29 de março de 2014

CIDADE SEM LEI (SAN ANTONIO) – ERROL FLYNN COLOCANDO ORDEM NO TEXAS


Acima David Butler; abaixo
W.R. Burnett e Alan LeMay.
Os nomes respeitáveis dos roteiristas Alan LeMay e W.R. Burnett, por si só, tornariam imperdível “Cidade Sem Lei” (San Antonio), western da Warner Bros. lançado em 1945. LeMay se consagraria definitivamente onze anos depois com “Rastros de Ódio” (The Searchers), a obra-prima de John Ford. Por seu lado W.R. Burnett tem em seu crédito de escritor-roteirista, entre outros westerns “Lei e Ordem” (Law and Order), com Walter Huston; “Golpe de Misericórdia” (Colorado Territory), com Joel McCrea; “Céu Amarelo” (Yellow Sky), com Gregory Peck; “O Homem das Terras Bravas” (The Badlanders), com Alan Ladd e “Comando Negro” (Dark Command), com John Wayne. E são de William Riley Burnett os clássicos policiais-noir “Seu Último Refúgio” (com Humphrey Bogart), “Alma Torturada” (com Alan Ladd) e “O Segredo das Jóias” (com Sterling Hayden). É de Burnett, igualmente, o roteiro de “Fugindo do Inferno”, filme de guerra com Steve McQueen. Com Errol Flynn encabeçando o elenco de “Cidade Sem Lei”, só faltaria mesmo a direção ser entregue a Michael Curtiz, mas a essa altura Flynn e Curtiz haviam se tornado desafetos e a Warner Bros. escalou David Butler para dirigir. Butler era mais afeito a comédias e musicais, dirigindo inúmeros filmes de Shirley Temple e vários dos primeiros musicais de Doris Day. Foi David Butler quem dirigiu a magnífica comédia-musical-western “Ardida como Pimenta” (Calamity Jane), um dos maiores sucessos da esfuziante atriz-cantora Doris Day.


Victor Francen e Paul Kelly.
Um crime em San Antonio – “Cidade Sem Lei” (San Antone) conta como um rancheiro texano chamado Clay Hardin (Errol Flynn) decide esclarecer o roubo de gado no Texas que leva os fazendeiros a perderem quase tudo. O próprio Hardin foi uma vítima dos ladrões de gado, o que o que faz com que ele vá a San Antonio, cidade dominada por Roy Stuart (Paul Kelly) e seu sócio Legare (Victor Francen). Stuart é o chefe da quadrilha que rouba gado e como fachada de homem de negócios dirige o saloon e casa de espetáculos ‘Bella Union”. Legare é sócio de Stuart nesse empreendimento, atuando como diretor artístico e contrata a cantora Jeanne Starr (Alexis Smith) para uma série de apresentações no ‘Bella Union’. Após uma das apresentações Stuart tenta assassinar Clay Hardin, mas quem acaba morto é Charlie Bell (John Litel), amigo de Hardin, vítima de um tiro disparado por Legare. Sacha Bozic (S.Z. Sakall), o empresário de Jeanne Starr, testemunha o crime e passa a ser ameaçado pela dupla Stuart-Legare. Um inquérito presidido pelo Coronel Johnson (Robert Barrat) é aberto para esclarecer o assassinato e o Coronel nomeia Clay Hardin xerife de San Antonio por 24 horas, prazo que Hardin tem para solver o crime. Roy Stuart é chantageado por Legare e mata o sócio. Posteriormente Stuart tenta matar Clay Hardin mas é morto por este. Ao final Hardin e Jeanne Starr, que revela ser também texana, terminam juntos depois que San Antonio passa a ser uma cidade com lei.

Alexis Smith cantando no 'Bella Union'
e Errol Flynn num contido galope.
Mistério, entretenimento e tiros - Nos anos 40 predominava no cinema norte-americano o estilo do filme-noir com crimes misteriosos e vilões cínicos, cuja influência chegava até mesmo aos faroestes. “Cidade Sem Lei” segue essa linha com prolongada elaboração da trama, o que torna o filme um tanto cansativo com o excesso de diálogos, outra característica dos filmes-noir. Concebido para ser um grande espetáculo que atendesse de forma abrangente o público, diversos números musicais foram inseridos no filme, com canções e danças no palco do resplandecente ‘Bella Union’. A ideia não ajuda muito até porque Alexis Smith não é Marlene Dietrich e “Cidade Sem Lei” só se torna interessante como western quando cessa a música, a dança e o palavrório imoderado. A parte final deste faroeste de David Butler é magnífica, iniciando-se com uma colossal confusão no ‘Bella Union’ com intensa troca de tiros. Segue-se, ainda em clima pretensamente dark, o enfrentamento entre Stuart e Legare e depois Stuart e Hardin dentro das ruínas do Álamo, a fortificação palco da resistência dos texanos em 1836. O grand finale tem até mesmo uma perseguição a cavalo quando Clay Hardin finalmente liquida o patife Roy Stuart. Uma pena que Errol Flynn e Paul Kelly fossem visivelmente substituídos por dublês durante a cavalgada, o que rouba um pouco da autenticidade da sequência.

