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Acima Maurício Morey, ator do
Ciclo Campineiro; no centro
Alberto Ruschel e MiltonRibeiro
em "O Cangaceiro"; abaixo Jorge Karan em "Meu Nome é Tonho". |
Os mais importantes ciclos brasileiros
de filmes que se aproximaram do gênero western foram o ‘Nordestern’ (filmes
sobre o cangaço), o ‘Western Feijoada’ (faroestes produzidos pelo pessoal do
Cinema da Boca com estilo que copiava os westerns spaghetti) e o ‘Faroeste Caboclo’. Este último iniciado nos anos 50 por Antoninho Hossri com o filme "Da Terra Nasce o Ódio" naquele que foi
chamado de Ciclo Cinematográfico Campineiro. Posteriormente, como lembra o jornalista Rodrigo Pereira, esse ciclo se expandiu por cidades como Piracicaba, Jundiái e São João da Boa Vista. Dos Nordestern, o mais famoso é o premiado
“O Cangaceiro”, que Lima Barreto filmou para a Vera Cruz em 1953, alcançando
distribuição e êxito internacional. Os Westerns Feijoada tiveram em Toni Vieira
um nome lendário pelos muitos filmes em que atuou e dirigiu, isto quando o
Cinema da Boca tentava faturar no rastro do sucesso dos westerns spaghetti.
Dessa fase, no entanto, “Meu Nome é Tonho”, de Ozualdo Candeias, é o grande
clássico e o mais admirável entre os faroestes nacionais, isto porque Candeias,
distanciando-se das contrafações europeias, se acercou do Western Caboclo,
aquele faroeste com sabor da nossa cultura e da realidade do nosso interior. Quando
parecia que nada mais aconteceria nesses segmentos do cinema nacional eis que
numa região próxima à capital paulista (São Paulo), ainda que timidamente, é
retomada a produção de westerns, num misto entre o ‘Feijoada’ e o ‘Caboclo’.
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Toni Cardi |
Faroestes
na Alta Mogiana - Criada em 1872 a Companhia Mogiana
de Estradas de Ferro, tinha seu trajeto iniciando na Estação de Campinas até
chegar a Mogi-Mirim, daí ser ‘Mogiana’ o nome popular da linha férrea. Ampliada
aos poucos, a Mogiana estende-se até Ribeirão Preto em 1880, chegando
posteriormente a Minas Gerais. A região que tinha Ribeirão Preto como ‘capital
regional’ ganhou o nome de ‘Alta Mogiana’, congregando inúmeros municípios
vizinhos. Em 1972, em Ribeirão Preto, foi filmado “Conflito em San Diego”,
primeiro western realizado na Região da Alta Mogiana. Mais ou menos nessa mesma
época a cidade de Dourado, relativamente próxima de Ribeirão Preto, serviu de
cenário para “Pedro Canhoto, o Vingador Erótico”, western concebido pelo Cinema
da Boca. Esses dois filmes, ambos longa-metragens, não podem, a rigor, serem
considerados projetos autênticos que caracterizassem um Ciclo Western da Alta
Mogiana. De certo modo isso viria a ocorrer quase 40 anos depois com três
curta-metragens (“Voltei do Inferno”, “A Morte Vai para o Inferno” e “Maldito
Ouro Azul”) e com um vídeo-clip (“Duelo de Amor”) realizados com a estética do
faroeste.
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Acima Eduardo Sbordoni e Cássio Morais; abaixo a Estação de Bueno de Andrada. |
Surge
um documento cinematográfico - Atento a esse insólito movimento, o
ribeiropretano Milton Martins, produtor audio-visual da televisão, produziu o
documentário “A Herança da Alta Mogiana”. Excelentemente realizado, o filme de
Martins conta com comentários oportunos e informações precisas por parte de
Rodrigo Pereira (jornalista e pesquisador) e Getúlio Alho (ator e escritor),
profundos conhecedores de cinema em geral e mais especificamente daqueles
rodados na Alta Mogiana. Além deles, são muitas as entrevistas feitas por
Milton Martins com atores, diretores e pessoas ligadas aos filmes abordados.
