20 de agosto de 2019

ROY BEAN, O HOMEM DA LEI (THE LIFE AND TIMES OF JUDGE ROY BEAN) – WESTERN DE JOHN HUSTON



Nos anos 70 deixou de valer a célebre máxima usada por John Ford que dizia “quando a lenda for mais importante que o fato, imprima-se a lenda”. Nenhum personagem mítico do Velho Oeste escapou da desmistificação que acompanhou o agonizar do gênero. O Juiz Roy Bean já havia sido focalizado pelo cinema algumas vezes, uma delas interpretado por Walter Brennan em “O Galante Aventureiro” (The Westerner), de 1940, que rendeu a Brennan um de seus três prêmios Oscar como ator coadjuvante. E o excêntrico Juiz foi ainda figura central de série de TV “Judge Roy Bean” que teve 39 episódios exibidos na temporada 1955/56, série protagonizada por Edgar Buchanan. Em nenhuma das vezes mostrou-se Roy Bean como ele era, de fato e quando John Milius começou a trabalhar num projeto escrito especialmente para o cinema sobre esse personagem, a expectativa era que, afinal, veríamos na tela uma história mais próxima do verdadeiro Judge Roy Bean. Milius fez exatamente o contrário e, ao modo daquilo que o cinema fazia décadas atrás, ‘imprimiu a lenda’ com seu screenplay que ele próprio desejava dirigir mas o projeto terminou nas mãos de John Huston. Milius conta que escreveu sobre Roy Bean pensando em Lee Marvin como protagonista e que, quando Lee recusou a proposta, o segundo nome passou a ser o de Warren Oates. Paul Newman se interessou pelo filme e entrou como coprodutor e, claro, ator principal, para contrariedade de John Milius que imaginava um Roy Bean rude e nada bonito, enquanto todo mundo sabia que beleza masculina sobrava em Newman. Milius acompanhou de perto as filmagens e, segundo contou mais tarde, viu sequência a sequência, sua história ser desvirtuada por Huston. Porém o diretor não reescreveu a historia, apenas a filmou a seu modo. Seja lá como for, o resultado ficou bem abaixo do esperado, mais ainda porque a produção foi caprichadíssima. Nas fotos à direita o verdadeiro Roy Bean, John Milius e John Huston.


Paul Newman, Victoria Principal
O temido juiz dos enforcamentos - Roy Bean (Paul Newman) é um assaltante de bancos que, para fugir da Justiça, chega a uma localidade chamada Vinegaroon, no Oeste do Texas, entre os rios Grande e Pecos. Mal recebido num saloon que mais parece uma pocilga, Bean liquida os bandidos e prostitutas que lá vegetam e se outorga a função de Juiz. Embora tendo o Código Penal sobre sua mesa Roy Bean cria seus próprios códigos de conduta e aqueles a quem julga terminam sempre balançando no patíbulo à frente de seu saloon-tribunal. Bean nomeia alguns ex-pistoleiros como delegados, Vinegarron cresce e o Juiz torna-se respeitado. Bean nutre inexplicável paixão por Lily Langtry (Ava Gardner), atriz novaiorquina que se exibe por todo o país. Roy Bean tem uma filha com Maria Helena (Victoria Principal) sua amante mexicana que falece após o parto por negligência de um médico. Desesperado Roy Bean abandona Vinegarron deixando a cidade nas mãos do prefeito Frank Gass (Roddy McDowell). Gass é um homem ganancioso e que enriquece com a descoberta de poços de petróleo, usurpando tudo que antes pertencia ao Juiz Bean. Vinte anos mais tarde Roy Bean retorna a Vinegaroon e encontra sua filha Rose (Jacqueline Bisset), a única pessoa que se opõe ao domínio de Frank Gass. Roy Bean reúne seus antigos e decadentes ex-delegados e também com a ajuda de Rose aniquila o poderio de Gass. Tempos depois Lily Langtry visita a cidade de onde partiram as dezenas de cartas escritas por seu admirador, já falecido sem ter conhecido seu grande amor.

