30 de dezembro de 2013

WESTERNTESTEMANIA N.º 27 – O ELENCO DE “MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA”


O que muito contribuiu para que “Meu Ódio Será Sua Herança” (The Wild Bunch) se tornasse um dos melhores westerns de todos os tempos foi seu soberbo elenco dirigido excepcionalmente por Sam Peckinpah. Este WESTERNTESTEMANIA focaliza justamente dez participantes desse memorável filme e desafia você a provar que conhece bem esses atores. Prove isso respondendo ao ‘quiz’ abaixo (Respostas na próxima postagem):



1. William Holden venceu um Oscar em sua carreira. Por qual destes filmes ele recebeu esse prêmio?

a)  “A Ponte do Rio Kwai” (The Bridge on the River Kwai)
b)  “A Fera do Forte Bravo” (Escape from Fort Bravo)
c)  “Inferno 17” (Stalag 17)
d)  “Suplício de uma Saudade” (Love is a Many-Splendored Thing)




2. Ernest Borgnine foi também vencedor de um Oscar de Melhor Ator. Responda por qual filme o simpático Ernie ganhou a estatueta:

a)  “Marty”
b)  “O Homem das Terras Bravas” (The Badlanders)
c)  “Ao Despertar da Paixão” (Jubal)
d)  “A Festa de Casamento” (The Cattered Affair)




3. Robert Ryan foi um dos grandes atores do cinema norte-americano e atuou em excelentes faroestes. Dos westerns citados abaixo Ryan não atuou em somente um deles; aponte qual é esse filme:

a)  “O Preço de um Homem” (The Naked Spur)
b)  “Quadrilha Maldita” (Day of the Outlaw)
c)  “Os Profissionais” (The Professionals)
d)  “A Morte não Manda Recado” (The Ballad of Cable Hogue)




4. Warren Oates era um dos atores favoritos de Sam Peckinpah. Qual destes filmes dirigidos por Peckinpah teve Oates como protagonista?

a)  “Dez segundos de Perigo” (Junior Bonner)
b)  “Juramento de Vingança” (Major Dundee)
c)  “Pat Garrett & Billy the Kid”
d)  “Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia” (Bring me the Head of Alfred Garcia)




5. Outro ator de “The Wild Bunch” premiado com um Oscar foi Edmond O’Brien. Qual destes filmes possibilitou o prêmio a O’Brien?

a)  “Rio Conchos”
b)  “Fúria Sanguinária” (White Heat)
c)  “A Condessa Descalça” (The Barefoot Contessa)
d)  “O Corcunda de Notre-Dame” (The Hunchback of Notre Dame)




6. O portorriquenho Jaime Sánchez ganhou destaque em sua carreira interpretando o personagem ‘Chino’ num famoso musical da Broadway que virou filme premiadíssimo. Qual o título desse musical?

a)  “Grease” (No Tempo da Brilhantina)
b)  “West Side Story” (Amor, Sublime Amor)
c)  “Cabaret”
d)  “Paint Your Wagon” (Os Aventureiros do Ouro)




7. Após 30 anos de carreira Ben Johnson teve reconhecido seu talento reconhecido ao receber um Oscar como Melhor Ator Coadjuvante interpretando ‘Sam, the Lion’. Qual o título desse filme?

a)  “Jamais Foram Vencidos” (The Undefeated)
b)  “Os Brutos Também Amam” (Shane)
c)  “A Face Oculta” (One-Eyed Jacks)
d)  “A Última Sessão de Cinema” (The Last Picture Show)




8. Dub Taylor iniciou sua carreira interpretando o sidekick ‘Cannonball’. De qual mocinho Dub Taylor foi sidekick nos anos 40?

a)  Hopalong Cassidy (William Boyd)
b)  Durango Kid (Charles Starret)
c)  Red Ryder (Bill Elliott)
d)  Allan ‘Rocky’ Lane




9. O famoso ator-diretor mexicano Emílio Fernández interpretou ‘El Jefe’ em um filme de Sam Peckinpah. Qual o título desse filme?

a)  “Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia” (Bring me the Head of Alfred Garcia)
b)  “Pistoleiros do Entardecer” (Ride the High Country)
c)  “Os Implacáveis” (The Getaway)
d)  “Comboio” (Convoy)




10. Alfonso Arau se tornou diretor conhecido com seu filme “Como Água para Chocolate”. Antes porém interpretou o cruel “El Guapo” num western-comédia. Qual o título desse filme?

a)  “Banzé no Oeste” (Blazzing Saddles)
b)  “Cactus Jack, o Vilão” (The Villain)
c)  “Os Três Amigos” (Three Amigos!)
d)  “Uma Cidade Contra o Xerife” (Support your Local Sheriff)


29 de dezembro de 2013

WESTERNVIDEOMANIA - JERRY FIELDING RECRIA "LA ADELITA" PARA A OBRA-PRIMA DE PECKINPAH


O compositor Jerry Fielding foi o autor da trilha sonora musical do western
"Meu Ódio Será Sua Herança" (The Wild Bunch), a obra-prima de Sam Peckinpah.
A tradicional canção mexicana "La Adelita" foi utilizada em um dos sublimes momentos
do filme que é a passagem do grupo de foras-da-lei pela aldeia de Angel (Jaime Sánchez).
Essa canção é ouvida no vídeo abaixo que mostra o elenco do filme. 


