UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

10 de fevereiro de 2012

SLIM PICKENS, UM COWBOY DE VERDADE E UM ATOR ADORÁVEL


O cinema imortalizou inúmeros atores que os fãs acreditavam ser cowboys, antes de tudo. Afinal o chapéu, as botas, as roupas e o cinturão sempre transformaram qualquer pessoa em personagem do Velho Oeste. Na hora de montar, no entanto, é que se conhecia quem merecia, de fato, ser chamado de cowboy. John Wayne e Glenn Ford estavam entre aqueles que se sentiam melhor sobre um stallion do que andando. Roy Rogers também merece ser lembrado entre os melhores cavaleiros, sem falar nos campeões de rodeio como Hoot Gibson e Ken Maynard. Também campeões de rodeio foram Ben Johnson e Slim Pickens. Poucos montaram mais e melhor que Ben e que Slim e isto porque antes de serem atores foram cowboys de verdade.

Slim Pickens e Rex Allen, o Cowboy do Arizona


Desnecessário explicar a
razão do apelido 'Slim'
DAS ARENAS PARA O CINEMA - Louis Bert Lindley Jr., era um californiano nascido na cidade de Kingsburg, em 29 de junho de 1919, que subiu pela primeira vez num cavalo aos dois anos de idade. Aos quatro anos já cavalgava e aos 15 trocou a escola pelos rodeios. Aos 30 anos de idade Louis Bert (algumas fontes dão o segundo nome como Burton) era um consagrado ás dessas atividades, tornando-se o mais bem pago entre os clowns (palhaços) das arenas, tendo se defrontado com aproximadamente três mil touros bravos. Devido a sua magreza era chamado de ‘Slim’ (magro) e foi convidado, em 1946, a participar como figurante do faroeste “Smoky”, estrelado por Fred MacMurray. Foi então que Louis Bert adotou o nome artístico de Slim Pickens. Após alguns trabalhos como stuntman, Slim Pickens fez sua verdadeira estréia nas telas em 1950, em “Olhando a Morte de Frente” (Rocky Mountain), western sobre a Guerra Civil, estrelado por Errol Flynn. A Republic Pictures lutava como podia contra a lenta agonia dos westerns B, tentando renovar o gênero com um jovial cowboy-cantor chamado Rex Allen, também oriundo dos rodeios e lançado no cinema como ‘The Arizona Cowboy’. Em alguns de seus primeiros westerns Rex Allen teve a companhia de Buddy Ebsen como sidekick, mas a partir de “O Cavaleiro do Colorado” (Colorado Sundown), 1952, o sidekick do Cowboy do Arizona passou a ser outro..

Slim em cena como sidekick
de Rex Allen
SIDEKICK DO ‘COWBOY DO ARIZONA’ – Slim Pickens tinha uma enorme habilidade para montar, habilidade que contrastava com seu jeito desengonçado de andar carregando o corpanzil de 1,91 de altura com certa dificuldade, isto sem falar na sua voz que quando ouvida provocava risos incontidos. Slim era um perfeito sidekick e os produtores da série de Rex Allen notaram isso, contratando-o para acompanhar as aventuras do Cowboy do Arizona. Poucas vezes se viu nos westerns B uma dupla tão afinada como Rex Allen-Slim Pickens, chamado de ‘Joshua Slim Pickens’ na série e que, diferentemente de outros sidekicks, era de fato engraçado e se destacava por ser bom nos fistfights e nas cavalgadas. Rex e Slim representaram o glorioso canto do cisne dos faroestes B da Republic, quase todos eles bastante movimentados e com boas histórias. Essa era a forma única de enfrentar a produção da televisão que já contava com os reforços de Hopalong Cassidy, Gene Autry, Cisco Kid e Clayton Moore. Nessa luta desigual a boa estampa, vozeirão e elegância de Rex Allen não conseguiam ofuscar o talento de Slim Pickens. Juntos fizeram onze filmes: “O Cavaleiro do Colorado” (Colorado Sundown), (The Last Musketeer), “Raposas da Fronteira” (Border Saddlemates), “Golpe Impiedoso” (Old Oklahoma Plains), “Emboscada Sangrenta” (South Pacific Trail), “Flecha Ligeira” (Old Overland Trail), “O Caminho do Terror” (Iron Mountain Trail), “O Salto da Morte” (Down Laredo Way), “O vale da Morte” (Shadows of Tombstone), “O Último Mosqueteiro” (The Last Musketeer), “Ligeiro no Gatilho” (Red River Shore), (“O Fantasma dos Prados” (Phantom Stallion), este último lançado em fevereiro de 1954 e que encerrou o ciclo de Rex Allen-Slim Pickens na Republic Pictures. A duvidosa honra de ter sido a última série de westerns B do cinema acabou ficando para Wayne Morris com o faroeste “Pistoleiro por Equívoco”, lançado em fins de 1954, mas Rex Allen merecia muito mais essa lembrança com Slim a seu lado.