Paul Newman
Inverdade histórica - No início de “Roy Bean – O Homem da Lei”, há um aviso dizendo que a história do filme ‘pode não ser do jeito que ocorreu mas... é como deveria ter sido’. Quando um filme é bom, perdoa-se as liberdades que desrespeitam a história. Caso não seja bom o primeiro aspecto a ser criticado é justamente a falta de acuracidade. No caso da vida de Roy Bean esse fato até se torna menos importante uma vez que o Juiz não foi um personagem do Velho Oeste do calibre de Jesse James, Billy the Kid, Wyatt Earp, Buffalo Bill, George Armstrong Custer e outros. Então o filme já sai em vantagem, mais ainda se o diretor for o célebre John Huston, realizador de várias obras-primas do cinema mas que não era o que se pode chamar de um diretor de westerns. Isto considerando-se que “O Tesouro de Sierra Madre” (The Treasure of Sierra Madre) não seja um faroeste autêntico e sem desprezar o excelente “O Passado Não Perdoa” (The Unforgiven). Além de Huston na direção, “Roy Bean – O Homem da Lei” reuniu um respeitável elenco encabeçado por Paul Newman, mas nada disso foi suficiente para assegurar o sucesso de um filme mal recebido por público e crítica.

Paul Newman
Personagens perturbados - Assim como Marlon Brando, desde o início de sua carreira Paul Newman demonstrou gostar de interpretar heróis perturbados, personagens problemáticos com tendência antissocial (“O Indomado”, “O Mercador de Almas”, “Desafio à Corrupção”, “Marcado pela Sarjeta”, “Rebeldia Indomável”, “Golpe de Mestre”) isto quando não vivia na tela foras-da-lei como Butch Cassidy, Juan Carrasco (“As quatro Confissões”) e Billy the Kid (“Um de Nós Morrerá”). Essa propensão talvez fosse para compensar o fato de ser um dos homens mais bonitos de Hollywood e, sem dúvida, porque quase todos eram todos bons papéis. Para interpretar Roy Bean a primeira coisa que Newman fez foi deixar crescer barba e bigode e na sequência inicial do filme, ao ver um desenho seu num cartaz de procurado, ele faz um bigode no desenho, indicação de como iria aparecer durante o filme. Apenas em uma sequência, quando viaja para tentar assistir a uma apresentação de Lily Langtry, é que Newman surge bem vestido. Seu ‘Roy Bean’ é bastante convincente, ainda que Lee Marvin ou Warren Oates fossem mais talhados para esse desempenho.

Stacy Keach
Um western indeciso - “Roy Bean – O Homem da Lei” começa de forma brilhante com o fugitivo da Justiça sendo subjugado pelo repugnantes tipos do saloon onde fez parada. Arrastado por um cavalo com uma corda no pescoço, Bean sobrevive graças à providencial ajuda de Maria Helena e, ao melhor estilo dos mocinhos invencíveis, extermina por volta de dez repelentes bandidos e outras tantas prostitutas. Episódico, o western de Huston narra pequenos incidentes, cada um deles com um ator bastante conhecido. Alguns desses eventos são mais longos, como aquele em que Anthony Perkins interpreta um pregador, outros não duram mais que dois minutos, como o do psicótico pistoleiro albino vestido de negro (Stacy Keach), disposto a matar Roy Bean. Se o momento em que Perkins está em cena é sério e reverente, a sequência com Keach é picaresca e por isso mesmo hilária. Aí reside o problema maior de “Roy Bean – O Homem da Lei”: não se decidir entre a gravidade e o jocoso. O tom de comédia nem sempre ajuda num faroeste e o melhor exemplo são as tentativas de humor de John Ford, raramente resultando satisfatórias como em “Rastros de Ódio” (The Searchers).