27 de dezembro de 2013

OS INCRÍVEIS TÍTULOS DOS WESTERNS SPAGHETTI (Parte IV, FINAL) – OS DEZ MAIS AUDACIOSAMENTE IRREVERENTES


Quentin Tarantino
Os westerns spaghetti, de modo geral, nunca se levaram muito a sério. A intenção de seus produtores, diretores e roteiristas era, antes de tudo, a de ganhar dinheiro divertindo um público menos exigente. Bem depois, se possível, realizar faroestes aceitos pela crítica, o que veio a acontecer com alguns que se tornaram clássicos ou obras-primas do gênero. Desde as primeiras produções os títulos dos westerns spaghetti se mostraram diferentes, mais atrevidos e ousados que os originais norte-americanos. Vale, então, a pergunta: será que John Ford, Sam Peckinpah, Howard Hawks, John Sturges, Budd Boetticher, Delmer Daves, Anthony Mann e outros assinariam westerns intitulados “Por um Punhado de Dólares”, “Por uns Dólares a Mais”, “O Bom, o Mau, o Feio”, como fez o Mestre do Western Spaghetti Sergio Leone? Certamente não e aí começam as diferenças não apenas estéticas entre os criadores do gênero western e seus imitadores (ou recriadores, como também são chamados) europeus, diferenças capazes de criar polêmicas homéricas como já ocorreu neste blog. Admirador confesso dos westerns spaghetti, Quentin Tarantino deve ter perdido muitas horas de sono para encontrar o título adequado para seu ‘Django’, que afinal foi lançado sem nenhuma inspiração como “Django Unchained”, aqui “Django Livre”. Nada mais chocho e sem graça que esse título para quem quis homenagear um ciclo cinematográfico de inegável importância e que tanto o influenciou a ele, Tarantino, um dos poucos diretores do cinema moderno que asseguraram lugar no hall dos grandes cineastas de todos os tempos.

Filho de quem mesmo? - À longa lista de títulos de western spaghetti apresentados nas três primeiras partes desta matéria merecem ser aduzidos ainda alguns provocantes nomes de filmes, seja no original ou aqueles criados em língua portuguesa. Entre eles estão “Os Dez Homens do Oeste” (Il Mio Nome é Scopone e Faccio Sempre Cappotto); “Trinity, o Herói do Oeste” (Sentivano uno Strano, Eccitante, Pericoloso Puzzo di Dollari); “Sob o Fogo das Pistolas” (Tutti Fratelli nel West... Per Parte di Padre); “Meu cavalo, Minha Pistola e Sua Viúva” (Domani Passo a Salutari la Tua Vedova, parola di Epidemia); “Em Nome do Padre, do Filho e do Colt” (In Nome Del Padre, Del Figlio e della Colt). Palavrões eram indicados pelo uso de reticências de uso livre para o espectador, como “Mato Todos Eles e Salvo a Minha Pele” (Monta in Sella Figlio di...!) e “Aquela Alma Maldita” (Aquelle Sporche Anime Dannate); “Indio Black, Sai Che ti Dico... Sei um Grande Figlio di...”. O último western assinado por Sergio Leone como diretor foi “Quando Explode a Vingança” (Giù la Testa), que em Portugal recebeu o título de “Aguenta-te, Canalha”. E “Três Homens em Conflito” (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo) foi traduzido em Portugal como “O Bom, o Mau e o Vilão”.


Demófilo Fidani
Os dez mais - Entre a criatividade de Sergio Leone e o deboche de Demófilo Fidani WESTERCINEMANIA escolheu os 10 títulos mais irreverentes, para não dizer impudentes e zombeteiros e também seminais dos westerns spaghetti. Em meio a 800 filmes produzidos pelo chamado euro-western não foi possível tomar conhecimento de todos mas os ‘eleitos’ são exemplares para demonstrar até onde chegou a audácia dos responsáveis pelos westerns spaghetti. Vamos a eles com os títulos originais e o título da exibição no Brasil ou em língua inglesa:

1.º) “Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo” (Três Homens em Conflito), 1966 – De Sergio Leone, com Clint Eastwood, Eli Wallach e Lee Van Cleef
Em 1966 os títulos dos euro-westerns ainda eram comportados, mas após o lançamento e consequente sucesso do terceiro faroeste de Sergio Leone com Clint Eastwood, tudo mudou e vieram os títulos insólitos. Tentou-se com todas as palavras mas jamais foi superado o impacto do título original de "Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo", que no Brasil ficou conhecido como "Três Homens em Conflito". Em língua inglesa prevaleceu a originalidade italiana traduzida para "The Good, The Bad, The Ugly".

