As séries westerns de TV dominaram o
cenário das programações nos primórdios da televisão norte-americana e esse
domínio teve início em 1949, com as duas séries pioneiras que começaram a ser
exibidas naquele ano. A primeiríssima delas foi “The Hopalong Cassidy Show”,
que estreou em junho de 1949. Três meses depois, no dia 15 de setembro, o
público pela primeira vez na televisão ouviu o grito “Hi-Yo, Silver!” e viu o
herói mascarado montando Silver, seu magnífico cavalo branco, ao som da
abertura de “Guilherme Tell”, ópera de autoria de Gioachino Rossini. Naquela
noite, exatamente às 19:30 horas, foi ao ar exibido pela rede ABC de televisão o episódio
“Enter the Lone Ranger”, o primeiro dos 221 episódios que seriam filmados até
1957 quando terminou a série “The Lone Ranger”, uma das favoritas de todos os
tempos entre os fãs de faroeste. Assim como tantas outras séries, “The Lone
Ranger” foi criada para o rádio, isto em janeiro de 1933, quando pela primeira
vez foi apresentada alcançando enorme sucesso. George W. Trendle, proprietário
da rádio WXYZ de Chicago foi o ‘pai’ de Lone Ranger, cujas histórias eram
escritas por Fran Striker. O programa de rádio foi levado ao ar até maio de 1956,
tendo sido produzidos nada menos que 2.956 episódios com as aventuras do
cavaleiro solitário e seu amigo Tonto.
À esquerda Bruce Beemer, o The Lone Ranger do rádio interpretando o herói inteiramente a caráter, inclusive com a máscara; no centro o roteirista Fran Striker; à direita o produtor George W. Trendle. |
Clayton Moore (acima) e Jay Silverheels. |
A
escolha de Clayton Moore - O herói solitário do título (The
Lone Ranger) não era assim tão solitário, uma vez que desde o primeiro episódio
teve a companhia do índio Tonto. Foram testados 75 candidatos para interpretar
o mocinho mascarado na televisão, entre eles Bruce Beemer que era a voz de Lone
Ranger no programa de rádio. Os testes terminaram quando Clayton Moore, então
com 35 anos e com muitos westerns-B e seriados em sua filmografia vestiu a
roupa de helanca azulada e colocou a célebre máscara preta. George W. Trendle viu o The Lone Ranger que sonhara. Para interpretar Tonto foi chamado o índio canadense
Jay Silverheels de 30 anos que, há doze anos, atuava no cinema sempre em
pequenas participações quase todas sem ser creditado nas fichas técnicas.
George B. Seitz Jr. foi o diretor inicial da série, bem como um dos roteiristas
em parceria com George W. Trendle. As aventuras do misterioso mascarado já
haviam sido levadas ao cinema em forma de seriados pela Republic Pictures. O
primeiro deles foi filmado em 1938, com o título “The Lone Ranger” e exibido no
Brasil como “O Guarda Vingador”; no ano seguinte foi produzida a sequência
intitulada “The Lone Ranger Rides Again” que aqui recebeu o título de “A Volta
do Cavaleiro Mascarado”. Ambos os seriados tiveram 15 capítulos.
Pôsteres dos seriados de 1938 e 1939; abaixo os cinco Lone Rangers do primeiros seriado da Republic; à direita Chief Thunder Cloud e Robert Livingston interpretando The Lone Ranger. |
John Hart e Jay Silverheels entre Silver e Scout. |
John
Hart como The Lone Ranger - Os episódios da série “The Lone
Ranger” tinham 25 minutos de duração e eram produzidos em preto e branco, exceto
os episódios da última temporada que foram filmados em cores. O custo de cada
episódio nas temporadas de 1949 a 1954 foi de 12 mil dólares; a partir de 1955
o custo de cada episódio passou a 18 mil dólares. Um fato curioso é que, apesar
de ter permanecido no ar por oito temporadas consecutivas, a série “The Lone
Ranger” não foi produzida em todos esses anos. Nas temporadas 1951-1952,
1953-1954, 1955-1956 nenhum episódio foi produzido, sendo exibidos aqueles já
filmados. Ocorre que diferentemente de outras séries “The Lone Ranger” teve
produzidos 52 episódios em algumas temporadas, ou seja, nesses anos havia
episódios inéditos todas as semanas. Nenhuma outra série conseguiu essa proeza
que foi filmar um episódio por semana durante toda a temporada. Ao final da 3.ª temporada Clayton Moore
e o produtor George W. Trendle se desentenderam e o ator John Hart substituiu
Moore em 52 episódios. O programa que era um dos campeões de audiência perdeu
público e os direitos da série foram vendidos à Wrather Corporation que
imediatamente dispensou John Hart e chamou Clayton Moore de volta para
interpretar o Justiceiro Mascarado ao lado de Jay Silverheels. Este permaneceu
na série nos episódios estrelados por John Hart. Clayton Moore sempre afirmou
que o desentendimento com o produtor foi causado por motivos de concepção
artística do seriado, embora se especulasse que as diferenças eram mesmo por
questões salariais.
