Certos filmes gastam fortunas com o
elenco de apoio contratando artistas famosos com a certeza de atrair mais
público. Mas há outras produções que, por feliz coincidência, formam o elenco
repleto de coadjuvantes, muitos dos quais mais tarde se tornam astros. Esse foi o caso de
“Cidade do Mal” (City of Bad Men), western da 20th Century-Fox que conta com um time de atores que no cinema ou na TV ganharam fama e fortuna. Esse
faroeste que Harmon Jones dirigiu em 1953 reuniu diversos coadjuvantes como membros
das quadrilhas de bandidos que chegam a Carson City por ocasião da disputa do
título de campeão de boxe na categoria dos pesos-pesados. E a cidade fica povoada de malfeitores cujo único interesse é ficar com o produto
da renda da disputa esportiva. Dale Robertson, o próprio herói do filme, é o
líder de uma quadrilha composta por Leo Gordon, Lloyd Bridges, John Doucette e
os mexicanos Rodolfo Acosta e Pascual García Peña. Uma segunda quadrilha tem
como chefe Richard Boone que, entre outros bandidos tem Robert Adler. A
terceira quadrilha que invade Carson City é comandada por Don Haggerty que tem
como braço direito Alan Dexter. Não bastasse todos esses homens maus e I.
Sanford Joley chega também a essa cidade de Nevada. Tantos bandidos conhecidos
e alguns deles muito talentosos tornam “Cidade do Mal” uma atração a mais para os cinéfilos.
Richard
Boone se tornou um dos mais requisitados atores para interpretar
vilões e seu tipo durão fez com que ele protagonizasse de forma única a série
de TV clássica “O Paladino do Oeste” (Paladin). Boone atuou ainda na série western “Hec Ransey” e no
“The Richard Boone Show”. Difícil dizer qual seu melhor papel no cinema, mas Boone nunca esteve tão cínico e cruel como em "Hombre".
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Dale
Robertson foi uma aposta da Fox que queria fazer dele o principal
galã do estúdio, o que acabou não acontecendo. Robertson passou então a atuar
prioritariamente em westerns B, até que a televisão o levou para estrelar por
seis anos (200 episódios) a série “Tales of Wells Fargo”, dando a Robertson uma fama
que não chegou a conhecer no cinema.
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Lloyd
Bridges é hoje mais conhecido como pai do consagrado Jeff e do
também ator Beau Bridges. No cinema desde os 20 anos, Lloyd teve importante
participação em “Matar ou Morrer” (High Noon), mas foi também na televisão com
a série “Aventura Submarina”, interpretando o mergulhador Mike Nelson, que
Lloyd se projetou definitivamente.
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O violento na vida real Leo Gordon chegou a cumprir pena na
prisão de San Quentin. Posto em liberdade passou a atuar em filmes, sempre dando muito
trabalho aos mocinhos como por exemplo John Wayne em “Caminhos Ásperos”
(Hondo). Leo Gordon foi ainda um bem sucedido escritor e 28 de suas histórias viraram
filmes de cinema ou televisão.
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Rodolfo
Acosta e Alfonso Bedoya foram os dois mais conhecidos bandoleros
mexicanos de Hollywood. E Acosta, antes de ser tornar hombre malo era galã no
cinema do México, beijando as mais lindas atrizes. Bedoya faleceu aos 53 anos de idade e Acosta aos 54 anos e
depois deles nunca mais Hollywood importou de além do Rio Grande vilões tão
característicos.
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A fisionomia de John Doucette lembrava um pouco a de Ernest Borgnine. Por isso
mesmo seria difícil Doucette se tornar galã no cinema, tendo de se contentar em
interpretar tipos característicos. Com a mesma facilidade que era homem mau,
este excelente ator podia ser respeitado cidadão. Abandonando o cinema, Doucette passou a
lecionar Arte Dramática em sua própria escola, a ‘Stagecoach Acting Scool’.
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I. Stanford Joley e Pascual García Peña |
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