A destruição do 'Bella Union' quando até o piano foi destruído.

Cenários bonitos mas pintados...
Cenários pintados - Filmado em deslumbrante Technicolor, a produção de “Cidade Sem Lei” não economizou nos trajes dos atores principais com Errol Flynn, Paul Kelly, Victor Francen e S.Z ‘Cuddles’ Sakall promovendo uma acirrada disputa de elegância. Nada, porém, que se compare ao desfile de vestidos de Alexis Smith que muda de roupa a cada sequência do filme. Pelo menos o número de baús que chega e parte com ela de San Antone é condizente com o guarda-roupa desenhado para a cantora Jeanne Starr, interpretada por Alexis Smith. “Some Sunday Morning”, uma das canções interpretadas por Smith (que é dublada por Bobbie Calvin) concorreu ao Oscar de Melhor Canção na premiação de 1946. E num filme repleto de canções ouve-se “La Golondrina” e a tradicional “Clementine”, entre outras músicas mexicanas e norte-americanas. Max Steiner assina a música original da trilha sonora musical juntamente com Erich Wolfgang Korngold, trilha bastante elogiada, ainda que no clássico estilo retumbante em voga nos anos 40. A bela fotografia de “Cidade Sem Lei” é de Bert Glennon criando angulações inusitadas para faroestes contando com o excelente trabalho da Direção de Arte do staff da Warner Bros. Alguns cenários, um deles o da sequência no Álamo, são deploráveis pois pintados e denotam inexplicável economia num filme que se pretende grandioso. Errol Flynn passa o tempo todo com a coronha de seu revólver aparecendo e numa maliciosa sequência Alexis Smith se mostra impressionada com a pistola de Errol Flynn.

Alexis Smith se espanta com a pistola de Errol Flynn.

Errol Flynn
Errol Flynn bem comportado - Era muito comentado o fato de Errol Flynn atuar contrariado em faroestes, mesmo após o êxito de “O Intrépido General Custer” (They Died with Their Boots On). Em “Cidade Sem Lei”, no entanto, Flynn teve comportamento exemplar, sem criar nenhuma das dores de cabeça que dava a Jack L. Warner e aos diretores de seus filmes. Como se sabe, o ator jamais levou a sério as regras do estúdio e seus excessos com a bebida eram famosos. O único problema com Errol Flynn durante a produção é que ele foi acometido de forte gripe durante as locações no Calabasas Ranch, na Califórnia, afastando-se alguns dias das filmagens. Errol Flynn interpreta seu personagem com sua característica extravagância de gestos e olhares, típicos dos grandes canastrões, resvalando por vezes no limite do suportável. Mas ninguém fazia melhor o conquistador irresistível que o ator que imortalizou Robin Hood no cinema.

Victor Francen
Elenco internacional - O personagem de Alexis Smith é insonso como muitas das mulheres bonitas que não podem faltar num filme de ação; a atriz ilumina a tela com sua beleza mas não convence. A canadense Alexis teve também que se afastar da produção por algumas semanas devido a ter contraído uma virose. Paul Kelly repete os vilões e mesmo os policiais que fizeram dele um ator bastante requisitado pela ameaça sinistra de seu olhar. O belga Victor Francen (com quem Bob Dylan ficou parecido ao se tornar idoso) está perfeito como um dandy de New Orleans. O húngaro S.Z. ‘Cuddles’ Sakall ameniza o tom do filme com suas costumeiras indecisões, temores e efêmeros lampejos de coragem por vezes hilariantes. O elenco internacional (Errol Flynn era tasmaniano) traz também o cubano Pedro de Córdoba sem maiores oportunidades, assim como Chris-Pin Martin, que apesar de sempre interpretar mexicanos nasceu em Tucson, Arizona. John Litel aparece com destaque como amigo de Errol Flynn e Tom Tyler sucumbe mais uma vez ante o herói do filme, sina cinematográfica do ator que viveu o Capitão Marvel no cinema. Rápidas aparições de antigos cowboys do cinema, entre eles Francis Ford.

S.Z 'Cuddles' Sakall e Tom Tyler.


Alexis Smith nos braços de Errol Flynn.
Final empolgante - Errol Flynn foi um dos principais nomes do cinema norte-americano nas décadas de 30 e 40 e “Cidade Sem Lei” é mais um filme sustentado pela força do carisma do ator. E se o espectador suportar bem a primeira parte deste faroeste, vai se empolgar com o final bastante movimentado. A ótima cópia ressalta a beleza das imagens, do guarda-roupa, da beleza de Alexis Smith e do charme de Errol Flynn, mas ainda assim “Cidade Sem Lei” está longe de ser um western memorável. 


Os muitos modelos usados por Alexis Smith; Errol Flyn também
esbanjando elegância e galanteria em frente ao Álamo,
sempre exibindo sua coronha.
Chris-Pin Martín e S.Z 'Cuddles' Sakall; Florence Bates com 'Cuddles'.

Tom Tyler enfrentando Errol Flynn e sendo morto por ele.

Victor Francen e Paul Kelly.

