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19 de janeiro de 2012

A ÁRVORE DOS ENFORCADOS (The Hanging Tree) - DESTACADO WESTERN DE DELMER DAVES


Dorothy Marie Johnson escreveu mais de 50 pequenas histórias e 17 livros ambientadas no Velho Oeste. O cinema imortalizou algumas dessas como a obra-prima "O Homem que Matou o Facínora" (The Man Who Shot Liberty Valance) e "Um Homem Chamado Cavalo" (A Man Called Horse) e duas sequências com o personagem 'John Morgan', em todas interpretado por Richard Harris. O primeiro livro de Dorothy M. Johnson levado ao cinema, em 1959, foi "The Hanging Tree", dirigido por Delmer Daves e que no Brasil se chamou "A Árvore dos Enforcados". Delmer Daves raramente é citado entre os grandes diretores de westerns do cinema, mas o conjunto de nove faroestes que Daves dirigiu entre 1950 e 1959 fazem dele um dos diretores que merecem maior respeito e reputação, além de uma maior atenção para com sua magnífica obra no gênero. Um de seus faroestes menos citados e lembrados é justamente aquele com roteiro baseado na história escrita por uma mulher, "A Árvore dos Enforcados".


O curandeiro Grubb coloca a corda
no homem que é 'instrumento do diabo'
O MAIS SINISTRO MÉDICO DO OESTE - Wendell Mayes e Halstead Welles são os roteiristas que adaptaram o livro de Dorothy M. Johnson, que conta a história de um estranho médico que chega ao lugarejo chamado Skull Creek, no Estado de Montana, onde forma-se uma comunidade que vive do garimpo de ouro. O médico é o Dr. Joseph Frail (Gary Cooper), reconhecido por muitos que ali habitam. Frail exercita com igual habilidade seus conhecimento de Medicina, as cartas na mesa de pôquer, seu revolver e seu punhos. Em certo momento o Dr. Frail é chamado para atender uma emergência para socorrer Elizabeth Mahler, uma suíça que estava a bordo de uma diligência atacada por bandidos próximo de Skull Creek. Elizabeth ficou exposta ao sol e sofreu queimaduras de 2.º grau, encontrando-se em estado de choque, inclusive com perda da visão. O Dr. Frail consegue salvar Elizabeth fazendo com que ela se recupere e voltando também a enxergar. Elizabeth apaixona-se pelo Dr. Frail mas este se afasta da moça. Elizabeth então forma uma sociedade com Frenchy Plante (Karl Malden) para explorar uma mina e acabam descobrindo enorme quantidade de ouro. Frenchy se embriaga e paga bebida farta aos mineradores da cidade levando-os a incendiar praticamente todo o lugarejo. Frenchy decide então violentar Elizabeth, a quem vinha assediando há tempos. O Dr. Frail chega então à cabana e consegue conter Frenchy, matando-o com vários tiros e jogando o corpo despenhadeiro abaixo. Incitados por George Grubb, um pregador beberrão, a turba revoltada com o Dr. Frail leva o médico até uma árvore para enforcá-lo. Frail é salvo por Elizabeth que joga pepitas de ouro para os mineradores que abandonam seu intento de enforcar o médico que é salvo por Elizabeth. Ao final Frail termina ao lado da moça que o ama.

George C. Scott, Karl Malden e John Dierkes
INSTRUMENTO DO DIABO - "A Árvore dos Enforcados" gira inteiramente em torno da ambígua e contraditória figura do Dr. Joseph Frail, homem capaz de gestos de grande bondade e ternura, como quando recebe um beijo como pagamento da criança pobre que havia curado. Maior ainda a desinteressada generosidade de Frail ao cuidar e salvar a suíça Elizabeth, recuperando-lhe a confiança e a vontade de viver e ainda subsidiando-a financeiramente de forma anônima na exploração de uma mina. E é esse mesmo homem quem salva e depois praticamente escraviza um jovem (Ben Piazza), tornando-o seu empregado e tratando-o com extrema rudeza. O passado de Doc Frail é obscuro e mesmo quando revelado por ele não esclarece muita coisa. Sabe-se que incendiou sua casa onde estavam mortos sua esposa e seu irmão. O alucinado curandeiro-praguejador George Crubb chama Frail de 'instrumento do diabo'. Frail não admite a covardia de Frenchy e o faz de modo violento seguido de uma ameaça de morte a Frenchy, o que afinal se confirma. O por vezes caridoso Dr. Frail é refratário a qualquer gesto sentimental, repudiando friamente a amorosa gratidão de Elizabeth.