"A Última Barricada": Arthur Hunnicutt
e Slim Pickens ajudam Ben Cooper
SLIM QUASE PERDE O NARIZ EM ‘DA TERRA NASCEM OS HOMENS” - Já bastante conhecido nos meios cinematográficos, nunca faltou trabalho para Slim, especialmente nos faroestes dos anos 50, dos quais Slim Pickens atuou em dez deles. O primeiro foi “Aço de Boa Têmpera” (The Boy from Oklahoma), veículo para Will Rogers Jr., dirigido por Michael Curtiz. Vieram a seguir o não-western “Grito de Sangue” (Thunderbirds) e “Tropel dos Vingadores” (The Outcast), os dois com John Derek; “Massacre Traiçoeiro” (Santa Fé Passage), com John Payne e Rod Cameron; “A Última Barricada” (The Loast Command), com Sterling Hayden, sobre a Batalha do Álamo; “Têmpera de Bravos” (The Great Locomotive Chase), com Fess Parker; “Não Renegues teu Sangue” (Gun Brothers), com Buster Crabbe; “A Lei do Revólver” (Stranger at my Door), com MacDonald Carey); “Chuva de Balas” (Gunsight Ridge), com Joel McCrea; “O Irresistível Forasteiro” (The Sheepman), com Glenn Ford; “Missão Audaciosa” (Escort West), com Victor Mature); “Tonka, o Bravo Comanche” (Tonka), com Sal Mineo. Slim Pickens fez parte do elenco de “Da Terra Nascem os Homens” (The Big Country), onde interpretou um cowboy que monta um touro. Durante as sequências, sem dublê, o touro rasgou o nariz de Slim Pickens, que levou 31 pontos no nariz que teve que ser totalmente refeito, o que afastou slim da produção e seu nome deixou de constar dos créditos. Sempre de bom humor, Slim declarou mais tarde que com seu novo nariz havia ficado muito mais bonito.

Slim dando trabalho a John Derek
FASE OBSCURA - Durante a série com Rex Allen, Slim Pickens atuou em “A História de Will Rogers”, filme de de Michael Curtiz que biografou o lendário ator norte-americano, interpretado por seu próprio filho Will Rogers Jr e “O Sol Brilha na Imensidão”, dirigido por John Ford, todos não-westerns. Durante a década Slim Pickens atuou nos não-westerns “When Gagland Strikes”, com John Hudson; “Stump Run”, filme de aventuras em tom de comédia com Edgar Buchanan, curiosamente dirigido por Eddie Dew, ator de curta carreira como mocinho, e como diretor e que tem no elenco Ralph Nelson que viria a ser diretor de importantes faroestes nos anos 70. Segundo Jorge Cavalcanti, Eddie Dew foi o pior cowboy que ele viu no cinema. Slim Pickens fechou a década atuando numa comédia intitulada “Chartroose Caboose”, filme cujas cópias e negativos foram queimados num incêndio da Universal International. Quase ninguém pode assistir Slim Pickens ao lado de Edgar Buchanan nessa comédia, mas Pickens ainda faria o público rir muito em seus próximos filmes. 

