UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

29 de janeiro de 2012

A SAGA DOS “SETE HOMENS” – CAPÍTULO N.º 4 – JOHN STURGES DIRIGE UMA GUERRA DE EGOS


O Hotel Jacarandas em Cuernavaca, México jamais havia recebido uma equipe cinematográfica tão numerosa e com tantos astros de cinema, como aconteceu em março de 1960. Certo que nem todos eram muito conhecidos, mas a presença de Yul Brynner com sua reluzente careca já causava sensação. Os artistas e técnicos ocuparam todos os apartamentos do hotel onde passariam os próximos dois meses quando não estivessem na cidade de Morellos, bem perto de Cuernavaca. Em Morellos foram edificados o povoado de Ixcatlán e a cidadezinha de Los Toritos, locais onde seria filmada a produção norte-americana "The Magnificent Seven". Alguns dos artistas trouxeram suas esposas, como o alemão Horst Buchholz (Miriam), Steve McQueen (Neille Adams) e Eli Wallach (Anne Jackson). Yul Brynner trouxe a noiva Doris Kleiner com quem se casaria na semana seguinte. Além deles o luxuoso, bucólico e muito confortável Hotel Jacarandas abrigou os solteiros Brad Dexter, Robert Vaughn, Charles Bronson, James Coburn e o diretor John Sturges, cuja esposa Dorothy também foi ao México mas preferiu não permanecer. Foram necessários poucos dias de trabalho para que surgissem as diferenças entre alguns membros do grupo por vezes no próprio hotel, mas principalmente nos locais de filmagem.



Acima foto do dia do casamento de Yul
Bryner  com Doris,  ambos ao lado de
 Sturges; abaixo o Hotel Jacarandas.
A REALEZA EUROPÉIA - Como verdadeira prima donna, Yul Brynner bem cedo decidiu mostrar aos demais atores que ele era a grande estrela do filme. Brynner estava sempre cercado pela sua 'entourage' composta por uma secretária, um barbeiro para diariamente raspar sua cabeça e ainda um faz-tudo sempre pronto a acender sua cigarrilha presa entre os dedos anular e mínimo. Yul quase só conversava com Horst Buchholz e ambos eram tratados diferenciadamente até por John Sturges. Começaram a ser chamados de 'Realeza Européia', mas Charles Bronson só tratava Horst por 'Hoss', corruptela para cavalo. McQueen abertamente perguntava o por que daqueles europeus num western. Horst Buchholz e sua esposa Miriam até que tentaram uma aproximação maior promovendo uma pequena festa em volta da piscina para a qual ela preparou moussé de chocolate. Nessa noite Yul Brynner passou quase todo o tempo dedilhando seu violão. A divisão entre o grupo ficou bastante visível e Bronson, Coburn e principalmente McQueen simplesmente não conseguiam conviver com o esnobismo de Yul Brynner. O povoado de Ixcatlán, construído em Morellos para as filmagens, foi o local escolhido para a festa de casamento de Yul Brynner, o que também poderia ajudar numa maior aproximação entre todos. Porém, para a cerimônia Brynner mandou que fosse armado um tablado estreito onde ele e Doris permaneceram o tempo todo e de onde o casal recebeu altivamente os cumprimentos. McQueen perguntou a Neille: “Que merda que é essa?” e se afastaram logo dali seguidos pelos outros. Brynner queria impor sua superioridade a todo custo e não perdia em nenhum momento a conhecida pose exibida nos palcos e na tela como o Rei do Sião.


