sempre lutou por espaço nas salas
exibidoras, como foi o caso deste filme de Anselmo Duarte que permaneceu por
seis semanas em cartaz no Cine Windsor. Já a imensa maioria das dezenas (ou
centenas) de filmes que o Brasil produz neste novo século são exibidos apenas
nas madrugadas do Canal Brasil. A incúria dos donos da nossa cultura permitiu
que “Quelé do Pajeú” fosse dado como desaparecido por 40 anos pois não se sabia
da existência de uma única cópia sequer. E disso se aproveitou bem Anselmo
Duarte que gostava de dizer que seu melhor filme era exatamente “Quelé do
Pajeú”, aquele que ninguém mais podia assistir. E uma lenda se criou em torno
dessa obra até que um certo Paulo Wenceslau Duarte, descobriu na Europa uma
cópia em muito bom estado. Essa cópia foi a exibida na Itália pois contém
legendas em Italiano e, ainda bem, foi resgatada e apresentada como presente de
Natal em 2016 pelo Canal Brasil. Anselmo Duarte estava certo ao falar bem de
“Quelé do Pajeú”, um grande filme, sem dúvida, mas aquém da poética
simplicidade de sua obra-prima “O Pagador de Promessas”.
Olá, Darci!
ResponderExcluirMuito interessante. Uma pena ter caído no esquecimento e também uma pena eu não ter o Canal Brasil para poder conferir. Por enquanto vou me contentar em assistir "O Pagador de Promessas", cuja cópia recebi recentemente de uma amiga. A bela Guy Loup participou com Tarcísio Meira de "Casinha Pequenina" (1963), de Glauco Mirko Laurelli, o primeiro filme colorido de Mazzaropi.
Um abraço!
Prezado Darci, parabéns pelo texto preciso e informativo, como sempre. Que bom que esta pérola do cinema nacional foi resgatada e hoje temos a oportunidade de apreciá-la. "Quelé do Pajeú" está disponível para download no Making Off. ótima oportunidade para quem não tem acesso ao Canal Brasil. Aproveito para desejá-lo um próspero 2017, que estendo aos leitores e leitoras do Westerncinemania.
ResponderExcluirMárcio/MG
Como faço para baixar amigo?
ExcluirOi Darci. Olhe, o que realmente aconteceu com a atriz Isabel Cristina foi o contrário do que você informou no texto. O nome da atriz era Guy Loup, que aliás é o nome verdadeiro dela. Só que ela fez tanto sucesso com a novela "O Direito de nascer" que ela adotou o nome de seu personagem, que era Isabel Cristina.
ResponderExcluirQuanto ao filme Quelé do Pajeú, acho que contém muitos erros, parece que o filme foi feito por amadores. Entre outros cito o fato de que a volante que veio para prender Quelé era composta de seis soldados. Depois que mataram mais de 20, ainda sobraram uns dez para serem mortos pelo bando de Lampião. Outra coisa, o personagem de Jece Valadão carrega o seu revólver Smith&Wesson calibre 38 com balas do rifle do Quelé, calibre 44.
ResponderExcluirOlá, Darci!
ResponderExcluirReli a resenha depois de ter finalmente visto ontem o northeastern Pelé do Cajeú (ops...) "Quelé do Pajeú". Realmente é um grande filme e seria mesmo uma pena se continuasse perdido. Achei que a história de enrendo simples foi bem conduzida e os diálogos e cenas bem elaboradas acabaram dando mais notoriedade à fita. Ao contrário de você, gostei da participação de Simplício, o responsável pela fama de Itu ser a cidade onde tudo é grande. Gostava de vê-lo na Praça e foi uma satisfação revê-lo aqui. Muitos spaghettis têm personagens cômicos como o dele neste filme. E falando em spaghettis, deveriam mesmo ter se inspirado neles e ter feito uma trilha mais elaborada e que assim desse mais dramaticidade às cenas, como ocorria nos faroestes italianos tão evidentes naquela época. As ótimas seqüências de tiroteios não devem em nada às dos westerns americanos e italianos. Para finalizar li que a bela Guy Loup virou ocultista e artista de rua pintando retratos de turistas numa esquina da França. Foi um prazer conferir este filme presenteado por você.