Slim Pickens com Charles Bronson (à esquerda);
como o asqueroso delegado em "A Face Oculta";
abaixo com Wayne Maunder em "Custer"
COM BRANDO NA TELA GRANDE E COM CUSTER NA TV - Os anos 60 se iniciaram em grande estilo para Slim Pickens que teve destacada atuação em “A Face Oculta” (One-Eyed Jacks), estrelado e dirigido por Marlon Brando. Esse tenso western têm seus únicos momentos engraçados com a presença de Slim Pickens interpretando um arrogante, vingativo e acovardado assistente do sheriff Karl Malden. Antes de ser despedido por Marlon Brando, o diretor Stanley Kubrick percebeu o potencial artístico de Slim Pickens e se lembraria dele anos mais tarde. Slim interpretaria a seguir um soldado em “Um Estrondo de Tambores” (A Thunder of Drums), com Richard Boone e Charles Bronson. Slim atuou na continuação de “Meu Melhor Companheiro” (Old Yeller), intitulada “Savage Sam”, onde o astro é o cachorro ‘Sam’ ao lado de Brian Keith. Slim Pickens sempre foi bastante requisitado para atuar em séries de TV, como ator convidado, até que em 1960 atuou em dez episódios da séries “Outlaws”, interpretada por Don Collier e Barton MacLane. A série teve apenas 38 episódios e o personagem de Slim Pickens chamava-se ‘Slim’. Veio então outra série, esta estrelada por Earl Holliman e Andrew Prine, intitulada “The Wide Country” em que slim Pickens participou de seis episódios e seu personagem era ‘Slim Walker’. A melhor série western de TV em que Slim Pickens atuou foi “Custer”, protagonizada por Wayne Maunder e que foi cancelada após 17 episódios hoje considerados clássicos. Slim Pickens apareceu em todos os 17 episódios interpretando ‘California Joe Milner’. 

Slim Pickens como o Major King Kong
na antológica sequência de
"Dr. Fantástico"
CAVALGANDO UMA BOMBA DE HIDROGÊNIO - E veio então a melhor oportunidade da carreira de Slim Pickens em “Dr. Fantástico”. Poucos diretores têm uma filmografia composta só de grandes filmes e Stanley Kubrick é um deles. Uma das obras-primas de Kubrick é a excepcional comédia de humor negro “Dr. Fantástico”, ainda atual 50 anos após sua realização e que expõe os riscos que a humanidade corre com o poder de destruição concentrado nas mãos de alguns poucos malucos, quase sempre militares. Um desses doidos é o general ‘Jack D. Ripper’ (Sterling Hayden), que ordena que seja detonada uma bomba de hidrogênio na então União Soviética e quem deve cumprir a ordem é o piloto do B-52, o major ‘T.J. King Kong’ (Slim Pickens). Surge então um problema mecânico e a bomba fica enroscada, mas King Kong consegue liberá-la e despenca do avião cavalgando o gigantesco artefato nuclear em pleno território soviético. “Dr. Fantástico” fez enorme sucesso e Slim Pickens conheceu a fama jamais alcançada ao montar tantos e tantos touros muito mais perigosos. Redescoberto por Stanley Kubrick, as ofertas de trabalho de Slim Pickens tinham agora alguns zeros a mais à direita. Certo dia ao encontrar um velho amigo dos tempos da Republic, Slim lhe contou que muito melhor que o salário que havia quintuplicado era o fato de durante as filmagens ninguém mais chamá-lo “Hey, you...”. agora era tratado assim: “Please, Mr. Pickens...”



Slim e Van Heflin na boléia em
"A Última Diligência"
MOMENTO SUBLIME - Veio então a fase dos filmes que se tornaram clássicos como “Juramento de Vingança” (Major Dundee), de Sam Peckinpah e estrelado por Charlton Heston; outra vez ao lado de Heston em “E o Bravo Ficou Só” (Will Penny); “Os Cowboys” (The Cowboys), com John Wayne; “A Morte não Manda Recado” (Ballad of Cable Hogue), de Peckinpah, com Jason Robards; “Os Implacavéis”, também de Peckinpah, com Steve McQueen. Provavelmente o maior momento de Slim Pickens no cinema foi em “Pat Garrett and Billy the Kid”, quando pelas mãos de Sam Peckinpah Slim Pickens interpreta o ‘Sheriff Baker’. A cena em que Pic kens é baleado e morre junto de Katy Jurado ao som de “Knockin’ on Heaven’s Door”, de Bob Dylan, é comovente e emociona até as lágrimas (VER CLIP NO FINAL DESTA MATÉRIA). Como nem todos os diretores se chamavam Sam Peckinpah, esse período reservou a Slim Pickens alguns trabalhos de menor relevância como “A Primeira Vitória”, com John Wayne e Kirk Douglas; “Muito Além da Glória”, com Cliff Robertson; “The Young Rounders”, com Joel McCrea; “Assim Morrem os Bravos” (The Glory Guys), com Tom Tryon; “A Última Diligência” (Stagecoach), com Van Heflin; “Olho por Olho” (An Eye for an Eye) com Patrick Wayne; “A Noite dos Pistoleiros” (Rough Night in Jericho), com Dean Martin; “O Magnífico Farsante”, com George C. Scott; “Como Roubar um Milhão de Dólares sem Fazer Força”, com Edward G. Robinson; “Os Bravos Nunca Morrem” (The Legend of Custer), com Wayne Maunder; “Skidoo se Faz a Dois”, com Jackie Gleason; “80 Passos da Felicidade”, com Mickey Rooney; “Rosolino Paternó, Soldato”, com Jason Robards; “A Espinha do Diabo” (The Devils Backbone), com Chuck Connors; “Temporada Selvagem”, com Ron Harper; “Cavalgando com a Morte” (The Honkers), com James Coburn. E viria em 1974 mais um brilhante momento na carreira de Slim Pickens.