2.º) “Per uma Bara Piena di Dollari” (Por um Caixão Cheio de Dólares), 1971 – De Demófilo Fidani, com Hunt Powers e Klaus Kinski
Os tempos dos muitos dólares já havia passado quando em 1971 Demófilo Fidani os ressuscitou. E para dar mais expressividade Fidani ainda juntou dólares com caixão de defuntos.

3.º) Uma Nuvola di Polvere... Um Grido di Morte... Arriva Sartana” (Fujam, Sartana Chegou), 1970 – De Giuliano Carnimeo, com Gianni Garko e Nieves Navarro
Giuliano Carmineo foi quem mais se aproximou das ousadias de Demófilo Fidani ao criar títulos paradoxalmente capazes de assustar e atrair irresistivelmente os espectadores ao mesmo tempo.

4.º) “Sentivano uno Strano, Eccitante, Pericoloso Puzzo di Dollari” (Charity and the Strange Smell of Money), 1973 – De Ítalo Alfari – Com Robert Malcolm e Spartaco Conversi
Mais até que os próprios filmes eram os títulos que ainda atraíam o público em 1973, quando era pronunciada a decadência dos euro-westerns como subgênero. Este western colocou três adjetivos para mais impressionar a assistência. A tradução seria: ‘Sentiamos um estranho, excitante e perigoso fedor de doláres’.

5.º) “Lo Ammazzò Como um Cane... Ma lui Rideva Ancora” (Requiem for a Bounty Hunter), 1972 – De Angelo Pannacció, com Michael Forest e Antonio Molino Rojo
Sequer havia necessidade de atores famosos com um título como esse criado para o faroeste de Ângelo Pannaciò, título que chegou ao limite da crueldade sadomasoquista. A tradução para o Português seria ‘Matei-o como um cão, mas ele ainda ri’.

6.º) “Quel Maledetto Giorno d’Inverno... Django e Sartana all’Último Sangue” (Django e Sartana – Até o Último Sangue), 1970 -  De Demófilo Fidani, com Jack Betts e Fabio Testi
Praguejando e ao mesmo tempo dando um toque poético, Fidani deu espaço para dois famosos justiceiros neste título.

7.º) “Quel Maledetto Giorno della Resa dei Conti” (Vingança até o Fim), 1971 – De Sergio Garrone, com George Eastman e Ty Hardin
O fatal acerto de contas (resa dei conti) num dia amaldiçoado dá título forte a este faroeste do menos conhecido dos diretores italianos chamados ‘Sergio’. O genovês George Eastman é irmão do norte-americano Ty Hardin (o Bronco Layne da série de TV ‘Bronco’). O facínora a ser enfrentado é Bruno Corazzari.

8.º) “Domani Passo a Salutari la Tua Vedova, Parola di Epidemia” (Meu cavalo, Minha Pistola e Sua Viúva), 1972 – De Juan Bosch, com Craig Hill e Claudie Lange
O catalão Juan Bosch foi o diretor deste western-comédia, produção ítalo-espanhola, cujo título faz uma insólita ameaça de morte desonrando a vítima, cuja esposa será protegida pelo justiceiro.

9.º) “Chiedi Perdono a Dio... Non a Me” (Peça Perdão a Deus, Nunca a Mim), 1968 – De Vincenzo Musolino, com George Ardisson e Pietro Martelanza
Um dos primeiros westerns spaghetti a citar o nome de Deus e que depois seria profusamente imitado. O herói tem o estranho nome de ‘Cjamango’, que já havia feito uma aventura em 1967 no filme “Cjamango, o Vingador”.

10.º) “Seminò Morte... Lo Chiamavano Il Castigo di Dio” (Semeando a Morte no Texas), 1972 – De Roberto Mauri, com Brad Harris e Zara Cilli
Entre os muitos euro-westerns invocando o nome de Deus este é um dos mais interessantes pois de certa forma desculpa a matança semeada por Django que, curiosamente, não aparece no título original e nem no nacional.