Clayton Moore proibido de usar a máscara; abaixo John Hart e Clayton Moore. |
Briga
judicial pelo uso da máscara - No novo contrato que Clayton Moore
assinou com a Wrather Corporation havia uma cláusula que previa que o ator não
poderia se apresentar em público sem a máscara do The Lone Ranger. Jack Wrather imaginava que o
público perderia o interesse na série se conhecesse o rosto do herói mascarado.
Mas havia incontáveis filmes e seriados com Clayton Moore no elenco para que
todos pudessem ver como ele era sem a máscara. Moore cumpriu rigorosamente o
contrato com o marketing proposto pelo dono da marca ‘The Lone Ranger’ e nunca
mais foi visto em público sem a máscara, conforme Wrather queria. Finda a série,
Clayton Moore continuou a usar a máscara nos eventos que participava apresentando-se como o
famoso ‘The Masked Man’ da televisão e do cinema, inclusive num comercial de
combustível que foi exibido por muito tempo. Foi então que a Wrather Corporation acionou
Moore na Justiça mencionando que o uso da máscara era característica do
personagem e que a empresa detinha os direitos sobre The Lone Ranger e suas
vestimentas. O processo foi bastante longo e em 1975 a Justiça decretou que o
ator não mais poderia usar a máscara em público. A partir de então Moore passou
a aparecer em público usando enormes óculos à guisa de máscara.
Clayton Moore |
John
Reid salvo por Tonto - A criação de George W. Trendle e
Fran Striker conta que seis Texas Rangers foram assassinados pelo bandido Butch Cavendish e seu bando quando tentavam capturá-los. Entre os seis Texas
Rangers estavam os irmãos Dan e John Reid, dados como mortos. Porém um índio
Mohawk chamado Tonto percebe que John Reid ainda vivia e cuidou dele até que
Reid se recuperasse. Anteriormente John Reid havia ajudado Tonto que agora
tinha oportunidade de mostrar sua gratidão. John Reid promete então vingar a
morte do irmão e dos demais Texas Rangers assassinados. Com um pedaço da roupa
do irmão confecciona uma máscara para não ser reconhecido por Cavendish e seus
homens. Reid cava seis sepulturas e não cinco, sendo a sexta para fazer crer
que ele próprio também havia morrido na emboscada. Nascia assim The Lone Ranger
que em seguida encontrou um magnífico cavalo branco ferido. Após curar o animal
o mascarado deu a ele o nome de Silver. O índio Tonto possuía um cavalo chamado
Scout e os dois amigos partiram para vingar os Texas Rangers assassinados. Consumada
a vingança, The Lone Ranger e Tonto passaram a defender pessoas de bem que eram
oprimidas por bandidos.
As
balas de prata do herói mascarado - Com 25 minutos de duração, cada
episódio da série possuía bastante ação para alegria do público telespectador,
especialmente a garotada que ansiosamente aguardava o novo episódio semanal. Os
roteiros simples, como não podia deixar de ser, eram fáceis de ser seguidos, o
que muito ajudou no sucesso do programa. Além de apresentar um herói mascarado
que tinha como sidekick um honorável índio, havia detalhes inusitados na
história, como as balas de prata usadas pelo The Lone Ranger. A família Reid
possuía uma mina de prata e dessa mina era retirado o minério para a confecção
das balas que ornavam o vistoso cinturão do herói mascarado. The Lone Ranger
nunca atirava para matar os foras-da-lei, preferindo feri-los sem maior
gravidade e entregando-os à Justiça. Quando algum bandido morria essa morte era
ocasionada por algum outro malfeitor. E como não poderia deixar de ser, The
Lone Ranger e seu amigo Tonto viviam suas aventuras sob um rigoroso código de
honra, exemplo perfeito para o público infanto-juvenil da série.
O ator-narrador Gerald Mohr. |
A
clássica abertura - A abertura de “The Lone Ranger” foi a
mais marcante entre as séries westerns de TV. A música de Rossini precedia a
voz impactante do ator Gerald Mohr que fazia a introdução anunciando: “The Lone Ranger! Um cavalo fogoso com a
velocidade de um relâmpago, uma nuvem de poeira e um vigoroso Hi-Yo, Silver! –
The Lone Ranger – Com seu fiel companheiro índio Tonto, o sagaz cavaleiro
mascarado das planícies lidera a luta pela lei e pela ordem no Velho Oeste.