Errol Flynn com John Litel.



24 de março de 2014

A ‘COLEÇÃO FAROESTE’ DA EDITORA ROCCO ANALISADA POR FERNANDO MONTEIRO


Elmore Leonard
“Butch Cassidy” custou seis milhões de dólares quando foi produzido em 1969 e nada menos que 400 mil dólares foram gastos apenas com a aquisição dos direitos sobre a história escrita por William Goldman. Bons roteiros são valiosos e disputados pelos estúdios porque é quase impossível se fazer um ótimo filme sem ter um bom roteiro em mãos. E isso vale para todos os gêneros de filmes como os westerns que sempre contaram com excelentes autores e suas magníficas histórias. Elmore Leonard, falecido em 2013 aos 87 anos de idade, foi um dos autores que enriqueceram o gênero com histórias originais da qualidade de “Resgate de Bandoleiros” (The Tall T), “Galante e Sanguinário” (3:10 to Yuma), “Quando os Bravos se Encontram” (Valdez is Coming) e especialmente “Hombre”, escrito em 1961. A Editora Rocco lançou uma série de livros dedicada ao faroeste, projeto esse que mereceu uma oportuna análise do escritor Fernando Monteiro com o título 'Westerns Pré-Socráticos'. Também tradutor, Monteiro foi o responsável pela tradução de “Hombre”, um dos volumes da série editada pela Rocco. WESTERNCINEMANIA reproduz o texto brilhante de Fernando Monteiro, texto imprescindível aos fãs de faroestes.


WESTERNS PRÉ-SOCRÁTICOS

        Certa vez, um amigo (leitor de Vico, Joyce e Gadda, entre outros) descobriu, na minha estante – meio escondidos –, aqueles bons westerns que eu importava dos EUA, em edições de bolso com toda a pinta de leitura popular, de segunda.
        O meu amigo PhD não ficou menos que chocado. Ele, que chegava a apreciar os filmes do genial John Ford e do misógino mestre Howard Hawks, não conseguia entender como a estima do gênero cinematográfico podia se estender aos “romances do Oeste” (mesmo que alguns deles houvessem gerado obras-primas cinematográficas). E eu improvisei, na hora, uma explicação para distraí-lo: faroestes (de qualidade) me ajudavam a entender os filósofos pré-socráticos. Surpreso, meu amigo não entendeu, mas desistiu de aprofundar a questão.
        Alguns anos mais tarde, quando afinal selecionei Parmênides (Sobre a Natureza) para ler, foi a minha vez de ficar surpreso: as distinções do sábio de Eléia – mundo aparente, mundo da verdade etc – estavam na base da tabula rasa de pioneiros, pistoleiros e xerifes angustiados em meio a um mundo selvagem onde é impossível sonhar com a ordem, a moral e a lei, sem se questionar sobre o absoluto capaz de nos situar fora da Desordem. Entre o fogo e a noite, o caos e a pluralidade das coisas, o homem do Oeste é o “fisicista” que Parmênides tenta recolocar em perspectiva filosófica para além da materialidade, num deserto físico e moral (a pradaria) onde há que decidir sobre a liberdade, seus limites, o tipo de sociedade desejável sobre o nada e outros questionamentos embutidos, em essência, na ação de um gunfighter como Shane, por exemplo, quando ele “reordena” o rincão de brutos do Wyoming, ao preço da própria expulsão daquele “paraíso” sem lugar para os heróis perigosamente armados com pistola e hábitos de individualistas solitários.
        Tudo isso (chocante?) é necessário para dizer que os melhores westerns finalmente estão chegando ao Brasil. Com intervalo de meses, a Editora Rocco lançou oito, em duas fornadas – todos assinados por Elmore Leonard –, além do ensaio Publique-se a lenda: a história do western, do brasileiro A. C. Gomes de Mattos. A coleção se chama "Faroeste" (e deveria intitular Coleção de Westerns de Leonard), em comemoração aos cem anos do gênero, no cinema. Para isso, a editora carioca deu sóbrio tratamento gráfico aos livros bem traduzidos, no simpático formato 14x21, tudo no lugar, ou quase, se não fosse pela falta, gritante, de outros autores além do bom Elmore, autor da pequena obra-prima que é Hombre (o número um do conjunto).
        Uma primeira “coleção” brasileira do gênero teria que incluir títulos como Shane, de Jack Shaefer (“Os Brutos Também Amam”, de 1953), The Searchers, de Alan Le May (“Rastros de Ódio”, de 1956), e outras novelas admiráveis, a partir das quais foram desenvolvidos os roteiros de filmes estimados pela crítica e pelo público. Na "Faroeste" é de se esperar que o arco largo dessa rubrica venha a incluir mestres do calibre de A. B. Guthrie, Charles Portis, Walter Van Tilburg Clark, Robert Krepps, Will Levington Comfort, Mari Sandoz, Charles Locke, Benjamin Capps, Elmer Kelton e outros nomes ainda desconhecidos no Brasil.
Os premiados livros de A.B. Guthrie que
viraram filmes.
        Aqui, os leitores só tiveram acesso a torpes livrinhos de bolso, escritos na Espanha e traduzidos para editoras que os vendiam em bancas, assinados por “J. Mallorqui”, “Marcial Lafuente Estefania” e pseudos semelhantes. Ninguém pôde conhecer, em tradução, a saga escrita por A. B. Guthrie, por exemplo, em dois volumes – The Way West e The Big Sky –, que Hawks levou para a tela, e é literatura de primeira ordem, distinguida com o Prêmio Saddleman (1978). Há outras lacunas, ou exemplos de apatia editorial inexplicável na área, sem esquecer que o próprio Elmore Leonard, com todo o seu sucesso no “policial”, só agora se vê retirado do fundo da gaveta (apesar do êxito do filme homônimo, produzido e dirigido por Martin Ritt, em 1967).
O pioneiro 'The Virginian' e seu autor,
Owen Wister.
        A lacuna dos bons faroestes, nas estantes brasileiras, tem mais de cem anos, uma vez que data de 1902 a publicação da novela inaugural do gênero: The Virginian, de Owen Wister. Antes, o western fora apenas anunciado naqueles folhetos e historietas de cowboys que circularam – como a nossa “literatura de cordel” – de Leste a Oeste, na América de Búffalo Bill. O livro de Wister começou a vender, aos milhares, tão logo apareceu como narrativa um tanto ingênua, porém completa e cheia da observação “documentária” pioneira. Isso atraiu a atenção de Dustin Farnum e outros atores de teatro que iriam levá-la para os palcos populares, antes do cinema se interessar pelo romance que viria a pôr, na trilha aventureira, o também “clássico” Zane Grey, autor de sessenta e três faroestes escritos a partir de 1904.
        Wister nasceu em Ohio (1872), formou-se em Harward e estudou música em Paris. Advogado profissional, costumava passar férias no Wyoming e, lá, apaixonou-se pelo mundo dos vaqueiros, índios e pistoleiros que constitui, literariamente, o “regionalismo” norte-americano mais autêntico. Depois dele e de Grey, William McLeod Raine – o terceiro nome entre os “maiorais” da fase ingênua – viria de Londres (onde nasceu em 1871), bem longe da pradaria, para escrever sobre a vastidão misteriosa.
        O fundo maniqueísta primitivo e a candidez “matuta” dessas primeiras obras seguiram exploradas por B. M. Bower (cujo nome verdadeiro era Bertha Sinclair, a primeira autora do filão), Peter B. Kyne, Clarence Mulford e Frederick Faust, mais conhecido como Max Brand. Alguma complexidade psicológica, além do alargamento antropológico daquela visão documental de Wister, só viriam com os livros de Frederick Glidden (ou Luke Short) e Ernest Haycox, até chegar a idade da razão, extra-folk, de escritores maduros, que talvez assimilaram até do cinema uma “cultura western” consciente de si mesma, como mitologia moderna.