Horst Buchhlz e Yul Brynner; Rosenda
Monteros e a senhora Yul Brynner;
McQueen e Neille;
Brynner participando do pôquer
O TAJ-MAHAL DE YUL BRYNNER - Em Morellos, durante as filmagens, a situação só piorava pois enquanto todos tinham de esperar a vez para serem maquiados no trailler de maquiagem, Yul Brynner era maquiado em seu próprio trailler. James Coburn apelidou o enorme trailler do ator russo de 'Taj-Mahal'. Além de duas palmeiras na porta de entrada, o 'Taj-Mahal' tinha um grande aquário e um luxuoso sofá, e havia ainda cozinha própria com frigobar. Brynner nunca deixava de lembrar a quem estivesse próximo a sua superioridade dizendo que o conhaque que tomava e seu queijo preferido eram importados da França e os filés que comia vinham especialmente de um rancho do Texas. McQueen, em tom de brincadeira disse que quem quisesse falar com Brynner deveria antes marcar uma 'audiência' para ser solenemente recebido no 'Taj-Mahal'. Robert Vaughn foi um dos poucos, além de Buchholz, que conseguiu manter uma conversação mais longa com Brynner. Quando a conversa acabou James Coburn perguntou sobre qual assunto haviam conversado e Vaughn respondeu: “Sobre teatro russo!” À noite no Hotel Jacarandas o grupo gostava de jogar pôquer mas sem a presença de Brynner, até que certa noite Brad Dexter conseguiu convencer o soberbo ator a participar do pôquer. Nas noites seguintes ficavam os dois (Dexter e Brynner) sempre jogando 'gin rummy'. Anos depois das filmagens de "The Magnificent Seven", Brad Dexter contou que ganhou mais dinheiro de Brynner jogando 'gin rummy' do que o salário que recebeu para participar do filme. John Sturges pouco era visto com o grupo e Steve McQueen sempre dizia que o diretor estava ensaiando com a mexicana Rosenda Monteros ('Petra'). E certa noite os inseparáveis Robert Vaughn (feito Napoleon Solo) e James Coburn (como se fosse Derek Flint), em meio às sombras das árvores do Hotel Jacarandas, viram perfeitamente Sturges e Rosenda subindo juntos para o quarto do diretor. Steve McQueen tinha razão a respeito dos ensaios...


McQueen e Brynner (acima);
Sturges e Brynner (abaixo),
OS TRUQUES DE McQUEEN - Se o relacionamento dos atores com Brynner durante os momentos de folga não era dos melhores, durante as filmagens poderia ter levado à loucura um diretor menos experiente. John Sturges, no entanto, já havia lidado com atores difíceis como Kirk Douglas e Burt Lancaster e soube bem como usar a estratégia psicológica certa. Nos primeiros dias de filmagem Steve McQueen pediu uma reunião a três com Sturges e com o roteirista William Roberts. McQueen reclamou que pelo que havia lido do roteiro ainda incompleto de "The Magnificent Seven", ele não passava de mero coadjuvante pois Horst Buchholz ficara com todas as melhores sequências. Com indisfarçável ciúme, McQueen listou a cena da cantina em 'Chico' que aparecia bêbado, a da imitação de toureiro e principalmente porque 'Chico' ficava com a mexicana 'Petra'. Sturges respondeu a McQueen que ele era bastante talentoso para se sobressair em qualquer sequência que aparecesse e elas eram muitas. Foi como apagar fogo com gasolina pois McQueen, que havia sido aluno de Stella Adler no Actor’s Studio, passou a tentar roubar com pequenos truques todas as cenas em que aparecia com Brynner. Um exemplo é a cena em que estão na carruagem de defuntos e McQueen começa a testar cartuchos junto aos seus ouvidos. E foram tantas as cenas com McQueen mexendo no próprio chapéu que um dia Yul Brynner exasperado reclamou com Sturges. O diretor respondeu a Brynner exatamente o mesmo que havia dito a Steve. Yul Brynner então falou para McQueen em tom de ameaça: “Steve, se eu tirar o meu chapéu, faço você desaparecer de cena...” McQueen tinha 1,77 de altura e Yul Brynner 1,79, mas para parecer ainda maior Brynner sempre fazia morrinhos de terra para ficar sobre eles. McQueen distraidamente sempre chutava os morrinhos de Brynner.


