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1 de janeiro de 2017

QUELÉ DO PAJEÚ, O DESAPARECIDO NORDESTERN DE ANSELMO DUARTE


Lima Barreto e
Anselmo Duarte
Lima Barreto, o cineasta, era também escritor e um de seus livros foi “Quelé do Pajeú”, que Lima tencionou levar ao cinema. Excêntrico e de temperamento difícil, o que se refletiu em dificuldades de produção em todos seus projetos inclusive no bem sucedido artística e comercialmente “O Cangaceiro”, Lima Barreto viu fracassar a tentativa de transformar “Quelé do Pajeú” em filme. Escreveu o roteiro e com ele debaixo do braço saiu em busca de financiamento, mas aos 63 anos de idade e cada vez mais irascível, viu todas as portas se fecharem. O roteiro de Lima Barreto chegou às mãos de Anselmo Duarte que leu e imediatamente se interessou em filmá-lo, impondo a condição de fazer algumas alterações na história, com o que a princípio Lima concordou. O terceiro filme de Anselmo Duarte, “Veredas da Salvação” (1965) não havia repetido o êxito comercial de “O Pagador de Promessas”, mas mesmo assim Anselmo conseguiu apoio financeiro de pessoas físicas e jurídicas. Além do Instituto Nacional do Cinema (INC), nada menos que sete bancos decidiram investir no projeto, assim como gente conhecida como o colunista social Ibrahim Sued e o crítico carioca Carlos Fonseca. Com um bilhão de cruzeiros para seu novo projeto, Anselmo Duarte não teve dificuldades em contratar Tarcísio Meira, já então mais famoso galã da televisão e a atriz Izabel Cristina (que mudou o nome para Guy Loup) igualmente conhecida, além de Jece Valadão e Rossana Ghessa para os principais papéis. Lima Barreto pretendia filmar “Quelé do Pajeú” no sertão pernambucano buscando maior autenticidade, mas Anselmo levou a equipe para a sua cidade natal, Salto de Itú, uma espécie de Alabama Hills cabocla, onde o filme foi quase inteiramente rodado.


Tarcísio Meira e Elizângela Vergueiro;
Tarcísio com Rossana Ghessa.
Juramento de vingança - O nome de Lima Barreto consta nos créditos como autor da história e co-roteirista, mas Lima deu várias entrevistas mostrando-se inconformado com as alterações feitas por Anselmo Duarte que teriam desvirtuado seu texto original. No filme Quelé do Pajeú é o apelido dado pelo Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião (Luiz Alberto Meirelles), ao vaqueiro Clementino Celidônio (Tarcísio Meira) que certo dia retorna para casa e se depara com uma tragédia. Um forasteiro com uma cicatriz na testa e sem o dedo mindinho da mão direita após agredir a mãe de Clementino (Anita Isbano) violenta sua irmã Marizolina (Elisângela Vergueiro). Quelé jura vingança e sai à procura do desconhecido e entre as pessoas que encontra nessa busca está Maria Rita (Izabel Cristina) e o bando de Lampião. Mais tarde Quelé conhece a jovem Maria do Carmo (Rossana Ghessa) que por ele se apaixona e que passa a acompanhá-lo. Finalmente Quelé se depara, na cidade de Imbé, com Cesídio da Costa (Jece Valadão), o homem que desgraçara sua família, justamente no dia em que Cesídio vai se casar. Quelé faz o noivo seu prisioneiro e o obriga a acompanhá-lo até seu sítio em Pajeú das Flores, bem como um padre (Sergio Hingst) a quem ordena que case Cesídio com Marizolina que engravidara após o estupro sofrido. Em Imbé Quelé havia matado um cabo ao se defender da polícia local e é perseguido por uma patrulha. A milícia cerca seu sítio mas Quelé, ajudado por Cesídio, defende-se trocando tiros com a força policial. Cesídio morre no tiroteio e Quelé está prestes a ser morto quando surge um bando de cangaceiros comandado por Lampião dizimando a milícia. Sabedor que será procurado pela Justiça, Quelé se torna mais um cabra do bando de Lampião, vendo Maria do Carmo, grávida de seu filho, ser morta por um tiro disparado pelos ‘macacos’ de uma volante.