SLIM COMO 'HOLLIS WOOD' - O segundo western que mais dinheiro arrecadou na história do cinema, com valores ajustados, é “Banzé no Oeste” (Blazing Saddles), que perde apenas para “Butch Cassidy”. Essa paródia de Mel Brooks tem alguns de seus momentos mais engraçados com a presença em cena de Slim Pickens interpretando Taggart, o capanga de Hedley Lamarr (Harvey Korman). Mais uma vez Slim Pickens comprova seu talento de comediante conseguindo ser engraçadíssimo num filme onde tudo é o mais puro deboche com o faroeste. Anos mais tarde, em 1979, Steven Spielberg decidiu filmar uma comédia sobre um ataque japonês, desta vez a Hollywood, e elencou dezenas de atores famosos para essa superprodução, entregando a Slim Pickens um dos personagens mais engraçados, o de ‘Hollis P. Wood’. E não é que o Hollis Wood de Pickens leva todo um submarino japonês, sob o comando de Toshiro Mifune, à loucura, inclusive um oficial nazista presente, interpretado por Peter Cushing. A presença de Slim Pickens em “1941 – Uma Guerra Muito Louca”, rendeu os 15 minutos mais memoráveis do filme de Spielberg e um dos mais hilariantes de todos os tempos das comédias sobre a guerra
Nas fotos à direita Slim Pickens em "Banzé no Oeste" e em "1941 - Uma Guerra Muito Louca"

VOZ CARACTERÍSTICA - Na segunda metade dos anos 70 Slim Pickens emprestou seu respeitável nome a filmes como o cultuado “Amigos e Aventureiros” (Ranch De Luxe), com Jeff Bridges; “Pony Express Rider”, com os veteranos Ken Curtis, Jack Elam e Dub Taylor; “O Grande Búfalo Branco” (The White Buffalo), com Charles Bronson; “O Enxame”, com Richard Widmark; “O Dramático Reencontro do Poseidon”, com Michael Caine; “Música pelo Caminho” (Honeysuckle Rose), com Willie Nelson; “Grito de Terror”, de Joe Dante, com John Carradine; o filme natalino “Christmas Mountain”; “O Espírito do Vento”, com Chief Dan George. Steve McQueen, com quem Slim Pickens havia contracenado em “Os Implacáveis”, filmou “Tom Horn”, antes de falecer em 1980 e Slim interpretou um Sheriff nesse filme que bem poderia ter sido também a sua despedida das telas. Isso infelizmente só veio a acontecer em 1982 com a comédia “Pink Motel”, em que Slim faz o principal papel masculino. “Pink Motel” foi daqueles filmes que ninguém consegue lembrar se chegou a ser lançado e não representou a justa despedida de Slim Pickens do cinema. Antes, em 1979, Slim Pickens havia feito feito a voz de um personagem em “O Buraco Negro”, com Ernest Borgnine. A característica e inimitável voz de Slim também foi lançada em disco no tempo em que Walter Brennan e até John Wayne entraram num estúdio fonográfico para lançar seus álbuns. A canção de maior destaque entre as gravadas por Slim Pickens foi “Desperados Waiting for a Train”, na qual Slim com sua pungente voz conta a história de um cowboy que o ensinou a percorrer os caminhos do Velho Oeste como se fossem bandidos à espera de um trem.