Paul Newman, Victoria Principal e o urso
Copiando “Butch Cassidy” - Além do excêntrico pistoleiro albino que provoca mais risadas que medo, “Roy Bean – O Homem da Lei” tem outro momento que se pretende cômico: é aquele com a presença de John Huston como um velho caçador de peles que deixa um urso ‘de presente’ para Roy Bean, que adota ‘Bruno’. O Juiz para castigar Frank Gass o coloca na jaula de ‘Bruno’ e a sequência resulta sem a mínima graça, mas não pior que o interlúdio romântico entre Bean, Maria Helena e... ‘Bruno’. Claramente inspirado por “Butch Cassidy”, John Milius jamais poderia imaginar que a sequência que escreveu pudesse ser filmada de forma tão insossa e monótona. Mais ainda ao som da insípida canção ‘Marmalade, Molasses and Honey’ cantada por Andy Williams e inacreditavelmente indicada ao Oscar de Melhor Canção. Se ‘Raindrops Keep Fallin’ on my Head’ foi um achado que em muito ajudou o sucesso de “Butch Cassidy”, certamente espectadores se levantaram e foram embora do cinema nessa sequência que é uma das mais aborrecidas de toda a filmografia de John Huston.

Ava Gardner; Bill McKinney e Steve Kanaly
Final poético mas nem tanto - O confronto desigual entre Roy Bean, Rose e os cinco envelhecidos delegados contra as forças mais bem armadas de Frank Gass deveria ser o clímax de “Roy Bean – O Homem da Lei”. Mais heroico que nunca Roy Bean (a cavalo) e seus companheiros destroem torres de petróleo e incendeiam Vinegaroon pondo fim ao império de Frank Gass. Sequência que, sem dúvida, sofreu influência do desfecho monumental de “Meu Ódio Será sua Herança” (The Wild Bunch), de Sam Peckinpah. Porém o western de John Huston reserva um final que buscou ser mais poético com Lily Langtry chegando a Vinegaroon para conhecer o Museu de Roy Bean. No entanto nem a presença de Ava Gardner chega a provocar a emoção esperada. O diretor de “Uma Aventura na África” não estava em momento de maior inspiração.

Paul Newman, Anthony Perkins;
Jacqueline Bisset
Juiz sem escrúpulos - Frustra um pouco o espectador ter que esperar até o final de “Roy Bean – O Homem da Lei” para ter na tela as presenças de Jacqueline Bisset e de Ava Gardner, especialmente esta aos 49 anos e conservando a beleza que a fez famosa. Para compensar a também bonita Victoria Principal tem participação em mais da metade do filme. Paul Newman, que John Milius não queria como protagonista é o Juiz autoritário, por vezes arrogante, mas que pauta sua conduta obedecendo aos ditames da lei. Sem o escrúpulo, entretanto, de interpretar a lei segundo seu interesse pessoal quando preciso, subvertendo a máxima que a Lei está a serviço da Justiça, fazendo a Justiça, que é ele próprio, servir a Lei que ele comanda através dos seus delegados. Estes, ao serem contratados, confessam ser homens ‘levados a viver fora da lei pelas circunstâncias’. A lei, a Oeste de Pecos era o próprio Roy Bean.

Jim Burk, Roddy McDowell;
Steve Kanaly, Matt Clark, Tab Hunter
Elenco numeroso - Newman está excelente como o homem da lei obcecado pela mulher que só conhece pelos cartazes que coleciona. Ava Gardner ilumina a tela, independentemente de os poucos momentos em que aparece não estarem à altura de seu nome. Victoria Principal em sua estreia no cinema, aos 22 anos, não desaponta, ela que viria a fazer carreira na TV. Jacqueline Bisset era já uma atriz famosa e assim como Ava Gardner pouco aparece. O grupo de delegados é um dos pontos altos deste western, com destaque para Ned Beatty, mas muito bons também Matt Clark e Bill McKinney. Anthony Perkins surpreendente como o pregador itinerante e Tab Hunter mal tem tempo de dizer duas ou três frases e é logo enforcado. Roddy McDowell é um estranho no western com o tipo antipático que comumente faz. Impossível não rir com Stacy Keach, espalhafatoso com cabeleira longa e branca. John Huston parece não querer mostrar o rosto já envelhecido e David Sharpe, fantástico stuntman dos tempos da Republic Pictures, merecia ser melhor filmado. Roy Jenson é um bandido mexicano no início do filme, Neil Summers com sua cara de rato é varado por muitas balas por atirar no pôster de Lily Langtry. Michael Sarrazin só é visto em uma foto abraçado a Jacqueline Bisset.