24 de dezembro de 2013

OS INCRÍVEIS TÍTULOS DOS WESTERNS SPAGHETTI (Parte III) – BRUTAIS AMEAÇAS


Em 1964 um filme de Stanley Kubrick chamou a atenção não apenas por sua importante mensagem antibélica, mas e principalmente pelo seu extravagante título: “Dr. Strangelove or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb”, que ficou conhecido no Brasil como “Dr. Fantástico”, comédia que, quando lançada, manteve o longo complemento “... ou Como eu Aprendi a Deixar de me Preocupar e a Amar a Bomba”. Apesar de estranho, esse tipo de título fez escola, principalmente nos westerns spaghetti produzidos na Itália que apresentaram alguns dos mais sugestivos, jocosos e longos títulos cinematográficos. Esses faroestes continham em seus títulos ameaças de morte nada veladas, algumas delas verdadeiramente assustadoras e feitas por Django, Ringo, Sabata, Gringo e pelos menos lembrados Garringo, Shango, Aleluia, Espírito Santo e Campo Santo, entre outros. Essas intimidações somadas aos nomes estranhos dos justiceiros resultaram nos mais estrambóticos títulos que o cinema conheceu nos seus já longos 110 anos de vida, tornando-se marca registrada dos westerns spaghetti.

Vou, ameaço e volto... - Levados em consideração seus arrepiantes títulos, muitos westerns spaghetti poderiam ter sido censurados rigorosamente. Isto se considerarmos que uma década antes nosso Departamento de Censura Federal deliberou que o western “Matar ou Morrer” fosse impróprio a menores de 18 anos. O que dizer então de títulos de euro-westerns como “Morrerás como um Cão” (Lo Amazzó Come um Cane... Ma Lui Rideva Ancora), “Fico Só, mas Mato Todos” (Rimase Uno Solo. E Fu la Morte per Tutti), “Matarei Um por Um” (Ad Uno ad Uno... Spietatamente), “Mato e Assino – Blacky” (L’Odio è Il mio Dio!), “Mato os Vivos e Rezo pelos Mortos” (Prega Il Morto e Ammazza Il Vivo), “Vivo ou Preferivelmente Morto” (Vivi o Preferibilmente Morti). Curiosamente, por vezes o título era alongado pelos distribuidores brasileiros como em “Um Minuto para Rezar, Um Segundo para Morrer” (Senteza di Morte). Outros títulos fortes foram “Gringo, Reze para Morrer” (Straniero... Fatti il Segno della Croce!), “Não Sou Trinity... Nem Carambola” (Prima ti Suono e Poi ti Sparo), “Plomo Sobre Dallas” (Prendi la Colt e Prega Il Padre Tuo), “Hoje Eu, Amanhã Você” (Oggi a Me... Domani a Te), “No Rastro do Ouro Maldito” (Amigo mio Frega tu Che Frego Io!). Algumas vezes a ameaça tinha a assinatura do matador como em “Eu Lavrei Tua Sentença” (Sei già Cadavere Amigo, ti Cerca Garringo), cujo título em Espanhol não é menos aterrorizante com a mudança de Garringo para Sabata: “Abre tu Fosa Amigo... Llega Sabata”. No Brasil virou bordão popular a frase ‘Vou no mato e volto’, significando que alguém iria fazer suas necessidades, isto quando aqui foi exibido com sucesso “Vou, Mato e Volto” (Vado, L’Amazzo e Torno”, de Enzo Castellari.



Django e Sartana, os favoritos do público - Difícil mesmo era escolher o personagem preferido nos western spaghetti e os produtores sabiam da força dos nomes desses personagens, razão pela qual sempre que possível eles eram anunciados nos títulos, especialmente Sartana e Django. Eis alguns exemplos: “Se Encontrar Sartana, Reze pela tua Morte” (Se Incontri Sartana Prega per la tua Morte), “Sou Sartana, Venha em Quatro para Morrer” (E Vennero in 4 per Uccidere Sartana), “Django Contra Quatro Irmãos” (Anche per Django le Carogne Hanno um Prezzo), “Django Mata em Silêncio” (Bill, Il Taciturno), “Sartana está Chegando” (Uma Nuvola di Polvere, um Grido di Morte Arriva Sartana), “Com Sartana cada Bala é uma Cruz” (C’è Sartana... Vendi la Pistola e Comprati una Bara). Por vezes Django e Sartana estavam nos mesmos cartazes como nos westerns de Demófilo Fidani “Django e Sartana no Dia da Vingança” (Arrivano Django e Sartana è la Fine) e “Django e Sartana – Até o Último Sangue” (Quel Maledetto Giono d’Inverno... Django e Sartana all’Ultimo Sangue). Juntos estiveram ainda em “Django Desafia Sartana” (Django Sfida Sartana). No filme “Sartana Volta para Matar” (Mi Chiamavano Requiescant, ma Avevano Sbagliato) o distribuidor brasileiro inventou um Sartana que devia estar ocupado com matanças em outro western spaghetti...