Junte-se a nós agora neste retorno aos emocionantes dias de outrora. O
Cavaleiro Solitário galopa novamente!”. Era e ainda é impossível resistir
ao fascínio que essa abertura provoca. Desnecessário dizer que produtos com a
marca ‘The Lone Ranger’ inundaram as lojas pois toda criança queria objetos
relacionados a seu ídolo. De revólveres a bicicletas, passando por canecas,
pratos, lancheiras, binóculos e relógios, havia de tudo com a marca criada por
George W. Trendle.
Presentes que toda criança queria ganhar quando a série era um dos programas mais vistos nos Estados Unidos. |
Pôster de "O Fantasma do Zorro", com Clayton Moore como Zorro. |
Por
que ‘Zorro’? - Quando exibida no Brasil a série teve o título “Zorro” e
há algumas explicações para esse equivocado título. Clayton Moore havia
estrelado em 1949 o seriado da Republic Pictures “O Fantasma do Zorro” (Ghost of Zorro), o que pode ter influenciado na troca de nomes. E no início da década, em 1940, obteve enorme sucesso a
clássica aventura de capa-e-espada “A Marca do Zorro”, estrelada por Tyrone
Power como o espadachim mascarado criado por Johnston McCulley. Dada a
dificuldade de traduzir o nome ‘The Lone Ranger’, que literalmente poderia ser ‘O Policial Rural Solitário’, os
distribuidores brasileiros optaram por chamar de ‘Zorro’ o herói mascarado da
televisão. Essa confusão praticamente nunca foi desfeita e foi ainda
corroborada com o lançamento da história em quadrinhos lançada nos Estados
Unidos como ‘The Lone Ranger’, de autoria de Charles Flanders. As aventuras
quadrinizadas do herói mascarado foram publicadas no Brasil pela Editora
Brasil-América com o mesmo esdrúxulo título ‘Zorro’ da série de TV. Esse gibi teve
485 edições sendo publicado de março de 1954 até janeiro de 1985, sempre com o
equivocado título. E aproveitando o sucesso da série de TV foram produzidos
dois longa-metragens: “The Lone Ranger”, em 1956 e “The Lone Ranger and the
Lost City of Gold”, em 1958. Esses westerns receberam respectivamente os títulos
brasileiros de “Zorro e o Ouro do Cacique” e “Zorro e a Cidade Perdida do
Ouro”.
A famosa The Lone Ranger Rock; abaixo Jay Silverheels. |
Kemo
Sabe - Quando lançado em VHS, nos anos 80, “Zorro e o Ouro do
Cacique” teve o título alterado para “O Justiceiro Mascarado”, evitando
mencionar ‘Zorro’. Mais espertos, os portugueses chamaram The Lone Ranger de ‘O
Mascarilla’, enquanto na Espanha o herói mascarado era conhecido como “Llanero
Solitario”. Tonto em espanhol e em Português tem o significado pejorativo de
estúpido, idiota, apalermado. Mesmo assim foi mantido aqui no Brasil, sendo no
entanto mudado na Espanha para ‘Toro’ o nome do índio companheiro de Lone
Ranger. Bastante discutido é o significado da palavra ‘Ke-mo Sah-Bee’, grafada
invariavelmente como ‘Kemo Sabe’, que Tonto costumava chamar o amigo mascarado.
Entre tantas pesquisas e estudos, parece que o mais correto significado é ‘Batedor
de Confiança’. E vale lembrar que nos programas de rádio algumas vezes o
próprio Tonto era assim chamado pelo justiceiro mascarado. A série “The Lone
Ranger foi quase que inteiramente filmada em cenários bastante conhecidos dos
fãs de faroestes como Corriganville, Iverson Ranch e Kanab, Utah. O local em que
o herói mascarado empina Silver na abertura do seriado, em Iverson Ranch, ficou
conhecida como ‘The Lone Ranger Rock’ e não há quem não queira ser fotografado
nessa estranha e lendária rocha.
O
incomparável Lone Ranger da TV - Após o encerramento da série, em
1957, houve incontáveis reprises das temporadas anteriores, mesmo com a quase
totalidade dos aparelhos televisores dos lares norte-americanos em cores. Esse
fato comprova o quanto o programa criado por George W. Trendle era admirado e por
mais de uma geração. Clayton Moore interpretou The Lone Ranger num total de 169
episódios e Jay Silverheels participou de 217 episódios. John Hart estrelou os
restantes 52, porém nas reprises nunca foram exibidos os episódios com John
Hart como o herói mascarado pois The Lone Ranger sempre será Clayton Moore. Do
mesmo modo as aventuras do cavaleiro solitário produzidas para a TV nunca serão
esquecidas, mais ainda após os retumbantes fracassos das tentativas mais
recentes de levar o herói ao cinema. Em 1981 com “A Lenda do Cavaleiro
Solitário” (The Legend of the Lone Ranger) e em 2013 com a superprodução cinematográfica
“O Cavaleiro Solitário” (The Lone Ranger) estrelada por Johnny Depp. O
orçamento deste último filme, da ordem de 215 milhões de dólares, seria
suficiente para realizar toda a imortal série de TV e ainda sobraria dinheiro.