Jece Valadão; Luiz Alberto Meireles e
Jorge Karam.
O nordestern de Anselmo Duarte - Em suas pesquisas sobre o cangaço, Lima Barreto descobriu que existiu um pernambucano chamado Clementino Furtado, apelidado de Quelé, e que após ter participado do bando de Lampião, tornou-se policial. Atingindo o posto de sargento, Quelé foi um dos mais tenazes perseguidores de cangaceiros, comandando uma volante conhecida como ‘Coluna Pente Fino’, responsável pelo extermínio de dezenas de cangaceiros. Sargento Quelé, que era lembrado como ‘a valentia em pessoa’ veio a falecer de morte natural em 1955 e inspirou Lima Barreto a criar o personagem protagonizado por Tarcísio Meira. No mesmo ano em que foi produzido “Quelé do Pajeú’, Glauber Rocha filmou seu “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, ambos autênticos nordesterns, ou seja, faroestes ambientados no sertão nordestino mas com diferentes pretensões estéticas. Glauber, que viajava bastante, conhecia a nova linguagem dos westerns produzidos na Europa, cujos expoentes eram Sergio Leone e Sergio Corbucci. Anselmo Duarte, por seu lado, tinha “O Cangaceiro” e o ciclo que se desenvolveu posteriormente sobre o cangaço, como modelos para seu novo filme. Glauber era uma espécie de unanimidade para a crítica, sendo seu novo filme com o personagem Antônio das Mortes saudado como obra de gênio. Sem a mesma repercussão na imprensa, Anselmo Duarte com “Quelé do Pajeú” realizou um dos melhores exemplares do gênero nordestern.

Rossana Ghessa, Sergio Hingst, Jece Valadão e
Tarcísio Meira; Luiz Alberto Meireles;
Desafio à ditadura militar - Tecnicamente muito bem produzido, sendo o primeiro filme nacional em 70 mm e som estereofônico, “Quelé do Pajeú” reafirma o inegável talento de seu diretor. Anselmo imprimiu ritmo quase perfeito à odisseia de Quelé na consecução de sua vingança, alternando cenas de ação, romance e sensualidade sem deixar de observar os aspectos religiosos, mesmo o fanatismo tão comum ao homem simples. A história ganha nuances que desafiam os costumes tidos como normais a exemplo da inusitada vingança de Quelé ao obrigar Cesídio, retirado do altar de uma igreja em seu casamento, para se casar com sua irmã, o que é visto com naturalidade por todos. Mesmo Cesídio tem direito a explicar que nada demais fez a não ser cumprir seu dever de macho e ninguém melhor que Jece Valadão para usar essa tese. Sem qualquer compromisso com a defesa da ordem legal, cangaceiros são mostrados simpaticamente, dividindo com o povo o produto dos saques praticados, ainda que por vezes pratiquem alguns excessos abusando de suas vítimas. Nunca mostrados como bandidos, mas sim como gente alegre, valente e justa, os cabras liderados pelo Capitão Virgulino Ferreira vencem sempre as forças policiais organizadas fazendo de “Quelé do Pajeú” um filme desafiador no mais grave momento da ditadura militar no Brasil. Ao final, vendo sua mulher grávida ser morta pelas forças do governo, Quelé segue sua vida ao lado dos cangaceiros em busca de justiça social. Ainda bem que os rigorosos censores cochilaram e o filme de Anselmo Duarte foi exibido normalmente, por algum tempo...

Tarcísio Meira e Jece Valadão
Sequências antológicas - O maior defeito de “Quelé do Pajeú”, por sinal comum em nosso cinema, é transformar pessoas simples em filósofos capazes de expressar frases de grande profundidade. Quelé fala só o suficiente e no linguajar típico de sua gente, mas outros personagens como Maria do Carmo, Cesídio, Maria Rita e até o guarda do quarteirão (Simplício) são cansativos com suas falas recheadas de alcance psicológico quando não metafísico. Queixosa com a quase mudez de Quelé, Maria do Carmo lhe diz: “Já não basta o silêncio do deserto que parece sem vida...”. Se Anselmo Duarte não soube evitar esse tipo de armadilha, por outro lado apresenta em seu filme sequências que merecem fazer parte de qualquer antologia do nosso cinema. Maria do Carmo rejeitada por Quelé monta o cavalo e se excita durante a cavalgada até atingir o orgasmo numa sequência de extraordinária beleza e sensualidade. A luta entre Quelé e Cesídio, inicialmente com facão e punhal, depois com pedaços de madeira e terminando com punhos é excepcionalmente bem coreografada e sem o uso de dublês, em outro momento supremo deste filme. Quelé demonstrando sua coragem e Lampião aceitando o desafio e arriscando a vida “...seja o que Deus quiser...” para reafirmar sua macheza é também uma sequência admirável.