Dando nomes aos justiceiros - Como nem só de Djangos e Sartanas vivia o faroeste europeu, muitos títulos traziam os nomes de outros personagens como “Sabata” (Hei, amigo, c’è Sabata, Hai Chiuso!), na comédia “Ringo e Gringo Contra Todos” (Ringo e Gringo Contra Tutti), “E o Chamavam Espírito Santo” (...E lo Chiamarono Spirito Santo), “Espírito Santo e os Cinco Magníficos Canalhas’ (Spirito Santo e le 5 Magnifiche Canaglie), “Garringo” (Garringo), "Califórnia Adeus" (Lo Chiamavano California). Clint Eastwood fez história no western spaghetti, mas voltou aos Estados Unidos para se tornar o maior nome do cinema norte-americano por muitos anos. Antes disso recebeu uma ‘homenagem’ com “Clint, o Solitário” (Clint, Il Solitario), estrelado pelo espanhol George Martin. Outro George, o uruguaio George Hilton saiu de Montevidéu para, como ator, interpretar Sartana, Aleluia e Tricky Dicky, também chamado de Tresette nas comédias “Dicky Luft em Sacramento” (Di Tressette ce n’è Uno, Tutti gli Altri son Nessuno) e “Lo Chiamavano Tresette... Giocava Sempre col Morto”. Klaus Kinski era o mais sádico e considerado o Rei dos Bandidos dos Westerns Spaghetti, mas em (Lo Chiamavano King), o 'King' era mesmo o ator Richard Harrison. Os produtores italianos chegaram a um de seus pontos máximos de delirante criatividade com o filme “Zorro Contra Maciste” (Zorro Contra Maciste) que apesar da presença do personagem criado por Johnston McCulley, não era um faroeste. Ainda bem...


Um Homem Chamado... - O cartão de visita nos faroestes italianos era a pistola, mas com o sucesso do filme “Um Homem Chamado Cavalo” estrelado por Richard Harris, de Elliot Silverstein, os distribuidores nacionais passaram a apresentar alguns westerns spaghetti com esse modelo de título como em “Um Homem Chamado Django” (A Man Called Django), “Um Homem Chamado Sabata” (Arriva Sabata), “Um Homem Chamado Dakota” (Un Uomo Chiamato Dakota), “Un Uomo Chiamato Apocalisse Joe”, “Um Homem Chamado Sacramento” (Sei Ielatto, Amigo. Hai Incontrato Sacramento”, “Um Homem Chamado Gringo” (Sien Nannten ih Gringo), esta uma produção alemã. E houve as variantes como “Meu Nome é Pecos” (Due Once di Piombo). “Um Animal Chamado Homem” (Un Animale Chiamato Uomo!!!), “E o Chamavam Espírito Santo” (...E lo Chiamarono Spirito Santo), “Meu Nome é Mallory, com M de Morte” (Il Mio Nome é Mallory), “Chamam-me Aleluia” (Testa ‘Amazzato, Croce... Sei Morto... Mi Chiamano Allelluia). Também apelidado de ‘Cemitério’, Gianni Garko matou muita gente apresentado como Campo Santo em “Já não é mais Sartana. Seu nome é Campo Santo” (Gli Fumavano le Colt... Lo Chiamavano Campo Santo).



As insinuadoras reticências... - Se havia Espírito Santo, Campo Santo e Aleluia, ninguém estranhou quando surgiu ‘Jerusalém’ em “Pistoleiro Não Muito Mortal” (E Alla Fine lo Chiamarono Jerusalem l’Implacabilli). “Lobo, o Bastardo” foi o título brasileiro de “Il Suo Nome era Pot... Ma... Lo Chiamavano Allegria”, outro western de Demófilo Fidani, desta vez assinando ‘Dennis Ford’. O título nacional “Sangue, Ouro e Vingança” escondia o original “Attento Gringo è Tornato Sabata”. E Fidani também perpetrou o título “Era Sam Wallach... Lo Chiamavano Cosi Sai” que no Brasil matreiramente foi exibido como “Um Pistoleiro mais Violento que Ringo”. Além dos títulos inusitados os westerns spaghetti usaram e abusaram do uso de reticências, o que lhes dava uma característica toda especial e facilmente identificável como filme do gênero. Na quarta e última parte desta série ‘Os Incríveis Títulos dos Westerns Spaghetti’ serão apresentados os dez melhores títulos, bem como os dez mais estapafúrdios entre as centenas de irreverentes títulos apresentados pelos euro-westerns. Aguarde amigo, neste blog chamado... WESTERNCINEMANIA.



22 de dezembro de 2013

OS INCRÍVEIS TÍTULOS DOS WESTERNS SPAGHETTI (Parte II) – PISTOLAS E CADÁVERES


Se a palavra ‘dólar’ é a campeã absoluta entre os títulos dos westerns spaghetti, outras também apareceram em incontáveis filmes chegando a confundir os espectadores menos atentos. É o caso de pistola/pistoleiro por vezes acompanhadas por um numeral. “Sete Homens e um Destino” certamente foi um western cultuado na Itália, tantas as vezes que esse número envolto numa estranha mística apareceu em títulos de faroestes. E como não poderia deixar de ser em países eminentemente católicos como Itália e Espanha, Deus, diabo, céu e inferno causavam forte impressão nos ávidos espectadores que viam como cenário constante dos westerns spaghetti os cemitérios. Ameaças amedrontadoras prometendo a morte breve eram pronunciadas pelos taciturnos maus e feios personagens cujos nomes eram outra atração dos cartazes dos spaghetti.