Autores de histórias de faroestes: Zane Grey, Peter B. Kyne, Max Brand,
Clarence Mulford e Ernest Haycox.

        Exatamente como na tela, a ficção da fronteira só atravessa para os territórios mais complexos – e ganha estatura – quando passa por mãos, refinadas, de autores trabalhando num desvio de cento e oitenta graus da “horse opera” típica, costumeiramente associada a Gene Autry, Roy Rogers e outros. Uma novela densa como Hombre tem pouco a ver com Destry Rides Again, de Max Brand, ou com os livros de far-west idealizado do alemão Karl May e do norueguês Kjell Hallbing. 
Uma das muitas edições de 'Hombre' e a
edição da Editora Rocco, com tradução
de Fernando Monteiro.
       Hombre
figura entre os 25 melhores westerns de todos os tempos – na lista da WWA (Western Writers of America) – e é, sem dúvida, a mais vigorosa das obras do Leonard capaz de abordar diferenças raciais e culturais que lançam a sua aventura do Oeste pelos caminhos ásperos até do tema sartreano (“o inferno são os outros”). True Grit, de Charles Portis, alcança aquele respiro largo do melhor Mark Twain, sendo o seu humor menos direto e temperado pela visão retrospectiva; Watch for me on the mountain, de Forrest Carter foi chamado de “espantoso romance”, por Budd Schulberg, e The Searchers, de Alan Le May, tornou-se paradigmático como o belo Shane.
        Podemos ir mais longe, e dizer até que a “conquista do Oeste” – curto período de menos de meio século – ofereceu a escritores, a diretores de cinema (de Anthony Mann a Fritz Lang), algo como um platô comparável ao fornecido, a Homero, pelas façanhas de alguns guerreiros brutais, naquelas refregas gregas. Cantando os seus feitos, o poeta dos heróis assentou o marco épico inicial da nossa literatura (se houvesse cinema naquela época remota, hoje veríamos Tróia como uma espécie de Tombstone do Peloponeso). Viajando por lá, nos anos 40, Henry Miller escreveu, em Colussus of Marussi, que, a toda hora, esperava ver “índios siouxes, não sabia porquê, saltando acima das pedras colossais da Micenas arcaica”.
        Não é de espantar: afinal, há “pré-socráticos” na essência da mitologia americana, talvez a última capaz de ainda nos inspirar para a frente, go to West, no espaço silencioso das últimas fronteiras. No Pindorama de cancaceiros (armoriais ou não) que somos, este artigo saúda a coleção de westerns que, certamente, não será lida por Ariano Suassuna...