IMAGEM INESQUECÍVEL DE COWBOY - Quando Stanley Kubrick filmou “O Iluminado” queria Slim Pickens para o papel que acabou ficando com Scatman Crothers. Slim não aceitou voltar a trabalhar com Kubrick devido ao hábito do diretor de filmar a mesma cena dezenas de vezes. Para Slim o cinema devia ser uma atividade prazerosa. Assim era Slim Pickens que viveu a maior parte de sua vida com sua esposa Margaret, com quem teve três filhos. Margaret ficou viúva com a morte de Slim ocorrida em 8 de dezembro de 1983, vítima de um tumor cerebral. A lembrança do desengonçado sidekick e a do sempre engraçado cowboy Slim Pickens é uma das imagens que sempre estarão na retina dos apaixonados por faroestes.

14 comentários:

  1. Darci, meu amigo, essa é uma matéria que esperava com ansiedade. Tenho grande carinho pela figura do Slim Pickens.
    Lembro que quando garoto eu e um amigo adorávamos "aquele cara que sempre está de chapéu", como dizíamos.
    E o chapéu acompanhava Pickens por todos os filmes. Ainda que não fossem westerns lá estava o chapelão. Ficávamos até tentando descobrir em qual fita ele apareceria com a cabeça descoberta.
    Agora, sabendo que ele era um cowboy legítimo tudo fica mais claro.

    Muito bom conhecer mais sobre a carreira desse ator inesquecível por seus papéis e também por sua figura ímpar.
    Valeu!

    Edson Paiva

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  2. Olá, Édson. Como se vê, há uma foto de Slim sem chapéu, justamente de um filme em que ele interpreta um dos poucos personagens detestáveis de sua carreira. Comecei a gostar de Slim Pickens aos poucos, descobrindo algo aqui, depois ali, sempre nos grandes filmes, até vê-lo como sidekick de Rex Allen. Os bobocas era uma das coisa mais chatas dos westerns B, mas com Slim era diferente. Está entre os dois ou três melhores - Gabby Hayes e Fuzzy St. John seriam os outros. Só que apenas Slim chegou onde chegou com seu imenso talento, seja dramático ou para comédias. Ele merece o destaque. Um abraço.

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  3. Infelizmente não tive a oportunidade de ver o Slim nessa série de filmes com o Rex Allen, Darci. Mas assisti a boa parte dos outros filmes por você citados no artigo. Ele era daquele tipo de ator que mesmo fazendo papéis pequenos ficávamos á espera de sua aparição na tela. E não a esquecíamos após o filme acabar. Sempre marcante.

    Ah, e sobre o chapéu, na foto ele está sem ele mas no resto do filme certamente isso não ocorre. Mesmo quando eram filmes de temática contemporânea lá estava Slim Pickens com o chapéu na cabeça, sempre fazendo magistralmente o velho cowboy.

    Darci, foi em "O Irresistível Forasteiro", com o Glenn Ford e a Shirley Maclaine, que Pickens fazia um xerife que dava um jeito de ir pescar sempre que apareciam problemas? Ou era outro ator em outro filme?

    Também gosto muito do Gabby Hayes, sempre engraçado e roubando a cena.

    Edson Paiva

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  4. Édson, muito legal essa sua sacada a respeito do chapéu de Slim Pickens. Em 1941 - Uma Guerra Muito Louca ele entra no submarino de chapéu, Mifune e Cushing obrigam-no a tirar a roupa e ficar de ceroulas, mas o chapéu não sai da cabeça. Um cowboy de verdade não tira o chapéu tão facilmente, não é mesmo, a não ser para cavalgar uma bomba atômica segurando o chapéu para ele não voar universo a fora... O filme que você cita do Glenn Ford é o próprio Slim. Gabby era ótimo mas veja se você assiste filmes do Al Fuzzy St. John que também era muito bom.

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  5. Grande lembrança, Darci. A foto do Slim ao lado do Rex Allen é daquelas imagens que valem mais do que mil palavras.
    Entendi a referência a chatice dos "bobocas do western B" e mesmo nos faroestes A, estes deslocados e engraçados personagens precisam de ótimos atores para também não se tornarem enfadonhos.
    Além dos citados, Slim junta-se a Andy Devine nessa difícil caracterização. Não vi a refilmagem de Stagecoach (1966), mas pelo menos tentaram Slim Pickens como "Buck".
    Aproveito para destacar Henry Jones, roubando cenas no belo filme "3:10 to Yuma" de 1957.