Valeu e um abraço!
O filme inteiro em HD (720p) esta aqui:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/OrdnwHViwa8
Anselmo Duarte consegue, em Quelé de Pajeú, se superar em seu primoroso O Pagador de Promessas.
ResponderExcluirTarciso Meira, no meu ver o maior ator brasileiro, designa ao filme do Anselmo o que de melhor sabia fazer, que era ser o mocinho bonito em forma de bruto, nos mostrando que o cinema nacional tem quem o represente com honras, enquanto Rossana Ghessa, louca de uma paixão sem qualquer controle aparente, desafoga sua sede de amor na sela de um cavalo em movimento desesperado, numa das mais belas e sensuais cenas que já captei no cinema, em um dos mais belos e quase que impercebíveis momentos em que se despoja, com intenso ardor, sua sofreguidão pelo sexo em reprimencia.
Nada mais belo ou sensual ainda o cinema conseguiu mostrar. Cena sem grosseria alguma e com uma coreografia invejável até mesmo para comparações com o cinema estrangeiro, ou mesmo imperceptivel para quem não se ativesse com a atmosfera ligada no cena.
Um momento de deslumbrante beleza e cujo prazer se estarrecia no semblante da jovem amazona, cavalgando e cavalgando e se emprazeirando com sua cela quieta que era seu suporte de prazer. Cena não apenas sensacional, mas de uma odisseia à sensualidade feminina.
Não sei se a idéia foi do Lima, no original de seu conto, ou se do Anselmo, que a introduziu com uma maestria invejável.
Quelé de Pajeú, nome intitulado a Clementino Celidonio por Virgulino Ferreira, o Lampião, neste momento muito bem carecterizado por Luiz Meireles e protagonista este de outra das mais sensacionais cenas que o cinema brasileiro já nos cedeu, quanto Clementino defende a bela Ghessa dos seus asseclas, enfrentando Lampião com uma qualidade interpretativa invejosa, e cujo climax o Anselmo parede ter tido ali a mão divina a lhe orientar de como ser feita.
Filme lindo e repleto de momentos de qualidade e que não me envergonho de qualificar como a coisa mais perfeita e aproveitável que nosso cinema já criou.
Quelé de Pajeú é recheado de momentos felizes, bem orquestrados e, sem deixar de ser fiel, com alguns momentos que pecam pelo exagero do que pode se considerar nordestino, como os ditos repetidos do Simplicio, a caminhada exagerada da Ghessa atrás do seu amado, e mesmo grávida o repete, assim como a inércia do Valadão ao ser detido pelo valente Clementino, num dos momentos em que se poderia reparar para uma melhor qualificação da cena e da valentia do estrupador, assim como pelo desempenho pequeno de mãe e filha, irmãs de Clementino.
Extraindo-se estes poucos momentos, o filme do Anselmo é belo, com cenários de qualidade, com interpretações quase acima do normal, onde desde o vilão Valadão, que mostra se redimir do que fez à irmã do Clementino, passando pela boa coreografia da luta dos dois, num duelo de apetrechos diversos, porém bastante bem orquestrado, passando pela, sem defeitos, boa qualidade e performance do Lampião e pelo desempenho da bonita Isabel Cristina.
Assim vemos que nosso cinema somente não é mais concorrente de outras praças porque não sabemos valorizar o que fazemos de bom, a ponto de eu ter ouvido Rossaha Ghessa se queixar numa reportagem, do melhor filme brasileiro não possuir uma cópa no Brasil, o que para ela era uma falta de valorização do que é nosso.
Porém, para nossa felicidade e sacramento dos desejos de muitos, uma copia do Quelé foi encontrada na Itália.