Jim Burk - Ned Beatty - Matt Clark - Bill McKinney - Steve Kanaly

Impressão de frustração - O tom de cor escolhido é o mesmo dos westerns de Sam Peckinpah, com cinematografia de Richard Moore; a música de Maurice Jarre nem de longe tem a força das trilhas que lhe valeram três Oscars, um deles do inesquecível “Lawrence da Arábia”. Este western irregular de John Huston merece ser visto pelas boas sequências que contém, pelo interesse que desperta o biografado e pelos nomes talentosos envolvidos. Ao final é inevitável a sensação de frustração de que não se chegou ao resultado esperado.


3 de agosto de 2019

PACTO DE HONRA (SASKATCHEWAN) – ALAN LADD NA POLÍCIA MONTADA


Alan Ladd e Raoul Walsh
A longa carreira de Raoul Walsh atingiu seu ápice nos anos 40 com alguns filmes memoráveis. Na década de 50 o veterano diretor não realizou, a rigor, nenhuma película marcante, mesmo nos westerns que foi um gênero que dominou como poucos. São de Walsh os excelentes “O Intrépido General Custer” (They Died with Their Boots On), “Golpe de Misericórdia” (Colorado Territory), “Sua Única Saída” (Pursued). Pode-se dizer que o mesmo aconteceu com Alan Ladd que nos anos 40 era o principal astro da Paramount, acumulando um sucesso atrás do outro, mesmo em produções medianas e com diretores pouco renomados. Em 1951 foi rodado o western que imortalizou Alan Ladd interpretando ‘Shane’, o pistoleiro dos vales perdidos, de “Os Brutos Também amam”, faroeste lançado somente em 1953. Assim como aconteceu com Walsh, Alan Ladd também experimentou o declínio de sua carreira após o êxito fenomenal do western de George Stevens. “Pacto de Honra” (Saskatchewan), de 1954, foi o único filme em que Alan Ladd foi dirigido por Raoul Walsh. Rodado nos belíssimos cenários naturais de Alberta, no Canadá, mostra um Alan Ladd visível e quase inexplicavelmente mais velho que o Shane que interpretara apenas três anos antes. Aventuras da Polícia Montada (Royal Northwest Mounted Police) canadense são sempre um atrativo especial, não só pela fulgurante farda vermelha, mas porque são westerns diferentes dos realizados nas conhecidas paisagens norte-americanas. Gary Cooper, Tyrone Power e Allan ‘Rocky’ Lane protagonizaram heróis da Polícia Montada no cinema antes de Alan Ladd. Em 1961 foi a vez de Robert Ryan viver uma aventura como Inspetor daquela força militar canadense.


Alan Ladd e Jay Silverheels
Alan Ladd e Robert Douglas
Motim na Polícia Montada - Thomas O’Rourke (Alan Ladd) é um Inspetor da Polícia Montada que foi criado pelo chefe da tribo Cree, sendo meio irmão do guerreiro Cajou (Jay Silverheels). Caçando raposas no Território do Rio Saskatchewan eles encontram Grace Markey (Shelley Winters), única sobrevivente da caravana massacrada pelos Sioux que atravessaram a fronteira Canadá- Estados Unidos. Grace é conduzida ao Forte Walsh da Polícia Montada onde também chega o delegado Carl Smith (Hugh O’Brian) que quer levá-la sob a acusação de ter matado um homem, um irmão de Smith. Entrementes os Sioux, que recentemente dizimaram o 7.º Regimento de Cavalaria comandado pelo General Custer em Little Big Horn, nos Estados Unidos, querem fazer uma aliança com os Crees para se fortalecerem ainda mais. O inexperiente Inspetor Benton (Robert Douglas), comandante do Forte, leva sua tropa para combater os Crees que viviam em paz com a Polícia Montada. Percebendo a insensatez de Benton, O’Rourke lidera uma rebelião, assume o comando do pelotão, refaz a paz com os Crees e enfrenta vitoriosamente os Sioux. Descobre-se também que Grace é inocente da acusação de assassinato, sendo o Marshal Carl Smith o verdadeiro culpado.