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  6. Ivan, que escolha difícil, heim: Devine ou Pickens como o melhor Buck. Claro que o filme de Ford tem toda aquela aura que o de Douglas não tem, mas ainda assim slim deu seu show habitual. Vi a versão de 1966 no cinema e depois na TV, mas não tenho esse filme que bem merece uma revisão. Lembro de Bing Crosby, tantas vezes padre como o bêbado criado por Thomas Mitchell. Nunca gostei muito de Henry Jones. Acho que ele seria um 'boboca' perfeito, na linha de Smiley.

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    1. Acho o Jones engraçadíssimo na cena que, de diversas maneiras, pede uma bebida na casa de "Dan Evans" e recebe a ótima resposta do garoto em 3:10 to Yuma.
      Ele é o vendedor de bicicleta que aproveita a multidão impassível assistindo um desesperado Xerife tentando arregimentar homens em Butch Cassidy.

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  7. Vou responder aqui ao Sidney Costarelli que postou um comentário numa outra matéria, escrevendo assim: --- Ora quem diria que Slim Pickens seria lembrado, e no entanto
    ele está muito bem lembrad pelo editor de blog. Não me lembro dele como sidekick de Rex Allen, se formmas me recordo de sua atuação
    em vários westerns de qualidade. Slim marcou época no velho oeste do cinema, personagens como ele transforma o tema westerns um tesouro inesgotável. Sidnei Costarelli ---- É como você disse, Sidney, um tesouro inesgotável. Só a cena da morte em Pat Garrett vale por toda a carreira de muita gente famosa que ainda anda nas camisas vendidas nas grifes. E cinema é um pouco mais que isso. Cinema é, Slim Pickens, por exemplo. Um abraço - Darci

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  8. Eu vi muitos trabalhos do Slim em westerns classe A (como a FACE OCULTA, de Brando, aliás gostei muito do trabalho de Slim nesta obra), mas não cheguei a ver a série com Rex Allen, onde definitivamente foi o começo de sua carreira.

    Lembro dele num filme que não era western, era uma aventura com Terence Hill, intitulada Mr.Rico (Mr. Billion), em 1977, onde o Slim briga com Terence num bar. Recentemente, gravei uns episódios de Bonanza onde ele é o amigo do Hoss (Dan Blocker) com quem também sai sempre brigando, aliás, bem páreo para o gigante de Ponderosa, não é mesmo?

    Mas realmente sublime a sequencia entre ele e Katy Jurado ao som de “Knockin’ on Heaven’s Door”, de Bob Dylan no clássico PAT GARRETT & BILLY THE KID, poético diria, num western de proporções violentas tal como foi de fato a vida do lendário Outlaw, desmistificando assim toda lenda áurea que Hollywood vinha floreando sobre os personagens do Velho Oeste.

    Slim Pickens, se não foi um tributo de Deus para o mundo da Sétima Arte em geral, ao menos, e de grande importância, foi um tributo de Deus para o gênero que nós aqui tanto tributamos.

    Abraços
    Paulo Néry

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  9. Esses episódios de Bonanza são ótimos. Só mesmo Slim Pickens para enfrentar Hoss. A sequência com Slim em Pat Garrett é um exemplo do diferencial entre Peckinpah e seus imitadores. Mesclar banhos de sangue com uma cena como aquela não é para qualquer um. E Slim Pickens estava nela, ator predestinado a sequências antológicas no cinema.

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  10. Hadson - Governador Valadares (MG)11 de fevereiro de 2012 às 12:19

    Mais uma matéria sensacional que nos remete aos tempos dos faroestes. Pura nostalgia.
    Excelente!!!

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  11. Slim Pickens teve uma trajetoria de vida e artistica muito semelhante à de Ben Johnson.
    Por esta razão imputo ao mesmo igual valorização no seu trabalho, tal qual o desafeto de John Ford.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  12. Caramba! Há muito tempo queria lembrar o nome do ator e o nome do filme em que ele monta uma bomba. Me lembro quando assisti este filme no Cine Teatro Goiânia, hoje Teatro Goiânia. Já se passaram mais de 55 anos.

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