John  Sturges
CENAS ‘AD LIBITUM’ - John Sturges sabedor da ciumeira que dominava as filmagens deliberadamente incentivou o overacting, ou seja, cada um querendo se sobressair mais que o outro, seja nas cenas em conjunto ou isoladamente. A batalha final contra o bando de 'Calvera' não foi coreografada por Sturges que preferiu que cada um dos sete homens estilizasse como quisesse, ‘ad libitum’ (latinismo usado no meio teatral), sua própria sequência, quatro delas de morte. Coburn alterou a cena original do script atirando sua faca e Vaughn teatralizou sua morte que por sorte foi feita em uma só tomada pois ficou com o rosto arranhado na parede crespa. Bronson seguiu o roteiro e morreu junto aos pequenos mexicanos. Curiosamente Eli Wallach optou por uma morte discreta quando se sabe do que ele seria capaz. McQueen que é apenas ferido na perna parecia um menino brincando de mocinho depois de uma matinê domingueira. Essas cenas isoladas formaram o grande achado de Sturges que criou uma dinâmica espetacular para o clímax de seu western. John Sturges se orgulhava de quase todas as cenas de "The Magnificent Seven" terem sido rodadas 'a la John Ford' em take one, ou seja uma única tomada. O resultado final certamente agradou a todos, especialmente ao público que lotou os cinemas e consagrou a versão norte-americana da obra-prima de Akira Kurosawa. O diretor japonês mandou cumprimentos a Sturges pela qualidade de seu filme.

Campesinos de boutique e o roteiro com crédito
também para Walter Newman
O CENSOR MEXICANO - Outro problema sério que a produção de "The Magnificent Seven' teve foi com o Governo mexicano representado pelo censor Jorge Ferretti. Qualquer diálogo ou cena que presumivelmente denegrisse a imagem do povo mexicano deveria ser cortada e tudo isso devido ao estrago que o western "Vera Cruz", de Robert Aldrich havia feito com a imagem do povo mexicano. Condição fundamental imposta por Ferretti era que os camponeses estivessem sempre vestidos com roupas limpas e jamais rotas ou rasgadas. O resultado disso na tela é cômico pois os 'campesinos' estão sempre com roupas que parecem ter saído das lojas. A Mirisch Company teve o cuidado de contratar um grande número de atores mexicanos, dar emprego para quase toda a população de Morellos e ainda arregimentar um número enorme de técnicos para o filme. Tudo isso para agradar as autoridades mexicanas. Para piorar as coisas uma indignada Katy Jurado declarou aos jornais que o México nunca precisou de 'gringos' para resolver seus problemas internos. Deve-se lembrar que o primeiro roteirista Walter Bernstein estava na lista negra dos roteiristas comunistas e a alegoria do intervencionismo imperialista norte-americano em "The Magnificent Seven' é latente. As alterações feitas por Walter Newman definiram o roteiro que deveria ser o definitivo até que a presença de Jorge Ferretti exigiu alterações diárias no roteiro. Newman foi chamado com urgência ao México mas decidiu não desobedecer a greve dos escritores de cinema (SGW) que estava em curso nos Estados Unidos. William Roberts foi praticamente 'laçado' e instalado em Cuernavaca refez os diálogos como Ferretti exigia. Quando o filme ficou pronto os créditos indicavam como roteiristas Walter Newman e William Roberts. Newman se negou a dividir o crédito com o 'fura-greve' Roberts e pediu que seu nome fosse retirado apesar de ser dele a maior contribuição para os trechos mais brilhantes dos diálogos do filme. Newman deve ter se arrependido bastante pois "The Magnificent Seven" se tornou um monumental sucesso de bilheteria.