WESTERN NÃO MANIQUEÍSTA - Como em outros de seus westerns, Delmer Daves privilegia o enfoque sobre o comportamento humano, centrado em "A Árvore dos Enforcados" basicamente na figura do Dr. Joseph Frail (Gary Cooper). Isso levou a não serem desenvolvidos plenamente os personagens de Maria Schell (Elizabeth) e mais ainda o de George C. Scott (curandeiro). Após todos os horrores pelos quais passou, a decisão de Elizabeth em permanecer naquele mundo hostil onde acabou de perder o pai assassinado num assalto à diligência, é um ponto falho na história. O curandeiro-praguejador interpretado por George C. Scott só revela seus reais instintos ao final quando esquece o enforcamento que havia incitado para tentar alcançar o título de propriedade da mina  de Elizabeth, pedaço de papel que esvoaçou ao vento. O curandeiro era apenas mais um homem movido pela ganância. Doc Frail não é um herói, apesar de salvar vidas, não ocorrendo em "A Árvore dos Enforcados" o tão comum maniqueísmo nos westerns. O vilão do filme, Frenchy Plante é outro homem comum ao meio em que vive onde a cupidez caminha ao lado dos desejos libidinosos despertados pela infeliz Elisabeth. Mesmo o quarteto de senhoras do lugar é motivado por pensamentos pecaminosos a visitar a convalescente Elizabeth, sendo de lá expulsas no único momento em que Frail se permite o irônico gracejo: "Se as senhoras não estiverem grávidas, vão embora daqui". Certamente o mais melodramático de todos seus westerns, "A Árvore dos Enforcados" já deixa entrever o tom dos próximos filmes de Delmer Daves, entre eles "Amores Clandestinos", "O Vale das Grandes Batalhas", "O Erro de Susan Slade" e mesmo o drama romântico "O Candelabro Italiano".


FENOMENAL GARY COOPER - Doc Joseph Frail é um personagem altamente complexo e trágico interpretado extraordinariamente por Gary Cooper, de forma jamais vista em sua longa carreira como ator. Seus gestos de bondade expressos em suas feições sinceras contrastam com seus segredos e o olhar sinistro que lança a quem o desafia ou involuntariamente quer invadir seu passado. Já houve quem atribuísse a intensidade das interpretações de Cooper nos últimos anos de sua vida ("Heróis de Barro" (They Come to Cordura), "O Homem do Oeste" (Man of the West), "Sublime Tentação" (Friendly Persuasion, por exemplo) à doença que o consumia. Isso é desconsiderar o talento de Gary Cooper e a força desses personagens por ele interpretado. Neste caso um homem que possivelmente foi traído por sua mulher com seu irmão. Comparando-se a atuação de Cooper em "A Árvore dos Enforcados" com o Will Kane de "Matar ou Morrer" (High Noon), Kane pode ser considerado uma criação menor de 'Coop'. A vienense Maria Schell interpreta bem a personagem Elizabeth, deixando no entanto a impressão que a grande cena dramática do filme, quando ela recobra a visão, poderia ter uma dose maior de emoção. As filmagens de "A Árvore dos Enforcados" duraram 62 dias, sendo que durante duas semanas Delmer Daves esteve doente e afastado das locações em Yakima. Daves foi substituído na direção por Karl Malden. Acostumado a papéis de homens corretos e de boa índole, Malden interpreta um tipo quase desprezível, o do minerador que só pensa em ouro e em mulheres, neste caso a delicada Maria Schell. Encontrando-a semimorta o personagem de Malden não esconde o desejo de possuir aquele corpo inerte. Posteriormente Karl Malden se afirmaria como homem mau em "A Face Oculta" (One-Eyed Jacks) e em "Nevada Smith". Neste "A Árvore dos Enforcados" Karl Malden brilha como o detestável Frenchy Plante.

