Celso por ocasião da primeira comunhão. |
Celso Ghelardino Gutierre se apaixonou
por faroestes assistindo às séries de televisão nos anos 60. Entre as séries favoritas
desse paulistano nascido no Ipiranga, o bairro da Colina Histórica, estavam “Roy
Rogers”, “The Lone Ranger” “Rin-Tin-Tin” e “Fury”, e Roy Rogers era o herói
preferido do menino Celso. Quando Celso estava com três anos sua família se
mudou para o progressista município de São Bernardo do Campo, onde foram implantadas
as primeiras fábricas de veículos automotores nacionais. Em São Bernardo Celso
frequentou quando criança o Cine Anchieta, cineminha que resistiu até quando
pode, até dar lugar a uma filial das Lojas Riachuelo. Celso possuía dois
revólveres com cabos brancos e, excetuado o horário de escola, o garoto passava
praticamente o dia todo com o cinturão e revólveres na cintura, que o faziam sentir-se
o próprio Roy Rogers. Mas havia um momento em que, obrigatoriamente Celso devia
tirar o cinturão e isso ocorria na ‘Hora da Ave Maria’, quando a religiosa
mamãe do Celso não admitia que ele portasse aqueles brinquedos, ao menos
naqueles minutos. Obediente, Celso pendurava seu cinturão, acompanhando
atentamente a ‘interminável’ oração ouvida pelo rádio e, quando era pronunciado
o Aaaaam...
Celso já havia colocado o cinto com coldre e revólveres de espoleta, enquanto o
padre prolongava o mééééém... final. Não havia dúvidas que aquele menino iria gostar
muito de westerns e das coisas voltadas para a história do Velho Oeste.
O maior menino da turma, Celso era escalado no gol nas peladas que disputava em São Bernardo do Campo. |
Cowboys mais baixos como Lazinho Kid Blue e Kit Hodgkin 'crescem' nas fotos ao lado de Celso Rocky Lane. |
Responda rápido, caro leitor: quem é o verdadeiro Rocky Lane? |
A semelhança entre Celso e seu ídolo musical, o beatle Paul McCartney, nos tempos de 'Let it Be'. |
Celso pilotando seu Porsche 550 Spyder. |
Celso e suas magníficas réplicas de Colts Peacemakers. |
John Ford |
1.º) Os Brutos Também Amam (Shane), 1953 – George Stevens
Alan Ladd |
A abertura já é marcante, o pistoleiro
solitário diante da imensidão agreste do Wyoming ao som da belíssima música de
Victor Young. Um bom elenco, bem dirigido e uma ótima história transformaram
Shane em um dos melhores westerns já produzidos, um clássico! Alan Ladd no
papel de Shane está perfeito, sem exageros ou estereótipos. Van Heflin, Jean
Arthur estão ótimos, Jack Palance no papel do pistoleiro Jack Wilson está tão
bem que é a própria personificação do mal. E o final com um duelo antológico
entre Shane, Wilson e os irmãos Riker é magistral e Shane percorrendo o mesmo
caminho em que chegou ao Vale, como que fugindo do próprio destino. Muito bem
produzido e dirigido por George Stevens, um grande diretor.
2.º) Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 –
John Ford
John Wayne |
Um western forte com personalidade,
marca de John Ford. Tem uma interpretação perfeita do maior cowboy do cinema,
John Wayne. Aliás, Wayne no final faz uma singela homenagem a Harry Carey -
ator que começou no cinema mudo -, quando ao postar-se à porta do rancho segura
o braço esquerdo à altura do cotovelo, tal qual Carey costumava fazer em muitos
filmes. “Rastros de Ódio” é um filme imperdível para os amantes do gênero e
para os que não o são, é uma obra-prima do genial John Ford. Vale ressaltar que
o consagrado diretor e produtor Orson Welles quando indagado em uma entrevista
sobre os três maiores diretores de cinema, respondeu: “1.º John Ford; 2.º John
Ford e 3.º John Ford”.