Sturges e Akira Kurosawa; abaixo os sete magníficos
SUCESSO NO MUNDO TODO - Alguém se lembra de Bosley Crowther, o respeitado crítico do The New York Times? Pois ele não fez a resenha de "The Magnificent Seven" quando do lançamento do filme em Nova York. Essa incumbência ficou para Howard Thompson, crítico de segundo escalão do jornal, que afirmou que o filme de Sturges era uma pretensiosa, pálida e alongada imitação do épico de Kurosawa. A United Artists imediatamente pediu à Mirisch Company que reduzisse "The Magnificent Seven' para 100 minutos, cortando nada menos que 27 minutos do filme. Nem Walter Mirisch e nem John Sturges, este principalmente, concordaram e "The Magnificent Seven' que havia sido lançado em cinemas de menor expressão passou a ser distribuído até em programas duplos pelo país a fora. Porém, como não poderia deixar de ser, o western de Sturges se transformou na maior bilheteria daquele ano no Japão e foi descoberto por Godard, Truffaut e companhia, (sempre eles!)  misto de críticos e cineastas franceses, que louvaram as muitas qualidades de 'The Magnificent Seven' saudando-o como um dos grandes filmes do gênero. O sucesso foi se espalhando pelo mundo inteiro, até aqui no Brasil. Em São Paulo esse western foi exibido no Cine República, famoso por ter a maior tela do Brasil e que comportava perfeitamente o formato Panavision de 2.35:1 do filme. Fui um dos milhares de espectadores que enfrentaram longas filas no Cine República para assistir a 'Sete Homens e um Destino' e se emocionar com os acordes iniciais da incrível trilha antecipando aquele faroeste inesquecível. A “SAGA DOS SETE HOMENS” prossegue com o 5.º capítulo, o último a falar de "Sete Homens e um Destino'.

25 comentários:

  1. O Brynner sempre me pareceu antipático. Está confirmado.

    O Falcão Maltês

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  2. Caro Falcão Maltês, nesse quesito o russo era imbatível...

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    1. Estranho, Darci, nunca achei Yul Brynner antipático, mas estranhamente enigmático, o que causava ainda mais minha admiração por ele. Mesmo ao ler este texto, não consigo ficar tão decepcionado.

      Vemos aqui que por trás deste brilhante clássico do gênero, a situação era de tensão, e esta bem caracterizado que Brynner queria ganhar todas as honras sozinho, querendo ofuscar seus outros "6 magníficos", especialmente McQueen, porque percebeu que este facilmente poderia lhe tirar toda a atenção perante as plateias.

      Mas a atitude dos outros "6 magníficos" a frente do exibicionismo e da pomposidade do russo "Ramsés" diria que também foi magnífica, já que não se deixaram levar pelos truques de Brynner, e cada um fez sua parte de maneeira brilhante à altura de seus talentos, como Bronson, Coburn, Vaughn, McQueen e Dexter, tanto que os três primeiros vindos da televisão emplacaram em carreiras gratificantes no cinema. Brad Dexter depois não teve tanta sorte, mas quem conhece o cinema antigo como nós, sabe que ele veio de um currículo de trabalhos muito bons em outros filmes, incluindo os westerns, como em DUELO DE TITÃS, de Sturges, com Kirk Douglas.

      E FALANDO DE STURGES, HEIN???

      Não era bobo não! não perdeu tempo com uma atriz mexicana e a levou para "ensaiar" no quarto. Ora ora ora, será que depois de tantos "ensaios" a Rosenda Monteros não conseguiu ainda assim ter um bom desempenho? a achei uma atriz muito forçada e isto é percebível em sua atuação. Só a vi depois num western com Robert Taylor, chamado TERRA SELVAGEM, rodado na Argentina e co estrelado por Ron Randell.

      Isto é tudo, meu nobre. Parabéns pela 4ª parte e que venha a próxima.

      Paulo Néry

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    2. Paulo, pelo bem ou pelo mal, difícil imaginar Sete Homens e um Destino sem Yul Brynner. Talvez mesmo esse westerns não tivesse adquirido a aura que adquiriu com outro ator. Mas são conjecturas apenas e o que vale é que o filme gera renovado prazer ao ser assistido.