Maria Schell e Karl Malden em excelentes interpretações

UMA INJUSTIÇA MUSICAL - Este western dirigido por Delmer Daves é desenvolvido em ritmo propositalmente lento, possibilitando explorar magnificamente o cenário natural de Yakima, em Washigton, próximo à fronteira com o Canadá, lembrando algumas das locações dos westerns de Anthony Mann. O trabalho conjunto de Daves e do cinegrafista Ted McCord pode ser chamado de trabalho arquitetônico, situando a cabana onde se instala o Dr. Frail acima da cidade em formação construída pelo Diretor de Arte Daniel B. Cathcart. Fazendo uso de travelings a câmara vê a movimentação do pequeno povoado a dezenas de metros de altura, como se o médico pairasse acima de tudo ali que transcorre. E a lente de McCord percorre suavemente as escarpas e belos cenários retornando sempre para a tensão instalada nas relações entre os personagens, tudo marcado pela trilha sonora de Max Steiner. Desta vez o compositor vienense dividiu as orquestrações feitas para o filme com desenvolvimento melódico da impressiva canção-título composta por Mack David e Jerry Livingston. A canção "The Hanging Tree" é interpretada com emoção por Marty Robbins durante os letreiros iniciais e ao final de "A Árvore dos Enforcados". Essa magnífica canção concorreu ao Oscar de Melhor Canção Original de 1959, ano em que foram indicadas canções que decididamente não entraram para a história. A Academia premiou a alegre (e nada mais que isso) canção "High Hopes", cantada por Frank Sinatra em "Os Viúvos Também Sonham". Deixando de premiar a música imortalizada por Marty Robbins, na noite de 4 de abril de 1960, em Los Angeles, perpetrou-se mais uma imperdoável injustiça para com o faroeste. "A Árvore dos Enforcados" situa-se com destaque na maiúscula filmografia western de Delmer Daves.

Acima Dorothy M. Johnson com Gary Cooper; Delmer Daves orienta
Maria Schell e 'Coop'; abaixo álbuns de Marty Robbins.

A OPINIÃO DA AUTORA - Preocupados com a possibilidade de o título "The Hanging Tree" assustar e afugentar o público feminino, os produtores de "A Árvore dos Enforcados" pediram a opinião de Dorothy M. Johnson. Esta lembrou que o primeiro título que ela havia dado à sua história era "Prisoner of Skull Creek", um pouco menos violento. Mas Dorothy então ponderou: "Eu nunca soube que Gary Cooper fosse capaz de assustar uma mulher. Elas simplesmente o adoram e vão assistir ao filme seja qual for o título." Seguindo a opinião da escritora, prevaleceu o tenebroso título "The Hanging Tree".
O SUCESSO DE MARTY ROBBINS - Marty Robbins era um dos principais cantores de música country quando, aos 34 anos gravou o álbum intitulado "Gunfighter Ballads and Trail Songs" apenas com músicas chamadas de 'cowboy songs'. O disco fez um sucesso enorme e a canção que mais se destacou não foi "The Hanging Tree", mas sim "El Paso", que lançada em compacto atingiu o primeiro lugar na parada da country music do Billboard Hit Parade. O LP "Gunfighter Ballads and Trail Songs" é hoje considerado um clássico neste gênero de música.
O westerns "A Árvore dos Enforcados" foi gentilmente cedido pelo amigo
Paulo Néry, do blog FILMES ANTIGOS CLUB.