O gravei e já o vi umas 4 vezes. E não vou apaga-lo, porque eu tenho em casa a melhor coisa, ao lado do Cangaceiro, que o nosso cinema já construiu em se falando de fitas de aventura de qualidaee altissima.
jurandir_lima@bol.com.br
Olá, Jurandir - Bom tê-lo por aqui novamente emitindo opiniões como as expressas sobre o nordestern de Anselmo Duarte. Um abraço.
ExcluirExcelente filme. Já o tinha assistido no cinema e o procurava há anos para vê-lo de novo e, para a minha alegria, o encontrei no 'youtube". Se aproxima dos faroestes italianos. Abraços. VALEU. 01/02/2021.
ResponderExcluirO que mais gostei foi o humor da cena do Cristo da Penitência: o recurso da coroa tapar a fronte cria uma tensao hilarante, e o gesto do ator entre a cruz simbolica e o rifle real demais sao impagaveis...
ResponderExcluirÓtimo filme bem realista brilhante atuações
ResponderExcluirJá vi vários "faroestes feijoada" e esse se tornou o meu favorito, o qual vi ano passado!
ResponderExcluirElenco, locações são os pontos fortes!
fiz uma musica baseada nesse filme
ResponderExcluirAssisti hoje dia 29/04/2024 Segunda- Feira no YouTube no canal No Rastro do Cangaço. Ótimo filme, pena que, como foi dito em outros comentários, o Brasil não tem memória, tudo vai pelo ralo em matéria de cultura. Tem gente que é contra a lei Roaunet, tudo bem que se existe artista que faz mau uso da verba e produz porcarias, mas temos que ver que um certo presidente acabou com a Embrafilme e até hoje o Brasil sofre com a falta de melhores produções cinematográficas. É isso que eu sinto quando vejo que Brasil apesar de produzir coisas boas, mas não preserva.
ResponderExcluirOPA! Além desta pérola,tenhos todos os abaixo, aos colegas que se interessarem: ( magobardofilms@gmail.com ) MARIA BONITA, RAINHA DO CANGAÇO (1968), Milton Morais.
ResponderExcluirCANGAÇO O CABELEIRA (1963), de Milton Amaral, com Hélio Souto e Milton Ribeiro (raridade absoluta, quase impossível de achar). -(no original, trata-se de um filme colorido; a versão que eu tenho veio de uma cópia 16mm, em preto e branco; som e imagem estão ruins, mas dá para assistir e entender tudo).
CARA DE FOGO (1957), de Galileu Garcia com Alberto Rushell e Milton Ribeiro PB telecinado de película 16mm (talvez uma de minhas maiores raridades)
QUELÉ DO PAJEÚ - 1969. Tarcísio Meira), PARTICIPAÇÃO ÚNICA E RARÍSSIMA DO CANTOR Geraldo Vandré
O LAMPARINA – 1963 [Glauco Mirko Laurelli] = cangaço -
CANGAÇO A MORTE COMANDA O CANGAÇO-1960 MILTON RIBEIRO, ALBERTO RUSCHEL, AURORA DUARTE, RUTH DE SOUZA
1972, de William Cobbett , com Mussum
CANGAÇO BAILE PERFUMADO DUDA MAMBERT, ARAMIS TRINDADE, LUÍS CARLOS VASCONCELOS, JOFRE SOARES COR/ P&B POR1997 1 DVD DEVHS
CANGAÇO CANGACEIROS DE LAMPIÃO -1967 -MILTON RODRÍGUEZ, VANJA ORICO, MAURÍCIO DO VALLE, MILTON RIBEIRO
CANGAÇO CORISCO E DADÁ - CHICO DIAZ, DIRÁ PAES, ANTONIO LEITE, REGINA DOURADO, CHICO CHAVES COR PORT 1996 1 DVD DE VHS
LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO 1964, dirigido por Carlos Coimbra. Vanja Orico. Milton Ribeiro.Dionísio Azevedo . Glória Menezes
CANGAÇO CORISCO O DIABO LOIRO DE MOSAEL SILVEIRA,c/ MAURICIO DO VALLE, LEILA DINIZ, MILTON RIBEIRO, JOHN HERBERT, GEORGIA GOMIDE -E REJANE MEDEIROS P&B-1969
LAMPIÃO E MARIA BONITA - minissérie - versão integral) 8 capítulos Globo(Gravado do Canal Futura, Faixa Comentada) 4 DVDs
CANGAÇO LAMPIÃO & MARIA BONITA –MINISSERIE (COMPACTO) 1 DVD ) + CURTO DOCUMENTÁRIO PB SOBRE OS CANGACEIROS
CANGAÇO MEU NOME É LAMPIÃO -Milton Ribeiro, Rejane MEdeiros, Milton Rodrigues,cor 1969
CANGAÇO O CANGACEIRO DO DIABO -1980-
CANGAÇO O CANGACEIRO - PAULO GORGULHO, LUIZA TOMÉ, ALEXANDRE PATERNOST, INGRA LIBERATO COR PORT 1997
CANGAÇO O CANGACEIRO -1953-P&B-ALBERTO RUSCHEL, MARISA PRADO, MILTON RIBEIRO, VANJA ORICO – Cia Vera Cruz.