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  3. Post Sensacional
    Um dos mais completos que já li sobre o tema.
    Parabéns Darci
    Vou indicar a outros leitores e fãs dos "Seven".

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  4. Obrigado, Edelzio, sei que Sete Homens e um Destino é um filme do coração dos apaixonados como você pelos westerns europeus. Parolini, Corbucci, Valerii, Leone devem tê-lo visto muitas vezes. - Um abraço.

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  5. Darci, mais uma vez muito obrigado. Essa matéria é tudo o que um fã desse filme poderia querer ler.
    "Sete Homens e Um Destino" é um dos meus westerns preferidos desde garoto. E certamente da grande maioria dos fãs do gênero. Ele tem um ar de nostalgia que emociona sempre que é visto. Dá a impressão de existir numa espécie de espaço/tempo próprio, sozinho, único em seu gênero. Claro que a trilha do Bernstein é imensamente resposável por isso. Mas também o conjunto de atores que o estrelam foi algo raramente visto antes ou depois em termos de quantidade de famosos em cena. Ainda que não o fossem naquele instante mas hoje é inegável que estão na lista do mais conhecidos das telas em todos os tempos.
    O filme é belíssimo em todos os aspectos que se queira avaliá-lo. Foi daqueles momentos felizes e raros em que tudo que podia dar errado acabou milagrosamente dando certo.
    Um filme para se ver e rever dezenas de vezes sem nunca nos cansarmos. É uma fita ainda mais agradável a cada vez que a assistimos.

    Me sinto muito grato a você, Darci, pela oportunidade de conhecer tantos detalhes de bastidores sobre "Os 7 Magníficos".

    Edson Paiva

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  6. Olá, Édson. Se alguém merece agradecimento é esse grupo de artistas, reunião de tantos talentos que fizeram esse faroeste espetacular. Você definiu esplendidamente pos ele dá mesmo a impressão de existir numa espécie de espaço/tempo próprio, sozinho, único em seu gênero. Grande abraço.

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  7. Sobre a briga de egos no set fico imaginando o pobre do Charles Bronson em meio àquela disputa.
    Segundo uma biografia do famoso "cara-de-pedra", ele era exatamente como aparecia na tela: meio bronco, "arisco" e anti-social. Sua história de vida foi de pobreza e dificuldades na infância. Era um cara de família humilde, que passou muito aperto na vida e que penou por anos e anos em séries e filmes de pequeno orçamento sem que ninguém lhe desse grandes oportunidades. Quando começou a ser notado conseguiu bons papéis de coadjuvante em filmes de astros já estabelecidos. Ainda que quisesse com todas as forças vencer em Hollywood, fazendo disso seu objetivo maior, nunca pertenceu áquele mundo. Mesmo depois que o sucesso chegou, ele sempre vivia arredio, apenas com a família no set e longe de todos. Com seu jeitão rude e de poucos amigos, o velho Charlie deve ter se sentido uma ave fora do ninho no meio dessa patota de egos inflados.

    Edson Paiva

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    1. Édson, segundo se conta ele se comportava nos sets como bicho-do-mato. Como será que ele conseguiu roubar a Jill Ireland do David McCallun durante as filmagens de Fugindo do Inferno?

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  8. Édson Paiva, não possuo seu e-mail. Se possível entre em contato comigo: darci.fonseca@yahoo.com.br
    Obrigado - Darci

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  9. Darci, Bronson se apaixonou pela Jill no set desse filme mas só se casou com ela em 1968. Ele e ela eram casados e tinham filhos e isso fez com que o amor entre ambos enfrentasse um longo período de espera. Naquela época as coisas eram mais difíceis, nê?