11 comentários:

  1. Saudações Darci!

    Emfim, postou um artigo de um Western que esta entre meus dez mais. O que mais me chamou a atenção, além da excelente trama, foi justamente a interpretação deste ator que, além de carismático e bonito, tinha grande talento: Gary Cooper.

    Tudo bem que ao longo de sua carreira gloriosa, Coop não fez vilões, mas era capaz de interpretar heróis diferenciados. Aqui, Joe Frail não é um herói típico como costumamos ver nas atuações de Gary.

    Na verdade, nem é um herói, mas uma vítima de seu rancor. Possivelmente, um homem amargurado pela traição daqueles que ele amou. Certa vez, vi um comentário a respeito desse filme cujo autor não me recordo o nome e que me lembro que era um crítico de cinema, e ele disse que o passado sinistro de Joe é que ele incendiou uma casa, depois que matou o irmão que havia traído com sua mulher, e esta acabou se matando.

    Talvez ele tenha se baseado com um trecho de diálogo onde o personagem de Karl Swenson conversa com Ben Piazza, onde Swenson conta uma história de um determinado médico e o drama aqui exposto, sem contudo esclarecer que foi, de fato, o Dr. Joseph Frail. No entanto, seja como for, daria uma grande razão de carregar tantos traumas e amarguras no coração.

    Cooper nunca fez um papel tão complexo, uma verdadeira faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que ele poderia ser terno com uma criança, ele também poderia ser egocêntrico, arrogante, e implacável com quem se metesse em seu caminho ou nos seus assuntos.

    Mas tudo muda, aos poucos, quando conhece a imigrante suíça que se apaixona por ele. Percebemos que ELE mesmo também se apaixona, mas não quer admitir e não quer se envolver, talvez por estar tão retraído. Certamente se não estivesse apaixonado, Frail não a ajudaria, ainda que ocultamente, no trabalho da mina.

    Bem esta é minha análise, e acho que este personagem feito com tanta convicção por Cooper também mereceria uma análise feita pelos nossos amigos comentaristas do CINEWESTERNMANIA. A Afirmativa de que Gary Cooper só interpretou bem porque estava doente não procede, e diria que é até uma infâmia ao talento do ator, que demonstrou ao longo de mais de 30 anos de carreira grandes e inesquecíveis atuações.

    A TRILHA SONORA eu tenho em cd, e conheço um pouco do trabalho de Marty Robbins, que faleceu aos 59 anos, em 1982. Na capa do LP Gunfighter Ballads, ele ta parecendo Richard Boone como Paladino do Oeste, e gosto muito de ouvi-lo cantar a Balada do Álamo.

    Obrigado, Darci, por todas estas informações sobre "The Hanging Tree". Forte abraço do amigo

    Paulo Néry
    Filmes Antigos Club Artigos
    http://articlesfilmesantigosclub.blogspot.co

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  2. Daves para mim é um dos grandes diretores de westerns, infelizmente injustamente esquecido. Mas não gosto de A ÁRVORE DOS ENFORCADOS, mesmo amparado por um fabuloso elenco.

    O Falcão Maltês

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  3. Paulo, quando do lançamento do filme havia até uma pergunta que ficou famosa: "O que aconteceu na casa do Dr. Frail". se considerarmos que o ano da produção foi 1958, muito do Código Hays já havia ido para o bueiro. Em 1955, quando foi rodado Rastros de Ódio, o tema já havia sido abordado com a evidente relação entre Ethan Edwards e sua cunhada Martha, o que resultou em pelo menos uma das filhas, Debbie. Por essa razão considero que falar tão veladamente sobre o que ocorreu na casa incendiada tenha sido o medo de chocar o público de 50 anos atrás.
    Bela observação sobre Marty Robbins imitar a pose do Paladin. Pouco antes de falecer Robbins participou de Honkytonk Man, um dos menos conhecidos filmes de Clint Eastwood, no qual ele interpreta um cantor country cuja história se baseou na vida do Shakespeare da country-music, Hank Williams. Marty nesse filme está quase irreconhecível já consumido pela doença que o levou tão cedo.