Rossana Ghessa

Geraldo Vandré e Izabel Cristina
Trilha sonora inferior - A trilha sonora musical de “Quelé do Pajeú” foi composta por Marconi Campos, Hilton Acioli e Théo de Barros, sendo executada pelo Trio Marayá, formado por Marconi, Hilton e Behring Leiros, todos maranhenses. Esses músicos acompanharam Geraldo Vandré nas apresentações das canções “Disparada” e “Ventania”, que Vandré levou aos festivais da TV Record. Porém as canções utilizadas no filme não possuem a força destas citadas ou de outras compostas por Vandré, deixando o espectador durante o filme todo à espera de uma canção mais vigorosa, o que não ocorre, não propiciando, assim, maior força dramática às imagens capturadas pelo cinegrafista José Rosa. Uma pena mesmo, ainda mais porque consta que Geraldo Vandré tenha participado como ator sem que possa ser identificado com maior certeza. Essa e muitas outras dúvidas cercam “Quelé do Pajeú”, dúvidas que infelizmente não podem ser esclarecidas visto que a maior parte dos participantes desta produção já faleceu. A atriz Isabel Cristina, ou Guy Loup, que há anos reside na França, seria uma fonte fidedigna, assim como o próprio Vandré e Rossana Ghessa.

Tarcísio Meira; Simplício e Izabel Cristina.
Tarcísio Meira como sertanejo - Aos 34 anos Tarcísio Meira protagonizou brilhantemente o personagem principal deixando longe sua imagem de galã para interpretar o sofrido Quelé. Jece Valadão igualmente excelente não precisando se esforçar muito para compor mais um canalha na extensa galeria de tipos que viveu no cinema, se bem que seu personagem Cesídio termina por se redimir e lutar ao lado de Quelé. A linda Rossana Ghessa, italiana de nascimento, era uma resposta do cinema brasileiro a Claudia Cardinalle e sai-se bem como Maria do Carmo, personagem completamente diferente das tantas que se acostumou a interpretar mas com igual poder de sedução. E sensualidade é o que não falta também à bonita Izabel Cristina, em papel menor. Elizângela, aos 14 anos é Marizolina, ela que teve seu auge como mulher sensual nas novelas nacionais. Sergio Hingst, eficiente como de hábito completa o elenco central que tem um Lampião alourado e sem os óculos característicos. Jorge Karam é um dos cangaceiros e Simplício (Francisco Flaviano de Almeida) tem participação pequena mas cansativa o suficiente superatuando desnecessariamente. Anselmo Duarte era muito bom na direção de atores mas acabou deixando Simplício se exceder. Regina Duarte paris, a filha de Anselmo Duarte faz uma ponta como a noiva de Cesídio.

Rossana Ghessa, Elizângela Vergueiro, Jorge Karam e Sergio Hingst

Tarcísio Meira; Tarcísio e Rossana Ghessa.
Filme descoberto 40 anos depois - Uma vinheta do Canal Brasil diz assim: “O que seria do Brasil sem... o Canal Brasil”. De fato, haveria uma lacuna impossível de ser preenchida pois entre as dezenas e dezenas de produções nacionais rodadas sob os auspícios da Lei Rouanet, o Canal Brasil nos presenteia com um filme como “Quelé do Pajeú” e outros clássicos do nosso cinema. Nossa produção cinematográfica sempre lutou por espaço nas salas exibidoras, como foi o caso deste filme de Anselmo Duarte que permaneceu por seis semanas em cartaz no Cine Windsor. Já a imensa maioria das dezenas (ou centenas) de filmes que o Brasil produz neste novo século são exibidos apenas nas madrugadas do Canal Brasil. A incúria dos donos da nossa cultura permitiu que “Quelé do Pajeú” fosse dado como desaparecido por 40 anos pois não se sabia da existência de uma única cópia sequer. E disso se aproveitou bem Anselmo Duarte que gostava de dizer que seu melhor filme era exatamente “Quelé do Pajeú”, aquele que ninguém mais podia assistir. E uma lenda se criou em torno dessa obra até que um certo Paulo Wenceslau Duarte, descobriu na Europa uma cópia em muito bom estado. Essa cópia foi a exibida na Itália pois contém legendas em Italiano e, ainda bem, foi resgatada e apresentada como presente de Natal em 2016 pelo Canal Brasil. Anselmo Duarte estava certo ao falar bem de “Quelé do Pajeú”, um grande filme, sem dúvida, mas aquém da poética simplicidade de sua obra-prima “O Pagador de Promessas”.