Martins focaliza os seis filmes interligando-os com a presença dos personagens ‘Alberto Sanches’
(interpretado por Cássio Morais) que, na Estação de Bueno de Andrada, aguarda a
chegada do menino ‘Nicolas Sanches’ (Eduardo Sbordoni) para lhe entregar uma
missiva. Enquanto espera, Alberto tira de sua mala um exemplar em tudo
semelhante à história em quadrinhos “Tex” e vai lendo cada uma das aventuras do
gibi. Cada aventura tem o título e personagens dos filmes exibidos no
documentário. Com esse inovador roteiro, Milton Martins faz alusão também à criação
de Giovanni Bonelli e Aurelio Gallepini, editada ininterruptamente há quase 70 anos.
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Em destaque Milton Martins; à direita Rodrigo Pereira e Getúlio Alho. |
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O baterista Netinho, ídolo da Jovem Guarda. |
“Conflito
em San Diego” - Em 1972 Dino Zizzi produziu e Maurício Miguel dirigiu
“Conflito em San Diego”, western que deveria ter no elenco todos os membros do
grupo “Os Incríveis”. Durante as filmagens as desavenças entre os cinco músicos
atingiram um ponto crítico e logo em seguida o grupo se separou. Mingo,
Risonho, Manito e Nenê não permaneceram em Ribeirão Preto e só o baterista
Netinho (Luiz Franco Thomaz) participou do filme todo. Com 78 minutos de
duração, “Conflito em San Diego” aborda a disputa por terras tão comum aos
filmes do gênero, mesmo os nacionais, e que teve seu modelo maior em “Os Brutos
Também Amam” (Shane), amado clássico norte-americano de 1953. Diversas são as
sequências de violência no filme de Maurício Miguel, num tempo em que Sam
Peckinpah e os westerns europeus ditavam as regras do gênero. “Conflito em San
Diego” ficou nas prateleiras por nove anos, até que foi lançado em 1981, tendo
no elenco as presenças de José Veloni e de Carlos Spíndola, o Biriba. Spíndola
concedeu entrevista a Milton Martins relembrando passagens das filmagens desse western que
demorou seis meses para serem completadas, segundo depoimento anterior do
falecido José Veloni.
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José Veloni e Os Incríveis participando de "Conflito em San Diego". |
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A cavalo arrastando uma caixa a la Django Carlos Spíndola, o 'Biriba'. |
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Heitor Gaiotti em destaque no pôster. |
“Pedro
Canhoto, o Vingador Erótico” –
Realizado na cidade de Dourado, quase ao mesmo tempo que “Conflito em San
Diego”, um outro western teve produção igualmente acidentada. Com o título “Pedro
Canhoto, o Vingador Erótico” esta produção, comprova que, se fazer filmes no
Brasil é uma grande aventura, rodar faroestes é para pessoas de coragem ilimitada. Dirigido
pelo italiano radicado no Brasil Raffaele Rossi, o louro herói ‘Vingador
Erótico’ busca vingar a morte de seus pais vítimas da ambição desmedida de um
rico coronel proprietário de terras. Segundo conta o protagonista Toni Cardi, foi
a generosidade de alguns habitantes de Dourado que permitiu que o elenco e
técnicos praticamente sobrevivessem durante a epopéia que foram as filmagens. Dirce Semensato, que no filme interpreta
uma mulher violentada por bandidos, relembra o extremo carinho e respeito que
recebeu de todo o elenco. É citado ainda o famoso pôster desse western, no qual
estaria a imagem de Lee Van Cleef, mas havia quem garantisse ser o rosto desenhado de Heitor Gaiotti, ator que poderia ser dublê do ator norte-americano, tamanha a semelhança entre ambos. Mais uma vez é Rodrigo Pereira quem esclarece que o pôster nacional foi 'emprestado' do western "Vamos a Matar Sartana", de 1971. O desenhista bem que tentou reproduzir o rosto do ator espanhol George Martin que estrela esse filme. “Pedro Canhoto, o Vingador Erótico” foi objeto de resenha mais completa neste blog.