Pistoleiros e Pistoleiras - “As Pistolas não Discutem” (Le Pistole non Discutono), com o canadense Rod Cameron foi,em 1963, um dos primeiros faroestes europeus a citar a palavra pistola, iniciando uma sequência enorme de filmes com essa palavra que possuía forte poder de atração sobre os espectadores. Seguiram-se “O Homem da Pistola de Ouro” (L’Uomo dalla Pistola d’Oro) que é título homônimo de uma aventura de James Bond/Roger Moore, “Uma Pistola e Cem Cruzes” (Una Pistola per 100 Croci), “Uma Pistola para Cem Sepulturas” (Una Pistola per Cento Bare). Por vezes omitia-se a palavra pistola nos títulos nacionais, como ocorreu em “Duelo em Dallas City” (Le Maledette Pistole di Dallas). Quando não era pistola era pistoleiro o chamariz do título e exemplos não faltam como em “O Pistoleiro que Mudou o Oeste” (I Senza Dio), neste caso invenção dos distribuidores patrícios. Na falta de pistoleiros surgiam as mulheres armadas como em “A Pistoleira Virgem” (Giarrettiera Colt) com a bela Nicholetta Machiavelli e “As Pistoleiras” (Las Petroleras) com as fascinantes Brigitte Bardot e Claudia Cardinalle. Estes dois títulos também criações de nossos distribuidores já que não há pistoleiras nos títulos originais. Clássico absoluto do gênero western, independente de sua origem, “Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo” recebeu no Brasil o título de “Três Homens em Conflito”, isto em 1967 quando aqui foi exibido e num momento em que muitos outros westerns made-in-Italy mais pareciam máquinas calculadoras, tantos eram os números que seus títulos continham.


Numerosas pistolas - Um pistoleiro é pouco e muitos pistoleiros nunca foram demais em westerns spaghetti. Melhor ainda se eles vierem em número de sete, evocativo, sem dúvida, dos sete magníficos do faroeste de John Sturges baseado nos “Sete Samurais” de Akira Kurosawa. Foi assim em “Os Sete Pistoleiros” (7 Magnifiche Pistole) e em “Sete Cavalgam até a Morte” (7 Cabalgan Hacia La Muerte), esta uma produção espanhola. Mezzo italiana, mezzo spagnola foram as aventuras lideradas por Gregor MacGregor em “Sete Pistolas para os MacGregors” (Sette Pistole per i MacGregors), e “Sete Mulheres para os MacGregors” (Sette Donne per i MacGregors), este claramente lembrando o inesquecível musical “Sete Noivas para Sete Irmãos”. O número sete apareceu ainda em “Adios, Hombre” (7 Pistole per un Massacre), “Sete Pistolas para Gringo” (7 Pistole per El Gringo), “O Grupo dos Sete Selvagens” (I 7 Gruppo del Selvaggio) e “Sete Horas de Fogo” (Sette Uore di Fuoco). Exibido entre nós como “Texas 1867”, o título original desse filme estrelado por Guy Madison era mesmo “7 Winchester per um Massacre”. Até uma aventura de Trinity intitulada originalmente como “Una Ragione per Vivere e una per Morire” foi chamada no Brasil como “Trinity e os Sete Magníficos” numa inacreditável tentativa de iludir os espectadores. De Trinity nesse filme só havia a presença de seu parceiro Bud Spencer, mas em compensação o astro foi o excelente James Coburn ao lado de Telly Savalas Nem sempre o número escolhido era sete como ocorreu com os títulos de “Seis Invencíveis Pistoleiros” (Sei Bounty Killers per una Strage) e “Cinco Pistolas com Sede de Sangue” (Giu Uomini dal Paso Pesante), boas soluções dos tituladores brasileiros. Certo sádico exagero ocorreu em “15 Forcas para um Assassino” (15 Forche per un Assassino), mas o que seria exagero em se tratando de títulos de westerns spaghetti que apelavam até para a religiosidade, como em “Os Quatro da Ave Maria” (I Quattro dell’Ave Maria) e como se vê a seguir.