    Segundo Jill Ireland, Bronson teve a coragem de dizer na frente do McCallum e todo o elenco de "Fugindo no Inferno" que iria lhe roubar a mulher. E fez isso com voz calma, tranqüila. MacCallum ficou calado. Ainda assim continuaram amigos por todos os anos seguintes.

    Palavras de Jill Ireland quando conheceu Bronson: "Nunca tinha conhecido ninguém como Charlie. Ele era selvagem e primitivo e dizia e fazia coisas que a nenhum inglês lhe passaria pela cabeça".

    Caro Darci, talvez esteja aí ao fascínio de miss Ireland pelo Bronson. Ela era de respeitável família de classe média, estudou nas melhores escolas, bailarina e atriz desde criança, formada nos palcos britânicos. E casada com o MacCallum, um inglês "típico" (delicado, voz suave e intelectual. Bronson era algo de outro mundo prá ela.
    Deu no que deu. Uma amor daqueles que parecem só existir no cinema. Daria um filme.

    Edson Paiva

    P.S. Entrarei em contato, meu caro. Meu e-mail: fiesmot11@hotmail.com

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  10. Édson, o Illia Kuriyakin não seria nem doido de enfrentar o Bronson. Vai que desse nele um desejo de matar... Jill Ireland como atriz era meio fraquinha, não?

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    1. Bronson faria picadinho do agente da U.N.C.L.E.
      De fato Jill Ireland não poderia nunca ser acusada de ser uma boa atriz, Darci. Se hoje a conhecemos é mesmo graças à sua parceria nas telas com o Bronson.

      Edson Paiva

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    2. Darci e Edson, esses comentários me fizeram lembrar um repórter da Bandeirantes cobrindo um evento nos EUA. Quando descrevia o local para autoridades e artistas, depara-se com o "cara-de-pedra" e Jill.
      Intempestivamente corre eufórico em sua direção e diz: "I'm from Brasil; I'm your fan; I saw all movies..." quando é interrompido por Bronson que pergunta:
      "Who is Brazil?"
      O jornalista não entendendo o risco de vida que corria, responde: "Brasil, Samba! Pelé! I'm your fan..."
      Bronson repete de forma contundente:
      "WHO IS BRAZIL?"
      Assustado e sem esconder a decepção o repórter se afasta e depois de exibida a matéria reconhece que a entrevista não estava agendada, o sindicato exige um pagamento, etc.

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  11. passando pelo blog-uma enciclopédia de westerns-e captei fotos do audie murphy e dan duryea um abraço do amifo josé simões filho

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    1. Simões, Tarzan de Guaçuí, mais gente sabe de seu nome em livros de autoria de Buck Rainey, privilégio para pouquíssimos mortais, nenhum deles brasileiros. Grande abraço.

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  12. Caro Darci Fonseca gostaria de saber qual a influencia do filme
    Adeus, amigo. na carreira de Charles Bronson quando trabalhou ao lado do já famoso ator frances Alain Delon. Alem de saber
    que se é verdade de Charles Bronson só alcançou sucesso na
    Europa. Grato.SC

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    1. Olá, SC (por extenso, da próxima vez, por favor). Penso que o propulsor da carreira de Bronson tenha sido Era Uma Vez no Oeste, que fez muito sucesso na Europa. Adeus, Amigo é uma produção do mesmo ano (1968) e também fez grande sucesso pois Alain Delon era um dos grandes nomes do cinema europeu. O fato é que Bronson passou a significar ouro nas bilheterias, a ponto de em 1981 seu nome vir à frente do nome de Lee Marvin em Perseguição Mortal. Bronson foi um dos 12 Condenados, lembra? Muitos não gostam de Charles Bronson, mas sua contribuição para o cinema é inegável, seja como coadjuvante nos primeiros anos de carreira ou como estrela de policiais e suspenses quando levava sozinho público aos cinemas.