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Milton Martins com Toni Cardi em foto recente. |
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Dirce Semensato atualmente e como atriz em "Pedro Canhoto, o Vingador Erótico". |
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Abaixo 'Manguaça', 'Cachaça' e 'Pileque'. |
“O
Maldito Ouro Azul” – Um grupo de alunos do Centro
Universitário Barão de Mauá, de Ribeirão Preto, se propôs a realizar um
curta-metragem em 2009 e a ideia inicial era a mais esdrúxula possível. Com
roteiro e cinematografia de Milton Martins e direção de Ricardo Ninin, o projeto
escolar teve o título “O Maldito Ouro Azul”, e partia de uma situação de
ficção-científica transportada para uma cidade onde estava enterrada uma caixa
com o material radiativo Césio 137 (o ouro azul). Muitíssimo bem produzido e
rodado em Ribeirão Preto, neste faroeste-caboclo-sci-fi há cenas de saloon, xerife
tentando proteger a cidade, não faltam luta e tiroteio coreografados
graficamente e o personagem principal chama-se ‘Walker’, misto do ‘Walker’ de
Lee Falk (O Fantasma) e dos estranhos de tantos e tantos westerns. E não falta também comicidade provocada pelo trio de bandidos ‘Manguaça’, ‘Cachaça’ e ‘Pileque’
tentando atrapalhar a vida do mocinho. “O Maldito Ouro Azul” nascido da
imaginação de Milton Martins gerou uma sequência de outros curta-metragens de
autoria de outros jovens da Alta Mogiana.
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Ricardo Ninin na foto maior; Fernando Reis Coelho e Giuliano Marcos à direita. |
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Laerte Parente e Sandro Gian, atores de "O Maldito Ouro Azul". |
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O 'mocinho' Élcio Júnior e uma lista de hóspede do hotel em "O Maldito Ouro Azul", notando-se que o primeiro nome da lista é 'Clint Eastwood'. |
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Eduardo Pereira e Luccas Garcia |
Cowboys
de olhares lânguidos - O faroeste não era mais o mesmo
desde que “O Segredo de Brokeback Mountan” arrebatou três Oscars e gerou muita
polêmica narrando o amor entre dois cowboys. Enquanto isso em 2009, na Alta
Mogiana, uma música composta por Cássio Morais e ouvida por Ricardo Ninin e
Fernando Reis Coelho inspirou a dupla a criar um clip western-musical. A canção
de Cássio Morais, no clip cantada por ele mesmo num saloon, conta a história de
um valentão que mete medo em toda a população do lugarejo. Chega então um
cowboy disposto a enfrentar o fanfarrão e o duelo é marcado para o meio-dia
seguinte. O povoado contém a respiração enquanto os contendores olham penetrantemente
um nos olhos do outro. Ao invés, no entanto, de sacar das pistolas, os sensíveis cowboys se abraçam e se beijam para espanto dos assistentes, indo embora de mãos dadas e fazendo a
harmonia voltar à cidadezinha. Ao terminar a canção Cássio Morais vê adentrar o
saloon alguém que também provoca um suspiro emocionado do cantor. Mais hilariante
impossível. A figura física de Cássio Morais lembra Don Williams, o ‘Gentle
Giant’ da música country norte-americana, enquanto sua longa composição e harmônica presa ao
pescoço não nega a influência de Bob Dylan.
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Eduardo Pereira e Luccas Garcia; cenas de ação em "Duelo de Amor". |
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O cantor-compositor e ator Cássio Morais. |
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Thiago Belém |
Western
surrealista - Nova produção de Fernando Reis Coelho, secundado por
Milton Martins, desta vez dirigida por Júnior Titanium, foi o curta-metragem “A
Morte Vai para o Inferno”. Filmado em Ribeirão Preto, este western se encerra
com o herói (também chamado Walker) dizendo ao xerife ferido: “Não precisa se preocupar com a morte,
porque a morte eu mandei para o inferno”. Fãs de cinema encontram nos 15
minutos desse eletrizante curta referências a Buñuel, Bergman, nosso José Mojica
Marins (que filmou “D’Gajão Mata para Vingar”) e certamente Clint Eastwood. Western
sobrenatural e onírico, cujo tema é a vingança, com Walker deixando de ser
pistoleiro de aluguel para liquidar o bando do coronel que infesta aquelas paragens.