Deus, Perdoa a Minha Pistola -  “Quatro Pistoleiros de Santa Trinitá” (I quattro Pistoleri di Santa Trinità) também mesclou numeral, pistoleiro e referência à Santíssima Trindade. Mas muitos westerns spaghetti eram indiferentes ao segundo mandamento da igreja católica que prega não tomar o nome de Deus em vão. E exemplos não faltam como em “Deus não Paga aos Sábados” (Dio non Paga Il Sabato), “E agora Faça as Pazes com Deus” (Ed ora Raccomanda l’Anima a Dio), “Eu Mato e Recomendo a Deus” (T’Ammazzo Raccomandati a Dio), “Peça Perdão a Deus, Nunca a Mim” (Chiedi Perdono a Dio, non a Me), “E  Deus Disse a Caim” (E Dio Disse a Caino) com o terrível homem mau Klaus Kinski. Vez por outra o nome de Deus era omitido no título em Português como em “Semeando a Morte no Texas” (Semino Morte. Lo Chiamavano Il Castigo di Dio), com Brad Harris como Django. Pelo sim pelo não, foi evitada a tradução literal de “Dio Perdoni la mia Pistola” que passou aqui como “Texas Calibre 38”, faroeste estrelado pelo norte-americano Wayde Preston. A religiosidade muitas vezes se manifestou em forma de oração sem que o executante pense no perdão: “Reze a Deus e Cave sua Sepultura” (Prega Dio... E Scavati la Fossa) e “Rezo a Deus e Odeio meu Próximo” (Odia Il Prossimo Tuo). No Brasil, como não poderia deixar de ser apareceu um título imitando os dos faroestes italianos como em “Rogo a Deus e Mando Bala”, de Oswaldo de Oliveira com Inácio Araújo (ele mesmo, o crítico) no elenco.


O faroeste "Rogo a Deus e Mando Bala" é uma produção brasileira
que tentou enganar o público fazendo-se passar por um
westernspaghetti ou seja, a contrafação da contrafação.

Túmulos, diabo e morte - O capeta também tinha vez nos títulos dos westerns spaghetti como em “Um Colt na Mão do Diabo” (Una Colt in Pugno al Diavolo). E se Satanaz não aparecia nossos tituladores lembravam dele como em “Um Colt para os Filhos do Demônio” (Al di lá della Legge), ou indo até a casa dele como em “Até no Inferno Irei à sua Procura” (Dinamite Jim). Num tempo em que nosso Zé do Caixão assombrava o mundo, faroestes italianos faziam também referência à morte. “Réquiem para Matar” (Requiescant), filmado em 1967, é famoso por ter em seu elenco a presença de Pier Paolo Pasolini Seguindo essa linha houve ainda “Ei, Amigo, Descanse em Paz” (Eh, Amico... Sei Morto), “Cemitério sem Cruzes” (Cimitero Senza Croci), “Uma Longa Fila de Cruzes” (Una Lunga Fila di Croci), “Bom Funeral Amigos... Paga Sartana” (Buen Funeral Amigos... Paga Sartana), “Os Cadáveres não Fazem Sombra” (Inginocchiati Straniero... I Cadaveri non Fanno Ombra). Nossos tituladores ora apelavam para o terror como em “O Túmulo do Pistoleiro” (Attento Gringo, ora si Spara), ora evitavam o funesto, como em “A Vingança é Minha” (Quei Dispari Che Puzzoni di Sudore e di Morti) e em “Bandidos” (Bandidos, Creppa tu Che Vivo Io). Leia na próxima postagem a terceira parte de ‘Os Incríveis Títulos dos Westerns Spaghetti’.




20 de dezembro de 2013

OS INCRÍVEIS TÍTULOS DOS WESTERNS SPAGHETTI (Parte I) - "A INFLAÇÃO DOS DÓLARES"


Quando se tornaram verdadeiro fenômeno mundial de bilheteria em meados dos anos 60 os westerns spaghetti eram, de modo geral, abominados pela crítica cinematográfica. Foi necessário muito tempo e a influência inicial de autores como Sir Christopher Frayling e Alex Cox e posteriormente de Howard Hughes, Kevin Grant e Quentin Tarantino, este o mais estridente de todos, para que o subgênero passasse a ser respeitado e até assistido por seus detratores. Faz meio século desde os primeiros momentos que aqueles filmes tomaram de assalto os cinemas atraindo o grande público e também a ira de implacáveis resenhistas no julgamento da novidade que foi chamada de contrafação. Pouco depois aqueles faroestes 'não originais’ receberam o apelido carinhoso de western spaguetti. Mesmo quem não se permitia assistir àquele tipo de filme achava graça dos títulos atrevidos, provocadores e, convenhamos, por vezes de um apelativo mau gosto. Algo igual só seria repetido na década seguinte com os títulos das pornochanchadas produzidas no Cinema da Boca em São Paulo e no Cinema do Beco no Rio de Janeiro. Uma característica dos westerns spaghetti era o fato de algumas poucas palavras dominarem os títulos dos filmes, fazendo deles uma atração irresistível para os fãs dos Ringos, Sartanas, Djangos, Sabatas e Gringos. Entre essas palavras a mais comum era a que fazia referência ao dólar como se constata nos títulos que o WESTERNCINEMANIA levantou pesquisando nos blogs dos especialistas Edelzio Sanches (Bangbang à Italiana) e Paulo Eduardo Amaral Lopes (O Euro-Western no Brasil).