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  13. Yul Brynner foi um ator que impressionava muito
    o publico com sua atuação diferenciada e competente. Poucos atores no dia hoje passam para o publico interpretações do calibre de Yul Brynner. Ele acreditava no que estava fazendo
    frente as camaras ou no teatro, passava para o
    publico uma realidade que nos fazia esquecer que cinema é baseado em ficção. Deve ter sido
    um homem dificil, vaidoso, convencido e vivia
    como um nobre segundo os criticos. Mas foi um ator que marcou um estilo e uma época para nós cinéfilos que só podemos agradecer os bons momentos que ele nos proporcionou.SC

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    1. Olá, SC. Coloque seu nome por extenso. Aprecio bastante seus comentários. De fato, com todos seus 'defeitos', Brynner deixou sua marca forte em Hollywood e certamente não pela cabeça raspada. Nos faroestes Brynner inventou um personagem único, criado em Sete Homens. Um abraço.

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  14. Ivan, o tamanho desse tal de 'Brazil' no mapamundi é que não deixa a gente perdoar esses gringos e nos permite chamá-los de ignorantes. Mas eles fazem cada filme...

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  15. Quem poderia imaginar que tamanha beleza de fita surgiu de um amontoado de egoismo, suposições de grandeza, de imposições, discórdias e de muitas interferencias externas? Até parece que, de todo modo, tentatam esbranquiçar algo que terminou ficando com um colorido sensasional!

    Quanto a Yul Brinner, seu comportamento externo influenciou diretamente na sua atuação no filme. Nota-se suas poses, apontar de dedos, movimentos faciais e corporais, andar pausado, medido e posudo, na tentativa de dar um enlevo seu, alternativo aos demais no filme. Isto fica visível e é triste tal forma de se comportar de um astro de sua magnitude, que não precisava disso para se sobressair em presença dos demais.

    Quanta besteira, que derrame de hipocrisia e de inexistente primasia! Não consigo imaginar como homens de caráter formado podem ter comportamentos infantis e descompassados. Mas...

    Tenho certeza que tantas vezes de sua presença nos palcos interpretando o Rei Sião mexeram com o seu ego débil e despreparado para o sucesso.

    Bem fez o Sturges que, enquanto eles se magoavam e se decepcionavam uns com os outros, se divertia com a bonita morena Petras e nem estava aí nas filmagens para os egos, que sabia inflamados. Era um homem experiente e já lidara, conforme expos nosso editor, com situações semelhantes anteriormente.

    Quanto a Robet Vaughn, pelo visto na fita, ele não arranhou apenas o rosto e sim deve ter partico os lábios, tal seu movimento de descida com o rosto colado à parede irregular ao ser baleado. Nota-se a cara que fez no instante do ferimento.

    Não entendi o comportamento foi da Katy Jurado, já que fez sua vida artistica na América e ao cinema americano devia tudo o que era.

    Enfim, conforme já comentamos anteriormente, todo filme onde ocrrem estes movimentos ou fatos durante sua produção, ele sempre termina como filme de enorme sucesso. Até podemos citar alguns aqui, porém vamos poupar nossos leitores de tanto.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  16. Sabe, amigo Nery?

    Se o Sturges não fosse um diretor bastante centrado, nunca conseguiria levar quase que todos os seus filmes até o fim, já que quase sempre teve de trabalhar com grandes astros e com quase todos eles com seus comportamentos fora da normalidade.

    Então, para que melhor do que ir "ensaiar" com a morena ao invés de esquentar a cabeça com o que ele já sabia acontecer?

    Nada bobo o bom cineasta, não?
    Abraço, distinto amigo
    jurandir_lima@bol.com.br

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  17. Jurandir, a Katy não deixa de ter razão. Ela mesmo, quase sempre teve que fazer papéis estereotipados. E o fato é que sempre heróicos norte-americanos lutam por frágeis mexicanos ou contra bandoleros sanguinários. Por isso Peckinpah é maravilhoso colocando todos no mesmo caldeirão.
    Um abraço.

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