Após assistir a esses recentes “The Lone Ranger” nada melhor que rever os
simpáticos e deliciosamente inocentes episódios da inesquecível série de TV.
Mais collectibles de The Lone Ranger. |
Brinquedo com revólver e objetos do The Lone Ranger. |
viajei no tempo ao ler esta nostalgica materia the lone ranger ou simplesmente zorro o cavaleiro soplitario belissima materia abraços edgar
ResponderExcluirOlá, Edgar
ExcluirObrigado e um abraço - Darci
qual o moleque daqueles anos dourados qua não assistiu palaqdino do oeste maverick o homen do rifle e tantos outros seriados de nossa infancia? edgar do nostalgico clube do western
ResponderExcluirrealmente o site westercinemania nos transporta a um tempo de belas lembranças dos nossos idolos principalmente os eternos westerns b parabenizo a todos por estas imagens da mais pura nostalgia edgar
ResponderExcluirComo vimos.a série nasceu no rádio dos EUA,como tantas outras .
ResponderExcluirNo Brasil,até final dos anos 50 ainda podia se ouvir em algumas emissoras (Nacional-Mayringue-Tupi) algumas séries,como Jerônimo,o herói do Sertão, O moleque Saci, O Sombra, e outras,que tive a oportunidade de ouvir . Um tempo em que o rádio era o veículo nobre !!
Lau Shane
ExcluirJerônimo, o Herói do Sertão era não só ouvido mas também colecionado com o gibi que foi publicado. Mas se bem me lembro não durou muito. Nunca mais vi um exemplar do Jerônimo.
Darci
Sobre o Zorro, Lone Ranger,primeiro conheci o gibi,que de vez em quando chegava lá em ADOLFO . Depois,já em S.Paulo,vi na tv a série do Zorro e Tonto na antiga TV Record . O CAW me deu oportunidade de rever uma grande parte dos filmes de L.Ranger !! Belo registro !!
ResponderExcluirAinda nos anos 50, nos tempos de televizinho, havia dois filmes (séries) imperdíveis: Roy Rogers e Zorro.muita saudade...
ExcluirDarci
sim, fui um assiduo ouvinte da radio naconal ouvindo jeronimo o heroi do sertao com os seus famosos personagens o caveira E A VOLTA DO CAVEIRA QUEM NAO SE LEMBRA DE LEGADO DO ODIO JUVENCIO O JUSTICEIRO E AS AVENTURAS DO ANJO O RADIO SIM ERA O SENHOR DOS LARES ABRAÇOS EDGAR
ResponderExcluirSem contar "O CRIME NÃO COMPENSA" que era transmitido pela Radio Record em S.Paulo e no Rio pela Nacional,creio !!
ResponderExcluiro nome Zorro foi usado quando O Globo Juvenil publicou as tiras em 1938, no ano seguinte, o seriado The Lone Ranger recebeu o nome de O Guarda Vingador, já o segundo seriado The Lone Ranger Rides Again foi chamado de A Volta do Cavaleiro Solitário, a Republic ajudou a confundir mais ainda, em Zorro's Fighting Legion (1939), Dom Diego tem um cavalo branco como o Silver, além disso,Robert Livingston interpretou The Eagle, um herói parecido com Zorro em The Vigilantes Are Coming (1936), Dom Diego/Zorro em The Bold Caballero (1936) e Lone Ranger em The Lone Ranger Rides Again (1939), o nome Zorro foi usado também em O Gibi e O Guri, a Ebal aproveitou e publicou os dois Zorros e um italiano em Zorro de Bolso.
ResponderExcluirExcelente Matéria. Dos artigos publicados no Brasil sobre The Lone Ranger, este foi o que mais me agradou. Expressou um conteúdo essencial de forma clara e com belíssimas ilustrações. Parabéns. Apenas faria uma correção a respeito dos títulos dos filmes (acredito que foi um equívoco na edição e que não afeta o trabalho como um todo) que corrigidos deveriam ter ficado assim, respectivamente: "The Lone Ranger (O Justiceiro Mascarado)" e "The Lone Ranger and the City of Gold (Zorro e o Ouro do Cacique)". Há alguns anos, a Classicline lançou os dois filmes em DVD como "Zorro, o Cavaleiro Solitário" e "Zorro e a Cidade de Ouro Perdida". E como curiosidade final para os fans do personagem, a Ebal publicou, além das 485 edições do zorro, 4 encadernações denominadas Zorro - Tudo em Cor, reprisando histórias antes impressas em Zorro Especial Em Cores. Ai-ou, Silver. Avante!
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