O espanhol José Mallorqui  e sua série 'Coyote' que fez sucesso no Brasil.

Livros de Marcial Lafuente, que aparece na foto à direita. Os livros de
Lafuente vendiam bastante no Brasil e na dedicatória da foto ele escreveu:
"A minha gratidão aos leitores do Brasil".

Alguns das centenas de  títulos de pequenos livros com histórias de
faroeste lançados no Brasil desde os anos 50.

Paul Newman e Fernando Monteiro, ator e tradutor de "Hombre".


20 de março de 2014

SANTA FÉ (SANTA FE) - RANDOLPH SCOTT EM MEIO A TRENS E MUITA AÇÃO


Um excelente western com história
de Kenneth Gamet.
Quando o assunto são os westerns de Randolph Scott é inevitável lembrar da série dirigida por Budd Boetticher, especialmente aqueles cinco filmes que tiveram roteiro de autoria de Burt Kennedy. Mas muito antes dessa série filmada entre 1956-1960, Scott teve uma das mais prolíferas carreiras de um ator no gênero. E antes de Burt Kennedy, outro autor escrevia os roteiros para os sempre acima da média faroestes de Randolph Scott. O nome desse escritor é Kenneth Gamet, autor dos roteiros ou histórias originais, entre outros, dos westerns “Obrigado a Matar” (A Lawless Street), “Arizona Violento” (Ten Wanted Men) e “Terra do Inferno” (Man in the Saddle). São de autoria de Gamet também os roteiros de “O Rastro do Bruxa Vermelha” e “Horizontes de Glória”, veículos para o estrelato de John Wayne. Dos mais de 50 trabalhos de Gamet para o cinema, merece ser lembrada a história do excelente “O Sabre e a Flecha” (Last of the Comanches), transposição para o faroeste de “Sahara”, clássico com Humphrey Bogart e Dan Duryea. Um ótimo exemplo de como Kenneth Gamet escrevia histórias pouco originais mas mesmo assim bastante interessantes é “Santa Fé” (Santa Fe), faroeste de 1951, dirigido por Irving Pichel e estrelado por Randolph Scott numa produção da inesgotável Scott-Brown. 


Jerome Courtland, John Archer, Peter
Thompson e Randolph Scott; abaixo
Scott com Janis Carter.
Levando a ferrovia ao Colorado - “Santa Fé” conta a história dos quatro irmãos Canfield que deixam a fazenda que possuíam na Virgínia após a devastação ocorrida com a Guerra Civil. Os irmãos Canfield são Britt (Randolph Scott), o mais velho; Clint (John Archer); Tom (Peter Thompson) e Terry (Jerome Courtland), o mais jovem dos quatro.  Num entrevero com dois yankees fardados num bar, os irmãos são provocados por um deles, veterano cabo do exército (Francis McDonald) e acabam matando o provocador. Decidem então fugir e Britt se emprega na ferrovia Atchison, Topeka and Santa Fé. Os demais irmãos Canfield enveredam pelo caminho do crime sob as ordens de Cole Sanders (Roy Roberts). Britt se torna amigo de Dave Baxter (Warner Anderson), engenheiro-construtor da ferrovia e ajuda no trabalho de ligar o Kansas, desde Atchison até a fronteira com o Estado do Colorado, num total de 480 quilômetros (300 milhas) dentro de um prazo estipulado. Caso consigam o objetivo até 1.º de março próximo receberão a concessão de terras para ampliar a malha ferroviária. Britt se enamora da viúva Judith Chandler (Janis Carter) que trabalha para a ferrovia e ao mesmo tempo tenta fazer seus irmãos desistirem de serem malfeitores. Durante um assalto ao banco de Dodge City, Tom Canfield é morto e em seguida são mortos também Terry e Clint. Apenas Britt sobrevive e prossegue no trabalho de ligar os Estados Unidos através da ferrovia, claro que ao lado da bela viúva Chandler.

Os Canfields ainda juntos e ainda dentro da lei.
A família e o crime - O tema de irmãos que formam quadrilhas foi incontáveis vezes levado ao cinema com as histórias dos quatro irmãos Younger e de Frank e Jesse James, quando não com todos reunidos na mais famosa gang que aterrorizou os Estados Unidos no pós-Guerra Civil. Esses bandidos se tornaram lendários, especialmente os James e a literatura e o cinema muito contribuíram para isso. “Santa Fé” conta também a história de quatro irmãos mostrando como a possibilidade de ganhar dinheiro fácil com jogo, bebida e assaltos leva à desintegração moral da família e à sua quase extinção. Algo próximo do que Luchino Visconti faria com “Rocco e Seus Irmãos” anos mais tarde. Os Canfields, a exemplo dos Parondi do filme de Visconti são tragados pelo meio em que vivem, no caso Milão, até a morte de Simone e a separação de todos. Britt Canfield, assim como Rocco, se sente responsável pelos descaminhos trilhados por seus irmãos ainda que Dodge City guarde poucas semelhanças com a grande cidade da obra-prima de Visconti.