Os pouco inteligentes Sioux - Gil Doud, o autor da história e do roteiro, se permitiu algumas liberdades com a história ao colocar Sitting Bull e Crazy Horse em contato com os Crees com a intenção de aumentar o poderio Sioux na luta contra a Cavalaria norte-americana. Nada demais entre as tantas vezes que Hollywood contou a História a seu modo nesta década e nas anteriores. E mais uma vez os índios são mostrados como estúpidos a ponto de perderem suas canoas possibilitando a fuga dos soldados da Polícia Montada pelo Rio Saskatchewan. Enquanto se entregam à dança ao redor de uma fogueira os displicentes Siouxs têm suas canoas ‘tomadas emprestadas’ pelos soldados. Não ocorreu aos pele-vermelhas colocar um único índio para vigiar as canoas. Como normalmente acontece nos westerns que Hollywood produzia naqueles anos, uma figura feminina (Shelley Winters) é colocada na história de forma forçada e desnecessária, permitindo ainda que a Universal desse oportunidade de aparecer ao jovem ator Hugh O’Brian, que acabaria mais conhecido como o Wyatt Earp da série de sucesso da TV.

Robert Douglas
Militar insensato mas justo - Raoul Walsh desenvolve a contento a história até o clímax da batalha final. Em muito ajuda a fotografia dos estonteantes cenários naturais do Banff National Park, em Alberta, que seguramente dominam a tela por quase um terço do filme. A subtrama que tem os meio irmãos O’Rourke e Cajou como amigos inseparáveis e posteriormente como inimigos poderia ser melhor aproveitada. Nem tudo é perfeito na Polícia Montada e o conflito entre os oficiais gera o suspense que fica por conta da possível Corte Marcial a ser enfrentada por O’Rourke em razão de sua insubordinação ao comandante. Este, ao final, torna-se coerente e justo, esquecendo-se da humilhação a que foi submetido pelo subalterno. E para completar o final feliz O’Rourke não só faz as pazes com seu meio irmão como sucumbe aos encantos da bela Grace Markey. Como não poderia deixar de ser as sequências de ação são bem trabalhadas por Walsh, ele que nos deu o excepcional “Por um Punhado de Bravos”, um dos melhores filmes de guerra dos tempos da II Grande Guerra.


Alan Ladd e Shelley Winters
Shelley magra e Ladd inchado - Ainda que com o rosto um pouco inchado, longe das feições bonitas que tantas fãs conquistaram na década de 40, Alan Ladd está razoavelmente bem como o Inspetor da Polícia Montada. Em filmes de ação percebe-se menos sua limitação como ator dramático. Shelley Winters ainda magra passa o filme todo com um dos decotes mais generoso dos westerns, até claro, Claudia Cardinalle concentrar todos os olhares dos espectadores(as) em “Os Profissionais”. Excelente atriz, neste filme Shelley interpreta uma personagem irritante e cansativa. J. Carrol Naish, como Batoche, é o responsável pelas sequências de humor em suas discussões com a esposa índia mãe de seis filhos. Anthony Caruso é o índio Spotted Eagle quando poderia ser melhor aproveitado como o Inspetor vivido pelo inexpressivo Robert Douglas. Hugh O’Brian é o vilão e é sempre um prazer ver a simpatia de Jay Silverheels sem ser o ‘Tonto’ das aventuras com The Lone Ranger.

Alan Ladd e Hugh O'Brian; Shelley Winters

Alan Ladd e Hugh O'Brian
Filme para os fãs de Alan Ladd - “Pacto de Honra” deixa a impressão que poderia ser bastante melhor por ser um filme de Raoul Walsh, pelas locações belíssimas e por ter como heróis a lendária Royal Northwest Mounted Police. Se o espectador não for muito exigente ficará satisfeito com este western. Os fãs de Alan Ladd, por sua vez, não têm do que reclamar pois é bem melhor vê-lo cavalgando que como espadachim ou como par romântico de Sophia Loren. Boa distração para quem não se interessar pela história de “Pacto de Honra” é ver Ladd ficar mais alto ou mais baixo diante dos demais atores. Ladd com seus 1,63m alcança Hug O'Brian que media 1,83m de altura. SóShelley Winters reclamou deter que ficar em pisos mais baixos que os de Ladd para que este crescesse.