Herança de Leone - “O Dólar Furado” (Il Dollaro Bucatto) fez enorme e inesperado sucesso internacional e na esteira desse filme de Giorgio Ferroni vieram outros contendo a carismática moeda norte-americana no título. Sergio Leone a usou no seminal “Por um Punhado de Dólares” (Per un Pugno di Dollari) e em “Por uns Dólares a Mais” (Per Qualche Dollaro in Più). Devido ao êxito desses três westerns a palavra dólar, tanto no singular quanto no plural, foi utilizada exaustivamente tornando-se sinônimo dos westerns spagheti. E tome dólar para todos os lados como nestes exemplos: “A Morte Não Conta Dólares” (La Morte Non Conta i Dollari), “As Duas Faces do Dólar” (Le Due Facce Del Dollaro), “Dólar de Fogo” (Um Dollaro di Fuoco), “Por um Dollar em Tucson... Se Mata” (Per um Dollaro a Tucson si Muore), “Por um Dólar Manchado de Sangue” (Per un Dollaro di Gloria), “Um Dólar Entre os Dentes” (Um Dollaro Tra i Denti), “Sete Dólares Ensanguentados” (Sette Dollari sul Rosso) e a comédia “Um Dólar Falso” (Um Dollaro di Fifa).

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Iludindo o público com dólares – O sucesso dos faroestes Made-in-Italy era tamanho que até mesmo no Brasil se aproveitou da moda dos dólares, como fez a Cinedistri ao produzir a comédia “Se Meu Dólar falasse”, estrelada por Grande Otelo e Dercy Gonçalves. E os produtores europeus também mostraram sua esperteza ao criar títulos capazes de confundir os ávidos espectadores, títulos estes que remetiam aos faroestes de maior sucesso. Entre esses títulos oportunísticos estavam a comédia “Por uns Dólares a Menos” (Per Qualche Dollaro in Meno) e “Por um Punhado de Prata” (I Tre Implacabilli), este malandramente alterado pelo distribuidor brasileiro. Quando Django e Ringo passaram a fazer sucesso não se perdeu tempo e misturou-se dólares com aqueles heróis, resultando em títulos como “Poucos Dólares para Django” (Pochi Dollari per Django), “Cinco Dólares para Ringo” (5 Dollari per Ringo)  e “Quatro Dólares de Vingança para Ringo” (Quatro Dollari di Vendetta). Mesmo produzidos por países como Itália, Espanha e França, não se usava naqueles westerns a lira, a peseta ou o franco, moedas daqueles países, prevalecendo sempre o velho e bom dólar dos cowboys estadunidenses.


Inflação da moeda norte-americana - Essa verdadeira invasão de westerns spaghetti assistiu à inflação da moeda de Tio Sam nos títulos de filmes como em “Cem Mil Dólares para Ringo” (Centomilla Dollari per Ringo) e na produção espanhola “100 mil por um Bandido” (100.000 Dollari per Lassiter) ou ainda aduzindo o nome de um herói famoso como em “100 mil Dólares para Sartana / 100 mil Dólares por um Bandido” (Per Mille Dollari al Giorno), “Django Mata por Dinheiro” (10.000 Dollari per um Massacro), “Ringo não Perdoa” (Per Pochi Dollari Ancora) e “20 mil Dólares para Gringo” (20.000 Dollari sul 7). O heroi do título original podia igualmente desaparecer de nossos títulos como ocorreu com “20.000 Dólares por um Cadáver” (Eh, Gringo, Scendi dalla Croci). Por vezes era a palavra dólar que sumia como em “Johnny Texas” (Mille Dollari sul Nero), “Kidnapping – Paga ou Mataremos” (20.000 Dollari Sporchi di Sangue), “A Sombra da Winchester” (Tre Dollari di Piombo), “Pistoleiros em Conflito” (Per 100.000 Dollari t’Ammazzo) e em “Um Dólar para Matar” (Bandidos).



O caixão de dólares - Os famosos McGregors continuavam fazendo sucesso como em “Dólares de Sangue para McGregor” (Ancora Dollari per i McGregor), mas nenhum título contendo a palavra dólar foi tão expressivo como aquele criado pelo diretor-roteirista-produtor italiano Demófilo Fidani. Dos mais controvertidos cineastas europeus, Fidani colaborou para que o western spaghetti tivesse alguns dos títulos mais inimaginavelmente bizarros que foi “Por um Caixão Cheio de Dólares” (Per uma Bara Piena di Dollari). Despudoradamente Fidani mostrou o alcance de sua criatividade ao juntar a marca de Django (o caixão) com a referência ao eterno dólar do gênero. E Demófilo Fidani criaria ainda outras ‘pérolas’ em forma de título como será demonstrado na segunda parte desta série ‘Os Incríveis Títulos dos Westerns Spaghettis’ que será publicada a seguir neste mesmo blog.