Scott esmurra Roy Roberts; abaixo
Jock Mahoney tenta esganar Scott.
Randy Scott em boa forma - Por ser um faroeste de orçamento médio, com apenas 87 minutos de duração e dirigido a um público que quer mesmo é vibrar com o heroísmo de Randolph Scott, “Santa Fé” não perde tempo com elocubrações sociológicas. Mas o que não falta neste western de Irving Pichel é ação de boa qualidade com Scott em ótima forma aos 53 anos de idade. A intensa movimentação de “Santa Fé” só é interrompida pelas muitas situações de comédia com o atrapalhado maquinista Luke Plummer (Billy House) e o esperto foguista Dan Dugan (Olin Howland), ambos operando a simpática ‘Little Buttercup’, nome da locomotiva. Dugan é desonesto no pôquer, limpando o companheiro e ainda sabe se comunicar com os índios que tem como cacique o muito engraçado Chief Longfeather (Chief Thundercloud). E a melhor piada do filme é quando o engenheiro Baxter promete ao cacique que um dia ele se tornará nome de trem, o que veio mesmo acontecer com o lendário ‘Santa Fé Super Chief’. E há ainda os menos engraçados Moose (Harry Cording) e Swede (Sven Hugh Borg) eficientes tanto como mestres de obra da ferrovia quanto como cães de guarda impedindo que o jogo e a bebida dominem os trabalhadores da ferrovia e atrasem os trabalhos. O diretor Irving Pichel, que nunca foi do gênero western, mescla bem os momentos de comédia com os de ação. Pichel que era também ator, gostava de aparecer nos filmes que dirigia, interpretando em “Santa Fé” o construtor Harned, da ferrovia rival, a Denver-Rio Grande.

O maquinista Billy House e o foguista Olin Howland; Chief Thundercloud
como maquinista diz preferir cavalos de verdade aos cavalos de aço...

Randolph Scott, Peter Thompson, Jerome
Courtland e John Archer; abaixo Roy Roberts,
Janis Carter e Jock Mahoney ou Jack Mahoney
 ou Jock O'Mahoney, melhor deixar pra lá...
Sininhos na cartola - Igualmente engraçado é o vício ambulante organizado por Cole Sanders com o auxílio de seu capanga Crake (Jock Mahoney) e mais tarde pelos três Canfields que se tornam bandidos. Roletas, mesas de jogo e muito whiskey seguem a construção da estrada para estar sempre próximos do salário dos 200 trabalhadores. E Britt impõe respeito ao grandalhão Crake fazendo-o comer terra por duas vezes depois de carregá-lo num carrinho de mão. No auge da corrida entre a 'Atchison, Topeka and Santa Fe Railroad' contra a 'Denver-Rio Grande Railroad', a pressa de Britt deve esperar pelo término da competição de violino entre três músicos, que termina com a vitória daquele que aguentar tocar por mais tempo. E os fãs de Randolph Scott o verão ainda se fazendo de advogado e desacreditando uma testemunha com argumentação de fazer inveja aos grandes criminalistas. Isso acontece diante de Bat Masterson (Frank Ferguson), o xerife de Dodge City. Entre as muitas situações-clichês, Kenneth Gamet não hesitou em colocar sininhos na cartola de Tom Canfield, numa citação aos sininhos usados por Joel McCrea, Zachary Scott e Douglas Kennedy em “Mercadores de Intriga” (South of St. Louis), rodado em 1949. E se não faltam os estereótipos do gênero western, isso não chega a incomodar diante de tanta ação apresentada.

Randolph Scott na 'Little Buttercup' e o cartaz recrutando trabalhadores
para a ferrovia e avisando que os cozinheiros devem estar sóbrios...

Jock Mahoney numa espetacular cena
de queda do trem em movimento.
Show de Jock Mahoney - Randolph Scott, apelidado de ‘Rosto de Granito’ tem a atuação que dele se espera, isto é, sóbria e convincente. E não é desta vez que Scott beija a mocinha que não tão mocinha, a madura Janis Carter. Roy Roberts é um vilão intimidador e seu braço direito é Jock Mahoney  que aproveita para comprovar que é tão excepcional stuntman quanto parcos são seus recursos como ator. A luta entre Mahoney e Scott (este com dublê, naturalmente) num trem em movimento foi excelentemente encenada e a queda de Mahoney do trem é espetacular. Algumas sequências de “Santa Fé” primam pelas más interpretações denotando desleixo do diretor pouco exigente, como se o filme não merecesse melhor atenção. “Santa Fé” é um western que vale mesmo pela boa história, pelos cenários naturais bonitos, pela movimentação e pela presença de Randolph Scott, sempre motivo de satisfação num faroeste.

Foto para a publicidade... Não espere ver Randy colando os lábios
com Janis Carter pois ele conseguiu evitar o beijo final.