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  4. Nahud, depois da série muito boa de westerns, Delmer Daves fez nos anos 60 cinco filmes muito aquém do que se poderia esperar dele. E nenhum westerns mais. Penso que seu final de carreira num nível inferior muito colaborou para que sua reputação como grande diretor nunca tenha sido devidamente reconhecida.

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  5. De fato há algumas falhas no roteiro ao deixar de fazer análises e demonstrações mais profundas de alguns personagens. Isso fica claro, já que Daves quase que se dedicou somente a dirigir as câmeras para a face de Cooper ou suas ações, como se a fazer questão de caracterizar a sisudez, seus hábitos e o dia a dia do personagem.
    Isto, no entanto, não é uma regra extra. Em diversos filmes apreciei situação semelhante com o intuito de por destaque no ator principal, ou seja, dar destaque a quem reverteria o investimento do projeto em cifras.
    Quanto a Daves sempre pus em alta seu trabalho. Conforme já citei, jamais assisti a nada que ele fizesse que pusesse em mim qualquer espécie de desagrado. Nos faroestes então, onde, no meu ver se destacava melhor, todos os filmes que fez foram fitas que mereceram maiores análises e melhores destaques nos comentários; (vide Jubal, A Ultima Carroça, O homem das terras bravas, Flechas de Fogo, Galante e Sanguinário e, muito mais especificamente, Como Nasce Um Bravo). Mas este bom diretor também esteve bem atuante em outros gêneros, conforme cita nosso editor e ainda cita titulos de bons filmes do mesmo.
    Não concordo com quem insinuou que Cooper melhorou no final de sua carreira, já com seu mal a lhe corroer as entranhas. Afinal em 1952 ele não estava no fim de sua carreira e nem, me parece, estava doente. Entretanto já era um xerife Kane muito bem interpretado e com uma atuação que lhe rendeu um Oscar.
    O que creio de verdade sobre o meu ator favorito (foi com Cooper que vi meu primeiro filme - Os Inconquistáveis) é que ele era um bom ator. Mas que melhorava a partir de bons papéis e quando estava sob o comando de diretores que sabiam onde tinham o nariz. Senão vejamos; porque em 53 ele não esteve tão bem em Sangue da Terra? Este é um filme quase nunca falado da filmografia deste ator. Em 53 ele também fez o fraco A Volta ao Paraiso e, no fim de sua vida, em 59, fez O Navio Condenado.
    Quase nunca ouço falar em nenhuma destas suas fitas. Porque? Porque se, entre umas obras e outras ele fez filmes louváveis, como O Homem do Oeste, Herois de Barro, Vera Cruz, Sublime Tentção, A Arvore dos Enforcados e Jardim do Pecado, foi porque lhe ofertaram papéis fortes, além de ser comandado por nomes de bom escalão.
    Assim como fez fitas esqueciveis, conforme se pode apanhar em sua filmografia, este bom ator fez fitas péssimas. Fato de ocorrencia com muitos e muitos outros profissionais.
    Assim, fica mais que claro que, com bons papéis e bons diretores, Cooper fez ótimos filmes. Entretanto nada se igualando ao seu desempenho em A Arvore dos Enforcados, onde teve o bom Daves lhe comandando e onde seu personagem tinha o que mostrar.
    Quanto a Maria Schell ela não ajudou em muito a este filme ser a beleza que é. Em Cimarrom ela esteve um pouco melhor. No entanto, de um modo geral, Schell não sombreia uma Loren ou uma Magnani, pois não parece ter vindo ao mundo para exercer a arte de interpretar. Uma atriz apenas sofrível.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  6. Jurandir, vários dos westerns que você citou já foram comentados aqui no Cinewesternmania. Há um post que fala sobre Matar ou Morrer e a saúde de Cooper. Ele passou os últimos dez anos de sua vida padecendo de alguns males físicos, inclusive o câncer que o mataria. Isso é notório especialmente em Vera Cruz onde vemos um saltitante Lancaster (12 anos mais novo que Coop) e Gary Cooper se arrastando com as dores na coluna. Você considera Sublime Tentação um western? Concordo com você que em A Árvore dos Enforcados Cooper se superou. Maria Schell não pode ser comparada com La Magnani mas penso que era até melhor intérprete que a Sophiona.
    Delmer Daves e John Sturges estão entre os grandes diretores de faroestes, sem dúvida. Um abraço.