CANGAÇO OS TRÊS CANGACEIROS ANKITO, GRANDE OTELO, RONALD GOLIAS, NEIDE APARECIDA, NELLY MARINS P&B POR COMÉDIA 1959 1 DVD/ TV
CANGAÇO - A MULHER NO CANGAÇO -documentário de 45 min. sobre o papel da mulher no cangaço nordestino, enfocando diversas figuras como Maria Bonita, Dadá, etc. Fotos e cenas da época
CANGAÇO - documentário raríssimo O ÚLTIMO DIA DE LAMPIÃO
CANGAÇO - PEDRO BÓ O CAÇADOR DE CANGACEIROS
CANGAÇO - AS CANGACEIRAS ERÓTICAS - DIR. ROBERTO MAURO, 1977-ESTRÉIA DE HELENA RAMOS E MATILDE MASTRANGI. CANGACEIRO COM FAROESTE TUPINIQUIM.
CANGAÇO - DEU A LOUCA NO CANGAÇO (1969), de Nelson Teixeira Mendes, com Dino e Dedé Santana
CANGAÇO FAUSTO O CANGACEIRO -1970-DE LEON HIRZMANN- a história de Faustino Guabiraba, cangaceiro conhecido como Faustão, que andava nos sertões do nordeste.
CANGAÇO O CANGACEIRO SANGUINÁRIO. [1969, Dir. Osvaldo Oliveira, Com Mauricio Do Valle e Jofre Soares] 1 DVD
Cangaço NORDESTE SANGRENTO (1963), de Wilson Silva, com Paulo Goulart (raríssimo)
CANGAÇO O JULGAMENTO DE LAMPIÃO 1 DVD RARÍSSIMO!
CANGAÇO - CANTA MARIA 2006 Vanessa Giácomo – José Wilker – Marco
Ricca Francisco Ramalho Jr. 1 DVD
CANGAÇO -ANTONIO DAS MORTES – c/ Mauricio Do Vale 1 DVD - DE GLAUBER rOCHA
CANGAÇO MEMÓRIA DO CANGAÇO – raríssimo documentário,p&b,com o apoio do Gov.da Bahia,fotos originais da época, depoimentos autênticos, e trechos do documentário filmado em 1936 pelo mascate Abraão Benjamim, mais versos do próprio Virgulino Ferreira e da narrativa de cordel...imagem excelente 1 DVD
CANGAÇO A ILHA DAS CANGACEIRAS VIRGENS- Dir. Roberto Mauro, 1976. 1 dvd
CANGAÇO FAUSTÃO, O CANGACEIRO DO REI Eduardo Coutinho 1971
FATOS: Documentário com (cangaceiros) João Gomes de Lira,Candeeiro,Vinte e Cinco,Cila,Adilia,Elias marque e Durval Rosa.