14 comentários:

  1. Olá, Darci!
    Muito interessante. Uma pena ter caído no esquecimento e também uma pena eu não ter o Canal Brasil para poder conferir. Por enquanto vou me contentar em assistir "O Pagador de Promessas", cuja cópia recebi recentemente de uma amiga. A bela Guy Loup participou com Tarcísio Meira de "Casinha Pequenina" (1963), de Glauco Mirko Laurelli, o primeiro filme colorido de Mazzaropi.
    Um abraço!

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  2. Prezado Darci, parabéns pelo texto preciso e informativo, como sempre. Que bom que esta pérola do cinema nacional foi resgatada e hoje temos a oportunidade de apreciá-la. "Quelé do Pajeú" está disponível para download no Making Off. ótima oportunidade para quem não tem acesso ao Canal Brasil. Aproveito para desejá-lo um próspero 2017, que estendo aos leitores e leitoras do Westerncinemania.
    Márcio/MG

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  3. Oi Darci. Olhe, o que realmente aconteceu com a atriz Isabel Cristina foi o contrário do que você informou no texto. O nome da atriz era Guy Loup, que aliás é o nome verdadeiro dela. Só que ela fez tanto sucesso com a novela "O Direito de nascer" que ela adotou o nome de seu personagem, que era Isabel Cristina.

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  4. Quanto ao filme Quelé do Pajeú, acho que contém muitos erros, parece que o filme foi feito por amadores. Entre outros cito o fato de que a volante que veio para prender Quelé era composta de seis soldados. Depois que mataram mais de 20, ainda sobraram uns dez para serem mortos pelo bando de Lampião. Outra coisa, o personagem de Jece Valadão carrega o seu revólver Smith&Wesson calibre 38 com balas do rifle do Quelé, calibre 44.

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  5. Olá, Darci!
    Reli a resenha depois de ter finalmente visto ontem o northeastern Pelé do Cajeú (ops...) "Quelé do Pajeú". Realmente é um grande filme e seria mesmo uma pena se continuasse perdido. Achei que a história de enrendo simples foi bem conduzida e os diálogos e cenas bem elaboradas acabaram dando mais notoriedade à fita. Ao contrário de você, gostei da participação de Simplício, o responsável pela fama de Itu ser a cidade onde tudo é grande. Gostava de vê-lo na Praça e foi uma satisfação revê-lo aqui. Muitos spaghettis têm personagens cômicos como o dele neste filme. E falando em spaghettis, deveriam mesmo ter se inspirado neles e ter feito uma trilha mais elaborada e que assim desse mais dramaticidade às cenas, como ocorria nos faroestes italianos tão evidentes naquela época. As ótimas seqüências de tiroteios não devem em nada às dos westerns americanos e italianos. Para finalizar li que a bela Guy Loup virou ocultista e artista de rua pintando retratos de turistas numa esquina da França. Foi um prazer conferir este filme presenteado por você.
    Valeu e um abraço!