Realizado também por alunos do Centro Universitário Barão de Mauá, “A Morte Vai
para o Inferno” permite que o espectador imagine o que o diretor Júnior Titanium poderia
fazer num longa-metragem. Escolha errada de elenco pois o facínora deveria ter
sido interpretado por Ricardo Grippa, ator (produtor e apresentador de TV) com
tipo de Rod Steiger, enquanto o bandido Thiago Belém se esforça muito mas mais parece o mocinho do filme.
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Júnior Titanium e Fernando Coelho (diretor e produtor). |
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Ricardo Grippa e Thiago Belém (atores) de "A Morte Vai para o Inferno". |
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Sequências de "A Morte Vai para o Inferno". |
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O duelo final em "Voltei do Inferno". |
Vingança
ardente - Distante 30 kms de Ribeirão Preto, Brodowski possui um
grupo de cinema que em parceria com uma emissora de televisão local produziu em
2011 um curta-metragem. Esse grupo de cinema não é voltado especificamente ao
gênero western, mesmo assim o filme escolhido - “Voltei do Inferno” – é um
faroeste interpretado pelos membros do grupo e dirigido por Caetano Jacob. O
tema é mais uma vez o conflito pela posse de terra travado entre um coronel secundado por seu capataz ‘Chupacabra’
(Luís Carlos Magalini) e um homem que no decorrer do filme é dado como morto. Tendo sobrevivido aos escombros de sua casa queimada, esse homem sedento de vingança também por ter perdido esposa e filho reaparece e abate o poderoso coronel e seu braço direito Chupacabra. Num final que
surpreenderia o próprio Sam Peckinpah, a consumação da vingança se dá com o
coronel sendo queimado vivo. Uma sequência das melhores é quando dois ‘homens
da lei’ discutem as benesses que poderão ter com a ascensão do político local
ao governo do Estado. “Voltei do Inferno” bem que mereceria ter um cartaz
pintado por Cândido Portinari.
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A violência em "Voltei do Inferno"; na foto menor homens da lei corruptos. |
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Membros do Grupo de Cinema de Brodoswski: Luís Carlos Magalini, José Carlos de Oliveira e Mith Mantoani. |
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Outros membros do Grupo de Cinema de Brodoswski: Armando Queluz, Rosana Rossini Esteves e Roberto Morando Videira. |
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José Leonel Damasceno com seus maravilhosos brinquedos. |
Uma
ferrovia em miniatura – Com o resgate cultural que é “A
Herança da Alta Mogiana” Milton Martins indica que cabe à nova geração da
região voltada para o cinema, a continuidade daquilo que pode sim, fazer de
Ribeirão Preto e cidades vizinhas uma espécie de Old Tucson brasileira, onde
muitos faroestes poderão ser filmados. Como bônus o DVD “A Herança da Alta
Mogiana” traz uma matéria com José Leonel Damasceno Filho, apaixonado pela
história da Mogiana. José Leonel construiu em escala 1:10 uma ferrovia que
transporta quem a visita a um passado puramente poético entre trilhos, vagões de passageiros e de cargas e a inestimável fumaça expelida pela locomotiva. “A Herança da Alta
Mogiana”, esse magnífico trabalho de Milton Martins, é sumamente importante para todos
aqueles que gostam de cinema e imperdível para quem ama o faroeste.
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As introduções de cada capítulo do documentário, cujas apresentações são feitas por histórias em quadrinhos desenhadas com influência de "Tex". |
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Milton Martins |
Muito bom mano Darci! Aprendi muito e fiquei impressionado com a determinação desses cineastas tupiniquins. Grande abraço do Beto "Monty" Nista.
ResponderExcluirBeto, você que é um cowboy autêntico e que percorreu o Monument Valey, Arizona e arredores, faria enorme sucesso como ator numa próxima produção da turma da Alta Mogiana. Abração do Darci.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom esse documentário, vi no youtube e adorei o A Morte vai para o Inferno. Roteiro e ótima direção.
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