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  7. 29.08.2012 MIGUEL SANTOS
    ASSISTI ONTEM NO AGRO CANAL, FILME DE BOA ACEITAÇÃO, PERDE-SE NA FINALIZAÇÃO; GARY COOPER, KARL MALDEN E BEN PIAZZA FORAM OTIMOS, NOTA 6, THANK YOU, SEE YOU.

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  8. FERNANDO MONTEIRO escreveu:

    Pegando o "mote" do Darci Fonseca:
    "Delmer Daves e John Sturges estão entre os grandes diretores de faroestes, sem dúvida".
    De fato, "ambos os dois" (conforme diria Fernando Affonso Collor de Mello) estão entre os grandes. Acho que Daves tem uma reputação -- entre os devotos do Western -- talvez um pouco mais sólida do que Sturges, e eu não me arriscaria a sugerir os "porquês", eventuais, disso (ao mesmo tempo em que é perfeitamente possível ser, essa, uma avaliação subjetiva -- e, talvez, sujeita até à inversão)...

    "Galante e Sanguinário", "A Árvore dos Enforcados" e "Como Nasce um Bravo" são três westerns de Daves que merecem, a meu critério, às respectivas notas 10, 9 e 8.

    "Sete Homens e um Destino", "Duelo de Titãs" e "Sem Lei e Sem Alma" são três filmes de Sturges que fazem jus, em minha avaliação pessoal, às respectivas notas 8, 9 e 10.

    Na minha maneira de ver, os dois estariam empatados na contribuição de uma trinca básica superior (pois, é claro, Daves e Sturges fizeram outros filmes, westerns e não-westerns, com menos ou mais êxito) ao gênero que amamos -- e que eles dominavam. Esse é, talvez, o ponto nevrálgico: Delmer e John GOSTAVAM de fazer westerns, demonstravam gosto, interesse e, mesmo, paixão pelos dilemas daqueles homens rudes, lançados em alguma fronteira entre o céu e o inferno. A respeito de Sturges, gostaria de acrescentar que nunca conseguirei "perdoar" o Georges Sadoul que, no seu "Dicionário de Cineastas" inicia o verbete JOHN STURGES escrevendo:
    "Este é o Sturges que interessa"... -- numa inesperada alusão que quer ser elogiosa ao outro diretor (o de comédias, essencialmente) Sturges, cujo primeiro nome era Preston.
    Nenhuma necessidade, a meu ver, de gratuitamente tentar diminuir [?] o Sturges dos faroestes -- a não ser que o "turco" (como o chamava o grande cineasta Alberto Cavalcanti) fosse daqueles que não gostam de westerns com "w" minúsculo ou maiúsculo...
    Mesmo assim, ficou como algo de gratuito -- e até "burro" -- do célebre Sadoul.

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  9. O filme é dos melhores faroestes que já assisti, O humanismo do personagem, vivido por Gary Cooper é algo de fantástico. A grande Maria Schell ilumina a tela, como só os grandes, sabem fazer! Um magnífico filme.

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  10. Acabei de conferir este filme que me agradou bastante, assim como a resenha do amigo Darci. Já estou atrás do CD "Gunfighter Ballads and Trail Songs", de Marty Robbins.
    Darci, você não considera "Sublime Tentação" um western?
    O Paulo Néry do primeiro comentário é hoje o bastante conhecido Paulo Telles do Facebook.
    Um abraço a todos!

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    1. Olá, Thomaz - Respondi no Facebook que creio que Sublime Tentação, com certa boa vontade, pode sim ser considerado um western. .Abraço do Darci

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