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  6. O filme inteiro em HD (720p) esta aqui:

    https://youtu.be/OrdnwHViwa8

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  7. Anselmo Duarte consegue, em Quelé de Pajeú, se superar em seu primoroso O Pagador de Promessas.
    Tarciso Meira, no meu ver o maior ator brasileiro, designa ao filme do Anselmo o que de melhor sabia fazer, que era ser o mocinho bonito em forma de bruto, nos mostrando que o cinema nacional tem quem o represente com honras, enquanto Rossana Ghessa, louca de uma paixão sem qualquer controle aparente, desafoga sua sede de amor na sela de um cavalo em movimento desesperado, numa das mais belas e sensuais cenas que já captei no cinema, em um dos mais belos e quase que impercebíveis momentos em que se despoja, com intenso ardor, sua sofreguidão pelo sexo em reprimencia.
    Nada mais belo ou sensual ainda o cinema conseguiu mostrar. Cena sem grosseria alguma e com uma coreografia invejável até mesmo para comparações com o cinema estrangeiro, ou mesmo imperceptivel para quem não se ativesse com a atmosfera ligada no cena.
    Um momento de deslumbrante beleza e cujo prazer se estarrecia no semblante da jovem amazona, cavalgando e cavalgando e se emprazeirando com sua cela quieta que era seu suporte de prazer. Cena não apenas sensacional, mas de uma odisseia à sensualidade feminina.
    Não sei se a idéia foi do Lima, no original de seu conto, ou se do Anselmo, que a introduziu com uma maestria invejável.

    Quelé de Pajeú, nome intitulado a Clementino Celidonio por Virgulino Ferreira, o Lampião, neste momento muito bem carecterizado por Luiz Meireles e protagonista este de outra das mais sensacionais cenas que o cinema brasileiro já nos cedeu, quanto Clementino defende a bela Ghessa dos seus asseclas, enfrentando Lampião com uma qualidade interpretativa invejosa, e cujo climax o Anselmo parede ter tido ali a mão divina a lhe orientar de como ser feita.

    Filme lindo e repleto de momentos de qualidade e que não me envergonho de qualificar como a coisa mais perfeita e aproveitável que nosso cinema já criou.
    Quelé de Pajeú é recheado de momentos felizes, bem orquestrados e, sem deixar de ser fiel, com alguns momentos que pecam pelo exagero do que pode se considerar nordestino, como os ditos repetidos do Simplicio, a caminhada exagerada da Ghessa atrás do seu amado, e mesmo grávida o repete, assim como a inércia do Valadão ao ser detido pelo valente Clementino, num dos momentos em que se poderia reparar para uma melhor qualificação da cena e da valentia do estrupador, assim como pelo desempenho pequeno de mãe e filha, irmãs de Clementino.

    Extraindo-se estes poucos momentos, o filme do Anselmo é belo, com cenários de qualidade, com interpretações quase acima do normal, onde desde o vilão Valadão, que mostra se redimir do que fez à irmã do Clementino, passando pela boa coreografia da luta dos dois, num duelo de apetrechos diversos, porém bastante bem orquestrado, passando pela, sem defeitos, boa qualidade e performance do Lampião e pelo desempenho da bonita Isabel Cristina.
    Assim vemos que nosso cinema somente não é mais concorrente de outras praças porque não sabemos valorizar o que fazemos de bom, a ponto de eu ter ouvido Rossaha Ghessa se queixar numa reportagem, do melhor filme brasileiro não possuir uma cópa no Brasil, o que para ela era uma falta de valorização do que é nosso.
    Porém, para nossa felicidade e sacramento dos desejos de muitos, uma copia do Quelé foi encontrada na Itália.
    O gravei e já o vi umas 4 vezes. E não vou apaga-lo, porque eu tenho em casa a melhor coisa, ao lado do Cangaceiro, que o nosso cinema já construiu em se falando de fitas de aventura de qualidaee altissima.

    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Olá, Jurandir - Bom tê-lo por aqui novamente emitindo opiniões como as expressas sobre o nordestern de Anselmo Duarte. Um abraço.

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  8. Excelente filme. Já o tinha assistido no cinema e o procurava há anos para vê-lo de novo e, para a minha alegria, o encontrei no 'youtube". Se aproxima dos faroestes italianos. Abraços. VALEU. 01/02/2021.

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  9. O que mais gostei foi o humor da cena do Cristo da Penitência: o recurso da coroa tapar a fronte cria uma tensao hilarante, e o gesto do ator entre a cruz simbolica e o rifle real demais sao impagaveis...

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  10. Ótimo filme bem realista brilhante atuações

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  11. Já vi vários "faroestes feijoada" e esse se tornou o meu favorito, o qual vi ano passado!

    Elenco, locações são os pontos fortes!

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  12. fiz uma musica baseada nesse filme

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