O pôster italiano de "Santa Fé" mostra um índio ameaçador que não existe
no filme um Randolph Scott mais parecido com Robert Taylor.
Aqui no Brasil "Santa Fé" foi lançado em DVD como "Trilha da Violência" e
violência mesmo é o que essas distribuidoras fazem com os títulos originais.



16 de março de 2014

TOP-TEN WESTERNS DE JOAQUIM ROMÃO GOMES, O PAULISTANO ‘JOAQUIM MURIETA’


Sarita Montiel, Franco Nero e Giuliano
Gemma, ídolos de Joaquim Murieta.
Joaquim Romão Gomes nunca se pretendeu um ‘cinéfilo’ pois cinema para ele sempre foi apenas uma diversão. Melhor ainda se o filme fosse com Sarita Montiel, atriz que Joaquim muito admirava nos tempos em que os filmes da atriz espanhola permaneciam meses em cartaz na Cinelândia Paulistana. Para rir à vontade Joaquim escolhia um ‘macarroni’, como ele carinhosamente chama os westerns-spaghetti, faroestes que ele gostava de assistir pela saborosa irreverência das histórias e personagens. Ficou fã de Giuliano Gemma depois de ter assistido “O Dólar Furado”, mas a preferência de Joaquim era mesmo por Franco Nero, protagonista do “Django” original. Joaquim se impressionava com os olhos de Franco Nero e imaginava quantas namoradas conseguiria se tivesse aquele par de olhos azuis profundos. Porém foi com seus próprios olhos que Joaquim conquistou o grande amor de sua vida, a esposa Neusa, com quem está casado há 39 anos.

Acima o pai de Joaquim com o caminhão de
entregas de leite, nos anos 30;
Soldado Gomes no Exército em 1964;
Neusa e Joaquim no casamento em 1975.
Soldado Gomes em 1964 - Joaquim nasceu na mesma rua em que mora até hoje, no bairro do Jabaquara, na capital paulista. Filho de um motorista entregador de leite da tradicional empresa ‘Leco’, Joaquim concluiu o Curso Técnico de Contabilidade num tempo em que raros jovens passavam da quarta série do grupo escolar. Trabalhou alguns anos no departamento contábil da Loja Mesbla, maior concorrente do Mappin Stores, até um dia em que estava em gozo de férias e leu um anúncio no jornal ‘Estadão’. Uma empresa especializada no comércio de peles procurava um jovem que fosse recém-formado em Contabilidade, dinâmico, determinado e com certa experiência. Era o exato perfil de Joaquim que recortou o anúncio e apresentou-se na Peles Polo Norte, conseguindo impressionar favoravelmente o dono da empresa. Joaquim então mudou de emprego iniciando no novo trabalho como responsável pelas ‘contas a pagar’. Em 1964, ano em que o momento político brasileiro estava bastante agitado, Joaquim cumpriu o serviço militar, recebendo baixa com a patente de cabo. A filosofia de vida de Joaquim baseia-se na frase ‘A humildade abre todos os caminhos’, mas a competência ajuda e muito e, após concluir o curso superior de Contabilidade na Faculdade Tibiriça, Joaquim foi promovido ao cargo de Gerente Contábil da Peles Polo Norte. Nessa empresa Joaquim trabalharia pelos próximos 40 anos, até se aposentar e encontrar mais tempo para cativar um número cada vez maior de pessoas que se tornam seus amigos.

Murieta ao lado de 'Doc' Barretti.
Expoente da Confraria de ‘Doc’ Barretti - O criador da Confraria dos Amigos do Western em São Paulo, Dr. Aulo ‘Doc’ Barretti, viu muitos fãs de faroestes se associarem ao clube que fundou em sua casa em 1977. ‘Doc’ viu se juntar ao grupo o pequeno grande cowboy ‘Hoppy’ Losso, o cowboy-seresteiro Jorge ‘Tyler’ Cavalcanti, Dionísio ‘Kit Carson’ Nomellini, o cowboy-galã Celso ‘Rocky’ Lane. E ‘Doc’ Barretti viu chegar à Confraria Lazinho Kid Blue o Rei dos Cowboys Brasileiros, acreditando que nenhum outro fã de faroestes superaria Kid Blue no apuro e elegância das vestimentas características. Eis então que, já neste novo século, entra para a Confraria o Joaquim Romão Gomes, logo apelidado de ‘Joaquim Murieta’. A paixão pelas ‘brincadeiras’ de mocinho tomou conta de Murieta que se tornou a grande estrela do grupo, fazendo sombra ao Roy Rogers brasileiro Lazinho Kid Blue. E ao lado de Joaquim Murieta estava sempre a pequena Bruna, sua netinha, convenientemente a caráter, muitas vezes com traje idêntico ao do avô. Como não poderia deixar de ser Joaquim passou a assistir faroestes com outros olhos e em número cada vez maior. Essa foi a forma de compensar os westerns de John Wayne, Randolph Scott, Gary Cooper e outros cowboys, que havia deixado de ver. Joaquim teve então que comprar uma estante maior para comportar a coleção de DVDs que não mais parou de crescer.

Parte do acervo de DVDs do colecionador Joaquim.

