Arthur Hunnicutt e Charles Grapewin. |
Arthur sem barba e mais jovem. |
Sidekick
de Durango Kid - O cinema entrou na vida de Arthur Hunnicutt em 1942
quando participou de um filme ‘B’ intitulado “Wildcat”, estrelado por Richard
Arlen. Como Durango Kid estava sem sidekick, a Columbia contratou Hunnicutt
para acompanhar as aventuras do mocinho interpretado por Charles Starrett. Todo
sidekick tinha um apelido e o de Arthur Hunnicutt passou a ser ‘Arkansas’,
divertindo a meninada das matinês em sete filmes da série Durango Kid.
Paralelamente a essa série Hunnicutt continuou fazendo filmes sem maior
expressão e insatisfeito retornou aos palcos da Broadway. Somente em 1949
Arthur Hunnicutt voltou a fazer filmes, obtendo um pequeno papel em “Escravos
da Ambição” (Lust for Gold), western com Glenn Ford e Ida Lupino, filme quecomo o
próprio nome indica, tentou reeditar o sucesso de “O Tesouro de Sierra Madre”. Depois
de alguns papéis igualmente pequenos em diversas produções, Hunnicutt passou a
ser bastante requisitado no gênero que o tornaria conhecido, o faroeste.
Tempos
de faroestes - 1950 foi um grande ano para Arthur Hunnicutt que
participou de “Flechas de Fogo” (Broken Arrow), com James Stewart; “Almas em
Fúria” (The Furies), com Barbara Stanwyck; “Entre Dois Juramentos” (Two Flags
West), com Jeff Chandler. Muito interessante nesse ano de 1950 foi a
participação de Hunnicutt em “O que Pode um Beijo”, estrelado por Rory Calhoun
e com Walter Brennan também no elenco. Brennan viria a ser muito importante na
carreira de Arthur Hunnicutt. Em 1951 a boa fase de Hunnicutt continuou, embora
os papéis fossem muito parecidos, em quase todos variações do ‘old timer’ ou do
homem da fronteira. Mas os papéis eram cada vez maiores e Hunnicutt ia ficando mais e
mais conhecido como ator característico. Esse foi o ano de “Talhado em Granito”
(Sugarfoot), com Randolph Scott; “A Glória de um Covarde” (The Red Badge of
Courage), com Audie Murphy; “Passage West”, com John Payne; “Tambores
Distantes” (Distant Drums), com Gary Cooper.
Acima Arthur Hunnicutt com James Stewart e com Gary Cooper; abaixo em cena de "Entre Dois Juramentos" e "A Glória de um Covarde". |
Sequências de "Rio da Aventura"; abaixo Hunnicutt com Kirk Douglas e Dewey Martin. |
Indicação
para o Oscar - 1952 foi ainda melhor para Hunnicutt que participou com
destaque do cultuado “Paixão de Bravo” (The Lusty Men), com Robert Mitchum e Susan
Hayward. Nesse mesmo ano Howard Hawks foi ao Wyoming para filmar “Rio da
Aventura” (The Big Sky) e o diretor queria Walter Brennan para interpretar ‘Zeb
Colloway’. Como Brennan não pode atender ao amigo Hawks, o papel ficou para
Arthur Hunnicutt que teve atuação memorável, sendo uma das melhores coisas desse
filme de Hawks, roubando cenas até de Kirk Douglas. Tão boa foi a interpretação
de Hunnicutt que o ator recebeu uma indicação para o Oscar de Melhor Ator
Coadjuvante de 1952, tendo como concorrentes as excepcionais companhias de
Richard Burton, Victor McLaglen Jack Palance e Anthony Quinn. Quem acabou
ficando com o prêmio foi Anthony Quinn por sua interpretação como Eufêmio
Zapata em “Viva Zapata”. O prestígio de Arthur Hunnicutt como ator estava
consolidado. Seguiram-se “Devil’s Canyon”, com Dale Robertson; “Bonita e Audaciosa”, com Robert Mitchum e Jean Simmons; e o musical “The French Line”,
com Jane Russell.
Hunnicutt com Randy Scott em "Resgate de Bandoleiros"; com James Caan e John Wayne em "Eldorado"; abaixo cena de "Eldorado". |
Cala-se
o sotaque do Arkansas - A despedida do cinema
para Arthur se deu criando o personagem ‘Uncle Jesse’ no filme “Moonrunners”,
praticamente um piloto para a série de TV “The Dukes of Hazzard”, desenvolvida
em 1979. ‘Uncle Jesse’ era o fabricante clandestino de moonshine, uísque de
fabricação caseira proibido pelas leis das zonas rurais norte-americanas. Na TV
‘Uncle Jesse’ foi vivido magnificamente por Denver Pyle e mais tarde por Willie
Nelson em novo filme sobre a saga da amalucada família Dukes da cidade de
Hazzard. Seria impossível Arthur Hunnicutt ter ficado com o personagem ‘Uncle
Jesse’ que criou pois em 1979, ano de início da série, Hunnicutt contraiu
câncer na língua, doença que o levou à morte aos 69 anos de idade. O
falecimento de Arthur ocorreu no dia 26 de setembro de 1979, em Los Angeles.
Entre as poucas informações sobre a vida pessoal de Arthur Hunnicutt, sabe-se
que ele foi casado por muitos anos com Pauline Lile, que o acompanhou até o fim
de sua vida. Pauline providenciou para que o marido fosse enterrado no
cemitério de Mansfield, no Estado de Arkansas. Nos últimos anos de sua vida
Arthur Hunnicutt foi homenageado com o cargo de prefeito honorário da cidade de
Northridge, na Califórnia. Para quem passou a vida interpretando ‘old timers’,
Arthur Hunnicutt faleceu relativamente cedo, mas deixou para os fãs
interpretações marcantes em mais de 50 filmes que fizeram dele um tipo
inesquecível para os cinéfilos.
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