UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

6 de setembro de 2024

TOP-TEN WESTERNS DE ANTÔNIO DA CUNHA PENNA

 


  Antônio da Cunha Penna é mineiro de Santa Bárbara, uma das cidades históricas do ciclo do ouro de Minas Gerais, e aos doze anos de idade se mudou com a família para Indaiatuba. Poucos indaiatubenses amam mais essa cidade que Antônio, ou Penna como ele é mais conhecido devido a suas múltiplas atividades, quase todas elas relacionadas com a cultura. Depois de assistir “Blow-Up”, filme inglês de 1966 em que o ator David Hemmings interpreta um fotógrafo, Penna decidiu que queria ser fotógrafo, passando a clicar suas objetivas Nikon ou Mamiya pelas décadas seguintes. Essa atividade o levou a viver o dia a dia de Indaiatuba, registrando com suas lentes praticamente tudo que acontecia na cidade. A fotografia é uma arte, mas Penna não se contentava com as fotos caprichadas que fazia e não conteve outros dons nos quais demonstrou excelência igual à do fotógrafo. Enveredou então pela música e pela literatura tornando-se compositor e autor, tendo sido lançado recentemente seu quarto livro, intitulado “Retrovisões”. Escreveu crônicas para a ‘Revista da Tribuna’, posteriormente publicadas no livro “Só Dói Quando Dou Risada”. Figura das mais conhecidas de Indaiatuba, Penna ocupou cargos importantes em praticamente todos os órgãos culturais da cidade e não se afastando da fotografia foi cofundador do Fotoclube ‘Olhar Fotográfico’, da Casa da Memória e do Cineclube Indaiatuba. Como escritor Penna gosta e muito de escrever sobre o cotidiano da cidade que o acolheu e o referido “Retrovisões” escrito em forma dos saudosos almanaques, faz um levantamento das atividades culturais desenvolvidas por lá desde o início do século passado, com destaque para o cinema.

 

Alguns dos livros de Antônio da Cunha Penna;
e o premiado fotógrafo de tantas e tantas exposições

         Em “Retrovisões” acompanha-se semana a semana as programações dos desaparecidos Cine Rex e Alvorada, até chegar ao Cine Topázio com seus programas especiais dedicados à faixa de público que viveu os dias esplendorosos do Rex e do Alvorada. E Penna não esconde a saudade dessas décadas e dos grandes filmes que assistiu. Curiosamente, a primeira imagem que viu em um cinema o assustou: era Charles Starrett como Durango Kid, imenso na tela montado em seu cavalo branco chamado ‘Raider’. Depois o menino se acostumou e passou a vibrar com os mocinhos como Roy Rogers com quem logo simpatizou e que, segundo Penna, “...Tinha cara de pediatra, era casado e pouco atlético. Diferente dos demais: antes de reagir apanhava além do necessário. Quando menos se esperava começava a cantar... Os outros heróis eram solteiros e cheios de espertezas. Partiam logo para a briga e não titubeavam em sacar a arma. Se bem que gostasse deles, Roy Rogers me parecia familiar”. Esse livro contendo muita informação é entremeado pelas observações argutas, objetivas, muito sinceras e não raro irônicas do autor. E não é que o Penna lembra que Lorna Gray (Adrian Booth) como a vilã ‘Vultura’ era mais sensual que a insípida e tão querida pelo público Kay Aldridge, do seriado “Perigos de Nyoka”? Mais adiante Penna confessa que foi apaixonado por Deborah Kerr (quem não foi?) e que ficou tomado de ciúmes ao vê-la com Burt Lancaster na sequência do beijo na praia em “A Um Passo da Eternidade”. Com o cinema presente em quase todas as páginas com pelo menos um tópico em cada uma delas, o autor relembra ter criado a primeira locadora de Indaiatuba e antes de ser cofundador do Cineclube Indaiatuba ele quase fez parte da célebre confraria chamada de ‘Legionários’, que se reunia semanalmente para assistir filmes e seriados que os cinemas não mais exibiam. Saboroso de forma geral pelo estilo de escrever do autor, “Retrovisões” desperta certa melancolia quando Penna fala do fim dos Cine Rex e Alvorada, tristeza logo superada ao citar o Cine Topázio com seus imperdíveis programas promovidos pelo exibidor Paulo Lui.

 

Durango Kid montado em Raider; Kay Aldridge,
a Nyoka com o punhal; o pensativo Roy Rogers;
e a maravilhosa Deborah Kerr

         “Shane” é o faroeste preferido de Penna que em seu “Retrovisões” escreve  “...Os Brutos Também Amam esconde tanto quanto explícita. É a arte sublimando a realidade. Só grandes artistas conseguem tal façanha sem soar falso. É, sem dúvida, um clássico absoluto”. Em outro trecho Penna fala da música de “Shane”: “...Não sei o que há na música ‘The Call of the Faraway Hills’ (O chamado das colinas distantes), de Victor Young. Seu caráter reverente e ritmo em sintonia com a cadência do cavaleiro solitário chegando à pradaria me levam para aquele mundo onde, uma hora e 59 minutos depois, dou por mim com os olhos úmidos em razão dos gritos desesperançados do menino Joey”. Da primeira imagem de Durango Kid à do cavaleiro dos vales perdidos do filme de George Stevens, Antônio da Cunha Penna assistiu a um número incontável de faroestes e para o blog Westerncinemania ele relacionou o seu Top-Ten Westerns que é este:

  

Penna diante do cenário de seu faroeste preferido

  1.º) Os Brutos Também Amam (Shane), 1953 - Dir.: George Stevens

  2.º) Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 - Dir.: John Ford

  3.º) Matar ou Morrer (High Noon), 1952 - Dir.: Fred Zinnemann

  4.º) O Homem que Matou o Facínora (The Man who Shot Liberty Valance), 1962 - Dir.: John Ford

  5.º) No Tempo das Diligências (Stagecoach), 1939 - Dir.: John Ford

  6.º) Era Uma Vez no Oeste (C’Era Una Volta Il West), 1968 - Dir.: Sergio Leone

  7.º) Sete Homens Sem Destino (Seven Men from Now), 1956 - Dir.: Budd Boetticher

  8.º) O Último Pôr-do-Sol (The Last Sunset), 1961 - Dir.: Robert Aldrich

  9.º) Os Imperdoáveis (Unforgiven), 1992 - Dir.: Clint Eastwood

10.º) A Face Oculta (One-Eyed Jacks), 1960 - Dir.: Marlon Brando

 

Penna com o grande amigo Laudney Mioli no 'Pingado, Pão e Manteiga" semanal que ocorre aos sábados em Indaiatuba


3 comentários:

  1. Conheci Penna em Agosto de 2010 exatamente na saida do cinema Topázio,quando assistimos a um filme do projeto CineClube. Sr Moacir barbeiro já havia falado sobre ele. Curiosamente dei a ele nesta noite um card do SHANE que trazia comigo. RRRRrssss Até hoje somos amigos e muito amigos!!!!

    ResponderExcluir