Batalhão de amigos no Facebook - Atualmente Joaquim Romão Gomes faz do Facebook seu principal meio de colecionar amigos, os quais somam 1.150 espalhados pelo mundo todo. E é nesse universo virtual que Joaquim Murieta impressiona seus contatos com as fotos que posta quase diariamente, mostrando que poderia fazer parte dos elencos de faroestes com seu tipo perfeito de cowboy ou de oficial do Exército Confederado. WESTERNCINEMANIA solicitou a Joaquim Romão Gomes que relacionasse os dez faroestes que considera os melhores entre as centenas que assistiu. Prontamente o Murieta atendeu ao pedido, fazendo ainda breves comentários sobre cada um dos filmes constantes de seu Top-Ten Westerns que são os seguintes:

1.º) Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 – John Ford


John Wayne é meu Rei, meu ídolo. “Rastros de Ódio” é um filme maravilhoso, com um início sublime e com um índio (Henry Brandon) muito bem interpretado. Excelente do início ao fim, com bela trilha sonora, um filme para ser visto e revisto muitas vezes.



2.º) Vera Cruz (Vera Cruz), 1954 – Robert Aldrich


Sou fã de Gary Cooper e de Burt Lancaster. Ver esses dois atores em ação juntos é o melhor que pode haver em um filme. Cooper com sua característica bondade; Lancaster o mais cínico dos mocinhos. E presente maior ainda é a presença de Sara Montiel, mais linda do que nunca. 



3.º) Shenandoah (Shenanoah), 1965 – Andrew V. McLaglen


Gosto muito de filmes que enfocam a família e este mostra a crueldade da guerra destruindo a família do sulista James Stewart. E tudo por causa de um bonezinho... Filme do coração!



4.º) O Cavaleiro Solitário (Pale Rider), 1985 – Clint Eastwood


Após assistir pela primeira vez a este filme, no dia imediato eu o adquiri pois fiquei impressionado com ele. Clint Eastwood é demais e tudo que faz é ótimo. Procuro ver todos os filmes de Clint, especialmente os faroestes.



5.º) Era Uma Vez no Oeste “C’Era Uma Volta il West”, 1968 – Sergio Leone


Ainda não havia assistido a este western de Sergio Leone quando o ganhei de presente de uma prima. De início pensei que fosse um filme longo demais, isto até assistir e me deslumbrar com a beleza das imagens. Mesmo que não fosse o grande filme que é, valeria à pena assistir só para ver a beleza de Claudia Cardinalle.



6.º) Onde Começa o Inferno (Rio Bravo), 1959 – Howard Hawks


Quem consegue esquecer a moeda atirada na escarradeira para o bêbado Dean Martin se humilhar? Filme com grandes cenas e grandes atores com John Wayne melhor que nunca.



7.º) Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven), 1960 – John Sturges


Dos poucos faroestes que assisti quando do lançamento, no início dos anos 60, época em que eu era ainda bastante jovem, provocando uma lembrança inesquecível. E sai triste do cinema pois alguns dos sete homens não sobrevivem ao tiroteio final. Muita ação, Yul Brynner excelente, assim como todo o elenco. E que música!



8.º) Tombstone – A Justiça Está Chegando (Tombstone) – George Pan Cosmatos


Um dos meus filmes de cabeceira e que já perdi a conta de quantas vezes já vi. Ao assisti-lo fico com vontade de ter vivido em Tombstone e ter sido como Wyatt Earp. Um filme em que também as mulheres são fascinantes.



9.º) Meu Ódio Será Sua Herança (The Wild Bunch), 1969 – Sam Peckinpah


Poucos filmes causam uma impressão tão forte quanto este. E é outro faroeste com final triste que frustra um pouco pois todos os bravos morrem, homens verdadeiramente de raça. Ernest Borgnine simplesmente espetacular.



10.º) Django Livre (Django Unchained), 2012 – Quentim Tarantino



Mesmo moderno e um tanto fora da realidade é um filme bastante bem feito. O diretor mostra como um faroeste ao estilo dos ‘macarroni’ pode impressionar. E ainda tem uma ponta do grande Franco Nero.




ÁLBUM DE FOTOS DE JOAQUIM MURIETA

Lazinho Kid Blue e Joaquim Murieta, cowboys de alto calibre.

Lazinho Kid Blue de costas, vendo-se a o fundo Joaquim Murieta
e, à direita, a pequena e graciosa cowgirl Bruna.

Joaquim com a esposa Neusa que prestigia as loucuras do marido.

Joaquim Murieta, um exímio fazedor de poses.

Bigode e bandoleiras de Pancho Villa, ou seria de Zapata?

A cowgirl Bruna que puxou o avô na arte de fazer belas poses.

Joaquim como soldado confederado sempre bem acompanhado.

Nada a dever a Robert Duvall, Martin Sheen e outros...

Cena de "O Resgate do Sargento Barrett", com 'Doc' Barretti amarrado
à árvore, Joaquim com a bandeira e Mauro Texsaú.



Soldado confederado Murieta.

Encontro de talentos: Laura Cardoso e Joaquim Romão Gomes.
Joaquim é grande fã da querida Laura.