3.º) No Tempo das Diligências (Stagecoach), 1939 – John Ford
O Duke como 'Ringo Kid' |
Filme que colocou John Wayne entre os
maiores nomes do cinema e deu dignidade aos westerns, os transformando em arte!
Ford sob a paisagem do Monument Valley retrata com poesia a vida do oeste
através de seus habitantes, a diligência, a agitação da cidade, os passageiros da
diligência cada um com seus problemas, defeitos e virtudes. O encontro com Ringo
Kid (Wayne) e a partir daí seus desdobramentos quando da ameaça dos índios até
culminar com o duelo entre Ringo e seus inimigos. Outra obra-prima de Ford!
4.º) Paixão dos Fortes (My Darling
Clementine), 1946 – John Ford
O melhor de todos os Wyatt Earp: Henry Fonda |
Dinâmico western estrelado por um dos
maiores atores americanos do século XX, Henry Fonda e dirigido nada mais nada
menos do que por John Ford, o mestre dos westerns. Relata a história do famoso
e verídico duelo ‘OK Curral’, travado em Tombstone pelo xerife Wyatt Earp
(Fonda), seus irmãos e Doc Holliday (Victor Mature) contra a família Clanton.
Ford dizia que baseou este filme em depoimentos do próprio Earp, que nos anos
1920 frequentou os estúdios onde Ford iniciava sua carreira, mas como o próprio
Ford tinha como máxima: “Se a lenda for mais convincente do que a história,
imprima-se a lenda”, não se sabe se foi assim mesmo que ocorreu. De qualquer
forma o filme é ótimo e tornou-se outra obra-prima do conceituado diretor!
5.º) Sangue de Heróis (Fort Apache), 1948 –
John Ford
Henry Fonda |
O primeiro filme da trilogia de John
Ford sobre a Cavalaria Americana, estrelado por dois grandes nomes: Henry Fonda
e John Wayne. O palco é a luta dos soldados contra os Apaches. Paralelamente ao
conflito com os índios há o conflito entre o Capitão (Wayne) soldado experiente
e o Coronel (Fonda), extremamente teórico e arrogante. Vale salientar que o
filme demonstra claramente o enaltecimento do exército americano, bem como dos
Estados Unidos, mas não deixa de ser ótimo filme.
6.º) Jesse James (Jesse James), 1939 – Henry King
Henry Fonda e Tyrone Power |
Estrelado por Tyrone Power (Jesse
James) e por Henry Fonda (Frank James), dirigido por Henry King, o filme conta
a história dos irmãos James desde a infância e os motivos que os levaram a
tornarem-se famosos bandidos. Sem dúvida é uma história romanceada, mas se não
é totalmente fiel à realidade é um ótimo filme em todos os sentidos.
7.º) A Volta de Frank James (The Return of
Frank James), 1940 – Fritz Lang
Henry Fonda (Frank James) vai vingar a
morte, praticada pelas costas pelos irmãos Ford, de seu irmão Jesse. Essa
sequência, dirigida pelo diretor Fritz Lang, não fica nada a dever ao primeiro
filme “Jesse James”, é tão bom ou até melhor do que o primeiro. Um dos pontos
fortes do filme é sem dúvida a interpretação impecável do extraordinário Henry
Fonda.
Na foto ao lado Henry Fonda como Frank James
Na foto ao lado Henry Fonda como Frank James
8.º) Buffalo Bill (Buffalo Bill), 1944 – William
A. Wellman
Joel McCrea e Anthony Quinn |
Estrelado por Joel McCrea é um western
biográfico, claro que somado à realidade, também, há lenda, mas com muito
critério, resultando em uma obra belíssima. Retrata desde seu período como
batedor até quando, já no século XX, começa a levar seu Show do Western em seu
Circo pelo mundo afora. Retrata seus dramas pessoais, derrotas e vitórias e
termina no picadeiro, quando já idoso, faz sua despedida do público de forma
emocionante. Um grande filme!
9.º) Homem sem Rumo (Man Without a Star),
1955 – King Vidor
Aqui o tradicional cowboy errante não
começa cavalgando pelas pradarias montado em seu cavalo, mas as cruza em um
trem. Kirk Douglas contribui muito com sua interpretação para transformar um
“homem sem uma estrela” que o guie, em um western de primeira! Não se pode
deixar de considerar também a direção competente de King Vidor. Imperdível para
quem gosta de western!