NORDESTE SANGRENTO NA TRILHA DO CANGAÇO (1963), de Wilson Silva, com Paulo Goulart (raríssimo)
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4 Documentários ( ALAGADIÇO,LAMPIÃO E O CANGAÇO, OS HERDEIROS DO CANGAÇO E ESTÉTICA DO CANGAÇO ) 4 dvds
ExcluirA CIDADE DE QUATRO TORRES ( Filme sobre o ataque a cidade de Mossoró
ENTRE HERÓIS E BANDIDOS: A MULHER CANGACEIRA.( Documentário)
VANJA ORICO ( Documentário Vanja Vai , Vanja Vem )
ESTÉTICA DO CANGAÇO. ( Documentário com Frederico Pernambucano de Mello )
DADÁ A MUSA DO CANGAÇO ( Documenário com Dadá,esposa de Corisco )
ATÉ O SOL RAIÁ ( Doc. 3D )
O LUGAR DA MORTE DE JESUINO BRILHANTE ( Documentário)
A VIOLÊNCIA OFICIALIZADA NO TEMPO DO CANGAÇO ( Documentário )
DEPOIMENTO DE LUIZ RUFINO ( Documentário )
CANDEEIRO - Manuel Dantas Loiola ( Documentário )
A VIDA DE LAMPIÃO SERRA TALHADA ( Documentário )
RASTEJADORES ( Ducumentário )
DURVINHA E MORENO ( Documentário Inedito) Durvinha faleceu,Moreno ainda é vivo em BH.
SERRA TALHADA ( Documentário inédito revela fatos inusitados sobre Lampião -repórte Diário
ALPERCATA DE RABICHO ( Documentario, o Xaxado em Pernambuco )
O CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO ( Documentário )
A HISTÓRIA DO REI DO CANGAÇO (JORNAL DA NOITE-BAND) PB, raríssimo,curto
IMAGENS DO CANGAÇO Filmagem original por Benjamim Abrahão(ABBAFilmes) – 1936 (bônus: a Historia do Cangaço, Jornal da Noite, Band; Exposição Lampião (emmuseu, as cabeças dos cangaceiros,roupas etc)
HISTÓRIA E IMAGENS DE LAMPIÃO, DO CANGAÇO E DO MUSEU CASA DE MARIA BONITA (BA)
CANGAÇO RARIDADES 1) A Saga de Lampião – da série Almanaque. 23’ 2) A Estética do Cangaço. 29’ 3) O Cangaceiro: roupas e apetrechos. (Luiz Gonzaga aparece) 13’ 4) Registros históricos (apresentam algumas falhas técnicas):Memória do Cangaço (1965) 28’ A Musa do Cangaço (1981) – entrevista com Dadá. 15’ 5) Benjamin Abraão – mostra as imagens originaL 8’
CANGAÇO RARIDADES 2 - 1) Chuva de Balas no País de Mossoró - retrata a festa que é realizada na cidade em comemoração à resistência da mesma ao ataque do bando de Lampião. 2) MandaCaru – abertura da novela que reproduz o ataque a Angicos. 3) O Brasil É Aqui – trecho do programa que mostra a trilha do cangaço. 11’4) Memória do Cangaço (1965) – nova cópia, sem falhas técnicas. 25’ 5) O Rastejador (1972) – apresenta depoimentos de especialistas em caçar animais e perseguir cangaceiros. 25’ 6) Lampião, uma história de amor e sangue – Globo News Especial. 22’
O CANGACEIRO - (Tomas Milian, Howard Hoss, cor/leg - 1971)
OS ÚLTIMOS CANGACEIROS (Wolney Oliveira, 2011)Jovina Maria da Conceição e José Antonio Souto são dois senhores que levam uma vida bem comum pelos últimos 50 anos. O que ninguém sabe, incluindo seus filhos, é que estes nomes são falsos. A dupla, na verdade, é conhecida como Durvinha e Moreno. Eles integraram o bando de Lampião, o mais controverso e famoso líder do cangaço. A verdade só vem à tona quando Moreno, aos 95 anos, resolveu compartilhar suas lembranças com os filhos, além de sair a procura de seu parentes vivos, incluindo seu primeiro filho.