Kirk Douglas como o homem sem rumo
Kirk Douglas como o homem sem rumo
10.º) Uma Cidade que Surge (Dodge City), 1939 – Michael Curtiz
Olivia de Havilland e Errol Flynn |
O primeiro western do maior ator de aventuras
do cinema, considerado o maior espadachim da tela, Errol Flynn, com uma atuação
convincente e dirigido por um grande diretor de cinema, que fez muitos filmes
com Flynn, Michael Curtiz. Traz também a presença de Olivia de Havilland, que
fazia par constante com Flynn. O filme retrata a vida em uma cidade, onde a lei
ainda não havia se instalado, agitada e violenta. Um filme gostoso de assistir,
bem como muito bem produzido.
O maior cowboy do cinema observa o cowboy Celso Rocky Lane. |
Celso Ghelardino Gutierre que poderia ser mocinho de faroestes made-in Hollywood. |
Celso Ghelardino Gutierre - Esse é o Cara: É um grande conhecedor de cinema , tem tudo e mais um pouco e ainda é uma das pessoas mais humildes que conheci até hoje , sempre tem uma palavra amiga e em matéria de gentileza existem poucos iguais a ele : Excelente filho, pai e amigo , é muito bom ser amigo de Celso, Gostei do seu Top-Ten . Um grande abraço meu amigo
ResponderExcluirJoaquim
Gostei do TOP-TEN do Celso !! E o Shane na ponta dos preferidos,é muito bom ! Um abraço ao grande "mocinho" !!
ResponderExcluirOi, Darci! Oi, Celso!
ResponderExcluir“Assim como Roy, Celso é boníssimo, generoso, educado, verdadeiro gentleman, dando inteira atenção a seus interlocutores e sempre ouvindo mais do que fala.” O legal deste Top é que a maioria dos protagonistas das obras escolhidas parece que refletem a personalidade do seu autor, de acordo com a descrição do Darci. Vejam: Shane é o pistoleiro mais cavalheiro da história do “bang-bang”; Ethan Edwards podia ser um verdadeiro selvagem em muitas ocasiões, mas foi um dos românticos mais abnegados da sétima arte, ou seja, no fundo, alguém generoso; Ringo Kid era a verdadeira personificação da educação e da generosidade, principalmente com os excluídos, a sua amada Dallas e Doc Boone; o Wyatt Earp (de Fonda e Ford) foi o cowboy mais gentleman que houve, só aquela seqüência em que ele oferece o braço respeitosamente a sua amada Clementine, tirando-a para dançar, a conduzindo até o palco com toda pompa, dançando tentando não olhar muito para o rosto dela, e, por fim, se inclinando para ela, agradecendo-a, é de um romantismo cavalheiresco, que há muito se perdeu; já o capitão York e o coronel Thursday podiam ser opositores em quase tudo, mas não no “Código de Cavalheiros”, a cena que em que York joga a luva no chão desafiando Thursday para um duelo, exemplifica bem isso, além disso, o capitão era um líder generoso que dava total atenção aos seu comandados, sempre os ouvindo; os irmãos James (nos filmes de King e Lang) eram a verdadeira personificação do” gentleman sulista”. Taí, uma personalidade exposta em suas escolhas. Essa Freud explicava com facilidade. Abraços gente.
Robson
Olá, Robson
ExcluirEsse foi o comentário mais psicológico feito neste blog. Mas e a ferocidade de Kirk Douglas em Homem Sem Rumo? Não sem razão Henry Fonda é o ator que mais apareceu na lista do Celso. E Fonda era a dignidade em pessoa. Abraço do Darci
o cowboy e brilhante mocinho das matines e dos gibis da rge chama se allan rocky lane vibrei muitos com seus filmes e ,maginnificos gibs. era dee ouro inesquecivel dos gibis de faroeste e filmes notadamente os chamados westerns b abraços edgar do caw
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